PPGECRN - Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
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Item Adequação de um protocolo de avaliação rápida para o monitoramento e avaliação ambiental de cursos d’água inseridos em campos rupestres.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Rodrigues, Aline Sueli de Lima; Castro, Paulo de Tarso AmorimEste trabalho visou a adaptação de um protocolo de avaliação rápida de rios para trechos de rios de alto e baixo curso inseridos em campos rupestres do bioma cerrado tomando-se como “situação referência” as condições ambientais encontradas no interior do Parque Estadual do Itacolomi, Ouro Preto-MG. Protocolos similares têm sido empregados em países como os Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália em programas de monitoramento dos recursos hídricos. Os seguintes parâmetros foram propostos: substratos e/ou habitat disponíveis; substrato em poços; soterramento; regimes de velocidade/profundidade; diversidade de poços; deposição de sedimentos; condições de escoamento do canal; alterações no canal; sinuosidade do canal; freqüência de corredeiras; estabilidade das margens; proteção das margens pela vegetação e estado de conservação da vegetação do entorno. Para cada parâmetro uma pontuação, entre 0 e 20 pontos, correspondente à condição ambiental é atribuída e os valores são distribuídos de acordo com o gradiente de estresse ambiental verificado no local da avaliação, podendo variar desde uma condição considerada “ótima”, até uma condição “péssima”, passando por situações intermediárias “boa” e “regular”. Após a adequação do protocolo foi oferecida uma oficina de monitoramento ambiental na qual 42 voluntários aplicaram o protocolo em dois trechos selecionados na área de estudo, a fim de realizar uma avaliação do método quanto à aplicabilidade, clareza e possíveis inadequações dos parâmetros propostos. A análise do padrão de respostas dos voluntários mostrou-se consistente, refletindo um bom entendimento dos parâmetros propostos. Nenhuma divergência significativa foi observada no padrão de resposta analisado. Após a calibração do protocolo foi realizada uma avaliação ambiental em trechos com diferentes níveis de alteração ambiental selecionados na região estudada. Em síntese, a adequação e utilização do protocolo podem ser consideradas etapas para a preservação de recursos hídricos, podendo ainda ser utilizado em estudos de avaliação de impacto ambiental em áreas degradadas e como ferramenta que permite a participação da sociedade no processo de gerenciamento e monitoramento dos recursos hídricos.Item Ambientes geológicos e mudanças de cor no quartzo hialino.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Drummond, Ney Friedemann; Mendes, Julio CesarO Estado de Minas Gerais é o maior produtor mundial de quartzo para utilização industrial, gemológica e amostras de coleção. As variedades hialina, leitosa, ametista, citrino, prasiolita, rósea, fumê ou morion ocorrem em alguns ambientes naturais. Outras variedades coloridas, além da ametista e prasiolita, podem ser obtidas em laboratório, a partir de quartzo hialino, por irradiação gama seguida ou não de tratamento térmico. A partir de 1997 no Brasil, começou a ser utilizada a técnica de irradiação gama para mudança de cor em quartzo. Os espécimes de quartzo hialino oriundos de Minas Gerais, eram vendidos a preços irrisórios e, após a aplicação dessa técnica, eram agregados valores de até 100 vezes daquele inicialmente comercializado. Nada era conhecido no Brasil, sobre a aplicação de irradiação gama seguida ou não de tratamento térmico. Os físicos brasileiros, já dominam a técnica de irradiação gama, e os geólogos e gemólogos, necessitam definir a relação entre ambiente formador do quartzo e seu potencial de mudança de cor sob irradiação gama. Sabe-se que quartzo hialino ocorre preferencialmente em dois ambientes geológicos, aquele de origem hidrotermal e outro associado a núcleos de pegmatitos. Todos os grandes compradores de material hialino para irradiação procuram material oriundo desses ambientes. Portanto, as pesquisas para essa dissertação de mestrado foram conduzidas nos espécimes amostrados nesses dois ambientes. Mais de 150 amostras foram obtidas de veios hidrotermais associados ao Espinhaço Meridional (Minas do Tião e Comecha - na região de Joaquim Felício) e de núcleos de pegmatitos (Minas Boca Rica e do Bode - na região de Galiléia) da Província Pegmatítica Oriental, em Minas Gerais. Esses espécimes foram submetidos à Espectrometria de Absorção na Região do Infravermelho com Transformada de FOURIER (FTIR) com comprimento de onda entre 2.300 e 3.600 cm-1 e, posteriormente, à irradiação gama seguida ou não de tratamento térmico. As amostras, tanto de ambiente hidrotermal quanto pegmatítico, foram analisadas para 27 elementos traços a partir de ICP/AES e por via úmida para o SiO2. Dos ensaios de FTIR foram obtidas as bandas características dos dopantes porventura encontrados no quartzo, os quais são os responsáveis pelo desenvolvimento ou não da cor, após a utilização dessas técnicas. Esses ensaios indicam as doses a serem aplicadas na etapa de irradiação gama, além do intervalo de temperatura a ser aplicada no aquecimento. Concluiu-se que o quartzo hialino de ambiente hidrotermal, com teor anômalo de ferro, com banda de FTIR a 3.585cm-1, fator fa ≥ 3,3 e área entre 400 a 600u.a* cm-1, poderá desenvolver cor violeta; já aqueles de núcleo pegmatítico altamente diferenciado, muito rico em minerais de lítio, com anomalia de lítio na estrutura do cristal, banda de FTIR a 3.485cm-1, fator fLi ≥ 2,0 e irradiados entre 65 e 400kGy, podem mostrar de cor amarelo-esverdeado e acastanhado, após a aplicação de irradiação gama seguida ou não de tratamento térmico. As pesquisas para essa dissertação de mestrado possibilitaram afirmar que, a partir de irradiação gama seguida ou não de tratamento térmico, para o quartzo de ambiente hidrotermal são produzidas as variedades ametista e fumê; já naquelas amostras de núcleos pegmatíticos altamente diferenciados e portadores de minerais de lítio, são criadas as novas variedades, até então desconhecidas no mercado mundial de gemas, denominadas de beer, champagne, cognac, green gold e whisky.Item Análise bioestratigráfica, paleoecológica e sedimentológica das bacias terciárias do Gandarela e Fonseca - Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais, com base nos aspectos palinológicos e sedimentares.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2001) Maizatto, José Ricardo; Gomes, Newton SouzaA análise palinológica das rochas pertencentes às bacias de Fonseca e Gandarela revelou os seguintes aspectos: Bacia de Fonseca • Foram identificadas duas zonas palinológicas e duas unidades cronoestratigráficas: Zona Retibrevitricolpites triangulatus (Eoceno Superior) e Zona Dacrydiumites florinii (Oligoceno). • Durante o Neoeoceno vigoraram climas tropicais, e a partir do Oligoceno verificou-se uma mudança para condições climáticas subtropicais. • As variações fenotípicas apresentadas pela microalga Botryococcus braunii foram associadas às condições estressantes do ambiente. Bacia do Gandarela • De acordo com a análise do padrão de distribuição de palinomorfos, realizada no intervalo entre o Neoeoceno ao Eomioceno, foram observadas concentrações elevadas nas porções mais rasas da bacia. Os grãos de pólen de angiospermas e gimnospermas apresentaram uma distribuição mais ampla, quando comparada com a distribuição dos esporos de pteridófitas, devido a sua maior capacidade de flutuação. A análise sedimentológica revelou os seguintes aspectos: Bacia de Fonseca • Foram definidas cinco fácies sedimentares relacionadas à depósitos de canal meandrante, meandro abandonado e lagoa de cheia. Bacia do Gandarela • Foram descritas sete fácies sedimentares associadas à depósitos lacustres e de fluxos de detritos. Entre o Neoeoceno e o Eomioceno ocorreram variações na direção do aporte sedimentar, identificadas através da migração dos depocentros. Sobre o tectonismo: • A atividade tectônica nas duas bacias foi mais intensa durante o Oligoceno, sendo responsável pela geração de falhas normais sindeposicionais e altos e baixos estruturais.Item Análise da dinâmica hidrogeológica de diversas tipologias de canga do sudeste do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2022) Oliveira, Nilciléia Cristina de Magalhães; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Leão, Lucas Pereira; Aguiar, Cibele Clauver deAs cangas são coberturas endurecidas ricas em ferro que ocorrem no Quadrilátero Ferrífero (QFe), capeando, principalmente, os itabiritos da Formação Cauê, onde situam-se intensas atividades de minerárias. Apesar da significativa porosidade, alguns pesquisadores consideram as cangas como de baixa condutividade hidráulica. Outros as classificam como muito condutivas, favorecendo a recarga dos aquíferos sotopostos, e sua supressão por atividades de mineração afetaria consequentemente a recarga dos aquíferos subjacentes. Estudos relacionados ao comportamento hídrico das cangas são ainda escassos, o que motivou o desenvolvimento deste trabalho. Para tal, selecionaram-se duas áreas (1 e 2), ambas no sudeste do Quadrilátero Ferrífero, com dois dos principais tipos de canga da região, estruturada e detrítica. Estas cangas normalmente são formadas por um horizonte superficial mais endurecido, a crosta, superposta a um horizonte de transição, mais erodível, onde se desenvolve preferencialmente feições de carstificação. Selecionou-se algumas amostras da crosta desses dois tipos de canga para caracterização mineralógica, microestrutural, química e para quantificação da porosidade aparente. Baseados nestes dados, foram medidas as taxas de infiltração com três tipos de infiltrômetros: de aspersão, modelo Cornell, de anéis duplos e de mini disco. A comparação dos resultados destes estudos com os de trabalhos prévios mostra que a porosidade e, especialmente, a condutividade hidráulica das cangas é variável, dependendo das características químico-mineralógicas, texturais e estruturais locais. Contudo, as cangas exibem porosidade aparente e condutividade hidráulica equivalente à de uma areia siltosa ou silte, com predomínio de fluxo por poros maiores que 0,5mm de diâmetro. O estudo foi complementado por acompanhamento da infiltração e percolação de solução salina traçadora por seções multitemporais de eletrorresistividade, por caminhamento elétrico com arranjo dipolo-dipolo. Este levantamento geofísico indicou o predomínio de fluxos mais verticais na área onde ocorre apenas canga detrítica, cujo relevo é mais suave, e horizontais no local onde há ocorrência dos dois tipos de canga e o relvo é mais íngreme. Em ambas constatou-se conexão com feições de carstificação mais profunda. Feições cársticas foram também identificadas em maiores profundidades e como estudos prévios indicaram que a carstificação nestes meios tem forte condicionamento geomorfológico, a recarga dos aquíferos subjacentes tende a ser significativa, mas variável no espaço.Item Análise da influência da geoquímica do ambiente e das características do substrato na estruturação da população de Corbicula flumínea, MULLER 1974, (Mollusca, Bivalvia) no reservatório da usina elétrica de Volta Grande - MG/SP.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Mota, Hélen Regina; Leite, Mariangela Garcia PraçaCorbicula fluminea (Müller, 1774) é uma espécie de bivalve de água doce comum no continente asiático. Atualmente se encontra amplamente distribuída na Europa, América do Norte e do Sul. O presente estudo realizou uma análise geral da situação ambiental do reservatório de Volta Grande MG/SP, em seis pontos escolhidos como áreas de estudo, caracterizando a hidrosedimentologia dos pontos determinados, nos períodos de seca e de chuva, por meio da determinação das formas e granulometria do sedimento depositado no leito; caracterização petrográfica/mineralógica do sedimento; análise de elementos traço no sedimento, na água, na água de poro e nas conchas de C. fluminea; analisando também os parâmetros físico-químicos da água nestes pontos de coleta no reservatório, para que se pudesse confrontar os dados com os resultados biológicos, determinando a abundância e o tamanho dos indivíduos em cada ponto amostrado, caracterizando a estrutura da população de C. fluminea. Pôde – se perceber através da relação dos parâmetros da água em relação à abundância de C. fluminea que esta espécie é muito sensível a qualidade da água no que tange a análise físico-química. A ocorrência de ondas e de um fluxo maior de águas na estação chuvosa ocasionou dificuldades na coleta, ocorreu uma lavagem no substrato e, conseqüentemente, a suspensão e mobilidade de alguns indivíduos ocasionando diminuição de organismos aquáticos, geologicamente nos casos em que o substrato é mais fino ocorreu suspensão do material de fundo fazendo com que a filtração destes organismos se tornassem mais difícil e conseqüentemente influenciando na distribuição dos mesmos. A atividade antrópica, através da dragagem de areia para fins comerciais, em um dos pontos estudados apresentou clara influência no tamanho dos indivíduos coletados onde não ultrapassaram 0,5 mm de comprimento, além da variação na abundância durante duas estações (seca e chuva). Constatou-se que esta atividade antrópica dificulta a fixação e estabelecimento da população de C. fluminea no substrato o que pode ocorrer com outros indivíduos da fauna bentônica também. A granulometria do substrato para as estações amostradas demonstrou que a presença de C. fluminea não é determinada pela preferência de algum tipo da composição granulométrica do substrato, uma interação complexa de vários fatores condiciona sua distribuição, tais como disponibilidade de oxigênio, pH da água, estação do ano, ocorrência de ondas, etc. A caracterização granulométrica dos pontos apresentou grandes variações em todas as classes encontradas e a presença de C. fluminea era notada em todos os pontos de coleta, evidenciando também a grande capacidade adaptativa deste molusco em colonizar ambientes com características tão diferentes. A granulometria não pode ser aplicada para determinar o tamanho de indivíduos visto que em todas as faixas granulométricas o teste apresentou significância concluindo então que C. fluminea pode ter tamanhos parecidos em toda as faixas granulométricas, considerando a espécie apta a colonizar uma variedade de substratos que vão desde pedras e cascalhos, a areia e argilas, pelos dados obtidos esta espécie não demonstra preferência por algum tipo de substrato. A partir das análises dos resultados de elementos – traço, pode concluir que os valores estão dentro do parâmetro da normalidade, segundo a Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005.Item Análise de isótopos estáveis de C e O em fósseis de vertebrados do grupo Bauru no Triângulo Mineiro : novas perspectivas.(2021) Ferreira, Carolina Klock Campos; Marconato, André; Leuzinger, Léa; Santucci, Rodrigo Miloni; Marinho, Thiago da Silva; Araujo Júnior, Hermínio Ismael de; Cassino, Raquel Franco; Marconato, AndréO Grupo Bauru, depositado no Cretáceo Superior, é conhecido pelo seu notório conteúdo fossilífero, especialmente de crocodiliformes do clado extinto Notosuchia. Existem mais de 20 espécies, de um total aproximado de 70 recuperadas em todo o paleocontinente Gondwana, reportadas apenas nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Os notossuquídeos se tornaram taxonomicamente abundantes e morfologicamente heterogêneos durante o período Cretáceo. Estudos de morfologia e histologia dentária e mecanismos de mordida mostram que essa multiplicidade de espécies está relacionada a diferentes hábitos alimentares: herbivoria, onivoria e carnivoria. Alguns autores interpretam que o motor dessa explosão de formas dentre os crocodiliformes terrestres seria o clima árido do Cretáceo. De acordo com estudos de cunho sedimentológico, paleopedológico e paleontológico, o Grupo Bauru registra, de fato, um ambiente semiárido a árido. Publicações utilizando técnicas analíticas de isótopos estáveis em fósseis do Grupo Bauru são extremamente raras na bibliografia. Portanto, esse estudo visa fornecer novas perspectivas sob a ótica da geoquímica de isótopos estáveis que podem explorar ainda mais a ligação entre a paleoecologia dos Notosuchia e o paleoclima do Grupo Bauru. Nesta dissertação são analisados isótopos estáveis de carbono e oxigênio (do carbonato estrutural e do fosfato) de dois sítios paleontológicos do Grupo Bauru, Ponto 1 do Price e Fazenda Três Antas, de onde já foram extraídos fósseis de crocodiliformes, e de outros dois sítios adicionais que contam com fósseis de terópodes, Pedreira 50tão e Brisas Condomínio Resort (resultados anexados, porém não discutidos neste volume). Foram analisadas 35 amostras no total, incluindo espécies identificadas de crocodiliformes, chelonia, lepisosteiformes, terópodes e rochas hospedeiras. Para verificar a preservação da composição isotópica da bioapatita foi utilizada análise de lâminas para identificar a preservação das microestruturas ósseas, difração de raios-X para caracterizar a composição mineralógica das amostras e conduzidas análises isotópicas nas rochas e em diferentes tecidos de um mesmo táxon com fins comparativos. As lâminas indicaram boa preservação das estruturas dentárias e ósseas. A difração de raios-X não mostrou impregnação de outros minerais ou incorporação secundária de CO3 2 - nos tecidos mais resistentes, ou seja, esmalte e ganoína. Diferentes assinaturas isotópicas para os diferentes tecidos de cada táxon também foram indicativos de preservação composição isotópica da bioapatita do esmalte e da ganoína. Os δ13C apontaram para diferentes hábitos alimentares para dois notossuquídeos analisados. O Uberabasuchus terrificus teria uma dieta de fonte terrestre com em plantas C3 sob stress ambiental na base da cadeia alimentar e a dieta do Campinasuchus dinizi teria fonte aquática. Os δ18OPO4 também apontaram para condições de aridez durante o período de deposição das rochas do Grupo Bauru nos sítios estudados, inclusive comparativamente a outras localidades. Portanto, os dados deste estudo corroboram estudos anteriores utilizando "novas ferramentas" no Grupo Bauru.Item A análise do mecanismo de formação de Fault-Bend Folds e Fault-Propagation folds por meio da modelagem física analógica.(2020) Zanon, Marcela Lopes; Gomes, Caroline Janette Souza; Gomes, Caroline Janette Souza; Danderfer Filho, André; Reis, Humberto Luis Siqueira; Silva, Fernando Cesar Alves da; Gomes, Luiz Cesar CorreaAs dobras-falhas são estruturas que comumente ocorrem em cinturões compressivos e são classificadas como: fault-bend fold (dobra associada a uma falha preexistente com trajetória em degrau), fault-propagation fold (dobra formada simultaneamente a uma falha em rampa) e detachment fold (dobra gerada concomitantemente a uma falha horizontal). Por estarem associadas a reservas de óleo e gás, as dobras-falhas já foram alvos de inúmeros estudos analíticos assim como de modelagens matemáticas, ao longo das últimas décadas. Além disto, vários autores empregaram a modelagem física analógica para contribuir ao estudo destas estruturas. No entanto, poucos trabalhos tiveram como enfoque a investigação sistemática dos fatores que condicionam sua formação. Assim, a presente tese teve como objetivo investigar através de modelos físico-analógicos, em caixas de areia, de dimensões decimétricas, as diferentes condições de contorno que influenciam o desenvolvimento de fault-bend folds (FBFs) e fault-propagation folds (FPFs) de ambientes compressivos. Para o estudo das FBFs foram desenvolvidos 107 experimentos, nos quais o material analógico foi montado em camadas horizontais sobre uma falha preexistente com trajetória em degrau. Geraram-se as diferentes condições de contorno variando-se o ângulo de mergulho da rampa preexistente (20º e 30º), a espessura inicial do modelo (de 2 a 6 cm), o atrito basal do patamar inferior (com folhas de papel contact, cartolina e papel lixa, de baixo, intermediário e alto atrito basal, respectivamente) e, em especial, a reologia do material analógico. Esta foi modificada empregando-se tanto materiais homogêneos (areia e microesferas de vidro puros), quanto anisotrópicos (os mesmos produtos intercaladas por horizontes de cristais de micas). Além destes, montaram-se experimentos com um pacote homogêneo sobreposto por outro pacote anisotrópico, separados por uma camada de cristais de mica. A pesquisa das FPFs se fundamentou em 14 experimentos analógicos, dos quais 12 foram analisados através da técnica do Particle Image Velocimetry (PIV). Empregaram-se os mesmos materiais analógicos utilizados para o estudo das FBFs, que foram montados sobre uma folha de cartolina, e se variou a espessura inicial dos modelos (3 e 4 cm). Adicionalmente, introduziu-se uma camada basal de silicone, viscoso, em alguns dos experimentos. Os resultados experimentais permitiram sugerir que o desenvolvimento de ambas as dobrasfalhas depende, sobretudo, da estratigrafia mecânica envolvida. Mode I-FBFs (dobras com ângulo interflanquial maior que 90°) se formaram preferencialmente em microesferas de vidro (material de comportamento friccional elasto-plástico), independente do ângulo da rampa e do atrito basal. Nos experimentos de areia (material analógico mais rúptil), a formação de Mode I-FBFs só ocorreu com o aumento da espessura inicial (até 6 cm), que conduziu ao aumento da tensão normal e/ou da cohesion strength. Nas FPFs, a análise combinada das imagens do PIV e das fotografias dos experimentos mostrou que o desenvolvimento desta dobra-falha envolveu processos de dobramento flexural (induzido pelos horizontes de cristais de micas tanto na areia quanto nas microesferas de vidro) e de espessamento basal. A formação da rampa ocorreu de três formas: a partir da camada basal (por exemplo, dos experimentos de areia com silicone na camada basal), no interior do pacote analógico (como no caso dos modelos de areia com dois pacotes analógicos) ou, nos modelos anisotrópicos de microesferas de vidro, pela combinação destes processos (ou seja, uma rampa nucleada na base e outra no interior das camadas que coalesceram com a deformação progressiva). O presente estudo demonstrou que o importante papel desempenhado pela estratigrafia mecânica na modelagem física de FBFs e FPFs é consistente com os aspectos descritos em sistemas de dobras–falhas da natureza.Item Análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã inferior, grupo macaúbas, ao longo do paralelo 17°30’S, região Centro-Oeste de Minas Gerais.(2023) Oliveira, Leon Dias; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Castro, Marco Paulo de; Martins, Maximiliano de Souza; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deA bacia Macaúbas, neoproterozoica e precursora do orógeno Araçuaí–Oeste Congo, registra pelo menos três fases de rifteamento antes da instauração da margem passiva. A última fase, desenvolvida durante o período Criogeniano, é formada por uma pilha sedimentar que apresenta expressiva variação faciológica vertical e lateral no sentido do aprofundamento da bacia, em direção a leste, onde ocorrem as maiores espessuras da unidade. Dentre outras, contém camadas de diamictitos, postulados na literatura especializada como remanescentes da atividade de geleiras relacionadas às glaciações do Neoproterozóico, de abrangência global. A análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior ao longo da região balizada pelo paralelo 17°30’S e pelos meridianos 43°30’W e 43°00’W (segmento rio Macaúbas, Planalto de Minas, Terra Branca, Caçaratiba e Turmalina) constitui o objetivo da presente dissetação, e visa contribuir para o entendimento da evolução tectôno-sedimentar deste sistema rifte. Foram realizados levantamentos estratigráficos em escala de detalhe (1:100) ao longo das unidades criogenianas presentes nestas regiões, que permitiram a identificação de seis associações de litofácies relacionadas a um ambiente marinho profundo. Variações na composição do arcabouço sedimentológico e na distribuição espacial das associações de litofácies possibilitou o reconhecimento de quatro setores, de oeste para leste: rio Macaúbas, Terra Branca, Baixadão e Turmalina, que correspondem a diferentes porções de dois grabens separados por um alto estrutural. A análise das associações de litofácies possibilitou agrupá-las em três sequências sedimentares associadas aos diferentes estágios subsequentes que refletem a evolução progressiva de falhas normais deste sistema rifte, denominadas início, clímax e término de rifte. A sequência início de rifte registra a primeira fase da sedimentação da bacia, caracterizada como produto de sucessivos pulsos de correntes de turbidez e fluxos de detritos coesivos de baixa resistência, impulsionados pela atividade tectônica inicial do processo de rifteamento. Seu registro sedimentar apresenta granulometria fina a média, em sua base, e tende a apresentar granulometria grossa e mal selecionada em seu topo. A sequência clímax de rifte sobrepõe abruptamente a sedimentação inicial e é caracterizada como produto de fluxos de detritos coesivos de resistência alta e moderada e correntes de turbidez de alta densidade, em sistema de leques subaquosos associados as escarpas de falha. Seu registro sedimentar apresenta granulometria grossa e baixo maturidade textural. Por fim, a sequência término de rifte é caracterizada como a fase final de evolução do sistema rifte e sua transição para o estágio margem passiva da bacia Macaúbas. Seu registro sedimentar foi gerada por correntes de turbidez e processos pelágicos. Assim, de forma geral, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior registram a evolução de uma bacia rifte marinha, cujo preenchimento sedimentar, foi inicialmente gerado por processos gravitacionais, correntes de turbidez e fluxos de detritos, desencadeados por atividade tectônica, que são sobrepostos por uma espessa sedimentação marinha distal. Desta forma, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior são interpretadas como equivalentes laterais e correspondem ao preenchimento de dois grabens, proximal e distal, respectivamente.Item Análise estratigráfica e geocronológica da formação Três Marias na Serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais : registro de superposição de bacia de antepaís na porção oriental do cráton São Francisco.(2019) Rossi, Ariadne Verônica Andrade; Danderfer Filho, André; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Uhlein, Gabriel Jubé; Danderfer Filho, AndréA Formação Três Marias corresponde à unidade de topo do Grupo Bambuí, o qual recobre a porção interna do cráton São Francisco. Estudos consolidados na região cratônica ocidental apontam que esta formação é representativa de uma bacia de antepaís (foreland basin) associada à evolução da Faixa Brasília. A Formação Três Marias também registra o preenchimento de um foreland basin de idade brasiliana na porção oriental do cráton. Este trabalho apresenta os resultados de dados de campo, análise estratigráfica e análises isotópicas U-Pb e ƐHf realizados nesta unidade ao longo da serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais. A região se encontra no leste do cráton São Francisco, próximo ao limite com a Faixa Araçuaí. Na área de estudo, a Formação Três Marias constitui depósitos de molassa, compostos essencialmente por conglomerados carbonáticos e arenitos arcoseanos que ocorrem em discordância erosiva com a Formação Serra da Saudade. Os perfis estratigráficos levantados exibem cinco associações de fácies e a sucessão sedimentar aponta que os sedimentos arenosos entraram via um sistema flúvio-deltáico a nordeste da bacia, onde foram retrabalhados em uma plataforma siliciclástica sob influência de ondas, correntes de maré e tempestade. As paleocorrentes apontam uma linha de costa NW-SE, localmente com fluxos de correntes para nordeste e noroeste. Dados geocronológicos obtidos por meio de análises U-Pb (via LA-ICPMS) em grãos de zircões detríticos indicam que a idade máxima de deposição desta unidade é de 556±5 Ma, e que a base da sequência registra a exumação de rochasfontes mais jovens que aquelas do topo. Os zircões da base possuem assinatura ƐHf negativa, assinalando uma área fonte gerada sob condições crustais, enquanto o topo apresenta maior contribuição de grãos com ƐHf positivo, refletindo a erosão e deposição de rochas com características mais mantélicas. Os resultados sugerem que a principal área fonte dos sedimentos corresponde às rochas produzidas nos estágios pré-orogênico, pré- e sin-colisionais da Faixa Araçuaí (ca. 630 – 560 Ma). Os zircões analisados na serra do Gorutuba mostram um espectro de distribuição de idades U-Pb característico de foreland basin e revelam idades mais jovens que aquelas encontrados na borda oeste da bacia. Deste modo, o foreland basin gerado em resposta ao desenvolvimento da Faixa Araçuaí seria mais jovem que aquele registrado na porção ocidental do cráton, relativo à Faixa Brasília. O preenchimento final da bacia Bambuí seria controlado, portanto, pelo desenvolvimento destes dois cinturões de dobramentos ao longo das margens do paleocontinente São Francisco durante a aglutinação de Gondwana Ocidental.Item Análise estrutural descritiva da mina do Lamego e do seu entorno, Quadrilátero Ferrífero, MG.(1998) Carmo, Vitalino Elizeu Ferreira do; Carneiro, Maurício Antônio; Carneiro, Maurício Antônio; Oliveira, Claudinei Gouveia de; Nalini Júnior, Hermínio AriasItem Análise estrutural e principais controles de mineralização do depósito de Ambrósia Sul-Paracatu/MG.(2018) Botura Neto, Basilio; Danderfer Filho, André; Uhlein, Alexandre; Melo, Gustavo Henrique Coelho; Danderfer Filho, AndréO depósito de Zn-(Pb) sulfetado de Ambrósia Sul ocorre encaixado no setor meridional da faixa Vazante, região limítrofe entre a faixa Brasília e a borda sudoeste do cráton São Francisco. Tal região é caracterizada por típico ambiente cárstico em zona de clima tropical, que comumente é representada por intenso desenvolvimento de cobertura espessa e errática de solo o que dificulta o mapeamento geológico da região bem como as correlações litoestratigráficas e estruturais. Neste contexto, a sondagem exploratória, aliada à recuperação de testemunhos, permitiu o mapeamento litoestrutural em profundidade da zona de carstificação e a identificação de 6 litofácies, agrupadas em 4 associações de fácies. As características sedimentares das associações de fácies sugere um ambiente marinho com variações relativas do nível mar, associado com o desenvolvimento de uma plataforma carbonática em contexto de bacia de antepaís. A correlação estratigráfica regional permitiu reconhecer na pilha estratigráfica da área as formações Serra do Garrote, Serra do Poço Verde e Morro do Calcário, definindo uma discordância estratigráfica e/ou a não deposição de rochas do membro Pamplona médio e inferior, presente no setor meridional da faixa Vazante. Por sua vez, a sondagem com orientação de testemunhos permitiu uma investigação estrutural completa, onde foram descritas estruturas como falhas, fraturas, veios, acamamento, dobras, foliações e lineações. A análise estrutural local sugere uma fase de extensão com fluxo de massa para oeste, onde teriam sido geradas as falhas normais e veios de alto ângulo, seguida de uma fase de contração, com reativação de planos de acamamento e nucleação de falhas reversas e veios de baixo ângulo, além de dobras com vergência para leste. As mineralizações hidrotermais estão encaixadas em uma zona de brecha hidrotermal, preferencialmente em veios de alto ângulo e em cataclásticos gerados durante a extensão local. Os dolomitos constituem a principal rocha encaixante, todavia, próximo ao contato de base com os filitos carbonosos, observou-se o enriquecimento local de sulfetos o que sugere o controle da mineralização ligado uma barreira litoquímica. Veios de baixo ângulo, raramente mineralizados em Zn, cortam veios de alto ângulo, sugerindo que o evento mineralizante tenha perdurado inclusive durante a fase de inversão tectônica. Este contexto indica que o depósito de Ambrósia Sul tenha se formado na região do bulge da bacia de antepaís, afetado primeiramente por uma fase extensional, durante a sua nucleação, e posteriormente compressional, com o avanço dos cavalgamentos da faixa Brasília para leste.Item Análise geofísica 3D de anomalias gravimétricas e magnéticas no Cráton São Francisco e no setor setentrional da Faixa Araçuaí : a influência do embasamento na evolução tectônica da Bacia Espinhaço.(2019) D'Angelo, Taynara; Danderfer Filho, André; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Danderfer Filho, André; Endo, Issamu; Oliveira, Natália Valadares de; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Mane, Miguel ÂngeloO presente trabalho teve como intuito avaliar questões acerca da estruturação do embasamento e sua influência sobre a deformação elencadas por estudos de bacias paleo a mesoproterozoicas, materializadas sobre o bloco São Francisco, as quais foram total ou parcialmente invertidas ao final do ciclo Brasiliano. Dessa forma, duas áreas internas ao bloco São Francisco foram escolhidas como objeto de estudo. A primeira, sem inversão do embasamento, corresponde aos domínios Morro do Chapéu e Irecê na Chapada Diamantina Oriental - BA. Já a segunda área insere-se no Espinhaço Central-MG, no contexto da faixa de dobramentos Araçuaí apresenta o embasamento envolvido na deformação. Análises geofísicas qualitativas, semiquantitativas e quantitativas dos dados aeromagnéticos (CPRM/CODEMIG) e gravimétricos de satélite (TOPEX) foram executadas com vistas caracterizar a arquitetura do embasamento cristalino encoberto e a estruturação profunda dos segmentos crustais selecionados. Em ambas as áreas as análises qualitativas demonstraram que os lineamentos N-S são os mais antigos e se correlacionam a descontinuidades de idade arqueana a paleoproterozoica mapeadas sobre o embasamento cristalino e edificadas no processo de estabilização do mesmo. De forma geral, estas estruturas se apresentaram nas análises semiquantitativas, como descontinuidades com raiz crustal profunda, que exerceram importante papel nos eventos de rifteamento superpostos instalados sobre o bloco do Estateriano ao Toniano. Tais descontinuidades foram relacionadas a nucleação das falhas de bordas das bacias proterozóicas bem como as normais que limitam os grabens e horsts, os últimos identificados através da interpolação 3D dos perfis de solução de Euler dos dados magnéticos. Os perfis de solução de Euler dos dados gravimétricos permitiram delinear uma superfície com profundidades entre 25 e 35 km que, como foi confirmado pelas análises quantitativas (modelagem gravimétrica), exibem a geometria da descontinuidade de Moho nas áreas. Na avaliação da geometria extensional, verificou-se que os hemigrabens encontram-se preservados mesmo após a inversão e foram elencadas especificidades para cada um dos segmentos avaliados. Na Chapada Diamantina foram caracterizados dois eventos extensionais. O primeiro evento foi relacionado à evolução do hemigraben assimétrico, cuja falha de borda leste apresenta orientação NNE-SSW, que acolheu a sedimentação do Grupo Chapada Diamantina. O segundo evento deu origem a um graben assimétrico que evoluiu segundo uma tectônica strike-slip dextral, ao longo do lineamento Barra dos Mendes-João Correia, e foi preenchido por rochas do Grupo Una no domínio Irecê. Já no Espinhaço Central, caracterizou-se que os riftes Sítio Novo e Santo-Onofre foram controlados por falhas de borda N-S. Este trend é truncado por uma direção NE-SW, mais jovem, correspondente ao da zona de cisalhamento Córrego do Buraco, a qual teve seu papel como de falha de borda da bacia Macaúbas confirmado. Tanto na Chapada Diamantina quando no Espinhaço Central verificou-se que as estruturas impressas sobre a cobertura sedimentar apresentam-se paralelas as direções delineadas para o paleorelevo das bacias e das descontinuidades arqueanas a paleoproterozoicas do embasamento cristalino. Isto sugere que a geometria xviii das bacias controlou a deformação, por concentração de stress e strain ou por efeito de anteparo rígido (buttress) durante a inversão positiva ao fim do ciclo Brasiliano. Em resumo, a similaridade entre feições identificadas tanto na Chapada Diamantina Oriental, onde não há registro de inversão do embasamento, quanto no Espinhaço Central, onde o embasamento encontra-se envolvido na deformação, sugere que: "Nos domínios do bloco São Francisco a formação das bacias proterozoicas foi controlada por estruturas antigas do embasamento cristalino e, durante a tectônica de inversão, a geometria do embasamento das bacias proterozóicas influenciou a deformação da cobertura sedimentar".Item Análise geofísica do Distrito Diamantífero Abaeté (MG) e de suas possíveis fontes primárias.(2015) Silva, Gisella Magalhães; Endo, IssamuA presente dissertação refere-se à análise geofísica realizado no Distrito Diamantífero do Abaeté, Província Diamantífera Oeste do São Francisco (Província Ígnea do Alto Paranaíba), estado de Minas Gerais. O distrito é um importante centro produtor de diamantes, especialmente de gemas gigantes e/ou coloridas. Diamantes apresentando baixas feições de clivagem, gemas com mais de 100ct e abundante de minerais indicadores são comuns, e sugerem proximidade entre as fontes primárias e os depósitos atuais. Os inúmeros corpos ígneos portadores de diamantes com teores subeconômicos em todo Alto Paranaíba e a descoberta de kimberlitos com fácies de cratera em áreas muito próximas ao distrito aumentam o interesse de compreender a origem dos diamantes da região. Mapas geofísicos temáticos de alta precisão e contraste foram confeccionados utilizando dados aeromagnetométricos, gravimétricos de satélites e terrestres. Os mapas, integrados ao conhecimento geológico, foram utilizados para: delimitar as zonas de fraturas continentais que permitiram a ascensão magmática alcalina; corroborar com o conhecimento geofísico dos grupos estratigráficos e das feições tectono-estruturais da área; identificar o comportamento gravimétrico e magnetométrico dos lineamentos que regem as principais drenagens diamantíferas do distrito; e, apontar anomalias geofísicas de possíveis rochas do clã kimberlítico. Três anomalias magnéticas escolhidas, denominadas de Areado, Major e Quintinos, foram detalhadas com levantamentos magnetométricos terrestres. Posteriormente, perfis bidirecionais foram confeccionados para inferir a profundidade das fontes magnéticas através de deconvoluções de Euler. Os perfis bidirecionais de profundidade versus coordenadas foram interpolados formando mapas tridimensionais. Puderam-se observar em profundidade, falhas e fraturas, o Grupo Mata da Corda e embasamento cristalino. O embasamento cristalino da Sub-bacia Abaeté é abulado e no depocentro da área em estudo o pacote sedimentar alcança aproximadamente 3000m de espessura. As pequenas anomalias, Areado, Major e Quintinos, apontados como possíveis rochas do clã kimberlítico, são semelhantes. Todas elas estão muito próximas à superfície, têm no máximo 200m de profundidade total e são amorfas.Item Análise geofísica e estrutural da zona de cisalhamento São Vicente, Quadrilátero Ferrífero, MG.(2016) Madeira, Thiago José Augusto; Endo, Issamu; Valadares, Natália; Alkmim, Fernando Flecha deO Quadrilátero Ferrífero é a uma das mais antigas e uma das mais importantes provínciais minerais brasileiras. Essa região apresenta inúmeras propostas de evolução tectônica e modelos de mineralização. Visando contribuir com o conhecimento geológico, foi aplicada a deconvolução de Euler sobre dados geofísicos, gravimétricos e magnetométricos para geração de um modelo tectono-estrutural com informações de nível crustal profundo. A principal finalidade foi a caracterização da geometria tridimensional e cinemática da zona de cisalhamento São Vicente e, subsidiariamente, contribuir para um melhor entendimento dos condicionantes tectono-estruturais e para o modelo de mineralização aurífera. Foram levantadas seções geológico-estrutural ao longo da zona de cisalhamento São Vicente, concomitante a geração dos perfis de deconvolução geofísica, para controle do posicionamento do traço da estrutura e sua anomalia geofísica. As medições estruturais em campo foram levantadas respeitando critérios técnicos que evitam falsas relações cinemáticas. Os perfis bidimensionais de dados gravimétricos foram interpolados e gerada uma superfície 3D para integração, em sistema de informações geográficas, com os perfis magnetométricos e as informações geológicas disponíveis. Com a superfície gravimétrica tridimensional, correspondente a superfície de descolamento basal da Nappe Ouro Preto, foi possível analisar a geometria da estrutura até a profundidade de 10.000 metros. Os perfis de inversão magnéticos atingiram profundidades de mais de 5.000 metros e revelam forte relação com os contatos geológicos das unidades metassedimentares do greenstone belt Rio das Velhas e com as ocorrências de ouro em superfície. Os dados levantados em campo evidenciam uma acreção basal por evolução de uma nappe sobre a zona de cisalhamento São Vicente. De norte para sul, a superfície tridimensional gravimétrica exibe geometrias antiformais e sinformais que representam um dobramento tardio. Esta dissertação mostra a importância de trabalhos desenvolvidos na academia em termos de inovação tecnológica e aplicabilidade, com resultados que permitem novas e mais precisas interpretações quanto a estruturação geológica atual e a evolução tectônica de uma área, além da apresentação de áreas alvos para a prospecção de novos recursos minerais.Item Análise geoquímica de água e de sedimentos afetados por minerações na bacia hidrográfica do rio Conceição, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais - Brasil.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Parra, Ronal Rafael; Roeser, Hubert Mathias PeterPara avaliar as características geoquímicas de água e sedimentos do rio Conceição e determinar a influência de atividades antrópicas nas variações das mesmas, foi realizado um estudo geoquímico ambiental. A área de estudo encontra-se localizada no Município de Santa Bárbara, Estado de Minas Gerais – Brasil. Geologicamente está inserida na porção nordeste do Quadrilátero Ferrífero e é caracterizada pelas unidades litoestratigráficas do Supergrupo Rio das Velhas e do Supergrupo Minas. Este estudo envolveu o monitoramento hidrogeoquímico sazonal de parâmetros físicoquímicos de qualidade da água, como temperatura, pH, Eh, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, turbidez, alcalinidade, sulfato e cloreto; e a quantificação dos elementos Ca, Na, K, Mg, Fe, Mn, Al, As, Cd, Pb, Co, Cu, Cr, Ni, V e Zn na água e sedimentos. Para tal estudo foram coletadas 27 amostras de água, 25 amostras de sedimentos, no verão (julho e setembro de 2004) e no inverno (outubro 2003) ao longo do rio e nos seus principais tributários. Além das amostras de água e sedimentos, foram coletadas nas cabeceiras do rio Conceição, 6 amostras de rocha e 6 de solos (maio de 2004), para estabelecer a correlação entre a mineralogia e a geoquímica das rochas, solos, sedimentos e águas e determinar as fontes dos elementos maiores Al, Fe, Mg, Mn, K e Ca. Os sedimentos apresentaram valores variáveis nas concentrações dos elementos maiores e metais traços. Concentrações elevadas de Zn, Cu e As foram observadas à jusante do rio Conceição, as quais estão relacionadas as atividades de mineração de ouro, isto foi evidenciado nos gráficos de probabilidade normal. Usando os valores de linha de base foi calculado o Índice de Geoacumulação (IGEO), classificando o rio Conceição como praticamente não poluído pelos elementos Cr, Zn e Cu, moderadamente poluído por Pb e fortemente a extremamente poluído por As. A principal fonte litológica responsável pelas concentrações dos elementos determinados nos solos e nos sedimentos são as rochas do Supergrupo Rio das Velhas , para os elementos Al, K, Mg, Cd e Pb, e as rochas do Supergrupo Minas para os elementos Ca, Mg e Fe. Os resultados das analises de água evidenciaram aumento de turbidez, sulfato e cloreto nos pontos localizados nas proximidades dos aglomerados urbanos, sendo atribuídos ao lançamento de esgotos doméstico. Em relação à concentração dos elementos maiores e metais traço na água, cabe destacar que ao longo do rio, essas concentrações estão dentro dos níveis permitidos pela resolução CONAMA 357 (2005) para águas das classes 1 e 2. Somente os pontos C14, C29 e C27, apresentaram concentrações de Fe, Ni, Pb e Cr acima destes padrões, as quais estão relacionadas com as atividades de mineração. A concentração de elementos químicos nos solos, sedimentos e água estão relacionados com as litologias dos Supergrupos Rio das Velhas e Minas, sendo também influenciada pelas atividades antrópicas desenvolvidas na região, como a mineração.Item Análise microfaciológica e diagenética dos dolomitos e fosforitos da formação bocaina – faixa Paraguai Sul, Mato Grosso do Sul.(2024) Tito, Pâmela de Oliveira; Rudnitzki, Isaac Daniel; Rudnitzki, Isaac Daniel; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Romero, Guilherme RaffaeliNos últimos anos, o interesse pelo estudo de rochas dolomíticas e fosfáticas cresceu significativamente. A gênese dos dolomitos ainda é considerada um enigma para a comunidade científica, principalmente devido à dificuldade em sintetizar o mineral em laboratório. Além de sua importância econômica, os fosforitos possuem grande relevância para estudos acerca de evolução sedimentar e da química dos oceanos. Recentemente, as minerações EDEM e HORII, localizadas na região da Serra da Bodoquena - MS, realizaram furos de sondagem com testemunhos para prospecção de fosfatos, que resultaram na recuperação de registros de subsuperfície inéditos da Formação Bocaina e com excelente preservação, abrindo a oportunidade para discussão dos processos de evolução diagenética. Neste trabalho, foram analisadas 42 lâminas delgadas, provenientes destes testemunhos, com foco na descrição de microfácies, evolução diagenética e reconstrução paleoambiental. Apesar do intenso processo de dolomitização e fosfatização, foi possível caracterizar treze microfácies, incluindo nove carbonáticas, três fosfáticas e uma siliciclástica. A partir das análises texturais, inferiu-se que a sucessão estudada é registro de uma plataforma orlada com frequente retrabalhamento. Os processos que acarretaram a evolução diagenética desta sucessão desenvolveram-se nos estágios sin-sedimentar, eodiagenético e mesodiagenético, atuando desde a deposição dessas rochas até o seu soterramento efetivo, sendo os mais relevantes a fosfogênese e a dolomitização. Levando em consideração o contexto paleoambiental, o modelo de dolomitização escolhido foi o de refluxo por infiltração. Por fim, utilizando o gráfico de Mazzulo (2000) que apresenta zonas de agrupamentos de dolomitas e suas origens a partir de valores isotópicos, interpretou-se que formação das rochas da Formação Bocaina ocorreu entre as zonas de sulfato redução e metanogênese.Item Análise multiescalar dos condicionantes da gênese e evolução de voçorocas nas bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba, MG.(2022) Lana, Júlio Cesar; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Lana, Cláudio Eduardo; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Morais, Fernando de; Parisi, Maria GiovanaAs voçorocas são mundialmente reconhecidas como uma das principais formas de expressão da erosão hídrica e estão frequentemente associadas a danos ambientiais e sócio-econômicos. Por este motivo, diversos pesquisadores têm centrado esforços para compreender os fatores e mecanismos que atuam na sua deflagração e desenvolvimento. No entanto, a maior parte dos estudos sobre o tema adotam uma abordagem estritamente local, a qual contrasta com a ampla distribuição destas feições no território. Assim, na busca de contribuir para a redução desta lacuna, este trabalho apresenta uma análise multiescalar dos fatores e mecanismos envolvidos na gênese e evolução de voçorocas. Para tanto, as investigações em escala regional se embasaram em técnicas de aprendizado de máquina e estatística bivariada para construir modelos preditivos e avaliar a influência de quinze fatores geo-ambientais na suscetibilidade ao voçorocamento nas bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba. As análises locais foram realizadas no alto Rio das Velhas e no alto Rio Paraopeba e compreenderam o monitoramento da evolução de duas voçorocas com emprego de veículo aéreo não tripulado, além da investigação da erodibilidade, composição química e distribuição granulométrica de solos derivados de gnaisses e granitoides, utilizando, respectivamente, as técnicas de peneiramento a úmido, fluorescência de raios-X e difração de raios laser. Sob a ótica regional, os resultados obtidos mostram que as atividades antrópicas apresentam baixa influência na distribuição das voçorocas, as quais se desenvolvem naturalmente sob condições ambientais específicas, condicionadas principalmente pelas características litoestruturais, elevação, pluviosidade e declividade da região. Em adição, as áreas mais suscetíveis ao voçorocamento estão localizadas em regiões que experimentaram eventos de soerguimento epirogenético durante o Cenozoico, os quais podem ter provocado a intensificação dos processos de incisão e erosão remontante, a partir do rebaixamento relativo do nível de base regional. A evolução inicial das voçorocas parece ocorrer predominantemente por processos de incisão, até que o exutório da feição se conecte ao nível de base local. A partir desta etapa, passam a dominar os mecanismos de alargamento e retração das bordas, que provocam o preenchimento gradativo da forma erosiva. Além disso, mesmo durante a fase de incisão, as voçorocas podem experimentar pulsos de preenchimento provocados pelo excesso de solo erodido durante eventos pluviométricos intensos. Foi constatado que a erodibilidade dos solos analisados aumenta em profundidade e apresenta forte correlação positiva com a presença de silte e de minerais primários, o que corrobora informações disponíveis na literatura. Assim, o horizonte C do solo é mais vulnerável à desagregação que os horizontes superficiais, especialmente quando exposto ao impacto das gotas de chuva e à ação dos fluxos superficiais turbulentos. Por fim, os solos investigados apresentam índices similares de estabilidade dos agregados, o que mostra que a grande diferença de concentração de voçorocas entre os terrenos que constituem o embasamento cristalino da região de estudo não tem relação com o grau de erodibilidade.Item Análise petrográfica, microestrutural e de química mineral em rochas da suíte Alto Maranhão – Cinturão Mineiro.(2019) Vieira, Reginaldo Resende; Gonçalves, Cristiane Paula de Castro; Seixas, Luís Antônio Rosa; Gonçalves, Cristiane Paula de Castro; Endo, Issamu; Viegas, Luis Gustavo FerreiraEste estudo é focado nos aspectos petrográficos, microestruturais e de química mineral das rochas presentes a suíte Alto Maranhão, cinturão de granitoides paleoproterozoico – 2130 Ga. Foram estudados enclaves microdioríticos com variáveis graus de alongamento e suas rochas hospedeiras compostas por tonalitos e quartzo-dioritos, em contexto típico de mescla magmática. A primeira etapa desse trabalho foi composta por estudos de campo, necessários para o reconhecimento e definição dos afloramentos, descrição das estruturas e seleção das estações de amostragem. Nesse sentido, diversas estruturas associadas ao contexto da mescla magmática, com nítida preservação dos aspectos ígneos foram observadas, juntamente com grau variável de orientação mineral. Foram destacados os aspectos microestruturais apresentados pelo quartzo e plagioclásio. De maneira geral, os aspectos microestruturais revelam o domínio de feições ígneas a transicionais, caracterizadas pelo alinhamento de plagioclásios, associado com suas formas euédricas à subédricas, granulação grossa e relativa ausência de feições relacionadas à deformação de estado solidus. O quartzo, embora em menor quantidade, revela menor resistência à deformação, quando comparado ao plagioclásio. A análise de forma foi realizada por meio do contorno dos grãos de quartzo e plagioclásio em fotomicrografias ópticas, dispostas em mosaico. Posteriormente foram processadas pelo software SPO. Dados como distribuição da granulação, razões axiais, forma característica dos agregados foram obtidos. Em seguida, com vistas a se determinar o grau de orientação dos cristais de plagioclásio nas amostras de cada estação de estudo, foram plotados estereogramas com a orientação média estatística dos eixos maiores dos plagioclásios X(L). A orientação dos grãos de quartzo em relação à orientação definida pelo plagioclásio também foi estabelecida. Algumas fases específicas foram ainda analisadas por microssonda: plagioclásio, biotita, anfibólio e titanita. O plagioclásio presente no enclave e nas rochas hospedeiras, apresenta, de forma geral, zoneamento químico normal. Foram analisados dois tipos de biotita, a que ocorre como núcleos dentro do anfibólio e a variedade que ocorre isoladamente. Ambas foram classificadas como reequilibradas. O tipo de anfibólio presente nas amostras com menos aspectos de deformação se trata da hornblenda. Já nas amostras com maiores feições de deformação, o anfibólio presente se trata da actinolita. A análise da titanita revelou maior concordância com aquelas de origem ígnea, em relação aos estudos presentes na literatura. Levando-se em conta o contexto regional, sobretudo pela concordância entre os lineamentos Congonhas- Itaverava e Jeceaba-Bom Sucesso em relação aos alinhamentos verificados nos plagioclásios – X(L), em conjunto com os demais estudos, estabeleceu-se, conforme os modelos vigentes na literatura, a provável origem sintectônica da suíte Alto Maranhão, em relação a movimentações direcionais ocorridas em ambos os lineamentos, no decorrer das etapas do evento Transamazônico.Item Análise por métodos hidrológicos e hidroquímicos de fatores condicionantes do potencial hídrico de bacias hidrográficas - estudo de casos no Quadrilátero Ferrífero (MG).(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2005) Costa, Fernanda Martineli; Bacellar, Luis de Almeida PradoOs meios hídricos superficiais e subterrâneos estão em dinâmica interação e, conseqüentemente, eventuais interferências em um meio são refletidas, a curto ou longo prazo, em todo o sistema, o que justifica a necessidade de gerenciamento integrado. Esta interconexão possibilita ainda a análise das condições dos aqüíferos a partir de informações hidrológicas por meio dos métodos indiretos de caracterização hidrogeológica, fundamento da presente pesquisa. Trata-se de investigações baseadas, em especial, na análise das taxas de recessão do fluxo de base, ou seja, na capacidade do aqüífero produzir água e contribuir para a vazão das drenagens superficiais. Com este método, a partir do conhecimento do regime hidrológico das bacias, é possível analisar as variáveis que participam da definição do potencial hídrico de uma região. Ressalta-se que tais variáveis, lém numerosas, atuam de forma integrada, tendo geralmente seus efeitos superimpostos. Neste trabalho, as variáveis consideradas foram: geologia, geomorfologia e uso e ocupação do solo, em especial a presença de voçorocas. Foram analisadas nove microbacias de drenagem com características preferencialmente homogêneas em toda a sua extensão e que se diferenciavam entre si por alguma particularidade pré definida. Buscou-se assim avaliar o efeito deste atributo diferencial no potencial hídrico da bacia, que foi determinado pelos métodos hidrológicos e hidroquímicos (métodos indiretos). A maioria das microbacias localiza-se no Complexo Metamórfico Bação, sendo duas estruturadas em rochas do Supergrupo Minas, ambas unidades localizadas no Quadrilátero Ferrífero – MG. No monitoramento destas microbacias, com duração de um ano hidrológico, foram utilizados pluviômetros alternativos com resultados satisfatórios. Na determinação da vazão utilizou-se vertedores portáteis de placa de metal semelhantes aos sugeridos pelo USGS, de baixo custo, altamente confiáveis e de grande praticidade. Paralelamente, foram analisadas bacias com dados fluviométricos históricos em tamanhos variados a fim de balizar os resultados. O índice hídrico “coeficiente de recessão” foi determinado por meio de técnicas pouco divulgadas em âmbito nacional e de grande utilidade por necessitar de séries fluviométricas relativamente curtas. Trata-se dos métodos da “Correlação” e “Matching Strip”, sendo que, para os dados disponíveis, o segundo apresentou melhores resultados. Para a separação dos hidrogramas, determinação do fluxo de base (utilizando-se, em especial, o índiceBFI: percentual do fluxo de base em relação ao fluxo total) e de outros índices foi aplicada a técnica “Smoothed Minima”, que gerou resultados igualmente coerentes. Foi aplicado também o tradicional método de Barnes, em especial nas bacias com dados fluviométricos históricos. A partir dos preceitos de Maillet e Rorabaugh, foi estimada, ainda, a difusividade (transmissividade/coeficiente de armazenamento) das microbacias e indicados alguns valores possíveis da transmissividade. A comparação entre as microbacias evidenciou que aquelas estruturadas em granito-gnaisse tendem a um maior potencial hídrico que aquelas estruturadas em xistos e filitos. E, sob mesmas condições geológicas, aquelas com relevo mais acentuado, apresentam menor potencial hídrico. Porém, deve-se considerar que há uma tendência do manto de intemperismo ser mais espesso em áreas de relevo mais plano nos terrenos granito-gnaissicos, o que tambémcontribui para o maior potencial hídrico das bacias. Não foi possível observar com clareza os efeitos das formas de uso e ocupação do solo sobre os recursos hídricos, sendo necessários estudos mais detalhados para interpretações definitivas. Porém, verificou-se uma significativa diminuição do fluxo de base nas microbacias afetadas por voçorocas, causando expressivo impacto sobre o regime hidrológico. Devido ao baixo custo e praticidade, a metodologia aqui empregada se mostrou adequada para analisar o potencial hídrico de regiões com deficiência de dados hidrológicos e hidrogeológicos.Item Anatomia da saliência de Paracatu na província mineral de Vazante, Cinturão de Antepaís da Faixa Brasília, Brasil Central.(2023) Arruda, Jessica Alcântara Azevedo Cavalcanti de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Alkmim, Fernando Flecha de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Peixoto, Eliza Inez NunesOs cinturões de dobras e falhas correspondem aos componentes tectônicos mais notáveis das porções externas dos sistemas orogênicos. Ocupando o setor mais externo desses componentes, os cinturões de antepaís comumente exibem sistemas de curvas orogênicas que evoluem sob a influência de diferentes fatores geológicos e cuja origem tem sido intensamente debatida ao longo das últimas décadas. No entanto, muitos aspectos de seus mecanismos de controle ainda não estão claros. Neste estudo, investigamos a anatomia e a evolução tectônica da Saliência de Paracatu, hospedeira de Pb-Zn, do cinturão de dobras e falhas de antepaís da Faixa Brasília, Brasil Central. A saliência (isto é, a curva de visualização em mapa com formato côncavo para o antepaís) ocupa a porção externa do Cinturão Brasília Brasiliano/Pan-Africano e evoluiu durante a montagem Ediacarana-Cambriana Gondwana Ocidental. Suas estruturas afetam principalmente o Grupo Vazante composto por rochas siliciclásticas e dolomitícas neoproterozóico e, localmente, os grupos Meso a Neoproterozóico Canastra e Paranoá e o Grupo Ediacarano-Cambriano Bambuí. Visando entender sua arquitetura e contribuir com o estudo das curvas orogênicas, realizamos uma análise estrutural detalhada com base em novas informações de superfície/subsuperfície e revisão da literatura. A Saliência de Paracatu é uma curva antitaxial assimétrica, com tendência NS, de 180 km de comprimento e 60 km de largura, com traços estruturais fortemente convergindo para seus pontos finais. Três grandes conjuntos de estruturas foram identificados na área saliente: i) pré-orogênica, ii) contracional progressiva e iii) extensional tardia. As estruturas pré-orogênicas compreendem principalmente falhas normais de direção NW a ENE que nuclearam durante a evolução Proterozóica do Pirapora Aulacogeno, limitado pelos altos do embasamento de Januária e Sete Lagoas ao norte e ao sul, respectivamente. As estruturas contracionais, principais estruturas da saliência, foram formadas sob um único transporte tectônico dirigido por ENE e compõem um sistema de zonas de cisalhamento e dobras associadas a um descolamento basal localizado no contato com o subjacente Grupo Paranoá dominado por arenitos e que atinge sua profundidade máxima próximo à culminância saliente. Na visualização em mapa, essas estruturas seguem a direção NS na Saliência de Paracatu, curvando-se progressivamente em direção NW e NE ao norte e ao sul, respectivamente. Dobras de direção NW e WNW e outros elementos de contração frágil a frágil-dúctil afetam estruturas de primeira ordem da saliência e foram formadas no episódio de contração tardio. Nossa análise indica que a saliência foi formada como uma curva controlada pela bacia devido a mudanças de espessura ao longo do curso nos estratos pré-deformacionais e contrastes reológicos pré-existentes e provavelmente evoluiu para um arco progressivo controlado pela interação com os altos do embasamento de Januária e Sete Lagoas a oeste durante sua propagação em direção ao antepaís. Falhas normais e transcorrentes foram formadas em um episódio extensional tardio mostrando um σ3 sub-horizontal com tendência NE e um σ1 vertical. Essas falhas deslocam corpos de minério de Zn-Pb por até dezenas de metros nas porções central e norte da saliência, no entanto, a etapa de precipitação das mineralizações ainda é incerta, pela ausência de minerais datáveis.