Navegando por Autor "Roza, Luciano Magela"
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Item A escrita docente da história local : pesquisa-ação com professores/as do ensino básico sobre os distritos de Mariana-MG.(2024) Viana, Cibele Aparecida; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Cunha, Nara Rúbia de Carvalho; Civale, Leonardo; Roza, Luciano Magela; Rangel, Marcelo de MelloEsta pesquisa objetivou investigar a singularidade de uma escrita histórica empreendida por professores/as do ensino básico, defendendo a hipótese de que estes/as, embora não produzam um saber em moldes exclusivamente acadêmicos, também são autores de um importante conhecimento histórico. Tal promoção de saber evidencia-se, entre outras ações, na produção de material elaborado pelos/as docentes relacionadas à história local das comunidades escolares, face ao parco ou até inexistente repertório bibliográfico disponível sobre esta temática, o qual os/as professores poderiam consultar e didatizar em suas práticas na sala de aula. Com base neste objetivo – acerca da particularidade da escrita histórica docente - e enfoque – a formulação de saber sobre a história local -, esta tese assumiu os contornos de uma pesquisa-ação, mediante a implementação do projeto “Escritas Docentes”, através da qual onze professores/as, integrantes da rede estadual e municipal de Mariana-MG, ao longo de mais de dois anos e de forma colaborativa, produziram textos sobre os 10 distritos deste Município. A culminância do projeto foi o lançamento do livro “Escrita docente sobre os distritos de Mariana: Interfaces entre a história local e história pública”, que congrega esses textos e constitui a segunda parte desta tese. Foi a partir da escrita dos/as professores/as sobre os distritos de Mariana que então a primeira parte da tese, composta por quatro capítulos, tomou forma. O primeiro deles procede a um estudo de viés historiográfico sobre o emprego da história local no ensino de história e na historiografia no Brasil desde a emergência dessa disciplina no país, em meados do século XIX. Os outros três capítulos tecem uma interpretação – sempre em diálogo com os/as docentes participantes do projeto – sobre suas escritas, problematizadas a partir da relação entre natureza-cultura, no segundo capítulo; interfaces com a cultura folclórica, no terceiro; e a conferência de uma dimensão patrimonial aos sentidos, memórias e práticas distritais abordados pelos/as professores/as em seus textos, no quarto capítulo. Em conclusão, a tese reitera a pujança epistêmica, teórica, conceitual e interpretativa dos textos docentes, em sua concomitante singularidade e compartilhamento de referências com o saber histórico acadêmico, pois tal escrita apoia-se em expressões culturais e identitárias de toda comunidade escolar, particularmente dos/das estudantes. Percebe-se, assim, que a escrita docente comporta um aspecto crucial: ela consiste em uma escrita colegiada, um saber delineado em contínua interlocução com outros sujeitos, que emergem em seus textos como fontes, como narrativas de companheiros de profissão ou de vida, como contribuições/questionamentos/proposições de alunos/as... Mais ainda, a escrita docente da história local comporta uma expectativa de atuação transformante do vivido, de acordo com as demandas e mobilizações da própria comunidade escolar. Por fim, cabe destacar o quanto a escrita docente, sobretudo aquela pautada em uma história local, porta uma dimensão importante para a democratização da cidadania: a publicização do conhecer, inquirir e produzir história.Item Afrodescendentes e indígenas em livros didáticos de história : entre o nacional, o étnico e o intercultural (Mariana, MG – 2017/2018).(2019) Viana, Cibele Aparecida; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Rangel, Marcelo de Mello; Roza, Luciano Magela; Cunha, Nara Rúbia de CarvalhoEsta pesquisa portou uma dupla proposta investigativa: 1) a análise das representações de afro-descendentes e indígenas em uma coleção didática de História para o ensino fundamental; 2) a releitura de tais representações no cotidiano do ensino de História, mediante oficinas pedagógicas que contaram com a participação dos estudantes de 6º a 9º ano de duas escolas sediadas em distritos do município de Mariana, estado de Minas Gerais. Como primeira fonte de estudo, a pesquisa debruçou-se sobre a coleção Projeto Mosaico, devido à sua seleção como material didático de História pela rede de ensino municipal de Mariana em 2017; já como segunda fonte, foi produzido um material didático específico, que propunha novos questionamentos e formulações a partir dos textos e imagens trazidos pela coleção Projeto Mosaico. Em termos teórico-conceituais, a pesquisa priorizou as reflexões sobre o interculturalismo em uma dinâmica de legitimação identitária e dialógica das culturas, das práticas e das lutas dos grupos marginalizados na sociedade brasileira, bem como o entendimento do saber histórico escolar como uma produção particularizada que intercambia, sem subordinação, as interpretações provindas da historiografia e do conhecimenton científico em geral com as visões de mundo constituídas pelos sujeitos em seu percurso intersubjetivo. A pesquisa, por fim, embora tenha ratificado a validade conceitual, pedagógica e política das concepções de interculturalismo e da especificidade do saber histórico escolar, também demonstrou a intensa dificuldade dos estudantes em reconhecer as contribuições e o potencial transformador provindo da história e das culturas afrodescendentes e indígenas, sobretudo nas manifestações comunitárias das localidades onde habitam (em um indicativo da sedimentação de um imaginário de perfil hierarquizante e excludente, promovido ao longo de muitas décadas no Brasil, por variadas instâncias formativas. Daí a importância do ensino de História insistir na abordagem inclusiva dos segmentos afrodescententes e indígenas, de forma concomitante à valorização de uma narrativização de tal história e cultura por professores e alunos da educação básica.Item Antirracismo, história e tempo : ações afirmativas e reparação histórica no jornal Folha de São Paulo (2000-2012).(2019) Paula, Guilherme Oliva de; Roza, Luciano Magela; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Freixo, André de Lemos; Miranda, Shirley Aparecida deNesta dissertação apresento uma possível ligação entre os campos dos estudos raciais e da teoria da história, demonstrando como as diferentes performances dos conceitos de história, tempo e antirracismo podem ser conectadas a algumas interpretações sobre a formação nacional brasileira e a atuação dos movimentos sociais negros ao longo do período republicano brasileiro. Com isso, procuro historicizar as interpretações sobre as relações raciais no Brasil e a atuação dos movimentos sociais negros em diferentes contextos. Por conseguinte, apresento as possíveis relações entre a emergência de uma experiência do tempo e da história ligadas à ética da reparação dos traumas do passado com o desenvolvimento da luta pelas ações afirmativas para a população negra no final do século XX e início do século XXI. Por fim, por meio da análise dos argumentos dos articulistas do jornal Folha de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2012, demonstro que os mesmos constroem seus posicionamentos sobre as ações afirmativas por critérios raciais lançando mão de duas interpretações históricas sobre a questão racial brasileira distintas. Os contrários valorizam a narrativa da miscigenação, negando a valorização política e identitária do conceito de raça. Ao passo que os favoráveis, por meio da ótica da reparação histórica, estabelecem a desigualdade racial presente como um processo de perpetuação histórica do qual só a valorização do conceito de raça é capaz de auxiliar no tratamento destes passados que não passam, representados pela desigualdade racial presente.Item Approaches to racism in history textbooks (2008-2011).(2017) Roza, Luciano MagelaThe article discusses the ways through which aspects of the historical dimension of racism are addressed in the proposed activities of a set of History textbooks approved in the 2008 and 2011 PNLD editions. In the activities analyzed, we aimed to understand how the subject of racism was approached and which dialogues were established between the post-abolition history and the teaching of History. The results obtained show that a variety of approaches have characterized the addressing of the issue, especially its ethical, political and cultural purposes.Item O canto de Clara : possibilidades de ensino-aprendizagem da história afro-brasileira.(2017) Roza, Luciano MagelaO artigo tem como objetivo a reflexão sobre possibilidades de utilização da obra musical da intérprete Clara Nunes como recurso didático para o ensino- -aprendizagem de alguns aspectos da história afro-brasileira. Tal reflexão parte de pressupostos relacionados, de um lado, ao ensino de história e, de outro, à apropriação da música como linguagem para o ensino-aprendizagem em contexto escolar, assim como recurso substantivo para a compreensão do mundo social. Considerando-se os elementos musicais e extramusicais presentes na produção cultural de Clara Nunes, buscaremos discutir como a referida produção pode contribuir para a problematização de questões postas na efetivação da Lei 10.639/2003.Item A Capoeira Angola como espaço de resistência epistêmica e os cantos de capoeira como transmissores de temporalidade : as dificuldades da história disciplinar em narrar os passados afrobrasileiros.(2021) Teixeira, Ângelo de Oliveira Gomes; Freixo, André de Lemos; Freixo, André de Lemos; Martins, Leda Maria; Oliveira, Eduardo David de; Roza, Luciano MagelaA subordinação das temporalidades coloniais, ao relógio imperialista e à temporalidade “modernista” foi lenta e gradualmente realizada pela construção de uma história única: uma história “humana”. Assim, ao adotar essa forma de experimentação do tempo em seu método, a disciplina histórica a toma como o tempo em si (naturalizando-o), universalizando essa noção temporal tão especificamente ocidental e moderna. Nesse sentido, pode-se dizer que a história (o discurso histórico modernista e historicista) foi imprescindível na política de colonização do tempo. Com isso, propomos à disciplina conhecer e compreender a Capoeira Angola como espaço produtor e transmissor de conhecimento no que se refere ao tempo passado; que ela possui suas próprias bases teóricas e metodológicas, seu próprio regime de verdade e seus próprios agentes. Ao final, defendemos que a partir deste conhecimento pode-se extrair uma compreensão mais alargada das temporalidades, aquela que se guarda e experimenta no ritual da roda de Capoeira Angola. Pensamos que a historiografia pode servir-se dela no âmbito de uma reflexão teórica na qual decolonizar suas práticas e alargar seus horizontes éticos e epistêmicos, não no sentido de absorvê-la como parte da história disciplinar, mas sim de modo que esta última se reconheça enquanto uma das formas de se lidar com as histórias e de se codificar o passado, e não como a única, viabilizando assim o combate às práticas epistemicidas que ainda insistem em manter altos muros de isolamento de outras formas de conhecer e experimentar o tempo.Item Contribuições sobre o livro paradidático a partir da análise do titulo "Nós' do Brasil: Estudo das Relações Étnico Raciais Brasileiras" - adaptação e incorporações das legislações antirracistas.(2022) Ferreira, Vitor Emanuel Maia; Roza, Luciano Magela; Roza, Luciano Magela; Fonseca, Janete Flor de Maio; Bechler, Rosiane RibeiroO presente exercício pretende esquadrinhar de que maneira o livro paradidático “Nós” do Brasil: estudos das relações étnico-raciais” (2012), de Rosiane Rodrigues, publicado sob responsabilidade da Editora Moderna, dialogou com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Esse movimento se tornou complexo em seu desenvolvimento devido à natureza do objeto de pesquisa: um livro paradidático. A revisão literatura nos permitiu construir a argumentação de que este material é um ambiente especialmente interessante para a inserção e a discussão de quaisquer temas. Em seguida, apresenta-se o título em apreciação, destacando assim as relações entre autoria, coleção, obra, editora. A partir desse movimento, expôs-se parte dos capítulos que constituem o livro, o desenvolvimento argumentativo e a composição do paradidático, objeto desta pesquisa. Dando especial ênfase ao capítulo analisado. Ainda — ao selecionar como objeto de pesquisa um livro paradidático — intencionou-se sublinhar de que maneira este tipo de material, dentro de suas especificidades, vem descrevendo e dialogando ou não com a legislação temática. Após a apresentação do paradidático — e de elementos como o layout interno e externo, estilo, recursos da narrativa e da própria experiência africana e afro-brasileira neste tipo de livro —, intencionou-se, criticamente e por meio da literatura utilizada pela própria autora, abordar de que maneira certos tópicos das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (BRASIL, 2004) são incorporados. Ao final deste exercício, o último capítulo desta dissertação indica que o rigor teórico e metodológico na composição deste tipo de material deve ser minuciosamente elaborado para que não se minimize questões caras à população afro-brasileira. E deste modo, que contraste com o arquétipo construído na revisão de literatura.Item O debate sobre África e as relações etnicorraciais na prática jogada para o ensino de história nas escolas de Mariana-MG.(2018) Ferreira, Eduardo Mognon; Lopes, Ana Mônica Henriques; Silva, Marcelo Donizete da; Roza, Luciano Magela; Santos, Lorene dos; Lopes, Ana Mônica HenriquesEste presente trabalho busca perceber a relação do jogo como estratégia didática para o campo do ensino da história e as relações etnorraciais. Ao longo da pesquisa que fora realizado nas escolas de educação básica na cidade de Mariana-MG, buscou-se através do modelo de projetos de trabalho utilizar o jogo como uma ação didática possível. O problema desta pesquisa centra-se em demonstrar como tal recurso pode ser parte de um projeto de formação e organização da ação docente dentro de sala de aula e utilizar desta criatividade para desenvolver novos campos didáticos. Para tanto, foram estudados autores da área de projetos Hernandéz (1999), jogos Giacomoni e Pereira (2013) e materialismo histórico como base política estrutural Gramsci (1982); Saviani (1999). Tendo ainda a perspectiva da ação do jogo como açõe possíveis dentro do ensino de história Gabriel (2002); Huizinga (2000). E por fim o estudo da temática África e relações étnico-raciais para embasar teoricamente a discussão do objeto dentro da perspectiva da temática. Na pesquisa de campo levou em consideração o advento prático das relações de ensino da sala de aula e a intervenção das ações do professor-mediador como um acionador de conhecimentos coletivos e ativistas nas relações de transformação do espaço da sala de aula como nas questões ligadas ao projeto de coletividade através do jogo como recurso. E por fim refletiu sobre os achados da pesquisa, demonstrando de maneira qualitativa o efeito do jogo para o ensino de história nas relações étnico-raciais. Refletindo suas ações sobre possíveis práticas para pensar novas alternativas didáticas para o campo da educação de um modo geral.Item Os discursos de memória da ASVB : narrativa de autorrepresentação na Obra “A Imigração suíço-valesana no Rio Grande do Sul.(2022) Matos, Glaucia Malena Sauthier; Roza, Luciano Magela; Roza, Luciano Magela; Lopes, João Paulo; Freixo, André de LemosNo século XIX, muitos imigrantes aportaram no Rio Grande do Sul, em sua maioria alemães e italianos, sobre os quais podemos encontrar uma bibliografia diversificada. Entretanto, pequenos grupos também povoaram a região, como os suíços e os poloneses, que permaneceram por muito tempo sem registro de sua história. O objetivo desta pesquisa foi analisar o processo de escrita de autorrepresentação dos descendentes de imigrantes suíços. Trata-se de um trabalho com duas frentes de análise pouco exploradas: a primeira é a história da própria imigração suíça, que, até então, não figurava em estudos acadêmicos; a segunda é a escrita de autorrepresentação da história produzida por indivíduos sem formação específica. Analisamos materiais publicados pela Associação Suíço-Valesana do Brasil, com foco no livro A imigração suíço-valesana no Rio Grande do Sul. A metodologia usada foi a análise de conteúdo, por meio das seguintes categorias: exaltação do esforço dos antepassados; importância de contar a história e preservar a memória; caráter emotivo da narrativa; referência à Suíça com tom de nostalgia; contextualização da história e percepção sobre os documentos. Dentre os principais resultados, destacamos: caráter nostálgico da narrativa, em que são recorrentes as citações que misturam o anseio por algo diferente e por um passado que nem chegou a acontecer; as imagens reproduzidas não passam por interpretações e assumem quase um caráter ilustrativo; a importância dada às comemorações, com o intuito de reafirmar as memórias e celebrar seus ascendentes; um predomínio na narrativa de uma perspectiva de superação.Item Do monumental ao performático : Ouro Preto e as práticas oficiais e populares do patrimônio.(2018) Féres, Leila Medina Leite; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Aguiar, Leila BianchiEssa dissertação de mestrado tem por objetivo analisar os patrimônios oficiais e populares da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Primeiro, examinamos os patrimônios institucionalizados, isto e, oficialmente reconhecidos em âmbito nacional, na cidade de Ouro Preto. Buscamos compreender as ações preservacionistas que institucionalizam o patrimônio em Ouro Preto, como se efetiva sua proteção e o discurso de preservação desde os anos 1930 até os dias de hoje. A investigação do patrimônio institucionalizado se concentra na análise do tombamento de dois bens arquitetônicos. O primeiro, tombado em 1938 pelo IPHAN compõe o circuito turístico principal da cidade; o segundo, tombado em 2010 pelo COMPATRI se localiza a margem do centro histórico. Como contraponto ao patrimônio institucionalizado, analisamos os patrimônios populares situados fora do chamado centro histórico. Trata-se do caso das antigas minas de ouro desativadas. Sua patrimonialização depende da ação performática de guias e estudiosos populares da história da mineração que também exploram turisticamente esses espaços. Nos dois casos, o que está em jogo é a dinâmica entre centro e periferia, visibilidade e invisibilidade, na definição do patrimônio. Dessa maneira, buscamos compreender as tensões e assimetrias na política patrimonial na cidade de Ouro Preto. Interpretamos o jogo simbólico do discurso patrimonial a partir da tensão entre a monumentalidade do centro histórico e a performance, elemento chave na manutenção do patrimônio popular.Item Ensaio crítico sobre o eurocentrismo no ensino de história do Brasil 1950-2018.(2021) Macedo, André Luan Nunes; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Lourenço, Elaine; Silva, Wlamir José da; Roza, Luciano Magela; Pereira, Mateus Henrique de FariaO presente trabalho busca realizar uma história do eurocentrismo no ensino de história brasileiro. Para isso, foi necessário adentrar em uma discussão conceitual e intelectual sobre o termo. Num segundo momento, identificamos os termos que derivam da experiência europeia e que são instrumentalizadas para definir a escrita da história nacional, seja no ambiente intelectual mais amplo, seja na área do ensino. Analisamos a escrita da história nacional no ensino a partir dos anos 1950 até os tempos atuais (2018). Do ponto de vista das fontes, selecionamos livros didáticos e políticas curriculares específicas de cada momento histórico-político. Essa tese de doutoramento começou a ser esboçada já no ano de 2016, quando fui professor substituto de Ensino de História e História do Brasil na Universidade Federal de Alagoas. Durante as aulas, a partir da interação com meus amigos-alunos nas aulas, percebia que havia uma polifonia a ser problematizada quando discutíamos o eurocentrismo. Inevitavelmente esbarrávamos nas discussões sobre as identidades brasileira e latino-americana. Afinal, decidir o que é, ou não um conteúdo eurocêntrico de história remete a perceber uma demarcação forânea que porventura aliena e desloca a experiência de algo que é considerado “interno”, “próprio” ou “seu”. Como os alunos-futuros-professores-de-história entendiam a brasilidade? Como concebiam esse constructo histórico? Quais eram as estratégias e usos do passado reivindicados nas suas narrativas? São essas as questões que nos moveram durante a confecção desta tese de doutoramento.Item Entre os campos e os escritos : discurso e representação acerca da narrativa de brasilidade no futebol (1938- 1951).(2021) Alves, Maycon Emílio Vicente; Roza, Luciano Magela; Roza, Luciano Magela; Freixo, André de Lemos; Luz, Itacir Marques daEsta dissertação de mestrado tem como objetivo analisar três narrativas que possuem como tema negros no futebol brasileiro, quais sejam: o livro de Mário Filho, O Negro no Foot-ball Brasileiro, publicado em 1947; seu prefácio à primeira edição, escrito pelo sociólogo Gilberto Freyre; e Foot-ball Mulato, com publicação em 1938, também do sociólogo. Busca-se compreender como a construção das narrativas está relacionada ao período em que foi produzida, com o intuito de entender como tais histórias têm potencial para colaborar com a ideia de democracia racial. A análise das narrativas é feita de duas formas: a primeira, a partir da categoria de representação, a qual foi utilizada para perceber como os textos criam representações acerca do jogador negro e como essas imagens criadas foram expostas nas narrativas. A segunda é a partir da categoria de discurso, onde tenta-se notar como os autores produzem discursos a respeito de uma brasilidade que tem função de afirmar o Brasil enquanto um país democrático racialmente.Item Entre palcos, orquestras e partituras : trajetórias de Duque Bicalho em Juiz de Fora, no pós-abolição.(2023) Gonçalves, Wellington Carlos; Roza, Luciano Magela; Roza, Luciano Magela; Pereira, Josemeire Alves; Fonseca, Janete Flor de MaioA presente dissertação estuda as experiências, expectativas, desafios e escolhas elaboradas por sujeitos negros na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, durante o período do pós-abolição. Tomando como objeto de estudo a trajetória do músico, maestro, compositor e professor negro Duque Bicalho, identificou-se questões relacionadas às construções políticas de raça, cor, direitos, cidadania e projetos de inserção social e combate ao racismo elaboradas e acionadas por homens e mulheres negros neste contexto histórico. Voltada para o estudo de uma temporalidade marcada por uma crescente racialização das relações sociais, pelo recrudescimento do racismo e pela radicalização das desigualdades sociais e raciais, o argumento da presente pesquisa é que o estudo da trajetória de Duque Bicalho pode conferir visibilidade às histórias de vida de homens e mulheres negros no pós-abolição, contrapondo-se ao silenciamento da sua participação política na história do Brasil República, assim como apresentar os costumes, valores e formas de vida desses sujeitos. A metodologia de pesquisa adotada se baseia no estudo biográfico e na micro-história e, para tanto, utilizou-se um conjunto variado de documentos, como imprensa, fotografias, livros de memórias, registros eclesiásticos e cartoriais, documentação privada/pessoal de Duque Bicalho, dentre outros.Item O entulho de memórias : o fim do programa de educação patrimonial Trem da Vale e o arquivo morto.(2020) Nascimento, Maria Isabel Reis; Roza, Luciano MagelaO presente artigo busca refletir sobre o uso de arquivo de natureza privada de história oral, constituídos a partir das demandas coorporativas da mineradora Vale S. A . O intuito é contextualizar a estrutura do acervo e problematizar seus limites e possibilidades. Esses documentos ao qual esse artigo busca analisar foram idealizados a partir dos trabalhos do Núcleo de História Oral Trem da Vale, depositados nas Estações Ferroviárias de Ouro Preto- MG e Mariana-MG, depois da finalização do Programa de Educação Patrimonial Trem da Vale, em 2015. O contato com o acervo ocorreu depois de um programa de estágio realizado por dois anos no setor de história oral. É importante pontuar que essa pesquisa é resultado de constatações apresentadas na dissertação defendida e aprovada, em 2020, nas mediações da Universidade Federal de Ouro Preto-MG.Item A inserção de Arthur Bernardes na política Viçosense no início do século XX : grupos sociais, disputas políticas e imprensa.(2019) Oliveira, Natália Fraga de; Queler, Jefferson José; Roza, Luciano Magela; Queler, Jefferson José; Magalhães, Felipe SantosA inserção política do jovem mineiro Arthur da Silva Bernardes no município de Viçosa, Minas Gerais, possibilitou um estudo dos grupos sociais que mantinham contatos com o mesmo, tendo como consequência a identificação de facções políticas que disputavam pelo poder local. Para isso, foi utilizado, como base essencial, o jornal Cidade da Viçosa, em diálogo com outras fontes, o que possibilitou um estudo regional voltado para as origens da formação administrativa do município de Viçosa. Este trabalho necessitou de uma extensa base teórica, encontrada em estudiosos como Carrara (1993), Viscardi (2001; 2012; 2016...), Bourdieu (2006), Rémond (2010), Rosanvallon (2010), dentre muitos outros que foram surgindo à medida que o trabalho ia sendo desenvolvido. Além disso, recorremos à leitura e interpretação de diversos documentos que reforçaram o nosso aporte teórico. Concomitante a isso, apresentamos como se deu o surgimento de Arthur Bernardes na vida pública e algumas condições que contribuíram para a sua ascensão como novo chefe local de Viçosa. Depois discorremos acerca das contribuições do jornal Cidade da Viçosa na administração pública local com indícios de disputas políticas. E, na sequência, apresentamos, de forma mais sistematizada, o jornal Cidade da Viçosa, atrelado ao papel que a imprensa exercia na Primeira República e à utilização do jornal nas disputas políticas locais, o que facilitou a construção dos “inimigos políticos” do grupo de oposição ao semanário Cidade da Viçosa e, ao mesmo tempo, a construção da narrativa dos “heróis” ou aliados republicanos dos políticos ligados ao Partido Republicano Mineiro. Concluímos, portanto, que Arthur Bernardes e o seu grupo político saíram em vantagem de liderança por possuírem muitos grupos sociais, que contribuíam para que os seus objetivos políticos fossem alcançados, passando a frente dos seus “inimigos políticos” e também por estar sempre um passo à frente da oposição, usando a imprensa como principal meio de disseminação dos conteúdos, alegando compromisso com a “verdade” e a “ética”, termos de grande impacto no contexto ao qual nos debruçamos como visto no decorrer de nossa pesquisa.Item Lélia Gonzalez : contribuições para compreensão de representações racializadas na sociedade brasileira.(Fi, 2021) Roza, Luciano Magela; Roza, Isis SilvaItem Machado de Assis e a experiência da história : climas e espectralidade.(2018) Ramos, André da Silva; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Rangel, Marcelo de Mello; Roza, Luciano Magela; Silva, Daniel Pinha; Oliveira, Maria da Glória deA presente tese discute as tensões entre Machado de Assis, seus escritos, e a experiência da história. Analiso como a compreensão ambivalente do autor acerca da experiência moderna da história foi fundamental para a constituição da sua estética literária. A compreensão de história e modernidade de Machado implicou tanto no reconhecimento positivo do processo de formação da nação e o consonante desenvolvimento de sua literatura, quanto em uma crítica melancólica do processo de modernização ocidental. As tensões produzidas por essas compreensões conectam-se diretamente com o processo de canonização e rejeição do autor ao longo dos séculos XX e XXI. Dessa forma, argumento como a dimensão disruptiva dos seus escritos, que confrontam os conceitos de história e modernidade, exploram a incomensurabilidade entre experiência e linguagem, seja através da evocação de climas, mobilizados para enredar os corpos dos leitores, ou mediante a evocação da experiência espectral do passado, que evidencia a impossibilidade do passado passar. A intenção é demonstrar como Machado e sua obra rejeitam as compreensões analíticas que partem de pressupostos normativos como o de sujeito solar e incondicionado, de temporalidade histórica como sucessão e linearidade e de representação enquanto especularidade. De forma geral, este trabalho explora como a compreensão ambivalente de história e modernidade de Machado constituiu-se em interação dinâmica com a disposição afetiva melancólica em vigor nos seus escritos e com as pressões relativas à tematização do seu corpo como objeto de discurso.Item NEABs e a proposição de educação para as relações étnico-raciais.(2020) Roza, Isis Silva; Roza, Luciano MagelaO artigo objetiva apresentar e discutir como os Núcleos de Estudos AfroBrasileiros estão se configurando como espaços formativos estratégicos para o desenvolvimento de propostas orientadas para reeducação das relações étnicoraciais. O artigo estrutura-se em 3 partes. A primeira apresenta o contexto de ampliação dos NEABs. Para tanto, é elencado um conjunto de iniciativas de combate ao racismo, que foram implementadas a partir das primeiras décadas do século XXI. A segunda parte é dedicada à compreensão da articulação entre os NEABs, a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN e o Consórcio de NEABs – CONNEABs, assim como a caracterização dos núcleos. A terceira parte dedica-se a discussão sobre as contribuições dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros para as ações orientadas para a reeducação das relações étnico-raciais. Um conjunto de fragmentos de entrevistas de intelectuais negras e negros envolvidas(os) nas atividades dos NEABs é evidenciado.Item Nossa terra é indígena : sobre terras originárias e a metamorfose de seus povos em caboclos.(2022) Almeida, Helena Azevedo Paulo de; Rangel, Marcelo de Mello; Reis, Mateus Fávaro; Rangel, Marcelo de Mello; Reis, Mateus Fávaro; Miranda, Marina Rodrigues Reis; Silva, Cleverson Suzart; Rodrigues, Thamara de Oliveira; Roza, Luciano MagelaPretende-se evidenciar aqui como se deus a transmutação dos povos indígenas no Brasil em caboclos, curibocas, pardos e demais variações conceituais. Para isto, procurou-se investigar em uma perspectiva de longa duração, como a presença indígena foi percebida desde o período colonial, por meio das legislações aplicadas diretamente àqueles povos. Para tal, selecionou-se o Diretório dos Índios e a Bula Papal Sublimis Deus (no período colonial), a Lei de Terras (período imperial) e durante a primeira república a institucionalização do Serviço de Proteção ao Índio e a Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN). Com análise desse material inicial, segue-se para a investigação de materiais escritos publicados até 1930, por meio das publicações “Correio da Roça” e “A Porca”, ambas de Júlia Lopes de Almeida, e “Alma Cabocla” e “Ensaios Históricos”, estes de autoria de Paulo Setúbal. Os materiais escritos são importantes por divulgam divulgam ideias fortemente germinados durante o período, conquistando autoridade e repercussão.Item O progresso sob cabresto à brasileira : ensaio sobre o pós-abolição à base do rap.(2023) Brito, Thiago Henrique Borges; Roza, Luciano Magela; Roza, Luciano Magela; Souza, Ana Lucia Silva; Lopes, Ana Mônica Henriquesa proposta deste ensaio é refletir crítica e politicamente sobre o pós-abolição da negrada no brasil através do rap de Beto Criolo. A importância desta discussão está posta por entender a centralidade do racismo na história da dita sociedade brasileira, as condições que sustentam o mesmo até o tempo presente e sua manutenção a depender de como nos organizamos enquanto movimento preto. Nada melhor que argumentar através do rap, porque este subsidia qualitativamente as relações racistas cotidianesca. Nesta toada, antes de discutir sobre o pós-abolição, decidi sintetizar a minha compreensão do que é racismo e como é assentada a ontologia africana nesta diáspora. Posteriormente, sobre a discussão do pós-abolição, adentro nas experiências desta diáspora a fim de elucidar o quanto as vivências e conceitos nada informam sobre mudanças nas condições do povo preto no brasil. Logo, este ensaio demonstra como o marco histórico do pós- abolição, quando discutido qualitativamente à base do rap de Beto Criolo, não se sustenta para indicar mudanças concretas na vida coletiva da diáspora africana nestas terras. Mantendo, assim, o progresso sob cabresto à brasileira. A dita colônia, tumbeiro brasil. Diante desta sinuca-de-bico instalada discuto politicamente caminhos possíveis a serem tomados pela coletividade preta a partir de uma visão panafricanista aos moldes do nacionalismo preto.