Navegando por Autor "Nogueira, Marlice de Oliveira e"
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Item Acompanhamento escolar em famílias populares : estudo em bairro vulnerável de Ouro Branco - MG.(2022) Gomes, Marcella Tomelline Alves; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Paixão, Jairo Antônio daA pesquisa teve o objetivo de investigar o acompanhamento escolar em famílias populares em uma escola localizada no município de Ouro Branco – MG. As questões que orientaram a pesquisa foram: Quais as formas de acompanhamento escolar desenvolvidas por famílias moradoras de um território socioeconomicamente vulnerável? Como estas famílias se relacionam com a escola de seus filhos? O objetivo geral do estudo foi investigar como se desenvolviam a participação na escola e o acompanhamento parental na vida escolar dos filhos em famílias moradoras de um território de alta vulnerabilidade social. Como objetivos específicos, definimos: a) construir o perfil sociológico das famílias dos estudantes matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental (1o ao 5o ano) na escola investigada; b) elaborar um mapeamento da vulnerabilidade social do território em que a escola investigada está localizada; c) investigar as práticas de acompanhamento escolar desenvolvidas pelas famílias pesquisadas. A pesquisa foi desenvolvida com uma metodologia qualitativa com aplicação de um questionário a 150 famílias usuárias da escola do bairro, dividido em duas partes, sendo a primeira parte direcionada aos aspectos socioeconômicos das famílias pesquisadas e a segunda parte aos aspectos da relação família-escola e dos modos de acompanhamento familiar da escolarização. Como resultados da pesquisa tivemos que as famílias, embora dispusessem de poucos recursos econômicos e culturais, valorizavam a escola e participavam da vida escolar dos filhos, desenvolvendo práticas de apoio escolar que contribuíam, ao menos em parte, com a permanência das crianças na escola. A maioria das famílias exercia algum tipo de controle sobre a vida diária das crianças, por exemplo, controlando as saídas dos filhos e as atividades realizadas no tempo livre. Mais de metade das famílias disponibilizava algum tipo de material de leitura para os filhos em casa, embora estes materiais estivessem restritos a jornais e revistas, por exemplo. De modo majoritário, as famílias pesquisadas davam algum tipo de apoio às tarefas escolares dos filhos, acompanhando a realização das tarefas de casa ou delegando a outros membros da família tal incumbência. As famílias investigadas conheciam, em alguma medida, o desempenho escolar dos filhos e estavam cientes das dificuldades encontradas por eles no processo de escolarização. Grande parte das famílias investigadas costumavam ir à escola dos filhos com certa frequência, embora, para uma parte destas famílias, este tipo de participação estivesse condicionada à convocação feita pela escola para reuniões ou outros eventos. Em suma, as famílias pesquisadas, embora vivessem em precárias condições socioeconômicas, vislumbravam para os filhos uma trajetória escolar longeva, ou seja, tinham expectativas de escolarização relativamente altas e participavam, dentro de limites sociais, culturais e econômicos, da vida escolar dos filhos.Item A administração do Grupo Escolar Dom Benevides em tempos de ditadura (1964–1969).(2018) Souza, Janaína Maria de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Gonçalves Neto, WenceslauO presente trabalho investiga como se deu a administração escolar no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana – MG, durante os primeiros anos da ditadura civil militar no Brasil, no período de 1964 a 1969. A partir da Carta de 1946, iniciou-se o ciclo das leis de diretrizes e bases da educação brasileira, efetivando-se com a Lei nº 4.024, de 1961 que manteve os princípios das competências entre município, estado e União. No que se refere à administração escolar, a legislação do Estado de Minas Gerais, através da Lei nº 2160, de 1962, instituiu que para a ocupação do cargo de diretor de grupo escolar deveria ser um professor primário, estável, diplomado pelo Curso de Administração Escolar do Instituto de Educação. Com o advento da Reforma do Ensino Superior pela Lei nº 5.540, de 1968, a exigência para a formação do administrador escolar passou a ser em cursos superiores para todos os níveis de ensino. O nosso objetivo é compreender como as práticas administrativas cotidianas foram adaptadas ao contexto da ditadura, ou seja, em que medida reproduziam-no ou não, ao atender às orientações legais, em nível estadual e federal. Buscamos também identificar como era o ambiente compartilhado entre professores, funcionários e diretora, bem como as atitudes tomadas pela diretora em prol do Grupo Escolar. O percurso investigativo se deu por meio da análise das fontes articuladas à legislação educacional do período nas esferas estadual e federal, e a bibliografia produzida sobre a Administração Escolar. Para entendermos como as práticas administrativas estavam articuladas ao contexto, as fontes que foram privilegiadas são as atas de reuniões entre professores e diretores, a partir das quais identificamos as ações administrativas. Essas atas fazem parte do acervo do Escola Estadual Dom Benevides e estão digitalizadas e transcritas. A pesquisa nos apresentou como hipótese que em tal período, constatar-se-ia pouca autonomia no processo de direção da referida escola, tendo em vista a ditadura como um período de repressão, censura e legislação autoritária. Para aprofundar a análise das relações de poder e resistência presentes nesse cenário, tomamos os estudos de Foucault como referência. Utilizamos também os estudos sobre a Administração Escolar produzidos no período da pesquisa. Analisando as referidas atas, percebemos que a diretora da escola parece conduzir as práticas educativas da escola bem alinhadas às determinações dos órgãos superiores de educação, orientando o corpo docente em relação aos prazos de aplicação e correção das provas, às formas de preencher os diários e às festividades previstas no calendário escolar. A ausência de registro de manifestações das professoras nas atas associada às advertências recorrentes da diretora quanto a certas condutas, nos levou a considerar uma possível resistência do corpo docente no acatamento às orientações dadas.Item Além do possível : participação de estudantes de camadas populares da UFV no Programa Ciência sem Fronteiras.(2021) Santana, Ana Paula Pessoa Veloso; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Lacerda, Wania Maria GuimarãesA internacionalização do ensino superior não é recente, visto que esta vem ocorrendo desde que surgiram as primeiras universidades pelo mundo. Segundo a literatura sociológica, que abrange pesquisas nacionais e estrangeiras, a internacionalização dos estudos sempre consistiu em possibilidade restrita às camadas sociais mais privilegiadas. O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), criado em 2011, teve o objetivo de impulsionar as áreas da ciência e tecnologia no Brasil e aumentar a competitividade do país no mundo mais globalizado, propiciando um período internacional para formação e capacitação de pessoas com elevada qualificação acadêmica, em instituições de educação profissional e tecnológica e em centros de pesquisa de excelência. Ao participar deste programa, o estudante selecionado teria direito a mensalidades e auxílios para sua manutenção no exterior, além de aulas do idioma nativo, caso não alcançasse a proficiência mínima exigida. Tais procedimentos pareciam suficientes para possibilitar a participação equitativa de todos os estudantes das diversas camadas sociais, mas é provável que isto não tenha ocorrido, pois, conforme literatura produzida sobre o programa CsF, os participantes eram majoritariamente brancos, pertencentes a famílias favorecidas nos âmbitos econômico e social. Com o objetivo de identificar os fatores que impactam a decisão de realizar uma mobilidade acadêmica internacional entre os estudantes provenientes de camadas populares, considerando as práticas das famílias, as trajetórias escolares e vivências acadêmicas, esta pesquisa, inserida no campo da Sociologia da Educação e analisada sob os pressupostos teóricos de Pierre Bourdieu, foi estruturada sob dois eixos metodológicos. No primeiro, traçam-se os perfis sociodemográfico e cultural dos estudantes da UFV participantes do CsF. A partir deste levantamento dos dados, verifica-se que estes bolsistas são predominantemente pertencentes às elites econômica e cultural, essencialmente masculina, branca, de família pouco numerosa, provenientes de uma rede de ensino particular e com trajetória escolar de sucesso. No segundo eixo, entrevistam-se cinco estudantes provenientes de camadas populares que participaram do Programa CsF. Após análise das entrevistas, constatam-se como fatores que podem ser associados à decisão de participar do Programa CsF a familiaridade com deslocamentos espaciais, a trajetória escolar de sucesso, a posição na fratria, a mobilização individual e a participação em atividades extracurriculares durante a graduação.Item Atravessando labirintos : processos de socialização de jovens atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana-MG.(2024) Lebourg, Elodia Honse; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Reis, Juliana Batista dos; Valencio, Norma Felicidade Lopes da SilvaO objeto de estudo desta pesquisa de doutorado em Educação relacionou-se às mudanças provocadas nas vidas de jovens em decorrência do rompimento da Barragem de Fundão, operada pela Samarco Mineração e por suas controladoras, Vale e BHP, em Mariana-MG, no dia 5 de novembro de 2015. O desastre resultou na perda de vidas e do local de moradia de pessoas que formavam as comunidades de Bento Rodrigues e de Paracatu de Baixo, entre outras. O objetivo principal da pesquisa foi compreender como foram afetados os processos de socialização de jovens atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão e que estavam matriculados no Ensino Médio em Mariana-MG e Ouro Preto-MG. O estudo se referenciou teoricamente na Sociologia da Educação, na Sociologia das Juventudes e na Sociologia dos Desastres. Metodologicamente, a pesquisa foi realizada por meio de análise bibliográfica e documental, além do trabalho de campo, a partir de 12 entrevistas reflexivas interpretadas com perfis de configuração. Entre os resultados, está a constatação de que os laços de amizade que mantinham nos territórios de origem foram fragilizados após o desastre. Com o ingresso no Ensino Médio e a chegada à juventude, criaram novos vínculos, acessaram mais as redes sociais digitais, começaram a projetar seus futuros e suas famílias continuaram sendo uma base importante. A pandemia de COVID-19 desorganizou ainda mais os laços de sociabilidade com os pares dos territórios atingidos, aumentou as interações digitais e agravou a condição mental desses jovens. Relatos de enfrentamento de preconceito e estigmatização, além de sofrimento mental, apareceram em todas as entrevistas e, para se preservarem, muitos não contavam que eram pessoas atingidas e se isolavam socialmente. Havia, para alguns, euforia e excitação diante de algumas novidades, mas todos revelaram sentir forte angústia, desespero e medo. Portanto, os resultados da pesquisa permitem concluir que as experiências socializadoras dos jovens entrevistados estavam ocorrendo em um contexto de profunda afetação diante do desastre que marcou completamente suas vidas, sobretudo por seu caráter traumático e compulsório.Item Bom aluno, bom filho : a tensão entre a construção de si e o sucesso escolar em famílias de pais professores.(2015) Nogueira, Marlice de Oliveira eO estudo apresentado faz parte de um conjunto de pesquisas realizadas desde 2008 acerca dos efeitos de um ser professor nas dinâmicas familiares e nas trajetórias escolares dos filhos. Este texto aborda os processos de construção de si vivenciados por filhos de pais e mães que exercem a docência como profissão, num universo de 40 famílias investigadas por meio de metodologia qualitativa. Os resultados mostram que os pais professores se mobilizam intensamente para favorecer a escolarização dos filhos, mas essa mobilização e os seus impactos na formação dos filhos não se dão de modo homogêneo nas diferentes famílias. A origem social, as condições de existência, as experiências docentes e as diferentes dinâmicas familiares modulam as práticas educativas dos pais professores e impactam sua relação com a vida escolar dos filhos, assim como produzem efeitos diferentes na vida das crianças, que vivenciam uma tensão constante entre a construção de si e a busca do sucesso escolar.Item Caminhos de estudantes participantes da Política de Ação Afirmativa : oportunidades e desafios no ensino superior.(2017) Pena, Mariza Aparecida Costa; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Matos, Daniel Abud Seabra; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Matos, Daniel Abud Seabra; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Viana, Maria José BragaNos últimos 20 anos, a presença de indivíduos pertencentes às camadas populares no Ensino Superior tem se intensificado graças a pressões da sociedade civil, que clama por igualdade de oportunidades, e a ações governamentais e institucionais que visam à expansão do acesso e da permanência desses indivíduos na educação superior. Diante dessa nova realidade, essa dissertação teve como objetivo principal investigar o percurso universitário de estudantes admitidos em cursos de graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), participantes da política de ação afirmativa. Para a construção da pesquisa, partiu-se de um referencial teórico que abarcasse a expansão e a democratização do Ensino Superior, e principalmente que, no campo da Sociologia da Educação, tratasse das condições de acesso, permanência e experiências de estudantes de camadas populares no Ensino Superior. A combinação de recursos metodológicos quantitativos e qualitativos permitiu constituir o perfil dos estudantes ingressantes na graduação por meio da política de ação afirmativa a partir da Lei nº 12.711, conhecer os fatores, disposições e ações que impulsionam esses estudantes dos meios populares a uma escolarização longeva e desvelar os caminhos percorridos no ambiente universitário, suas oportunidades e desafios, delineados pelas condições de ingresso e de permanência no Ensino Superior. Os resultados demonstram que os estudantes cotistas dos cursos analisados na UFOP apresentam um desempenho menor na pontuação do ENEM e uma certa dificuldade nos primeiros períodos do curso. Mas, apesar dos empecilhos, principalmente de ordem material, logo se tornam estudantes universitários filiados, com desempenho e participação em atividades acadêmicas extracurriculares semelhantes aos demais estudantes da instituição.Item Caminhos e descaminhos da escola de tempo integral de Governador Valadares-MG : trajetórias de resistência de jovens.(2017) Rocha, Roosvany Beltrame; Fonseca, Marcus Vinícius; Fonseca, Marcus Vinícius; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Paulo Henrique de QueirozO município de Governador Valadares-MG, no ano de 2010, implantou a Escola de Tempo Integral (ETI) em toda a sua rede de ensino, meio urbano e rural, atendendo um número de 25.735 alunos na Educação Infantil e Ensino Fundamental, de forma universal e compulsória. Do total de alunos atendidos, 4.479 pertenciam aos Anos Finais do Ensino Fundamental. a partir da análise dos “Quadros de Matrícula Inicial e Final das Escolas” dos anos finais, verificou-se, que ao final de quatro anos, que 1939 alunos se transferiram das escolas. Diante disso, indaga-se: por que os jovens recusam a experiência da Escola de Tempo Integral de Governador Valadares - MG? Assim, esta pesquisa teve como objetivo geral compreender os motivos que levaram estes jovens a resistirem a essa experiência e, de forma específica, buscou-se caracterizar seu perfil social, econômico e familiar; identificar o motivo dos jovens se transferirem para a rede estadual de ensino e descrever e analisar os significados que eles atribuem à ETI. Os procedimentos metodológicos envolveram análises de documentos e entrevistas com os jovens que se transferiram para escolas de tempo parcial. O grupo dos sujeitos da pesquisa foi composto por 14 jovens, de faixa etária entre 13 e 19 anos, que estudaram por, no mínimo, 2 anos na ETI. Os dados coletados foram analisados através de categorização simples e relacionados às perspectivas teóricas da Educação Integral de Ana Maria Cavaliere, dentre outros, que reconhecem a pessoa como um todo e não como um ser fragmentado, e de Juventude, à luz de Juarez Dayrell, que concebe os jovens enquanto sujeitos diversos. Os resultados foram agrupados em dois blocos, a saber: 1) “As vivências dos jovens na ETI de Governador Valadares-MG”, do qual fazem parte as categorias: Tempo, Direito à Educação e Trabalho e mostra que as vivências dos jovens eram permeadas pelo cansaço, pelos desencontros; 2) “Os motivos da resistência e sua realidade atual como estudante”, ao qual pertencem as categorias: Tempo, Qualidade de Ensino e Juventudes e Escola que mostra que a resistência não era ao tempo, mas à escola. Como considerações finais, percebemos que a resistência dos jovens não se relaciona à escola, ou ao tempo a mais de escola, e sim à escola que renega seus direitos, e, embora ainda existam muitos problemas no âmbito dessa experiência, percebe-se que a formação de professores possa vir a contribuir com as práticas docentes. Sugere-se, então, que a construção de uma Escola de Tempo Integral para o jovem seja pautada na perspectiva do encontro, da participação e do respeito às culturas juvenis. Como encaminhamento e aprofundamento do tema, pensamos que outras pesquisas possam vir a investir na entrevista com os professores inseridos nesta experiência para verificar suas dificuldades com o trabalho com estes jovens.Item Clima disciplinar e práticas pedagógicas dos docentes : construção de dois instrumentos de pesquisa.(2021) Alves, Ranna; Silva, Luciano Campos da; Matos, Daniel Abud Seabra; Silva, Luciano Campos da; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Moriconi, Gabriela MirandaEssa pesquisa teve como objetivo a construção de dois instrumentos de pesquisa de caráter quantitativo para a realização de diagnósticos do clima disciplinar em salas de aula de escolas públicas e privadas, bem como de características e práticas pedagógicas dos docentes associadas à prevenção da indisciplina e melhoria do ambiente de aprendizagem em sala de aula. Nosso intuito é oferecer ao campo de pesquisa instrumentos validados de abordagem quantitativa, a fim de minimizar esta lacuna no campo acadêmico. De um modo mais específico o trabalho busca: 1) Realizar uma revisão da literatura sobre indisciplina escolar e as práticas pedagógicas docentes associadas à melhoria do clima disciplinar em sala de aula. 2) Elaborar um questionário que permita inventariar a presença de diferentes tipos de indisciplina na sala de aula, a partir do qual seja possível produzir um indicador de clima disciplinar por turma, professor e escola; 3) Elaborar um questionário que permita identificar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de aula, com vistas a compreender as suas relações com o clima disciplinar durante as suas aulas e a consequente melhoria do ambiente de aprendizagem. Para a execução desses objetivos inspiramos no modelo de construção e validação de instrumentos de pesquisa apresentado por Pasquali (1999), que se baseia em três grandes polos: procedimentos teóricos, procedimentos empíricos (experimentais) e procedimentos analíticos (estatísticos). Nessa dissertação, nos limitaremos aos procedimentos teóricos até a análise dos juízes. Na etapa de procedimentos teóricos realizamos a elaboração propriamente dita dos itens, baseada na investigação teórica nacional e internacional realizada sobre os principais objetos da pesquisa: indisciplina e práticas pedagógicas dos professores. Numa segunda etapa, definimos os principais construtos a serem utilizados pela pesquisa, etapa que envolveu a definição constitutiva e a definição operacional dos construtos. Nessa etapa, avaliamos por meio da análise dos juízes, que se trata de um processo em que especialistas em determinada área participam de uma avaliação com o objetivo de verificar o nível de concordância entre esses juízes. As adequações dos itens dos instrumentos a partir da análise dos juízes foi realizada de forma quantitativa e qualitativa. Para a análise quantitativa utilizamos o método de Razão de Validade de Conteúdo (RVC), desenvolvido por Lawshe (1975), para analisar a concordância dos juízes sobre o grau em que o instrumento mede o conteúdo que se espera medir. E as observações, sugestões e dúvidas dos especialistas analisadas qualitativamente. Neste estudo nos limitamos a realização dos procedimentos teóricos até a realização da análise dos juízes, o que constitui uma limitação do trabalho. Como resultados obtidos tem-se a construção de dois instrumentos de pesquisa: 1) Diagnóstico do clima disciplinar, e 2) Práticas pedagógicas dos docentes, que indicam que o estudo constitui uma importante contribuição para o campo de investigação em minimizar a falta de instrumentos específicos para a investigação do fenômeno da indisciplina e das práticas pedagógicas dos docentes. Entretanto, em pesquisas futuras é recomendado finalizar os procedimentos teóricos e dar prosseguimento as demais procedimentos propostos por Pasquali (1999).Item Convivência escolar e formação de professores : uma análise da Resolução n. 2, de 1o de julho de 2015.(2023) Dreon, Morgana; Silva, Luciano Campos da; Silva, Luciano Campos da; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Vale, Ione RibeiroNos últimos anos, a convivência escolar tem sido percebida como central para a compreensão dos desafios colocados à escola. Nesse sentido, uma boa convivência escolar é percebida como uma das possibilidades para a garantia de uma aprendizagem com qualidade e equidade para todos os estudantes. Contudo, o tema ainda é pouco abordado na formação dos professores apesar de a literatura indicar que professores preparados para lidar com as dinâmicas na sala de aula, sobretudo por meio de uma formação orientada para abordar pedagogicamente situações que desafiam as boas relações e o bom convívio na escola, constitui-se em uma das formas para melhorar o trabalho desenvolvido pelas instituições escolares, em suas múltiplas e complexas funções, garantindo o direito a uma educação de qualidade a todos os alunos. Sem ter a intenção de cair em um reducionismo sobre o trabalho docente e sem desconsiderar os diferentes desafios que se apresentam à profissão de professor na atualidade, entende-se que, ao estarem preparados para tratar dos diferentes aspectos da convivência, esses profissionais poderiam contribuir com a redução de algumas das formas de desigualdades escolares. Logo, uma formação de professores que os oriente para lidar com as dinâmicas e desafios da convivência parece ser de extrema relevância para pensar a educação como um direito social a ser respeitado. Assim, mais do que garantir o acesso à escola, torna- se relevante que sejam garantidas boas condições de aprendizagem aos alunos e, para isso, uma formação de professores que atenda aos desafios que se apresentam à escola, hoje, faz-se necessária. Diante disso, essa investigação teve como objetivo geral identificar e analisar como a temática da convivência escolar é abordada na Resolução CNE/CP n. 2, de 1o de julho de 2015, a qual disciplinou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial de professores no Brasil. A metodologia empregada nesta investigação é de cunho qualitativo, sendo utilizados como instrumentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a Análise de Conteúdo. A inspiração teórica para esta análise vem da Sociologia da Educação. Como resultado, foi identificado que a Resolução 02/2015 aborda a convivência de modo alargado, não apenas como convivência escolar. Isso ocorre porque ela entende a educação e o processo educativo de modos também amplos. Nesse sentido, algo central em seu conteúdo é a inserção dos direitos humanos e, por meio deles, há uma discussão que contempla a convivência na escola. Além disso, constatamos que a Resolução 02/2015 considera a função social do trabalho educativo, tendo em vista que a educação faz parte de um projeto social que forma cidadãos para a nação e, nesse sentido, a formação dos professores está organizada a partir da função social da escola, da função social da educação e da função social dos professores, não desvinculando a educação da vida social. Condições que contribuem para reflexões sobre a convivência escolar, como também para o cumprimento da promessa da democratização da educação.Item O cotidiano de escolas do município de Governador Valadares no contexto da escola de tempo integral : um olhar sobre o tempo, o espaço e o rendimento escolar.(2016) Pessoa, Janira Valentim Cherry; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Cunha, Maria Amália de AlmeidaA presente dissertação apresenta os resultados da investigação de três escolas do município de Governador Valadares, no estado de Minas Gerais, situadas em locais de vulnerabilidade social e que atendem em tempo integral de oito horas diárias, e tem o objetivo de descobrir os fatores que influenciaram tais instituições educacionais a melhorarem seus resultados no IDEB de 2011 e 2013. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo coletiva nas Escolas Municipais Serra Lima, Vereador Hamilton Teodoro e Antônio de Castro Pinto, com a aplicação de um questionário semiestruturado para todos os funcionários das referidas escolas. Os dados coletados nas escolas foram analisados e apresentados por instituição e por grupo geral de respondentes, e relacionados com a bibliografia referente à composição do tempo escolar com foco na constituição da Escola de Tempo Integral no Brasil, ao processo de construção e consolidação do sistema de avaliação da educação brasileira, bem como à temática do território e suas vulnerabilidades. Em decorrência do tratamento e análise dos dados coletados nas escolas, e da investigação bibliográfica, emergiram fatores que indicaram exercer influência sobre os bons resultados na aprendizagem dos alunos, dos quais citamos: a boa formação docente; a forte gestão escolar; o bom clima escolar; a expectativa positiva dos professores no sucesso dos alunos; o envolvimento da família, dentre outros.Item O currículo no centro da luta : contribuições de Michael Apple para a compreensão da realidade escolar.(2019) Nogueira, Marlice de Oliveira eO artigo tem como tema central a análise dos pressupostos teóricos de Michael Apple sobre o currículo como um campo de luta, apresentando-os a partir de uma reflexão sobre a realidade escolar e dos conceitos desenvolvidos pelo sociólogo no campo dos estudos curriculares. A visão crítica de Michael Apple sobre a escola e o currículo como espaços de luta e contestação, ainda são, em tempos “pós-modernos”, importantes para uma análise em profundidade da escola que temos hoje.Item De volta à escola : experiências de idosos no processo de escolarização tardia.(2022) Cunha, Ingrid Teixeira; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Reis, Lilian Perdigão CaixêtaO analfabetismo e a baixa escolaridade entre os idosos brasileiros é uma realidade constatada por inúmeras pesquisas. Muitos destes idosos seguem em busca da realização do sonho de aprender a ler e escrever, e de conquistar o diploma através da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nesse sentido, o presente estudo analisou o retorno de estudantes com mais de 60 anos à escola na cidade de Mariana - MG. Assim, teve, como objetivo central, investigar quais condições contribuiram para o retorno dos idosos à escola. O referencial teórico foi construído baseado nas discussões da Sociologia da Educação e da Educação de Jovens e Adultos. A metodologia de pequisa foi qualitativa e a construção dos dados foi feita principalmente por meio das entrevistas interpretativas com quatro estudantes com 60 anos ou mais, sendo dois homens e duas mulheres. Nossos entrevistados relataram sobre suas experiências na infância, os impasses que os distanciaram do mundo escolar e, finalmente, o retorno ou ingresso na escola depois de muitos anos. Entre os principais resultados da pesquisa, destacamos como fatores responsáveis pelo abandono da escola por parte de alguns entrevistados: o trabalho durante a infancia e juventude, a longa distância da escola e a falta de acolhimento dos alunos das camadas populares pelos estabelecimentos escolares. Contudo, apesar das experiências vivenciadas num passado de muito trabalho e baixo capital econômico e cultural familiar, todos persistiram para iniciar ou continuar seus estudos, mesmo que tardiamente. A família foi um apoio importante no retorno aos estudos. Todos os entrevistados acreditam no saber escolar para alcançar uma vida melhor. Eles têm sonhos e projetos de futuro, como aprender a manusear o celular sem necessitar de auxílio de outras pessoas, ler a Bíblia, tirar a carteira de motorista ou mesmo pegar um ônibus. Concluímos que os idosos retornaram aos estudos impelidos pelo habitus. Todos estavam em busca de autonomia em um mundo letrado e da ruptura com a estigmatização sofrida com o analfabetismo. Também contribuiram para o retorno aos estudos a rede de apoio familiar e extra familiar e a busca de superação das situações adversas no trabalho e nos estudos. Com o acelerado aumento da população idosa na sociedade, é urgente a implementação de políticas públicas e educacionais que incluam a escolarização dos idosos e almejamos que os resultados desta pesquisa contribuam para os estudos no campo da Educação de Idosos e para a implementação de políticas voltadas para a valorização dos alunos idosos nas redes de ensino.Item Educação escolar na primeira infância : percepções e concepções de mães e professoras.(2017) Teodoro, Regiane de Fátima; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Jorge, Liliane dos Santos; Carvalho, Levindo DinizNeste trabalho investigamos as percepções e as concepções de mães e professoras de crianças atendidas por duas creches públicas do município de Ouro Preto, Minas Gerais, em relação à criança, à infância, à docência na Educação Infantil, à escolarização da primeira infância, e principalmente à relação família-escola na creche. A perspectiva histórico-sociológica nos forneceu o suporte teórico e o desenho metodológico foi de natureza qualitativa. Na coleta de dados foram adotadas a análise documental e a observação das duas instituições envolvidas na pesquisa com o objetivo de realizar a caracterização dos espaços e dos sujeitos envolvidos. Também foram realizadas oito entrevistas semi-estruturadas com a díade professoras e mães de quatro crianças atendidas pelas duas creches. Utilizamos a análise de conteúdo para interpretação dos dados obtidos. Os resultados demonstraram que, de um modo geral, as percepções e as concepções das mães e das professoras, considerando os elementos constitutivos de uma matriz social e histórica da escolarização da primeira infância e da profissão docente no Brasil, carregam em si um modo de pensar e agir em relação à infância, à criança pequena na atualidade, à escolarização da primeira infância, à docência na Educação Infantil e à relação entre a família e a creche. As condições do confrontamento contemporâneo entre culturas, condições materiais e simbólicas de existência das mães e das professoras, delimitam relações de proximidade e distanciamento entre as duas instâncias socializadoras – creche e família. Buscamos, a partir desta investigação, contribuir com o debate em torno do processo de escolarização da primeira infância apresentando reflexões em relação à creche.Item A educação física em “celas de aula” : possibilidades e desafios de professores iniciantes atuantes em unidades prisionais.(2018) Custódio, Glauber César Cruz; Nunes, Célia Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria Fernandes; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Paixão, Jairo Antônio daA educação prisional é uma realidade hoje no Brasil. Essa modalidade de educação é amparada por variados documentos, decretos e resoluções que visam garantir o direito à educação aos sujeitos em situação de privação de liberdade. Em seu currículo, são oferecidas diferentes disciplinas, entre elas, a Educação Física, que tem suas características e necessidades específicas. Dessa forma, esta investigação intencionou compreender as possibilidades e possíveis desafios enfrentados pelos professores de Educação Física, no início de carreira, atuantes em escolas de unidades prisionais da Região dos Inconfidentes. Esta investigação, constitui-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, que utilizou como instrumentos para obtenção dos dados entrevista semiestruturada, questionário e caderno de campo. Participaram da pesquisa três professores de Educação Física, em início de carreira, que atuam nos três estabelecimentos prisionais convencionais da região elegida para o estudo com a oferta da educação prisional. Constatamos que os professores iniciantes de Educação Física defrontam-se com diferentes desafios nas escolas prisionais, que podem limitar suas possibilidades, como a formação inicial que não abarcou, em nenhum momento, algum conteúdo ou disciplina específica à educação prisional. A indisponibilidade de formação continuada específica à área também aparece como uma outra questão. Os professores participantes citam, também, o olhar negativo da sociedade sobre a educação prisional, os dilemas com agentes de segurança prisional, a falta de autonomia dos professores diante das rígidas regras dos estabelecimentos prisionais, a imprevisibilidade das ações escolares em virtude dos acontecimentos inesperados nas prisões, a falta de apoio da escola aos professores, o não reconhecimento da importância da Educação Física e de seu professor pelos docentes das outras disciplinas, a precarização física estrutural das escolas prisionais, as restrições de matérias e estratégias didáticas. Há, ainda, uma condição negativa específica para a Educação Física, no que se refere as aulas acontecerem somente dentro da sala/ cela, sendo as aulas teóricas sua grande maioria. Essas circunstâncias limitam o alcance dos propósitos educacionais da disciplina e engendram um paradoxo, pois, quando se pensa na disciplina pressupõe-se a presença de movimento e de práticas corporais. Todavia, salienta-se que os professores revelam grande satisfação em exercerem a docência em escola prisional, destacando, por exemplo, o grande respeito que os alunos têm. Diante de tais questões, entendemos que faz-se necessário repensar aspectos da formação dos professores e a lógica de organização das escolas prisionais através de mecanismos que reduzam os desafios e que favoreçam a prática docente com a Educação Física nesse contexto.Item Os efeitos não revelados do Programa Bolsa Família a partir da condicionalidade educacional : uma análise com implementadoras locais e mães beneficiárias.(2021) Teixeira, Marisa da Conceição; Oliveira, Breynner Ricardo de; Oliveira, Breynner Ricardo de; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Marins, Mani Tebet Azevedo de; Gussi, Alcides Fernando; Bichir, Renata MirandolaTomando como ponto de partida a condicionalidade educacional do Programa Bolsa Família (PBF), esta pesquisa analisa os efeitos da implementação do programa a partir da interação das implementadoras com as beneficiárias. O PBF é uma política de combate à pobreza mediante transferência condicionada de renda às famílias, viabilizando o atendimento a serviços públicos de saúde, educação e assistência social. Assim, o programa contribui para o rompimento do ciclo intergeracional da pobreza e da exclusão social. Os referenciais que estruturam esta pesquisa são: a teoria de Lipsky (1980) sobre os burocratas de nível de rua e os usos da discricionariedade; Maynard-Moody e Musheno (2003), sobre julgamentos morais e a reprodução de valores e normas dominantes presentes na discricionariedade dos implementadores. Para tratar dos efeitos da implementação, apoia-se em Dubois (2015; 2020), Pires (2019), Marins (2017) e no conceito sociológico de estigma de Goffman (1982). Bartholo et al. (2019), Auyero (2011) e Molyneaux e Thomson (2016) orientaram a discussão sobre o estigma das mulheres. Realizou-se pesquisa sistemática de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo no município de Ouro Preto, Minas Gerais. Foram selecionados dois equipamentos públicos: uma escola municipal e um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) situados no mesmo território em situação de vulnerabilidade. Os dados advêm de 12 entrevistas semiestruturadas realizadas com implementadoras locais: uma cadastradora do PBF e uma assistente social trabalhadoras do CRAS; cinco profissionais da educação (diretora, pedagoga, secretária escolar e duas professoras); e cinco mães. As entrevistas abrangeram duas dimensões: (1) Percepções e práticas das implementadoras e das beneficiárias e (2) Cotidiano de interação. As burocratas e beneficiárias têm uma percepção do PBF como uma “ajuda” do governo que coaduna sobre não se tornar cidadão, mas sim paciente do Estado. Existe um julgamento na sociedade e que reflete nas ideias, percepções, crenças e valores das agentes implementadoras de que a mulher deve gastar o dinheiro com os filhos e com a casa. As mães que direcionam o dinheiro do PBF para outros fins que não com as crianças e com a casa são estigmatizadas. As atuações são diferentes para as implementadoras locais da assistência social e da educação. Efeitos não revelados da política são resultantes de preconceitos sobre os beneficiários, estigmatizando-os. Por outro lado, os dados analisados trazem à superfície um entrelaçamento de efeitos positivos e negativos que, a partir da discricionariedade das implementadoras, se refletem em efeitos da implementação cotidiana do PBF nos territórios.Item Entre a casa e a escola : práticas educativas familiares de pais professores homens.(2018) Oliveira, Rosilane Katia de; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Maria Alice de Lima GomesAs pesquisas sociológicas têm ampliado as discussões acerca da relação das famílias com a escola nos diversos meios sociais. No entanto, ainda são poucos os estudos que têm enfatizado essa interface em famílias de pais que são professores e, principalmente, quando nos referimos aos progenitores masculinos. Em um minucioso levantamento bibliográfico sobre os estudos da Sociologia da Educação e, de modo particular, sobre pesquisas no âmbito da relação família e escola, constatamos a raridade de estudos sobre práticas educativas de pais professores no Brasil. Nesse contexto, a proposta central desta pesquisa é investigar os efeitos de ser pai professor na vida familiar do docente do sexo masculino da Educação Básica, com foco nas práticas educativas desenvolvidas por eles no quadro da vida escolar de seus filhos. A questão norteadora do trabalho é: quais os impactos de “ser pai professor” homem em exercício da Educação Básica na vida familiar e na escolarização dos filhos? A pesquisa foi desenvolvida em cinco cidades do Estado de Minas Gerais: Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Acaiaca e Diogo de Vasconcelos, com um desenho metodológico de abordagem qualitativa, e compreendeu duas etapas. Na fase inicial da investigação, realizamos um levantamento na Superintendência Regional de Ensino de Ouro Preto que objetivou identificar o número de professores/as em atuação na Educação Básica nas cinco cidades mencionadas e, posteriormente, procedemos à escolha dos sujeitos. Na segunda etapa, aplicamos um questionário e entrevista semiestruturada com 10 pais professores homens em exercício nos três níveis da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). O questionário consistiu em traçar o perfil social, profissional e educacional dos sujeitos investigados e a entrevista versou sobre as práticas educativas desenvolvidas pelos pais professores na escolarização dos filhos. Os dados foram examinados pela técnica de análise interpretativa e, para sua compreensão, elencamos cinco eixos de análise com suas respectivas categorias. Os resultados indicam que os pais professores homens, sobrecarregados por uma carga horária de trabalho docente extensa, monitoram a vida escolar dos filhos, sem, no entanto, exercer forte regulação e controle das atividades escolares e extraescolares, e se mantêm, muitas vezes, nos bastidores do processo de acompanhamento familiar da escolarização. Além disso, as formas de intervenção parental na escola são pouco visíveis e diretas, e esse comportamento menos interventor pode estar ligado a sentimentos de pudor e constrangimento que produzem, por sua vez, uma relação mais distante e formal com os professores e gestores das escolas dos filhos. Em suma, pode-se concluir que, embora o “efeito pai professor” (NOGUEIRA, M.O. 2011) seja pertinente para explicar práticas educativas parentais produtoras de vantagens que impulsionam o sucesso escolar dos filhos, esse efeito apresenta nuanças que somente podem ser compreendidas levando-se em conta as condições simbólicas e materiais de vida pessoal e profissional a que estão submetidos os pais professores homens.Item Entre a escola e o abrigo : estigmas, conflitos e insucesso escolar de adolescentes.(2020) Silveira, Alcione Januária Teixeira da; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Silva, Luciano Campos daO artigo apresenta resultados de uma pesquisa que investigou a experiência social de adolescentes cujos processos educativos são vivenciados ao mesmo tempo na escola e em uma instituição de acolhimento. O percurso metodológico foi de natureza qualitativa, englobando entrevistas semiestruturadas aplicadas aos adolescentes, seus professores, seus educadores, além de uma pesquisa documental exploratória e de um questionário aplicado à psicóloga da instituição. Os dados foram analisados a partir de um aparato teórico inspirado, principalmente, na noção de experiência social de François Dubet. Os resultados indicam que os processos de escolarização e os itinerários escolares dos adolescentes institucionalizados sob a tutela do Estado, além de uma clivagem imposta pela origem social e cultural, são influenciados pelas condições sociais e educacionais vivenciadas por eles em uma dupla e híbrida experiência social permeada por tensões e situações de fuga física e simbólica, estigmas, isolamento, problemas no aprendizado escolar, dificuldades de inclusão nas turmas e na escola, conformação e negação do sujeito, tanto no acolhimento institucional quanto nas vivências escolares.Item Escola de mentira ou escola de verdade? : sobre a garantia do direito à educação de adolescentes em cumprimento de medida de internação provisória em Belo Horizonte.(2018) Oliveira, Laila Vieira de; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Silva, Luciano Campos da; Marques, Walter Ernesto UdeEste trabalho pretendeu investigar as experiências em educação de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação provisória. Por meio de entrevistas semiestruturadas, o objetivo foi buscar desses adolescentes os sentidos atribuídos por eles à escolarização tanto em privação de liberdade quanto antes do cumprimento da medida, levando-se em consideração que a medida socioeducativa é um momento da vida desses adolescentes e que a educação é uma garantia legal mesmo em privação de liberdade. Foi levado também consideração o contexto recente desses estudos e, também, a referência histórica jovem do próprio ECA e das leis que garantem os direitos das crianças e adolescentes no Brasil. Outro fator também muito relevante para essa pesquisa foi relacionar educação e medidas socioeducativas, como ambas são imprescindíveis no que tange à responsabilização do adolescente e de sua relação com o conflito. A pesquisa, realizada em uma abordagem metodológica qualitativa, utilizou como instrumentos a pesquisa documental, observação e entrevistas semiestruturadas com seis adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em internação provisória. Os resultados indicam que, de um modo geral, os adolescentes entrevistados atribuem um “não-sentido” à escolarização recebida em privação de liberdade, ou seja, não reconhecem ou a legitimam como tal. Acredita-se, por fim, ser necessário repensar a política educacional e o sistema socioeducativo considerando o momento histórico e político brasileiro e a participação do Brasil em tratados internacionais de defesa da criança e do adolescente.Item A escola é mesmo para todos(as)? : o que dizem as mães, professoras e alunos com deficiência a respeito da relação com a escola?(2019) Siqueira, Luanna Burgos; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Diniz, Margareth; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Diniz, Margareth; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Rahme, Mônica Maria FaridDesde a Constituição Federal de 1988, são garantidos direitos às pessoas com deficiência no Brasil, dentre eles a igualdade no acesso à escola. Embora existam leis e diretrizes que demarcam o direito da pessoa com deficiência no âmbito escolar e tenha se ampliado a discussão sobre inclusão escolar nas últimas décadas no cenário educacional brasileiro, quando falamos da relação família-escola em casos de alunos com deficiência constatamos que existem poucos estudos sobre a temática no campo da sociologia da educação, e que essa inclusão ainda não foi efetivada. Assim, buscando contribuir com este debate, esta dissertação trouxe como objetivo geral investigar como se constitui a relação família-escola nos casos de inclusão de alunos/as de camadas populares em escolas da rede pública de Mariana - MG. A pesquisa seguiu a abordagem qualitativa e partiu de uma análise documental e bibliográfica, realizada por meio do levantamento de artigos, teses e dissertações do Portal da CAPES, do site da Anped, da biblioteca eletrônica e demais publicações sobre o tema. Em um segundo momento, foi realizado um estudo qualitativo por meio de entrevistas reflexivas com os familiares dos alunos com deficiência e suas professoras. Ao todo foram feitas seis entrevistas, sendo duas com as mães dos alunos com deficiência, duas com as professoras destes alunos e duas com os próprios alunos. A escolha da entrevista como instrumento principal de construção de dados se deu pelo interesse em querer compreender as vivências das famílias e da escola no processo de inclusão. As falas das mães, professoras e alunos mostraram as dificuldades enfrentadas pelas famílias das camadas populares para que seus filhos sejam incluídos na escola. Sem o suporte necessário do Estado, essas famílias permanecem sem apoio, informações e condições concretas para a educação de seus filhos. As escolas, por sua vez, ainda não tiveram seus espaços, o projeto pedagógico, a formação dos professores e os materiais adaptados para a efetiva inclusão das crianças com deficiência e o acolhimento de suas famílias.Item Escolarização de adolescentes institucionalizados em locais de acolhimento : entre estigmas, conflitos e insucesso escolar.(2019) Silveira, Alcione Januária Teixeira da; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Silva, Luciano Campos da; Marques, Walter Ernesto UdeEsta pesquisa objetivou investigar os processos de escolarização de adolescentes institucionalizados(as) em locais de acolhimento. Para isso, buscou-se: a) realizar um levantamento nos documentos institucionais e, principalmente, no Projeto Individual de Atendimento (PIA), dos dados socioeconômicos e informações da instituição de acolhimento referentes à vida dos(as) adolescentes pesquisados(as); b) caracterizar os modos como se articulam as experiências de escolarização e as experiências de permanência na instituição de acolhimento e c) analisar as expectativas dos(as) adolescentes, seus professores(as) e educadores(as) frente à vida escolar e os projetos de futuro. Quanto ao percurso metodológico, de natureza qualitativa, englobando a aplicação de questionários a psicóloga da instituição e entrevistas semiestruturadas aos adolescentes, professores(as) e educadores(as), além de uma pesquisa documental exploratória, sendo os dados tratados por meio das técnicas de análise de conteúdo. Selecionamos quatro adolescentes, quatro educadores(as) e quatro professores(as) que lecionavam para esses(as) adolescentes, totalizando doze pessoas. Para a interpretação dos dados consideramos dois eixos de análise, sendo o cotidiano do abrigo e as experiências de escolarização. Os resultados indicam que os processos de escolarização e os itinerários escolares de adolescentes institucionalizados(as) sob tutela do Estado, além de uma clivagem imposta pela origem social e cultural, são influenciados pelas condições sociais e educacionais vivenciadas por eles(as) em uma dupla e híbrida experiência social de tensões e situações de fuga física e simbólica, estigmas, isolamento, problemas no aprendizado escolar, dificuldades de inclusão nas turmas e na escola, conformação e negação do sujeito, tanto no acolhimento institucional quanto nas escolas.
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