Quem está falando? : o uso de fontes em podcasts jornalísticos diários.

Abstract

A presente pesquisa aborda a ascensão dos podcasts no Brasil e sua relação com o jornalismo, destacando os desafios enfrentados na produção desses programas, a convergência nas práticas jornalísticas e a seleção de fontes nos podcasts diários. Apresenta-se como problema central o seguinte questionamento: quais fontes são usadas nos podcasts jornalísticos diários? Buscando responder a essa pergunta, recorremos a autores das Teorias do Jornalismo (Lage, 2002; Traquina, 2012; e Wolf, 2012), àqueles que categorizam as fontes na impresa tradicional (Chaparro, 2009; Schimitz, 2011), e aos que pensam especificamente no cenário do rádio (Ortriwano, 1985; Ferraretto, 2012; Zuculoto, 2012; Kischinhevsky; 2009 e Lopez; 2010). O caminho metodológico é divido em a) levantamento de dados, por meio da etnografia de podcasts (Lündstrom e Lündstrom, 2021), do Estudo de Caso (Yin, 2010; Martino, 2018) e e da Semana Construída (Bauer, 2002); e b) análise desses dados, recorrendo à ferramenta de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (1977). Discute-se, ainda, as possibilidades e desafios de aplicação da AC em objetos sonoros, levando em conta as contribuições de Quadros et al (2014), Kischinhevsky et al (2016) e Sampaio et al (2022). O corpus de análise é composto por dez edições de 123 Segundos, podcast da Rádio BandNews FM; cinco edições de Café da Manhã, podcast do jornal Folha de São Paulo; e cinco edições de Durma com Essa, podcast do jornal digital Nexo. A ficha para Análise de Conteúdo é composta por cinco unidades de registro e dezenove unidades de análise. Como conclusão e contribuição de pesquisa, parte-se da categorização de fontes de Chagas (2020), para a proposição de uma nova macro categoria, a fonte documental.