Consumo alimentar segundo processamento e suas interfaces com a saúde humana durante a pandemia da covid-19 : um estudo sobre saúde mental e insegurança alimentar.

dc.contributor.advisorMenezes, Mariana Carvalho dept_BR
dc.contributor.authorColetro, Hillary Nascimento
dc.contributor.refereeMenezes, Mariana Carvalho dept_BR
dc.contributor.refereeSouza, Anelise Andrade dept_BR
dc.contributor.refereeVieira, Renata Adrielle Limapt_BR
dc.contributor.refereeSá, Naiza Nayla Bandeira dept_BR
dc.contributor.refereeLopes, Mariana Souzapt_BR
dc.date.accessioned2023-11-10T18:47:07Z
dc.date.available2023-11-10T18:47:07Z
dc.date.issued2023pt_BR
dc.descriptionPrograma de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.pt_BR
dc.description.abstractIntrodução: Um dos grandes marcos da urbanização e evolução tecnológica se refere a criação de novos produtos alimentícios caracterizados pelo alto grau de processamento, chamados de alimentos ultraprocessados. Evidências científicas apontam para os efeitos negativos à saúde em resposta ao consumo de tais alimentos, contrapondo os efeitos benéficos do consumo de alimentos naturais. Durante a pandemia da covid – 19, medidas restritivas afetaram a produção de diversos alimentos naturais, de forma que houvesse maior comercialização e grande consumo de alimentos com maior processamento industrial caracterizados por serem não perecíveis, palatáveis, práticos e de menor custo. Objetivo: Avaliar a associação entre o consumo alimentar segundo extensão e propósito de processamento com a saúde mental e a insegurança alimentar, durante a pandemia da COVID - 19, em adultos de duas cidades da região sudeste do Brasil. Métodos: Trata-se de estudo transversal a partir de uma pesquisa epidemiológica em Ouro Preto e Mariana, com dados coletados entre os meses de outubro e dezembro de 2020. A amostra foi selecionada a partir de amostragem por conglomerado em três estágios: setor censitário, domicílio e residentes. Os dados foram coletados por meio de questionário face a face, contendo informações socioeconômicas, estilo de vida, condição de saúde, incluindo saúde mental (sintomas de ansiedade e sintomas de depressão), consumo alimentar e insegurança alimentar. Para avaliar o consumo alimentar, foi utilizado Questionário de Frequência Alimentar qualitativo referente ao consumo dos últimos três meses e a categorização dos alimentos segundo classificação NOVA. Assim, o consumo alimentar foi tratado como variável explicativa, em todas as análises, contemplando diferentes formas de categorização segundo os desfechos propostos. A variáveis sintomas de ansiedade e depressão e insegurança alimentar foram tratadas como desfecho. Para o primeiro objetivo específico, identificar a associação entre o consumo alimentar e sintomas de ansiedade e depressão, tais desfechos foram medidos por meio de duas escalas validadas para população brasileira, Generalized Anxiety Disorder 7-item (GAD-7) e Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Para avaliar a associação entre comportamentos de risco à saúde (medido pelo alto consumo de alimentos ultraprocessados, consumo não diário de frutas e hortaliças, e comportamento sedentário) e sintomas de ansiedade ou depressão, este desfecho foi novamente medido pelas escalas GAD-7 e PHQ-9, para o cumprimento do segundo objetivo específico. Para avaliar a associação entre o consumo alimentar, medido pelo consumo combinado de alimentos in natura/minimamente processados e ultraprocessados e a insegurança alimentar, o desfecho foi avaliado pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, validada para população brasileira, no terceiro objetivo específico. Para todas as análises foi usada a regressão Poisson ajustada para estimar a razão de prevalência e intervalo de confiança de 95%. Para selecionar as variáveis de ajuste, um modelo teórico de causalidade foi construído por meio de um Gráfico Acíclico Direcionado. Resultados: Como cumprimento do primeiro objetivo específico, o presente estudo evidenciou que o maior consumo semanal de alimentos in natura/minimamente processados está associado a uma menor prevalência de sintomas de depressão (RP: 0,5, IC95%: 0,3; 0,7), assim como o maior consumo semanal de alimentos ultraprocessados está associado a uma maior prevalência de sintomas de ansiedade (RP:1,5, IC95%: 1,03; 2,3) e depressão (RP: 1,5, IC95%: 1,1; 2,1). Para o segundo objetivo específico, observou-se uma razão de prevalência 2,69 maior para sintomas de ansiedade ou depressão (RP: 2,69 e IC95%: 1,11 - 6,59) dentre os indivíduos que não consumiam diariamente frutas e hortaliças e tinham um maior consumo semanal de alimentos ultraprocessados, assim como aqueles com a co- ocorrência dos três comportamentos de risco tinham uma razão de prevalência 2,87 maior para sintomas de ansiedade ou depressão (RP: 2,87 e 95%IC: 1,35 – 6,14). No terceiro objetivo específico, foi possível observar que o maior consumo semanal de alimentos ultraprocessados está associado a uma razão de prevalência 60% maior para a insegurança alimentar (RP: 1,60 e IC95%: 1,06 - 2,40). Além disso, o maior consumo de in natura/minimamente processados e o menor consumo de alimentos ultraprocessados representa uma razão de prevalência 45% menor para insegurança alimentar (RP: 0,55 e IC95%: 0,40 - 0,80). Conclusão: A crise sanitária ocasionada pela pandemia da covid -19 pode ter sido catalizadora para o aumento das prevalências de sintomas de ansiedade e depressão, bem como da insegurança alimentar. Consequentemente, diferentes âmbitos da saúde foram afetados, bem como as escolhas alimentares e estilo de vida. O presente estudo conclui que, neste cenário, o maior consumo de alimentos ultraprocessados pode ter impactos negativos à saúde mental e à segurança alimentar, ao passo que os alimentos in natura/minimamente processados são benéficos para ambas as situações. Assim, reforça-se a importância de políticas públicas integradas que atuem sobre a produção, marketing, disseminação e comercialização de alimentos ultraprocessados, bem como o incentivo à produção e venda de alimentos in natura/minimamente processados.pt_BR
dc.description.abstractenBackground: One of the major milestones of urbanization and technological evolution is the creation of new food products characterized by a high degree of processing, known as ultra- processed foods. Scientific evidence points to negative health effects in response to the consumption of such foods, as opposed to the beneficial effects of eating natural foods. During the covid-19 pandemic, restrictive measures affected the production of several natural foods, so that there was greater commercialization and large consumption of foods with more industrial processing characterized by being non-perishable, palatable, practical and cheaper. Objective: To assess the association between food consumption according to extent and purpose of processing with mental health and food insecurity during the covid-19 pandemic in adults from two cities in southeastern Brazil. Methods: This is a cross-sectional study based on an epidemiological survey in Ouro Preto and Mariana, with data collected between October and December 2020. The sample was selected using a three-stage cluster sampling design: census sector, household, and residents. Data were collected through face-to-face questionnaires, encompassing socio-economic information, lifestyle factors, health status, including mental health (symptoms of anxiety and depression), food consumption, and food insecurity. To assess food consumption, a qualitative Food Frequency Questionnaire was used to capture the dietary patterns over the previous three months, and the foods were categorized according to the NOVA classification system. Food consumption was treated as the explanatory variable in all analyses, considering various categorizations based on the proposed outcomes. The outcomes of interest were symptoms of anxiety and depression and food insecurity. For the first specific objective, to identify the association between food consumption according to the extent and purpose of processing and symptoms of anxiety and depression, two validated scales for the Brazilian population were employed: the Generalized Anxiety Disorder 7-item (GAD-7) and the Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). For the second specific objective, to assess the association between health risk behaviors (measured by the high consumption of ultra-processed foods, non-daily consumption of fruits and vegetables, and sedentary behavior) and symptoms of anxiety or depression, the outcomes were again measured using the GAD-7 and PHQ-9 scales. Lastly, for the third specific objective, to evaluate the association between food consumption according to the extent and purpose of processing (measured by combined consumption of fresh/minimally processed and ultra-processed foods) and food insecurity, the outcome was assessed using the Brazilian Food Insecurity Scale, validated for the Brazilian population. Poisson regression was used for all analyses to estimate prevalence ratios and 95% confidence intervals. To select adjustment variables, a theoretical causal model was constructed using a Directed Acyclic Graph approach. Results: Regarding the first specific objective, this study found that higher weekly consumption of fresh/minimally processed foods is associated with a lower prevalence of depression symptoms (PR: 0.5, 95% CI: 0.3; 0.7), while higher weekly consumption of ultra-processed foods is associated with a higher prevalence of anxiety (PR: 1.5, 95% CI: 1.03; 2.3) and depression symptoms (PR: 1.5, 95% CI: 1.1; 2.1). For the second specific objective, it was observed a 2.69 higher prevalence ratio for symptoms of anxiety or depression (PR: 2.69, 95% CI: 1.11 - 6.59) among individuals who did not consume fruits and vegetables daily and had higher weekly consumption of ultra-processed foods, while those with the co-occurrence of all three risk behaviors had a 2.87 higher prevalence ratio for symptoms of anxiety or depression (PR: 2.87, 95% CI: 1.35 - 6.14). Regarding the third specific objective, it was observed that higher weekly consumption of ultra-processed foods is associated with a 60% higher prevalence ratio for food insecurity (PR: 1.60, 95% CI: 1.06 - 2.40). Additionally, higher consumption of fresh/minimally processed foods and lower consumption of ultra- processed foods represent a 45% lower prevalence ratio for food insecurity (PR: 0.55, 95% CI: 0.40 - 0.80). Conclusion: The health crisis caused by the covid-19 pandemic may have been a trigger for an increase in the prevalence of anxiety and depression symptoms, as well as food insecurity. Consequently, different areas of health have been affected, as well as food choices and lifestyle. This study concludes that, in this scenario, higher consumption of ultra-processed foods can have negative impacts on mental health and food security, while fresh/minimally processed foods are beneficial for both situations. This reinforces the importance of integrated public policies that act on the production, marketing, dissemination and sale of ultra-processed foods, as well as encouraging the production and sale of fresh/minimally processed foods.pt_BR
dc.identifier.citationCOLETRO, Hillary Nascimento. Consumo alimentar segundo processamento e suas interfaces com a saúde humana durante a pandemia da covid-19: um estudo sobre saúde mental e insegurança alimentar. 2023. 243 f. Tese (Doutorado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2023.pt_BR
dc.identifier.urihttp://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/17726
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsabertopt_BR
dc.rights.licenseAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 15/10/2023 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.pt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/*
dc.subjectConsumo de alimentospt_BR
dc.subjectAlimentos industrializadospt_BR
dc.subjectAlimentos in naturapt_BR
dc.subjectSaúde mentalpt_BR
dc.subjectAnsiedadept_BR
dc.titleConsumo alimentar segundo processamento e suas interfaces com a saúde humana durante a pandemia da covid-19 : um estudo sobre saúde mental e insegurança alimentar.pt_BR
dc.typeTesept_BR
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