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Item Abordagem epidemiológica e epigenética para estudo da esquistossomose mansônica.(2019) Assenço, Regina Aparecida Gomes; Cota, Renata Guerra de Sá; Borges, William de Castro; Gomes, Maria Aparecida; Babá, Élio Hideo; Lana, Marta de; Veloso, Vanja Maria; Cota, Renata Guerra de SáInicialmente foi realizado um estudo descritivo da positividade da esquistossomose mansônica, por meio de exames parasitológicos de fezes, realizados utilizando o método de Kato-Katz, no período de 2011 a 2015 no município de Mariana, Minas Gerais, Brasil. As áreas endêmicas foram localizadas por meio de mapas de distribuição. Concluiu-se que a maioria dos indivíduos infectados tinha entre 16 e 30 anos de idade; e crianças e adolescentes de 0 a 15 anos representam uma parte importante desse cenário. A maioria das pessoas infectadas apresentou uma baixa carga parasitária refletida pelo número predominante, de 0 e 4 ovos, encontrados nos exames realizados utilizando a técnica de Kato-Katz. Paralelamente, padronizou-se a metodologia de extração de miRNAs a partir de sangue, soro ou plasma de camundongos experimentalmente infectados com 100 cercárias de S. mansoni. Posteriormente o sangue total e o soro de 30 indivíduos infectados com S. mansoni e 30 não infectados, pertencentes a distritos do Município de Mariana, Minas Gerais, foram utilizados para a extração de miRNAs. Apesar de até o momento não temos uma visão consolidada do perfil de miRNA em indivíduos infectados, na esquistosomose murina detectou-se um enriquecimento dos seguintes miRNAs: Bantan, miR-2c-3p e miR190 nas amostras sequenciadas, independente do tempo e tratamento da infecção nas amostras. Nesse trabalho foi investigado se a metilação do DNA hepático, no modelo de esquistossome murina seria alterado em resposta à infecção por S. mansoni. Para investigar essa hipótese, foi avaliado: (i) a expressão dos genes DNMT1, DNMT3A, DNMT3B, TET1, TET2 e TET3 (ii) o conteúdo global de metilação e (iii) se haveria correlação entre número de ovos presente no fígado e a expressão dos genes que codificam as enzimas que metilam e desmetilam o DNA. Foi observado um aumento de expressão das enzimas TET1, TET2 e TET3 em resposta à infecção por S. mansoni e na expressão das enzimas envolvidas na metilação de novo do DNA, que não apresentou correlação direta com o conteúdo global de metilação do DNA hepático. Verificou-se que a interferência epigenética ocorreu e tem particular relevância no contexto da expressão gênica e da manifestação fenotípica. Investigações adicionais explorando como as interações modulam os mecanismos de de regulação da expressão gênica ao nível epigenético no parasita, podem revelar novas estratégias dirigidas para o controle da esquistossomose.Item Accomplishing the genotype-specific serodiagnosis of single and dual Trypanosoma cruzi infections by flow cytometry Chagas- Flow ATE-IgG2a.(2018) Alessio, Glaucia Diniz; Araújo, Fernanda Fortes de; Sales Júnior, Policarpo Ademar; Gomes, Matheus de Souza; Amaral, Laurence Rodrigues do; Xavier, Marcelo Antônio Pascoal; Carvalho, Andréa Teixeira de; Lana, Marta de; Martins Filho, Olindo AssisThe methods currently available for genotype-specific diagnosis of T. cruzi infection still present relevant limitations, especially to identify mixed infection. In the present investigation, we have evaluated the performance of Chagas-Flow ATE-IgG2a test for early and late differential diagnosis of single and dual genotype-specific T. cruzi infections. Serum samples from Swiss mice at early and late stages of T. cruzi infection were assayed in parallel batches for genotype-specific diagnosis of single (TcI, TcVI or TcII) and dual (TcI+TcVI, TcVI+TcII or TcII+TcI) infections. The intrinsic reactivity to TcI, TcVI and TcII target antigens, including amastigote (AI/AVI/AII), trypomastigote-(TI/TVI/TII) and epimastigote (EI/ EVI/EII), at specific reverse of serum dilutions (500 to 64,000), was employed to provide reliable decision-trees for ªearlyº vs ªlateº, ªsingle vs ªdualº and ªgenotype-specificº serology. The results demonstrated that selective set of attributes ªEII 500/EI 2,000/AII 500º were able to provide high-quality accuracy (81%) to segregate early and late stages of T. cruzi infection. The sets ªTI 2,000/AI 1,000/EII 1,000º and ªTI 8,000/AII 32,000º presented expressive scores to discriminate single from dual T. cruzi infections at early (85%) and late stages (84%), respectively. Moreover, the attributes ªTI 4,000/TVI 500/TII 1,000º, ªTI 16,000/EI 2,000/EII 2,000/AI 500/TVI 500º showed good performance for genotype-specific diagnosis at early stage of single (72%) and dual (80%) T. cruzi infections, respectively. In addition, the attributes ªTI 4,000/AII 1,000/EVI 1,000º, ªTI 64,000/AVI 500/AI 2,000/AII 1,000/EII 4,000º showed moderate performance for genotype-specific diagnosis at late stage of single (69%) and dual (76%) T. cruzi infections, respectively. The sets of decision-trees were assembled to construct a sequential algorithm with expressive accuracy (81%) for serological diagnosis of T. cruzi infection. These findings engender new perspectives for the application of Chagas-Flow ATE-IgG2a method for genotype-specific diagnosis in humans, with relevant contributions for epidemiological surveys as well as clinical and post-therapeutic monitoring of Chagas disease.Item Activity of the new triazole derivative albaconazole against Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi in dog hosts.(2004) Guedes, Paulo Marcos da Matta; Urbina, Julio Alberto; Lana, Marta de; Afonso, Luís Carlos Crocco; Veloso, Vanja Maria; Tafuri, Washington Luiz; Coelho, George Luiz Lins Machado; Chiari, Egler; Bahia, Maria TerezinhaAlbaconazole is an experimental triazole derivative with potent and broad-spectrum antifungal activity and a remarkably long half-life in dogs, monkeys, and humans. In the present work, we investigated the in vivo activity of this compound against two strains of the protozoan parasite Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi, the causative agent of Chagas’ disease, using dogs as hosts. The T. cruzi strains used in the study were previously characterized (murine model) as susceptible (strain Berenice-78) and partially resistant (strain Y) to the drugs currently in clinical use, nifurtimox and benznidazole. Our results demonstrated that albaconazole is very effective in suppressing the proliferation of the parasite and preventing the death of infected animals. Furthermore, the parasitological, PCR, serological, and proliferative assay results indicated parasitological cure indices of 25 and 100% among animals inoculated with T. cruzi strain Y when they were treated with albaconazole at 1.5 mg/kg of body weight/day for 60 and 90 days, respectively. On the other hand, although albaconazole given at 1.5 mg/kg/day was very effective in suppressing the proliferation of the parasite in animals infected with the Berenice-78 T. cruzi strain, no parasitological cure was observed among them, even when a longer treatment period (150 doses) was used. In conclusion, our results demonstrate that albaconazole has trypanocidal activity in vivo and is capable of inducing radical parasitological cure, although natural resistance to this compound was also indicated. Furthermore, the compound can be used in long-term treatment schemes (60 to 150 days) with minimal toxicity and thus represents a potentially useful candidate for the treatment of human Chagas’ disease.Item Activity of the sesquiterpene lactone goyazensolide against Trypanosoma cruzi in vitro and in vivo.(2020) Milagre, Matheus Marques; Branquinho, Renata Tupinambá; Gonçalves, Maíra Fonseca; Assis, Gabriela Maíra Pereira de; Oliveira, Maykon Tavares de; Reis, Levi Eduardo Soares; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Lana, Marta deBackground: The current drugs for Chagas disease treatment present several limitations Methods: The sesquiterpene lactone goyazensolide (GZL) was evaluated regarding to cytotoxicity and trypanocidal activity against amastigotes, selectivity index (SI) in vitro, acute toxicity and anti-Trypanosoma cruzi activity in vivo. Results: The in vitro cytotoxicity in H9c2 cells was observed at doses >250 ng mL−1 of GZL and the SI were of 52.82 and 4.85 (24 h) and of 915.00 and 41.00 (48 h) for GZL and BZ, respectively. Nephrotoxicity and hepatotoxicity were not verified. Treatment with GZL of mice infected with CL strain led to a significant decrease of parasitaemia and total survival at doses of 1 and 3 mg kg−1 day−1 by oral and IV, respectively. This last group cured 12.5% of the animals (negativation of HC, PCR, qPCR and ELISA). Animals infected with Y strain showed significant decrease of parasitaemia and higher negativation in all parasitological tests in comparison to BZ and control groups, but were ELISA reactive, as well as the BZ group, but mice treated with 5.0 mg kg−1 day−1 by oral were negative in parasitological tests and survived. Conclusion: GZL was more active against T. cruzi than benznidazole in vitro and presented important therapeutic activity in vivo in both T. cruzi strains.Item Advances in Chagas disease chemotherapy.(2006) Guedes, Paulo Marcos da Matta; Fietto, Juliana Lopes Rangel; Lana, Marta de; Bahia, Maria TerezinhaChagas disease is endemic from Mexico to Argentina, where it is estimated that 16 to 18 million people are infected with its causative agent, Trypanosoma cruzi, and 100 million remain at risk of infection, emphasizing the necessity to sustain and extend control measures and strategies to combat this disease. Specific chemotherapy with benznidazole or nifurtimox has been recommended for treatment of recent and congenital infection. However, clinical trials with nifurtimox and benznidazole have shown that these compounds have very low activity in preventing the development of chronic Chagas disease. Moreover, the drugs induce a number of toxic side effects. The discovery of new active, non-toxic compounds would probably expand treatment, including those patients in which clinical manifestations are absent or can only be disclosed by more elaborate medical procedures. Recent developments in the study of basic biochemical aspects of T. cruzi have allowed for the identification of new targets for chemotherapy. Like many fungi, T. cruzi has a strict requirement for specific endogenous sterol synthesis for cell viability and growth and is extremely susceptible to sterol biosynthesis inhibitors (SBI). An intensive investigation of the potential trypanocidal effect of specific SBI has been performed, and it was demonstrated that some of these compounds exhibited suppressive and curative activity in murine and dog models of acute and chronic Chagas disease. Other potential targets for anti-T. cruzi chemotherapy that include the antiproliferative lysophospholipid analogs (evaluated in clinical trials as the first oral treatment for visceral leishmaniasis), cysteine protease inhibitors and compounds that interfere with purine salvage and inositol metabolism are also discussed.Item Análise proteômica comparativa de amostras de Trypanosoma cruzi pertencentes aos genótipos TcII e TcVI, isoladas de pacientes com doença de Chagas crônica.(2017) Inácio, Luciana de Jesus; Borges, William de Castro; Lana, Marta de; Oliveira, Maykon Tavares de; Borges, William de Castro; Palmisano, Giuseppe; Veloso, Vanja MariaO Trypanosoma cruzi é um parasito da ordem Kinetoplastida, agente etiológico da doença de Chagas (DCh), uma enfermidade de evolução crônica progressiva que afeta os sistemas cardiovascular, gastrointestinal e nervoso do hospedeiro humano. Esse protozoário é um parasito intracelular obrigatório que apresenta quatro estágios evolutivos: formas epimastigotas e tripomastigotas metacíclicas no sistema digestivo do inseto vetor; formas amastigotas (intracelulares) e tripomastigotas sanguíneas que parasitam o hospedeiro mamífero. A espécie está subdividida em seis genótipos distintos ou discret typing units (DTUs), nomeados TcI a TcVI, e TcBat. Vários estudos foram conduzidos visando correlacionar a variabilidade genética do T. cruzi com sua biologia e as manifestações clínicas da DCh, e a proteômica representa uma abordagem interessante para estudar mudanças globais na expressão de proteínas entre os diferentes genótipos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar alguns parâmetros biológicos por meio de ensaios in vitro e realizar a análise proteômica quantitativa de amostras de T. cruzi pertencentes aos genótipos TcII e TcVI isoladas de pacientes com doença de Chagas crônica, provenientes do Vale do Jequitinhonha, MG. Para este fim, cada amostra de T. cruzi foi cultivada em meio LIT para determinação da curva de crescimento ao longo de 20 dias. A taxa de metaciclogênese foi avaliada em meio Grace. Células “Vero” foram infectadas com tripomastigotas obtidas da diferenciação em meio Grace para avaliar as taxas de infectividade e de multiplicação intracelular de cada amostra nos tempos de 24, 48 e 72 horas de cultivo. Os proteomas das três amostras de epimastigotas de T. cruzi (1107 – TcII, 229 e 2119 – TcVI; em fase exponencial) foram analisados por nano-UHPLC-MS/MS. Para identificação, quantificação label free e comparação das proteínas, foi utilizado o software PEAKS, versão 8, e a categorização das proteínas foi realizada pelo software Blas2GO versão 4.1. Os resultados obtidos revelaram diferenças significativas entre os genótipos TcII e TcVI. A amostra do genótipo TcII apresentou maior área sob a curva na análise do crescimento em meio LIT, enquanto as taxas de metaciclogênese, infectividade e desenvolvimento intracelular foram maiores nas amostras do grupo genético TcVI. A análise proteômica shotgun permitiu a identificação de 3833 proteínas, dentre as quais 212 exibiram expressão diferencial. Dessas proteínas, a maioria encontrava-se com a expressão aumentada nos isolados do genótipo TcVI. Este trabalho permitiu apontar diferenças biológicas e metabólicas importantes entre os isolados investigados e a identificação de possíveis assinaturas proteicas dos genótipos TcII e TcVI.Item Are increased frequency of macrophage-like and natural killer (NK) cells, together with high levels of NK T and CD4+CD25high T cells balancing activated CD8+ T cells, the key to control Chagas'disease morbidity?.(2006) Avelar, Danielle Marchetti Vitelli; Avelar, Renato Sathler; Massara, Rodrigo Lima; Borges, Jaila Dias; Lage, Paula Souza; Lana, Marta de; Carvalho, Andréa Teixeira de; Dias, João Carlos Pinto; Santos, Silvana Maria Elói; Martins Filho, Olindo AssisThe immunological response during early human Trypanosoma cruzi infection is not completely understood, despite its role in driving the development of distinct clinical manifestations of chronic infection. Herein we report the results of a descriptive flow cytometric immunophenotyping investigation of major and minor peripheral blood leucocyte subpopulations in T. cruzi - infected children, characterizing the early stages of the indeterminate clinical form of Chagas’ disease. Our results indicated significant alterations by comparison with uninfected children, including increased values of pre-natural killer (NK)-cells (CD3 – CD16 + CD56 – ), and higher values of proinflammatory monocytes (CD14 + CD16 + HLA-DR ++ ). The higher values of activated B lymphocytes (CD19 + CD23 + ) contrasted with impaired T cell activation, indicated by lower values of CD4 + CD38 + and CD4 + HLA-DR + lymphocytes, a lower frequency of CD8 + CD38 + and CD8 + HLA-DR + cells; a decreased frequency of CD4 + CD25 HIGH regulatory T cells was also observed. These findings reinforce the hypothesis that simultaneous activation of innate and adaptive immunity mechanisms in addition to suppression of adaptive cellular immune response occur during early events of Chagas’ disease. Comparative cross-sectional analysis of these immunophenotypes with those exhibited by patients with late chronic indeterminate and cardiac forms of disease suggested that a shift toward high values of macrophage-like cells extended to basal levels of proinflammatory monocytes as well as high values of mature NK cells, NKT and regulatory T cells, may account for limited tissue damage during chronic infection favouring the establishment/maintenance of a lifelong indeterminate clinical form of the disease. On the other hand, development of an adaptive cell-mediated inflammatory immunoprofile characterized by high levels of activated CD8 + cells and basal levels of mature NK cells, NKT and CD4 + CD25 HIGH cells might lead to late chronic pathologies associated with chagasic heart disease.Item Aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de pacientes com infecção ou doença de Chagas do município de Berilo, Vale do Jequitinhonha – MG, após nove anos do tratamento específico com benzonidazol.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Lopes, Leonardo de Araújo; Lana, Marta deA cura parasitológica e clínica da doença de Chagas em pacientes tratados na fase crônica é de avaliação complexa e quando observada, ocorre tardiamente especialmente nos tratados na fase crônica. A definição da cura envolve o emprego de vários exames clínicos e laboratoriais que necessitam ser repetidos por um período longo de observação. O objetivo deste trabalho foi realizar uma avaliação epidemiológica, clínica e laboratorial, antes e nove anos depois do tratamento etiológico com benzonidazol, de pacientes com infecção chagásica crônica e apresentando diferentes formas clínicas da doença. Trinta e um pacientes tratados em 1997 foram avaliados, epidemiológica, clínica (anamnesis, exame físico, ECG, RX de tórax) e laboratorialmente [hemocultura, PCR, sorologia convencional (ELISA, HAI) e não convencional (pesquisa de anticorpos anti-tripomastigota vivo (AATV)]. Foi constatada melhoria das condições de moradia de 51,7% dos pacientes. Do total de pacientes, 77,4% reconheceram os triatomíneos vetores da doença de Chagas e 70,9% deles possuem algum parente vivo com doença de Chagas ou que tenha tido esta doença como causa “mortis”. Dos pacientes tratados na forma indeterminada da doença, 95,5% (21/22) se mantiveram na forma indeterminada e somente 4,5% (4/31) do total dos pacientes apresentaram evolução clínica. Dos cinco pacientes tratados que apresentavam inicialmente alguma forma clínica, três evoluíram clinicamente e dois permaneceram clinicamente estáveis. Pós-tratamento, a hemocultura foi positiva em 9,6% (3/31) dos casos sendo todos sintomáticos; a PCR foi positiva em 40% (12/30), negativa em 16,6% (5/30) e oscilante em 43,4% (13/30) dos pacientes; as sorologias convencional e não convencional, foram positivas em todas as amostras. A reação de ELISA semiquantitativa comparada entre as amostras de soro de 18/31 pacientes obtidas antes e nove anos pós-tratamento, apresentou queda sorológica significativa (p<0,05) dos níveis de anticorpos nos pacientes que receberam tratamento na forma indeterminada da doença. Não foi observada alteração significativa dos níveis de anticorpos em pacientes que antes do tratamento apresentaram alterações eletrocardiográficas ou radiológicas compatíveis com doença de Chagas. Não foi observada mudança significativa na pesquisa de anticorpos anti-tripomastigota vivo avaliada pela reação de citometria de fluxo, sete e nove anos após o tratamento. Foi demonstrado pela reação de ELISA semiquantitativa que a diluição de soro 1:320 foi melhor para discriminar a queda sorológica de anticorpos IgG anti-Trypanosoma cruzi em pacientes tratados com benzonidazol. A variação de absorvância medida antes e nove anos após tratamento confirmou que essa diluição foi melhor para avaliação precoce da eficácia terapêutica na doença de Chagas. Embora as avaliações laboratoriais não tenham revelado nenhuma cura parasitológica, cinco pacientes apresentaram dados laboratoriais (PCR e hemocultura negativas e queda na reatividade sorológica observadas apenas naqueles que apresentaram após tratamento, a forma indeterminada da doença) indicativos de ação terapêutica. Os resultados sugerem que o tratamento impediu ou retardou a evolução clínica da doença de Chagas em 95,5% (21/22) dos pacientes tratados com a forma indeterminada da doença e em 40% (2/5) pacientes tratados com alguma forma clínica da doença de Chagas. Em conjunto, estes resultados sugerem ainda, mesmo na ausência de cura parasitológica comprovada, efeitos benéficos do tratamento uma vez que o índice de evolução clínica dos pacientes tratados com a forma indeterminada da doença foi muito baixo (0,5%/ano). Novas avaliações, com período maior de acompanhamento, serão necessárias para melhor verificar a eficácia terapêutica.Item Avaliação anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo de lactona sesquiterpênica isolada de Lychnophora passerina.(2018) Milagre, Matheus Marques; Lana, Marta de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Alves, Tânia Maria de Almeida; Vieira Filho, Sidney Augusto; Lana, Marta deAtualmente, a única droga disponível para tratar a DCh no Brasil é o benznidazol (BZ), que apresenta várias limitações e efeitos adversos, dessa forma estimulando a busca por novas opções terapêuticas. Assim, este projeto visa o uso em solução da lactona sesquiterpênica goyazensolida (GZL), previamente ativa contra o Trypanosoma cruzi in vitro, com os seguintes objetivos: (1) Determinar o limiar de citotoxicidade in vitro sobre células de mamíferos (H9c2) e avaliar sua atividade tripanocida contra amastigotas, estabelecendo seu índice de seletividade; (2) Avaliar os sinais de toxicidade aguda in vivo e sua atividade frente à infecção experimental de T. cruzi em modelo murino. Para avaliar a citotoxicidade foram realizados os testes MTT e Vermelho Neutro (VN) e, para verificar a atividade da GZL contra o T. cruzi, células H9c2 foram infectadas com um isolado resistente da cepa Y de T. cruzi e tratadas durante 24 e 48h. Na avaliação da toxicidade aguda in vivo, foi determinada a dose máxima tolerada, feito o hemograma e dosagem de parâmetros bioquímicos para avaliação da toxicidade hepática e renal. Para avaliar a atividade terapêutica da GZL, camundongos Swiss infectados com as cepas Y e CL de T. cruzi foram tratados pelas vias oral e intravenosa (IV) por 20 dias consecutivos nas doses de 1, 5 e 25 mg/kg/dia [via oral e IV, cepa Y (isolado resistente ao BZ) e CL (sensível ao BZ)] e 1, 3 e 9 mg/kg/dia IV (cepa CL), paralelamente a grupos controles BZ 100mg/kg/dia e infectado não tratados (INT). A parasitemia dos animais foi avaliada diariamente até consistente negativação. A ação do tratamento foi avaliada ainda por exames parasitológicos (hemocultura e PCR) e sorológico (ELISA). Os resultados obtidos revelaram a citotoxicidade in vitro da GZL em concentrações acima de 250 ng/mL nos tratamentos de 24 e 48h avaliadas pelos testes MTT e VN, sendo o índice de seletividade em 24h de 351 calculado a partir da relação dos parâmetros de MTT e do teste de ação tripanocida da GZL in vitro. Houve discreta nefrotoxicidade revelada pelo aumento de creatinina observado nos animais tratados com GZL 25 mg/kg IV em relação ao grupo CNT. Na avaliação pós-tratamento em animais infectados pela cepa Y, foi observada uma diminuição significativa da parasitemia a partir do 5º dia de tratamento com GZL nas doses de 1,0 mg/kg/dia (IV e oral) e 5,0 mg/kg/dia, via oral e BZ 100 mg/kg/dia, quando comparados ao grupo controle INT. As taxas de sobrevivência dos camundongos tratados com GZL foram de 100% na dose de 5,0 mg/kg/dia oral, seguidos dos tratados com 1,0 mg/kg/dia IV e BZ 100 mg/kg/dia oral, que foram de 87,5%, enquanto o grupo controle INT apresentou 25% de sobrevida. Nenhum dos camundongos foram considerados curados segundo o critério de cura adotado (MS, 2016). Os animais infectados pela cepa CL e tratados com GZL demonstraram no 180º dia pós-tratamento uma diminuição significativa da parasitemia a partir do primeiro dia do PP em relação ao grupo INT, porém inferior ao observado no grupo tratado com BZ. A maioria dos grupos tratados não apresentou 100% de negatividade na HC e PCR simultaneamente, entretanto o grupo tratado com BZ apresentou 57,1% de cura com sobrevida de 87,5%, seguido por GZL 3 mg/kg/dia IV que curou 12,5% dos animais com sobrevida de 100%. Este resultado, em particular, aliado aos demais, representam uma boa perspectiva do uso da GZL para o tratamento da DCh a ser explorada.Item Avaliação da associação de benzonidazol e itraconazol no tratamento de camundongos infectados com clones de Trypanossoma cruzi de grupos genéticos distintos : eficácia terapêutica e farmacocinética.(2011) Silva, Rodrigo Moreira da; Lana, Marta deO perfil de resistência de clones de Trypanosoma cruzi pertencentes a grupos genéticos distintos em relação ao benzonidazol (BNZ) e itraconazol (ITC) foi anteriormente demonstrado em camundongos. Considerando que a associação de fármacos tem sido mais eficiente no tratamento de diversas infecções, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação BNZ + ITC na quimioterapia experimental da doença de Chagas, considerando a variabilidade genética do parasito e sua correlação com a resistência ao tratamento etiológico. Foram utilizados camundongos Swiss infectados via IP com 10x103 tripomastigotas sanguíneos de três estoques clonais pertencentes aos grupos genéticos TcI (P209 Cl1), TcV (BUG2149 Cl10) e TcII (IVV Cl4). Dez dias pós-inoculação e confirmação da infecção, os animais foram tratados via oral com 100 mg/Kg de cada composto durante 20 e 60 dias para o BNZ e ITC respectivamente, inclusive na associação dos fármacos. A avaliação da eficácia terapêutica foi feita por até 110 dias póstratamento por exame de sangue a fresco (ESF), hemocultura (HC), PCR e ELISA. Foram considerados curados os animais que apresentaram todos os exames negativos. O tratamento com BNZ + ITC reduziu significativamente a parasitemia além de outros parâmetros a ela relacionados nos três grupos experimentais. Os índices de cura entre os grupos tratados com BNZ, ITC e BNZ + ITC foram comparados. O tratamento com BNZ + ITC resultou em eficácia terapêutica significativamente maior em relação ao BNZ e ITC isoladamente nos animais infectados pelos três clones estudados. Os índices de cura seguiram a mesma tendência dos tratamentos isolados e apresentaram correlação com a distância filogenética entre os clones de T. cruzi estudados. Um método bioanalítico empregando CLAE com detecção UV precedido de extração líquido-líquido do BNZ e ITC contidos em amostras plasmáticas de animais tratados foi desenvolvido pela primeira vez. O método foi validado de acordo com as especificações do FDA e ANVISA, mostrando-se adequado para ser aplicado ao monitoramento farmacocinético no modelo murino. Os perfis plasmáticos dos fármacos administrados simultaneamente em regime de dose única revelaram significativa diminuição da concentração plasmática máxima (Cmax) do BNZ e significativo aumento do seu tempo de meia-vida de eliminação (t½β) em comparação à monoterapia. Estes resultados sugerem que o aumento da eficácia do BNZ + ITC não se limita apenas aos distintos mecanismos de ação dos fármacos, mas também à interação farmacocinética entre eles, na qual o ITC potencializa o efeito do BNZ por prolongar sua meiavida e consequentemente aumentar sua biodisponibilidade para melhor ação terapêutica.Item Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo do composto silibinina isolado e associado ao benznidazol.(2019) Torchelsen, Fernanda Karoline Vieira da Silva; Lana, Marta de; Silva, Glenda Nicioli da; Murta, Silvane Maria Fonseca; Brandão, Geraldo Célio; Lana, Marta deA doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária endêmica na América Latina e encontrada em diversos países no mundo. Seu tratamento é feito com o benznidazol (BZ) e o nifurtimox (NF), ambos fármacos com baixa eficácia terapêutica na maoria dos pacientes em fase crônica tardia da DC, e que causam vários efeitos colaterais. A busca por novos fármacos para a DC é estimulada entre produtos naturais e em estratégias como associação de fármacos. A silibinina (SLB) é um composto natural capaz de inibir a proteína de efluxo (Pgp) nas membranas celulares, induzir a morte de microrganismos, além de possuir atividade anti-inflamatória. Ainda não há na literatura relato de sua atividade em T. cruzi. Neste trabalho foi avaliada a atividade in vitro e in vivo de SLB e de SLB associada a BZ (SLB+BZ) frente a cepa Y de T. cruzi. Foi realizado ensaio de citotoxicidade pelo método de MTT em células VERO (24h), que revelou IC50 de 250,22 µM para a SLB. A atividade tripanocida avaliada por método com resazurina em epimastigotas (24h) mostrou que a SLB 25 µM inibiu o crescimento dos parasitos. O ensaio em amastigotas revelou índice de seletividade de 3,13, além de mostrar a maior porcentagem de inibição (> 90%) quando a SLB foi usada na associação de SLB100+BZ10µM, em comparação com SLB (100; 25; 6,25 µM) ou BZ (10; 5; 2,5 µM) isolados. No ensaio in vivo, camundongos Swiss comprovadamente infectados IP com 10.000 tripomastigotas sanguíneos foram tratados por via oral por 20 dias consecutivos com SLB50, SLB150, SLB50+BZ25, SLB50+BZ50, SLB50+BZ100, SLB150+BZ25, SLB150+BZ50, SLB150+BZ100, BZ25, BZ50 e BZ100 mg/kg/dia. Os animais foram avaliados diariamente na fase aguda (parasitemia) e aos 90, 180 e 240 dias após tratamento por hemocultura, qPCR de eluato sanguíneo e sorologia (ELISA). Após a eutanásia, foram feitas, além das avaliações anteriores, a qPCR do tecido cardíaco. Os resultados in vivo demonstraram que a SLB em monoterapia não foi capaz de controlar a parasitemia e a mortalidade dos animais. As avaliações parasitológicas mostraram 100% de negatividade na maioria dos grupos de animais tratados com combinação de drogas ou doses menores de BZ, enquanto a sorologia foi positiva em todos os animais não sendo constatada cura pelo critério clássico. Entretanto verificamos que os grupos experimentais tratados com BZ em menores doses e que os tratados com BZ em menores doses quando associado a SLB apresentaram maior negatividade nos exames parasitológicos, porém sem diferenças significativas entre os demais grupos. Análise histopatológica cardíaca será feita para avaliar se houve redução da inflamação/fibrose entre os grupos tratados com a associação SLB+BZ versus BZ.Item Avaliação da eficácia de lactona sesquiterpênica nanoestruturada em modelo experimental de infecção pelo Trypanosoma cruzi.(2010) Branquinho, Renata Tupinambá; Lana, Marta de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Bahia, Maria Terezinha; Souza, Jacqueline de; Vilela, José Mário CarneiroOs objetivos deste trabalho foram isolar desenvolver, caracterizar e validar formulações farmacêuticas nanoestruturadas (NC) com lactona sesquiterpênica (LS), licnofolida (LIC) obtida de Lychnophora trichocarpha com atividade anti- T.cruzi “in vitro”. Partes aéreas da planta foram coletadas e secadas e suas frações acetato de etila separadas em coluna cromatográfica de sílica gel até a obtenção da LIC pura. A LIC foi caracterizada pelo ponto de fusão e RMN. As NC foram utilizadas como estratégia para melhorar sua eficácia, alterar sua biodistribuição e reduzir os efeitos tóxicos sendo preparadas com o polímero de poli-ε-caprolactona (PCL) por deposição interfacial do polímero pré-formado, caracterizadas por análise do tamanho médio das partículas (243nm) e índice de polidispersão (<0,15) determinados por espectroscopia de correlação de fótons, o potencial zeta (-52,7mV), morfologia determinada por microscopia de força atômica. A dissolução de LIC in vitro revelou ser lenta e se completou em 24h. A liberação do LIC das NC foi feita pelo método de diálise reversa em condições equilíbrio. Uma reduzida liberação foi observada quando comparada a LIC livre alcançando 97% de dissolução em 48h. Foram desenvolvidos e validados dois métodos de quantificação da LIC por CLAE com detector DAD e espectrofotometria por UV, ambos a 265nm. A eficiência de encapsulação foi de aproximadamente 100%, confirmando a afinidade da LIC pelo núcleo oleoso usando as metodologias de quantificação mencionadas. Os estudos “in vivo” foram realizados em camundongos Swiss tratados via oral e o benznidazol (BZ) foi utilizado como fármaco de referência. O efeito das diferentes formulações (NC-LIC, LIC free, BZ 25mg, BZ 50mg) foi estudado em grupos de oito camundongos inoculados com 10.000 tripomastigotas sanguíneos das cepas CL, Y e Colombiana, consideradas suscetíveis, parcialmente resistentes e resistentes ao tratamento com BZ, respectivamente. As formulações com LIC foram administradas em doses de 2,0mg/Kg por 10 dias. Grupos controle tratados com DMA-PEG, NC brancas e não tratados foram avaliados em paralelo. A eficácia do tratamento foi avaliada por hemocultura, PCR e ELISA. Animais infectados com a cepa CL e Y de T.cruzi tratados com a formulação NC-LIC apresentaram redução significativa da parasitemia que se manteve subpatente a seguir. Uma porcentagem média de 50% dos animais foi curada parasitologicamente e 100% sobreviveram até serem necropsiados seis meses pós-tratamento. Uma percentagem de 16,5% dos animais infectados com estas cepas e tratados com LIC também foi curada. Nos animais infectados com a cepa Colombiana uma redução mais intensa da parasitemia foi observada em relação a outras formulações estudadas, incluindo o tratamento com BZ, seguida de um significativo aumento da sobrevida dos animais. Os dados demonstraram pela primeira vez o efeito da LIC “in vivo” e que as NC com LS aumentaram sua eficácia terapêutica. Este trabalho demonstrou ainda que LIC é uma droga potente e que uma melhora do esquema terapêutico poderá ser o objetivo maior de futuras investigações.Item Avaliação da genética do parasito e do hospedeiro, biologia do parasito e clínica da doença de Chagas em duas gerações de uma família.(2017) Lima, Ana Paula Braga; Silva, Glenda Nicioli da; Lana, Marta de; Silva, Glenda Nicioli da; Machado, Carlos Renato; Machado, Evandro Marques de MenezesA doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é considerada uma doença multifatorial em que há interação de fatores do parasito e do hospedeiro. Estudos de correlação genética do parasito com suas propriedades biológicas, associando-as à genética do hospedeiro, vem sendo realizados com o objetivo de prever a evolução da infecção, auxiliando no diagnóstico, controle e conhecimento de sua epidemiologia. A proposta deste projeto foi avaliar a genética e a biologia do T. cruzi e a genética do hospedeiro de duas gerações de uma família com diagnóstico da doença de Chagas, procedentes da região do Alto Paranaíba, MG, constituída de mãe e suas cinco filhas. Amostras de sangue das voluntárias foram coletadas objetivando isolar o parasito e caracterizá-lo geneticamente. Entretanto, somente o parasito de uma única amostra foi isolado, sendo pertencente ao grupo genético ou DTU TcII. Na ausência de isolados do parasito da mãe e de quatro de suas filhas, a continuidade da caracterização genética do T. cruzi foi feita pela técnica de PCR-LSSP, com o objetivo de verificar a variabilidade intraespecífica do parasito. Com os resultados obtidos, um dendograma UPGMA foi construído, no qual as amostras foram divididas em três grupos distintos. O valor do índice Shannon (0,492) e a média do valor da heterozigosidade por locus (0,322) foram baixos, indicando baixa variabilidade genética entre os parasitos. A única amostra de parasito isolada apresentou baixa taxa de crescimento em meio de cultura acelular (LIT) e alta taxa de infectividade em células VERO e em camundongos. Três genes humanos relacionados à cardiopatia (TNF, WISP1 e TGF-β1) foram avaliados e as seis voluntárias apresentaram os mesmos genótipos para os três genes. Na ausência de diferenças genéticas, as voluntárias foram estudadas pelos questionários SF-36 (Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida) e Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage para avaliar a autopercepção do estado de saúde e possibilidades de transtornos afetivos/depressivos. As voluntárias apresentaram transtornos afetivos associados a uma ruim/negativa auto-percepção do estado de saúde. Em conclusão, a compreensão da evolução clínica da DC vai além dos aspectos genéticos e biológicos do parasito e de aspectos genéticos do hospedeiro.Item Avaliação de parâmetros parasitológicos e imunológicos no baço, fígado e em células derivadas de leucócitos circulantes, em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum, assintomáticos ou sintomáticos.(2017) Vieira, João Filipe Pereira; Reis, Alexandre Barbosa; Carneiro, Cláudia Martins; Soares, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar; Reis, Alexandre Barbosa; Carvalho, Andréa Teixeira de; Andrade, Hélida Monteiro de; Lana, Marta de; Borges, William de CastroA Leishmaniose Visceral zoonótica é um problema de saúde pública global com uma expansão crescente em várias regiões do mundo. O cão, como principal reservatório doméstico do parasito, apresenta-se como um dos fatores que favorecem a expansão da doença em humanos. Dois dos principais órgãos afetados pela leishmaniose visceral canina (LVC) são o baço e o fígado, que apresentam alterações estruturais, decorrentes da infecção. A célula mais parasitada no contexto da infecção por L. infantum é o macrófago, sendo também a célula mais importante na eliminação de formas amastigotas, através da produção de óxido nítrico (NO), ou espécies reativas de oxigênio (ROS). Dessa forma, nosso estudo buscou avaliar a influência de determinadas citocinas na produção de mediadores microbicidas por macrófagos do baço, fígado e derivados de monócitos circulantes, assim como, a correlação destes fatores imunológicos, com a forma clínica, a carga parasitária e a esplenomegalia no contexto da leishmaniose visceral canina (LVC). Nossa estratégia experimental contou com 27 cães, divididos entre cães não infectados (CNI - n=7), cães infectados assintomáticos (CA - n=10) e cães infectados sintomáticos (CS - n=9). Nos cães infectados, foi avaliada a carga parasitária por qPCR e LDU (Leishman donovan units), sendo observada uma carga parasitária maior no baço e fígado do grupo CS. Foi ainda avaliada a presença e grau de esplenomegalia, por ultrassonografia, sendo verificado que cães do grupo CS, apresentam um maior grau de esplenomegalia, comparativamente a cães do grupo CNI e CA. Para avaliação da resposta imune no baço e fígado, foi realizada por citometria de fluxo uma avaliação ex vivo destes compartimentos. Os resultados demonstraram que em ambos os órgãos existe uma maior população de linfócitos T CD3+ em cães do grupo CA, comparativamente ao grupo CNI. No fígado foi constatado um menor percentual de linfócitos T CD4+ e um maior percentual de linfócitos T CD8+, no grupo CS, relativamente aos grupos CNI e CA. Ao avaliar a produção intracelular de IFN- e IL-4 nas subpopulações de linfócitos T, foi observado que linfócitos T CD4+ do baço e fígado de cães do grupo CA demonstraram uma maior capacidade de produção de IFN-, em comparação aos do grupo CNI e CS. Seguidamente, foram avaliadas por qPCR as expressões de RNAm de várias citocinas associadas com a resistência e susceptibilidade e da enzima iNOS em baço e fígado, tendo sido constatada uma maior expressão de IL-12 em ambos os órgãos de cães do grupo CA, em relação ao grupo CNI. No compartimento esplênico, foi ainda observado um aumento na expressão de iNOS no grupo CA, por comparação aos grupos CNI e CS e um aumento na expressão de IL-10 nos cães do grupo CS, em relação aos grupos CA e CNI. Ainda nos compartimentos esplênico e hepático, foi avaliada a produção de NO e ROS por macrófagos, tendo sido constatada um aumento na frequência de macrófagos produtores de NO em cães do grupo CA, por comparação aos do grupo CNI. Em relação à produção de ROS, foi observada uma maior produção em macrófagos do grupo CA, em relação ao grupo CNI, em ambos os órgãos. Foram ainda realizadas avaliações imunológicas in vitro, em sistemas de co-cultivo incluindo macrófagos derivados de monócitos circulantes após infecção com promastigotas vivos de L. infantum GFP, em cultivo com subpopulações de linfócitos T autólogos (M + CD4+; M + CD8+; M + CD4+ e CD8+). Partindo desses co-cultivos foi concluído que macrófagos do grupo CA apresentaram uma maior redução da taxa e intensidade de infecção quando em co-cultivo com linfócitos T CD4+ e/ou CD8+, além disso foi observada um maior predomínio de linfócitos T CD4+ produzindo IFN- em detrimento de células produtoras de IL-4 nos cães do grupo CA. Além disso, foi constatado qCA apresentaram um maior percentual de macrófagos produtores de NO quando em co-cultivo com linfócitos T CD4+ e linfócitos T CD4+ e CD8+, quando comparados ao grupo CS. Foi ainda, examinada a possível existência de correlações entre os parâmetros avaliados nas diferentes metodologias. Foi assim observada uma íntima correlação entre fatores, tais como, a expressão de IL-12, o percentual de linfócitos T CD4+ produtores de IFN- e o percentual de macrófagos produtores de NO que estão associados à resistência. Por outro lado, fatores tais como a expressão esplênica de IL-10, a esplenomegalia e o parasitismo, são fatores intimamente associados à susceptibilidade perante a infecção por L. infantum. Estes resultados contribuem para o entendimento da imunopatologia da LVC e permitiram identificar marcadores de resistência e susceptibilidade, num contexto clínico e no desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e vacinas.Item Avaliação do desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no sorodiagnóstico universal e genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas pelo Trypanosoma cruzi.(2017) Alessio, Glaucia Diniz; Lana, Marta de; Martins Filho, Olindo Assis; Vieira, Paula Melo de Abreu; Menezes, Evandro Marques de; Bartholomeu, Daniella Castanheira; Pereira, Rosiane Aparecida da Silva; Lana, Marta deO Segundo Consenso Taxonômico do Trypanosoma cruzi subdividiu a espécie em seis grupos genéticos distintos (DTUs- “Discrete Typing Unity”), TcI a TcVI. Nesse contexto, diversos estudos vêm associando a variabilidade genética do T. cruzi com as características biológicas, epidemiológicas e clínicas da doença de Chagas (DCh). Assim, torna-se cada vez mais importante correlacionar a diversidade genética do parasito com o diagnóstico da DCh. Recentemente, foi padronizada a técnica de pesquisa de anticorpos IgG anti-amastigotas (AMA), tripomastigotas (TRIPO) e epimastigotas (EPI) do T. cruzi por citometria de fluxo (Chagas-Flow ATE), com excelente desempenho no diagnóstico e na monitoração pós-terapêutica da DCh. Assim, esse trabalho busca otimizar a Chagas-Flow ATE no diagnóstico universal e genótipoespecífico da infecção experimental simples e mista pelo T. cruzi, utilizando distintas DTUs do parasito como antígeno. Foram avaliados pela TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a amostras de soros de camundongos não infectados e com infecções pelo T. cruzi simples: Colombiana (COL)/TcI, CL/TcVI e Y/TcII e mistas: Colombiana/TcI + CL/TcVI, CL/TcVI + Y/TcII e Colombiana/TcI + Y/TcII nas infecções recentes (IR) e tardias (IT). Os dados demonstraram o excelente desempenho da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a no diagnóstico universal da infecção experimental pelo T. cruzi, com 100% de sensibilidade e especifidade. Essa metodologia apresentou ainda um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico de infecções IR simples, com uma acurácia de 69% para discriminar infecções por TcI (COL)/TcVI (CL)/TcII (Y) e de 94% para diferenciar infecções por TcI (COL)/TcII (Y). Além do mais, essa técnica demonstrou uma boa performance para distinguir infecções pelo T. cruzi nas IR e IT, com uma acurácia de 81%. Os resultados evidenciaram ainda o bom desempenho dessa metodologia para discriminar infecções simples e mistas na IR e na IT, com uma acurácia de 85% e 84%, respectivamente. Além do mais, a TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a apresentou uma boa performance no diagnóstico genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas pelo T. cruzi na IR, com uma acurácia de 72% e 80%, respectivamente, e de infecções simples e mistas na IT, com uma acurácia de 69% e 76%, respectivamente. Em relação à análise dos algoritmos sequenciais, a metodologia proposta demonstrou uma acurácia de 81% como um teste diagnóstico complementar para a infecção experimental pelo T. cruzi. Os resultados indicam o potencial da TcI/TcVI/TcII Chagas-Flow ATE-IgG2a para o diagnóstico universal e genótipo-específico da infecção experimental simples e mista pelo T. cruzi, na IR e na IT. A padronização da metodologia Chagas-Flow ATE para o diagnóstico genótipoespecífico da DCh será de extrema importância para a proposta clínica, estudos epidemiológicos, e de monitoração pós-terapêutica.Item Avaliação do perfil de IgG e subclasses de IgG de pacientes portadores de infecção chagásica do município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Santos, Lilian da Silva; Lana, Marta deA pesquisa de técnicas sorológicas de alta especificidade e sensibilidade que sejam capazes de avaliar a morbidade da doença de Chagas é de grande interesse. O maior objetivo desse trabalho foi realizar uma avaliação sorológica pesquisando IgG total e suas subclasses IgG1, IgG2 e IgG3, em diluições sucessivas de soro, em pacientes do município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, infectados pelo Trypanosoma cruzi com diagnóstico sorológico positivo e previamente avaliados do ponto de vista epidemiológico, clínico e parasitológico. O diagnóstico sorológico foi feito pelas técnicas de ELISA e HAI e a hemocultura empregada na avaliação parasitológica. A seguir, todos os pacientes responderam um questionário clínicoepidemiológico. Para a avaliação clínica os pacientes passaram por exame físico, eletrocardiograma, ecocardiograma e Raios-X do tórax e do esôfago e cólon contrastados. Após estes exames, foram selecionados para este estudo 15 pacientes em cada uma das seguintes formas clínicas da doença de Chagas: forma Indeterminada (IND), forma Cardíaca 1 (CARD 1), forma Cardíaca 2 (CARD 2), forma Digestiva e/ou Mista (DIG/MIS), além de um grupo com 15 indivíduos não reativos (grupo controle) da mesma localidade. Inicialmente a técnica de ELISA não comercial rotineiramente usada para o diagnóstico da doença de Chagas foi empregada para a dosagem das imunoglobulinas nos pacientes com infecção chagásica e posteriormente aplicada a soros de indivíduos com algumas doenças infecciosas tais como HIV, HCV, sífilis (SIF), leishmaniose visceral (LV) e leishmaniose tegumentar (LT) com objetivo de verificar seu desempenho. A análise dos aspectos epidemiológicos demonstrou que os pacientes com infecção chagásica apresentaram piores condições sócio-econômicas quando comparados aos pacientes do grupo controle não infectado. O grupo controle apresentou melhores condições de moradia atuais e anteriormente a este estudo, maior grau de escolaridade, e conseqüentemente melhores condições de trabalho. A taxa geral de hemocultura positiva foi de 25% (15/60), com 33,33% (5/15) de positividade no grupo IND, 26,66% (4/15) no grupo CARD 1 e no CARD 2 e 13,33% (2/15) no DIG/MIS. Não houve diferença significativa entre as porcentagens de hemoculturas positivas dos grupos clínicos. A análise do desempenho da técnica de ELISA não comercial, rotineiramente utilizada por nosso grupo no diagnóstico sorológico da doença de Chagas, demonstrou que o diagnóstico sorológico desta infecção pode ser realizado com melhores resultados pela pesquisa de IgG total nas diluições 1:10 a 1:320, IgG1 a 1:10, IgG2 a 1:10 e 1:20 e IgG3 de 1:10 a 1:320. A pesquisa das imunoglobulinas revelou que IgG total e IgG3 apresentaram níveis mais elevados, seguidos por IgG2 e IgG1. O emprego desta metodologia na análise dos soros de pacientes com outras doenças infecto-contagiosas demonstrou que o diagnóstico pode ser feito com segurança para IgG total na diluição 1:40, para IgG1 e IgG2 na diluição 1:10 e para IgG3 na diluição 1:20. Foi detectada reatividade cruzada em soros de pacientes com LV e LT na pesquisa de IgG1, IgG2 e IgG3 nas diluições selecionadas. Apenas a pesquisa de IgG total nas diluições 1:10 a 1:80 não revelou reatividade cruzada com os soros das outras infecções (HIV, HCV, SIF, LV e LT). O emprego desta mesma metodologia na avaliação da morbidade da doença de Chagas revelou que o grupo DIG/MIS apresentou níveis significativamente mais elevados de IgG total em todas as diluições testadas em relação aos outros grupos clínicos. A pesquisa de IgG3 também apresentou níveis significativamente mais elevados no grupo IND em todas as diluições avaliadas. IgG1 e IgG2 apresentaram níveis semelhantes em todos os grupos clínicos. Em síntese, este estudo não demonstrou uma associação muito clara entre as manifestações clínicas da doença de Chagas e os níveis das imunoglobulinas pesquisadas.Item Avaliação do programa de controle da doença de Chagas no município de Açucena, Vale do Aço, Minas Gerais, Brasil.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Santos, Adriana dos; Lana, Marta deO presente trabalho teve como objetivo avaliar o Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) no município de Açucena, Vale do Aço, MG, Brasil e fornecer subsídios para o aprimoramento da vigilância epidemiológica (VE). O estudo foi realizado em três fases. A primeira fase consistiu em inquérito sorológico em escolares de cinco a 15 anos de idade, incluindo 18 escolas, duas urbanas e 16 na área rural do município. Para tal, 638 crianças de uma amostra aleatória simples foram triadas pelo método de ELISA feito em amostras de sangue em papel de filtro. A seguir, amostras de soro de 291 crianças, consideradas positivas, zona cinza e 10% das negativas na primeira fase, foram submetidas à sorologia confirmatória por ELISA “in house”, HAI, IFI e ELISA-rec. O resultado do inquérito não demonstrou entre a amostra selecionada nenhuma criança com a infecção pelo T. cruzi, ou seja, 0% de prevalência de infecção pelo T. cruzi em escolares de Açucena, sugestivo de interrupção da transmissão da doença de Chagas no município. Na segunda fase foi realizada uma avaliação vetorial, sendo fonte de pesquisa os registros da GRS de Coronel Fabriciano, no período de outubro de 2006 a dezembro de 2010. Os dados apontaram a presença de três espécies de triatomíneos, o P. megistus, o P. diasi e o T. vitticeps, sendo este último a espécie prevalente, amplamente dispersa e com um alto índice de infecção natural (67%) pelo flagelado do tipo T. cruzi. Os dados vetoriais revelaram a necessidade de avaliar a população exposta aos vetores da doença de Chagas (DCh). Assim, na terceira fase da pesquisa os indivíduos residentes em domicílios onde foi feita captura de T. vitticeps positivos para flagelados do tipo T. cruzi foram submetidos à avaliação sorológica e epidemiológica. Foram avaliados 51 indivíduos, pelas mesmas técnicas sorológicas anteriores. Destes, cinco apresentaram resultados inconclusivos, sendo então examinados pela técnica de PCR. Dois indivíduos foram considerados positivos na PCR e precisam ser submetidos a novas avaliações parasitológicas. A avaliação do conhecimento da população sobre a DCh e VE revelou que a qualidade das residências na região melhoraram, que a população ainda detém conhecimento sobre os vetores transmissores da DCh, assim como sobre os problemas ocasionados pela doença. Uma avaliação geral dos resultados apontou para a importância da instituição e manutenção permanente do PCDCh em áreas endêmicas, sendo necessário dar maior ênfase a fase de VE, principalmente em áreas pouco trabalhadas e ou drasticamente alteradas em função das intervenções ambientais, como ocorreu em Açucena. As maiores fragilidades do município são a elevada extensão territorial, número insuficiente de agentes de saúde e o despreparo do município para assumir as novas responsabilidades decorrentes da descentralização imposta pelo Sistema Único de Saúde.Item Avaliação do programa de controle da doença de chagas no município de Antônio Dias, Vale do Aço, MG, após a implantação da vigilância epidemiológica.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Letro, Rejane Balmant; Lana, Marta deO presente trabalho teve como objetivo avaliar o Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) instalado no município de Antônio Dias, Vale de Aço, MG, Brasil, após a implantação da vigilância epidemiológica ocorrida em 1991. Para tal avaliação procedeu-se a investigação de três aspectos básicos: estudo de soroprevalência em escolares de 5 a 15 anos, análise de dados vetoriais secundários do município e região e conhecimento de escolares do ensino fundamental sobre a doença, seus vetores e sua vigilância por meio de aplicação de questionário. O estudo de soroprevalência para doença de Chagas em 607 amostras de escolares foi realizado em três etapas. Inicialmente foi realizada uma triagem pela técnica de ELISA em papel de filtro. Posteriormente os pacientes com resultados positivos, zona cinza e mais 10% dos negativos foram examinados pelas técnicas de ELISA e HAI em soro. Finalmente, os resultados discordantes foram analisados utilizando a técnica de IFI. Não foi confirmado o diagnóstico de nenhum caso da doença de Chagas, sugerindo interrupção da transmissão vetorial no município em estudo. A análise de dados vetoriais revelou a presença exclusiva do T. vitticeps no município de Antônio Dias. As espécies P. megistus e P. diasi foram capturadas em outros municípios que compõem as micro-regionais de Coronel Fabriciano e Ipatinga. Porém, neles também houve predominância do T. vitticeps (91,14%). O local predominante de captura dos triatomíneos, no município e região, foi o intradomicílio. Estes insetos apresentaram alto índice de infecção por flagelados do tipo T. cruzi (63,7% na região e 42,9% em Antônio Dias). A análise dos 408 questionários aplicados aos escolares do ensino fundamental da Escola Estadual Professor Letro, que inclui alunos da zona urbana e rural, revelou reduzido conhecimento sobre doença, seus vetores e sua vigilância epidemiológica. Somente 29,7% (121/408) desses escolares relataram de forma correta as medidas para se evitar a doença. A análise dos três aspectos básicos em que se assentam a presente avaliação do PCDCh no município de Antônio Dias nos possibilita inferir que este se fez eficiente em suas etapas iniciais dedicadas ao combate ao vetor e conseqüentemente, na redução da infecção humana pelo T. cruzi. No entanto, o controle da doença de Chagas encontra-se ameaçado por diversos fatores: presença do T. vitticeps e a possibilidade desta espécie colonizar o domicilio, o que poderá aumentar o risco de ocorrência de transmissão da doença; pelo desmatamento em curso em várias comunidades do município e região para plantio de eucalipto e produção de carvão; pelo desconhecimento e descrença da população no controle da doença e por fim pela inexistência de atividades rotineiras de supervisão e estruturação das ações por parte da Gerência Regional de Saúde (GRS).Item Avaliação do programa de controle da doença de Chagas no município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil, oito anos após a implantação da vigilância epidemiológica.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Assis, Girley Francisco Machado de; Lana, Marta deNeste trabalho foi realizada uma Pesquisa Integral (PI) Triatomínica no município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil, onde todas as unidades domiciliares rurais e urbanas foram vistoriadas com o objetivo de avaliar o impacto do Programa de Controle de Doença de Chagas, implantado no município desde 1982, sobre as populações de triatomíneos domiciliadas e peridomiciliadas. Os insetos capturados foram identificados e examinados quanto à infecção pelo T. cruzi. Todas as UD’s que apresentaram triatomíneos no intra ou peridomicílio foram borrifadas utilizando inseticida piretróide. Realizou-se também um inquérito sorológico em moradores residentes em UD’s infestadas por triatomíneos. A coleta de sangue foi feita por punção venosa e examinado por HAI, ELISA e IFI. Durante os trabalhos da PI, 5.242 UD’s foram vistoriadas e 35 apresentaram-se infestadas. Os triatomíneos encontrados foram P. megistus (72%) e T. pseudomaculata (28%), sendo o peridomicílio (galinheiro) o principal local das capturas. Dos 391 insetos capturados nenhum apresentou infecção pelo T. cruzi. Pela primeira vez em Minas Gerais foi encontrado um grande foco intradomiciliar de T. pseudomaculata. Considerando o padrão de construção das moradias do município, a maioria da UD’s pertencia ao tipo A (49%) e C (40%). Dentre as UD’s positivas, 74% era do tipo C. As capturas se concentraram na região Norte do município e ocorreu sobreposição da área de P. megistus e T. pseudomaculata. A prevalência humana para a infecção pelo T. cruzi foi de 25% (31 indivíduos), sendo 97% dos indivíduos maiores de 30 anos. A quase ausência de infecção em crianças, associada aos dados entomológicos da PI nos permite concluir que a transmissão vetorial da DCh está interrompida em Berilo. Comparando os dados da PI e os da Vigilância Epidemiológica (VE), implantada desde 1997, verifica-se que Berilo vem apresentando indicadores entomológicos condizentes com a VE. Vale ressaltar que esta VE apresenta falhas metodológicas que são frutos de um processo de descentralização implantado de forma precipitada, já que o município não foi preparado e/ou capacitado para assumir as suas devidas obrigações.Item Avaliação do tratamento com benznidazol, itraconazol e sua associação na fase aguda da doença de Chagas experimental no modelo cão.(2017) Cunha, Eleonora Lima Alves; Lana, Marta de; Lana, Marta de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Murta, Silvane Maria FonsecaA doença de Chagas (DCh) e seu tratamento permanecem negligenciados e ainda constitui um sério problema de saúde pública na América Latina. O benznidazol (BZ) é atualmente o único fármaco disponível no Brasil para o tratamento da DCh, apresentando efeitos colaterais graves, limitada e variável eficácia terapêutica, especialmente na fase crônica da doença. Após os ensaios clínicos feitos no Brasil demonstrarem que os derivados azólicos de primeira geração não promoveram cura parasitológica e nem impediram a progressão da DCh em humanos, os estudos de associação de fármacos desta classe de compostos com BZ passaram a ser estimulados. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ação terapêutica do BZ, itraconazol (ITRA) e de sua associação (BZ+ITRA), em cães infectados com cepa VL-10 do Trypanosoma cruzi (T. cruzi) tratados durante a fase aguda da infecção e seu impacto na evolução clínica da doença. O modelo cão foi utilizado por ser considerado ideal para o estudo da DCh e seu tratamento, pois reproduzem as fases aguda e crônica da doença e a manifestação clínica mais importante, a cardiopatia chagásica crônica. Para tal, 20 cães jovens sem raça definida foram inoculados via IP com 2000 tripomastigotas sanguíneas de T. cruzi/kg, e divididos em 4 grupos: I – tratados com BZ: 7 mg/kg em duas doses diárias; II – tratados com ITRA: 6 mg/kg/dia; III – tratados com BZ+ITRA na mesma posologia da monoterapia; IV – grupo controle infectado não tratado. Os animais foram tratados a partir do primeiro dia de parasitemia patente por 60 dias consecutivos. Foram realizados exames de sangue a fresco, hemocultura, reação em cadeia da polimerase (PCR) em eluato de sangue, sorologia convencional (ELISA), PCR quantitativa e histopatologia de tecido cardíaco. Após 18 meses das repetidas avaliações dos animais, foi possível observar uma melhor atividade terapêutica da associação de BZ+ITRA do que nos grupos tratados com ITRA e BZ em monoterapia. De acordo com o critério de cura estabelecido pelo Ministério da Saúde (2016), o cão B8, tratado com BZ+ITRA, apresentou na sua última avaliação resultados negativos nos testes parasitológicos e na ELISA, sugerindo estar curado. Já o cão B4 tratado com ITRA e o cão B7 tratados com BZ+ITRA, apresentaram avaliações parasitológicas negativas, exceto sorologia convencional. Contudo, para a melhor compreensão da cura efetiva dos animais ainda seriam necessárias mais avaliações a longo prazo ou técnicas alternativas.