Avaliação do programa de controle da doença de Chagas no município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil, oito anos após a implantação da vigilância epidemiológica.

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Data
2006
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Neste trabalho foi realizada uma Pesquisa Integral (PI) Triatomínica no município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil, onde todas as unidades domiciliares rurais e urbanas foram vistoriadas com o objetivo de avaliar o impacto do Programa de Controle de Doença de Chagas, implantado no município desde 1982, sobre as populações de triatomíneos domiciliadas e peridomiciliadas. Os insetos capturados foram identificados e examinados quanto à infecção pelo T. cruzi. Todas as UD’s que apresentaram triatomíneos no intra ou peridomicílio foram borrifadas utilizando inseticida piretróide. Realizou-se também um inquérito sorológico em moradores residentes em UD’s infestadas por triatomíneos. A coleta de sangue foi feita por punção venosa e examinado por HAI, ELISA e IFI. Durante os trabalhos da PI, 5.242 UD’s foram vistoriadas e 35 apresentaram-se infestadas. Os triatomíneos encontrados foram P. megistus (72%) e T. pseudomaculata (28%), sendo o peridomicílio (galinheiro) o principal local das capturas. Dos 391 insetos capturados nenhum apresentou infecção pelo T. cruzi. Pela primeira vez em Minas Gerais foi encontrado um grande foco intradomiciliar de T. pseudomaculata. Considerando o padrão de construção das moradias do município, a maioria da UD’s pertencia ao tipo A (49%) e C (40%). Dentre as UD’s positivas, 74% era do tipo C. As capturas se concentraram na região Norte do município e ocorreu sobreposição da área de P. megistus e T. pseudomaculata. A prevalência humana para a infecção pelo T. cruzi foi de 25% (31 indivíduos), sendo 97% dos indivíduos maiores de 30 anos. A quase ausência de infecção em crianças, associada aos dados entomológicos da PI nos permite concluir que a transmissão vetorial da DCh está interrompida em Berilo. Comparando os dados da PI e os da Vigilância Epidemiológica (VE), implantada desde 1997, verifica-se que Berilo vem apresentando indicadores entomológicos condizentes com a VE. Vale ressaltar que esta VE apresenta falhas metodológicas que são frutos de um processo de descentralização implantado de forma precipitada, já que o município não foi preparado e/ou capacitado para assumir as suas devidas obrigações.
Descrição
Palavras-chave
Vigilância epidemiológica, Vetores genéticos, Doença de Chagas
Citação
ASSIS, G. F. M. Avaliação do programa de controle da doença de Chagas no município de Berilo, Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil, oito anos após a implantação da vigilância epidemiológica. 2006. 108 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2006.