Navegando por Autor "Barros, Luiz Fernando de Paula"
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Item Contribuições à estratigrafia neocenozoica do Quadrilátero Ferrífero a partir do reconhecimento e caracterização de leques aluviais dissecados.(2023) Lopes, Fabricio Antonio; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Lana, Cláudio Eduardo; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Lima, Carlos Cesar Uchoa de; Santos, Gisele Barbosa dos; Barros, Luiz Fernando de PaulaA geomorfologia da região do Quadrilátero Ferrífero é marcada por serras altas, rios encaixados e vales amplos, extremamente propícia ao desenvolvimento de leques aluviais. Apesar de propícia, escassos são os trabalhos que focaram no entendimento da referida feição geomorfológica e sedimentar. Este estudo buscou entender a gênese e evolução dos leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero, acrescentando suas análises aos estudos sobre a estratigrafia neocenozoica regional, principalmente àqueles voltados à reconstituição paleogeográfica. Para identificar os leques aluviais foram realizadas análises da literatura geomorfológica e dos mapas geológicos da região que direcionaram os trabalhos de campo, onde foi possível o reconhecimento efetivo dos depósitos. Uma vez reconhecidos, os mesmos foram alvo de mapeamentos, análises morfométricas, morfológicas e sedimentológicas. Além disso, os sedimentos das fácies mais representativas foram coletadas e enviadas para datação por luminescência opticamente estimulada (LOE). A coleta foi realizada em tubos de metal com amostrador e alavanca específicos e desenvolvidos para minimizar problemas relacionados ao caráter rudáceo dos sedimentos. As análises morfológica e morfométrica permitiram evidenciar uma descaracterização do formato (semi-cônico) natural dos leques aluviais devido a atuação de processos naturais, representados pela expressiva incisão da rede de drenagem e, antrópicos, figurados pela abertura de estradas, loteamentos, atividades mineiras e agropecuária. Apesar disso, os leques do Quadrilátero Ferrífero apresentam características morfométricas similares aos parâmetros estabelecidos pela literatura especializada nacional e internacional. A presença de Itabiritos e minerais ferrosos possibilitou a segregação entre depósitos de leques aluviais e meras rampas de colúvio. Os estudos das fácies sedimentares dos leques aluvias do Quadrilátero Ferrífero evidenciaram ausência de processos agradacionais, estando os mesmos inativos. Cerca de 40% das fácies encontradas são de fluxos de detritos plásticos (Gmm) e pseudoplásticos (Gcm) intercaladas a eventuais fácies de preenchimento de canal (Gt), fluxos hiperconcentrados (Sm) e de lama (Fm). Cerca de 91% são cascalhosas. Importante destacar que as características sedimentares também estão similares com parâmetros e modelos propostos pela literatura especializada. Os dados de geocronologia obtidos por LOE elucidaram importância da utilização dos amostrador e alavanca para melhor aproveitamento do tempo e qualidade das amostras. Além disso, a utilização do protocolo SAR de 15 alíquotas foi fundamental para obtenção de idades confiáveis, onde os grãos de quartzo demonstraram alta sensibilidade e curvas dose-resposta adequadas, permitindo melhores reflexões e confiabilidade das idades. Com exceção ao leque aluvial Chapada da Canga, cuja idade máxima estimada remonta ao Neo-Oligoceno, os leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero tiveram sua gênese ao longo do Pleistoceno. Na maioria das vezes essa gênese relaciona-se a um clima seco, com possível retração da vegetação e preenchimento sedimentar dos vales fluviais. A colmatação de fácies holocênicas em clima seco também foi elucidada nos leques da Serra de Ouro Branco (9.710 ka) e do Complexo Bonfim Setentrional (9.300 e 9.500 ka). A jovem fácies Gmm do leque 1 do Complexo Bonfim Setentrional, de 3.730 ka, relaciona-se ao retrabalhamento de sedimentos mais antigos. O principal reflexo da tectônica Cenozoica no contexto dos leques aluviais do Quadrilátero Ferrífero refere-se à forte incisão fluvial holocênica, provocada por soerguimentos da plataforma continental brasileira. Na mesma medida em que a referida dissecação fluvial gerou os terraços da região, também recortou os sedimentos dos leques aluviais. Essa dinâmica associada ao uso e ocupação do terreno são os fatores que descaracterizaram os depósitos, levando os mesmos a serem confundidos com meras pilhas estéreis de cascalhos erodidos e vegetados.Item Ferricretes in fluvial archives of a tropical iron province : records of the Late Quaternary landscape dynamics in the Brazilian Atlantic Plateau.(2024) Barros, Luiz Fernando de Paula; Oliveira, Fábio Soares de; Magalhães Junior, Antônio Pereira; Varajão, Angélica Fortes Drummond ChicarinoThe occurrence of iron-rich rocks in some areas makes possible the formation of duricrusts in positions from the relief tops to the slopes and valley bottoms, as is the case of the Quadrilátero Ferrífero (Q —‘Iron Quadrangle’) in the Brazilian Atlantic Plateau. This study aimed to analyse these materials in the Late Pleistocene fluvial archives of the QF to contribute to the understanding of the complex processes involved in the evolution of surface coverage in tropical regions. The results showed an essential external iron source for the Fe-cemented alluvium, that is, they are ferricretes. Two ferricrete facies were identified: plate-shaped and conglomeratic. They are characterised by the infilling of a primary porous system with crystalline and amorphous ferruginous phases or grain coatings by ferruginous materials. In plate-shaped ferricretes, the size of the cemented grains differentiates the identified subtypes. Conglomeratic ferricretes can be subdivided into ferruginous and aluminous, and feature two types of cementing microstructures: septary and microlaminar. The results of the X-ray diffraction analysis of the conglomeratic ferricretes highlight the strong presence of goethite (more common) and hematite. The chemical composition corroborated the mineralogical analysis, with the septa having an average ironrich composition. Aluminous conglomeratic ferricretes also occur and are the oldest in the area; their cement is composed mainly of gibbsite. Thus, it can be considered (i) a possible past source area of aluminous sediments or (ii) the in situ deferruginisation of a first level of ferricretes. A certain granulometric control in both ferricrete facies reinforces the importance of transport and deposition during ferricrete genesis. However, the cementing of sediments under supergene conditions and their microstructural variety suggest that their formation and evolution also occurred as a result of lateritic processes. Furthermore, the ferricretes revealed integration with the regional relief evolution, and the conglomeratic ones may be associated with lower rates of drainage incisions in some valleys.Item O papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da alta/média bacia do Rio Grande, sudeste brasileiro.(2018) Rezende, Éric Andrade; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Felippe, Miguel Fernandes; Santos, Gisele Barbosa dos; Barros, Luiz Fernando de Paula; Costa, Ricardo Diniz daCursos fluviais constituem um dos principais agentes modeladores do relevo continental, notadamente em regiões tropicais intraplaca. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da bacia do alto/médio Rio Grande, localizada no sudeste brasileiro (MG/SP). Buscou-se investigar a ocorrência de grandes rearranjos de drenagem e a causa da acentuada diferenciação altimétrica e morfológica entre os setores ocidental e oriental da referida bacia. Foi empregada a análise de modelos digitais de elevação, juntamente com uma classificação automática da topografia, investigações de campo, identificação de depósitos fluviais antigos e anomalias de drenagem, datação por luminescência opticamente estimulada, e integração com outros dados geológicos e geocronológicos. Há diversas evidências de que o alto curso do Rio Grande, hoje pertencente à bacia do Rio Paraná, encontrava-se previamente direcionado para norte, rumo ao Cráton do São Francisco. O divisor ancestral entre as duas bacias hidrográficas coincidia com o eixo soerguido de direção geral NNW-SSE ao longo das intrusões alcalinas neocretáceas que bordejam a nordeste a bacia sedimentar do Paraná. O rompimento do divisor ancestral e a progressiva captura da drenagem anteriormente direcionada para norte ocorreram após um soerguimento generalizado no Mioceno Médio. Esse evento causou a superimposição da drenagem e a abertura de depressões. Devido a sua posição a oeste, a atual bacia do Rio Sapucaí muito provavelmente foi incorporada antes do atual alto curso do Rio Grande à bacia do Rio Paraná, o que se reflete em seu relevo mais deprimido e dissecado. Contudo, os efeitos dos rearranjos de drenagem na incisão diferencial entre os principais rios são sobrepostos por uma influência mais duradoura de ordem litoestrutural e tectônica. Na bacia do Rio Sapucaí o rebaixamento do nível de base gerado pela subsidência de grabens neocenozoicos intensificou a abertura de compartimentos deprimidos (< 900 m) por meio da retração erosiva de cabeceiras e rupturas de declive. Já na área planáltica a leste, o alto curso do Rio Grande e seus principais afluentes são marcados pela presença de soleiras geomórficas na maioria das gargantas que interceptam as cristas quartzíticas. Essas soleiras atuam como níveis de base regionais que limitam a incisão fluvial nas áreas a montante. A dinâmica fluvial diferenciada entre os principais rios se reflete no favorecimento ou não da preservação de registros sedimentares antigos e nas taxas de incisão estimadas a partir de depósitos datados entre 6 e 39,6 ka. Nos vales dos rios Sapucaí e Verde os registros sedimentares são raros e a única taxa de incisão obtida (2010,1 mm/ka) foi a mais elevada entre as calculadas em segmentos de leito sobre rocha ou saprolito. Nos rios da porção planáltica oriental os níveis deposicionais são mais frequentes, com destaque para o pequeno graben de Ijaci. Taxas aproximadas entre 252,5 e 1090,9 mm/ka evidenciam um entalhamento mais lento que o da bacia do Rio Sapucaí, embora tais valores também sejam considerados altos para um ambiente intraplaca. Há um marcante controle morfoclimático sobre a dinâmica fluvial, já que períodos de entulhamento dos vales estão associados a fases mais secas e os episódios de incisão estão associados a fases mais úmidas. Além disso, as elevadas taxas de incisão apontam a ocorrência de um significativo soerguimento regional de caráter episódico no Neoquaternário. Portanto, a bacia do alto/médio Rio Grande exibe um relevo em estado transitório, no qual se destaca um notório rejuvenescimento dos vales que abrigam os principais canais fluviais, enquanto as vertentes e principalmente os topos permaneceram sob relativa estabilidade.