Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/17962
Título: Consumo de carne vermelha e processada e a incidência de hipertensão arterial : ELSA–Brasil coorte.
Autor(es): Mendes, Michelle Izabel Ferreira
Orientador(es): Molina, Maria del Carmen Bisi
Mendonça, Raquel de Deus
Palavras-chave: Carne vermelha
Produtos da carne
Estudos longitudinais
Hipertensão arterial
Data do documento: 2023
Membros da banca: Molina, Maria del Carmen Bisi
Mendonça, Raquel de Deus
Pereira, Taísa Sabrina Silva
Meireles, Adriana Lúcia
Referência: MENDES, Michelle Izabel Ferreira. Consumo de carne vermelha e processada e a incidência de hipertensão arterial: ELSA–Brasil coorte. 2023. 91 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2023.
Resumo: Evidências sugerem uma relação entre o consumo de carne vermelha e processada com as doenças crônicas não transmissíveis e mortalidade por todas as causas. A associação direta entre essas carnes e a hipertensão arterial (HA) ainda é controversa e pouco explorada. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre consumo de carne vermelha e processada e a incidência de HA em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Trata-se de um estudo analítico, observacional e longitudinal, realizado com os dados da linha de base (2008-2010) e da segunda onda (2012-2014). Dos 15.105 participantes da linha de base (2008- 2010), foram excluídos aqueles com diagnóstico de HA ou que relataram fazer uso de anti-hipertensivo, com histórico de eventos cardiovasculares, câncer, cirurgia bariátrica prévia, os que apresentaram valores implausíveis de consumo calórico (<500 e ≥ 6.000 Kcal) e com índice de massa corporal (IMC) <18,5 e >40 Kg/m2, além dos participantes com dados faltantes nas variáveis de exposição e desfecho, bem como as perdas no seguimento (2012-2014), totalizando uma amostra final de 8.089 participantes. A incidência de HA foi definida por pressão arterial sistólica ≥140 mmHg ou pressão arterial diastólica ≥90 mmHg e/ou uso de anti-hipertensivos. O consumo de carne vermelha, carne processada e carne total foi estimado por questionário de frequência alimentar (QFA), desenvolvido e validado para a população do estudo ELSA-Brasil. O consumo diário (g/dia) foi calculado e posteriormente categorizado em tercis. Para a categoria carne vermelha foram considerados fígado/miúdos, bucho/dobradinha, carne de boi com osso (mocotó, costela, rabo), carne de boi sem osso (bife, carne moída, carne ensopada) e carne de porco. Para a categoria carne processada foram considerados linguiça/chouriço (salsichão), hambúrguer (bife), frios light (blanquet, peito de peru, peito de chester), presunto/mortadela/copa/salame/patê e bacon/toucinho/torresmo. A variável carne total foi calculada pela soma do consumo de carne vermelha e carne processada. Dados bioquímicos, antropométricos, socioeconômicos e de estilo de vida foram coletados na linha de base (2008–2010) e na segunda onda (2012–2014) seguindo o mesmo protocolo em ambas as ondas. Todos os testes estatísticos foram realizados no software Stata, versão 13.0 e adotado nível de significância de 5%. Para avaliar o consumo de carne vermelha e processada e o risco do desenvolvimento de HA, usamos modelos de Cox, para estimar o Hazard Ratio (HR) ajustados e seus intervalos de Confiança 95% (IC95%) usamos o tercil mais baixo de consumo de carne vermelha e processada como categoria de referência. Dos 8089 participantes, 42,1% eram homens e 57,9% mulheres, com média de idade de 49,4 ± 8,2 anos e mais de 56% dos participantes se autodeclararam brancos. O tempo médio de seguimento dos participantes foi de 3,9 ± 0,4 anos, totalizando 31.146 pessoas-ano sob risco. Identificou-se 1.186 novos casos de HA (incidência de 38,08 casos por 1.000 pessoas-ano). Nas análises multivariadas, após ajustes, não encontramos associação entre o consumo de carne vermelha e HA. No entanto, para a carne processada, os participantes do tercil mais alto de consumo apresentaram um risco maior de desenvolver HA (HR ajustado, 1,30; IC95%: 1,11 a 1,53) do que aqueles do tercil mais baixo. Em conclusão, o consumo de carne vermelha não apresentou impacto negativo na saúde dos participantes, todavia o consumo de carne processada em nível moderado e alto aumenta o risco de HA e deve ser desestimulado, por meio de diretrizes dietéticas e políticas públicas.
Resumo em outra língua: Evidence suggests a relationship between red and processed meat consumption with chronic non-communicable diseases and all-cause mortality. The direct association between these meats and arterial hypertension (AH) is still controversial and little explored. The aim of this study was to investigate the association between red and processed meat consumption and the incidence of AH in participants of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brazil). This is an analytical, observational and longitudinal study, conducted with baseline (2008-2010) and second wave (2012- 2014) data. Of the 15.105 participants at baseline (2008-2010), were excluded those with a diagnosis of AH or who reported using antihypertensive drugs, with a history of cardiovascular events, cancer, previous bariatric surgery, those with implausible values of caloric intake (<500 and ≥ 6.000 Kcal) and with body mass index (BMI) <18.5 and >40 Kg/m2, in addition to participants with missing data on exposure and outcome variables, as well as losses at follow-up (2012-2014), totaling a final sample of 8.089 participants. The incidence of AH was defined as systolic blood pressure ≥140 mmHg or diastolic blood pressure ≥90 mmHg and/or use of antihypertensive drugs. The consumption of red meat, processed meat and total meat was estimated by a food frequency questionnaire (FFQ), developed and validated for the population of the ELSA-Brasil study. Daily intake (g/day) was calculated and later categorized into tertiles. For the red meat category, liver/offals, tripe/tripe, bone-in beef (mocotó, ribs, tail), boneless beef (steak, ground beef, stew) and pork were considered. For the processed meat category, sausage/chorizo (sausage), hamburger (steak), light cold cuts (blanquet, turkey breast, Chester breast), ham/mortadella/coppa/salami/pâté and bacon/bacon/crackling were considered. The total meat variable was calculated by adding the consumption of red meat and processed meat. Biochemical, anthropometric, socioeconomic and lifestyle data were collected at baseline (2008– 2010) and in the second wave (2012–2014) following the same protocol in both waves. All statistical tests were performed using the Stata software, version 13.0 and a significance level of 5% was adopted. To assess the consumption of red and processed meat and the risk of developing AH, we used Cox models, to estimate the adjusted Hazard Ratio (HR) and its 95% Confidence Intervals (95%CI) we used the lowest tertile of red and processed meat consumption as a reference category. Of the 8.089 participants, 42,1% were men and 57,9% women, with a mean age of 49,4 ± 8,2 years and more than 56% of the participants declared themselves white. The mean follow-up time of the participants was 3,9 ± 0,4 years, totaling 31.146 person-years at risk. We identified 1.186 new cases of AH (incidence of 38.08 cases per 1.000 person- years). In the multivariate analyses, after adjustments, we found no association between red meat consumption and AH. However, for processed meat, participants in the highest tertile of consumption had a higher risk of developing AH (adjusted HR, 1.30; CI95%: 1.11 to 1.53) than those in the lowest tertile. In conclusion, the consumption of red meat did not have a negative impact on the health of the participants, but the consumption of processed meat at a moderate and high level increases the risk of AH and should be discouraged through dietary guidelines and public policies. public policies.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto. EFAR
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/17962
Licença: Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 06/12/2023 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.
Aparece nas coleções:PPGSN - Mestrado (Dissertações)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISSERTAÇÃO_ConsumoCarneVermelha.pdf2,53 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons Creative Commons