PPGSN - Mestrado (Dissertações)

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    Intervenção nutricional dietética versus motivacional : modulação dos biomarcadores inflamatórios na hipertensão arterial.
    (2024) Aguiar, Vanessa Simões; Amaral, Joana Ferreira do; Ribeiro, Silvana Mara Luz Turbino; Amaral, Joana Ferreira do; Ribeiro, Silvana Mara Luz Turbino; Vieira, Renata Adrielle Lima; Reis, Erika Cardoso dos
    A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. O processo inflamatório existente na hipertensão é uma resposta complexa que consiste em interações entre células inflamatórias, como macrófagos e linfócitos T, levando ao aumento da expressão de moléculas de adesão, citocinas, metaloproteinases de matriz e fatores de crescimento. Nesse sentido, alguns marcadores bioquímicos têm sido sugeridos como auxiliares do diagnóstico e do acompanhamento de pacientes com hipertensão, com destaque para TNF- e IL-6. Uma das principais recomendações não medicamentosas no tratamento da hipertensão é a alimentação adequada e saudável. Objetivo: Avaliar se existe diferença entre a intervenção dietética nutricional tradicional e a intervenção dietética por entrevista motivacional na modulação dos parâmetros inflamatórios e sua correlação com a HAS em usuários da Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: O projeto foi realizado com pacientes hipertensos, moradores de Ouro Preto com idade a partir de 20 anos. A primeira etapa foi a linha de base com caracterização da amostra, análise dos fatores associados aos níveis pressóricos e coleta de sangue para análise bioquímica e dos biomarcadores PCR e IL-6. A segunda foi a intervenção nutricional composta de dois grupos: Intervenção convencional – atendimento convencional pautado na dietoterapia vigente para a hipertensão e; Intervenção motivacional – atendimento pautado na teoria da entrevista motivacional e nas orientações da segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira. A terceira etapa consistiu na avaliação da efetividade da Intervenção Nutricional com a coleta de sangue para a análise bioquímica após 6 meses de intervenção nutricional. Resultados: Na análise entre grupos houve diferença significativa após a intervenção para colesterol (p=0,004) e LDL (p=0,002).
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    Correlações entre a intensidade da dor e o perfil inflamatório em mulheres androides e ginoides com diagnóstico de dor crônica.
    (2023) Cota, Cecília Cristina; Silva, Albená Nunes da; Pereira, William Valadares Campos; Silva, Albená Nunes da; Pereira, William Valadares Campos; Faria, Marcelo Henrique Salviano de; Pinto, Kelerson Mauro de Castro
    Introdução: A obesidade e o sobrepeso são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo excessivo de gordura associado a desfechos clínicos negativos. A obesidade é resultante de uma complexa interação entre fatores socioeconômicos, genéticos, epigenéticos e de estilo de vida. Estudos têm associado o excesso de adiposidade ao aumento dos níveis plasmáticos de biomarcadores pró-inflamatórios. Esta inflamação sistêmica de baixo grau, que, possui caráter crônico e tem sido associada a alterações musculoesqueléticas, pode gerar dor e déficits funcionais. Biomarcadores, tais como a proteína C reativa (PCR) e várias citocinas, entre elas a interleucina-6 (IL-6), têm sido relacionados aos sintomas álgicos articulares em indivíduos com excesso de adiposidade. Níveis aumentados destas moléculas podem promover desregulação da função endócrina do tecido adiposo, contribuindo para um caráter patogênico do sobrepeso e da obesidade. Além disso, o aumento da adiposidade aumenta o recrutamento de leucócitos (neutrófilos, monócitos e linfócitos) da circulação para o tecido adiposo gerando um perfil inflamatório local no tecido adiposo. A literatura mostra que a forma “androide” é mais frequentemente correlacionada com o aumento da mortalidade e com fatores de risco, quando comparada com a forma “ginoide”. Entretanto, não se sabe se estes diferentes fenótipos da obesidade (androide e ginoide) apresentam diferenças quanto à intensidade de dor e do perfil inflamatório sistêmico em indivíduos com dor articular crônica. Objetivo: Diante do exposto, o objetivo geral deste estudo é comparar os níveis circulatórios de biomarcadores inflamatórios (PCR e IL-6) e a dor em pacientes classificados em androides ou ginoides, com diagnóstico clínico de dores articulares crônicas. Método: Participaram deste estudo 30 mulheres, sendo 18 do fenótipo Androide (idade: 50,61 anos ± 9,41; IMC: 33,19 kg/m2 ± 3,85 e EVN: 7,88 ± 1,66) e 12 do fenótipo Ginoide (idade: 50,67 anos ± 9,45; IMC: 34,70 kg/m2 ± 4,62 e EVN: 8,58 ± 1,49); com diagnóstico clínico de dor articular crônica em ombro, coluna e/ou joelho, com intensidade de dor maior ou igual a 4 na Escala Visual Numérica e classificadas com sobrepeso ou obesidade, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). Para esta pesquisa, foram realizados dois encontros, sendo o primeiro para a anamnese da voluntária e o segundo para realização do exame de densitometria por dupla emissão de raio-x (DXA), além da coleta de sangue para análises das moléculas Proteína C reativa (PCR) e Interleucina-6 (IL-6) como biomarcadores da inflamação. Resultados: A análise dos resultados mostra que não houve diferença entre o número total de leucócitos (A: 6045 μL e G: 5230 μL, com p = 0,48), neutrófilos (A: 3440 μL e G: 3017 μL, com p = 0,41), linfócitos (A: 2208 μL e G: 2115 μL, com p = 0,67), monócitos (A: 429,7 μL e G: 392,8 μL, com p = 0,43), eosinófilos (A: 137,6 μL e G: 204,9 μL, com p = 0,04) e basófilos (A: 17,27 μL e G: 15,41 μL, com p = 0,61). Quando comparados com os valores de referência, ambos os grupos apresentaram inflamação sistêmica de baixo grau a partir da análise do PCR (A: 0,8 mg/dl e G: 0,43 mg/dl, com p = 0,02), contudo, não apresentam níveis elevados de IL-6 (A: 2,5 pg/ml e G: 2,8 pg/ml, com p = 0,63). A intensidade de dor foi elevada em ambos grupos (registrado na Escala Visual Numérica média de A: 7,5 ± 1,54 e G: 8,6 ± 1,95), valores próximos ao limite máximo de percepção, porém, não houve diferença estatística entre eles (A: 8 e G: 8,5, com p = 0,25). Não houve correlação significativa entre PCR ou IL-6 e Massa Corporal (PCR r = 0,07 e p = 0,68 e IL-6 r = -0,25 p = 0,16), Tecido Gordo (PCR r = 0,04 e p = 0,82 e IL-6 r = -0,06 p = 0,75) e Intensidade da Dor (PCR r = 0,24 e p = 0,19 e IL- 6 r = 0,01 p = 0,93). Conclusão: A análise dos dados permite concluir que mulheres de perfil androide e ginoide, encontraram-se com inflamação de baixo grau, de acordo com a PCR, com diferença estatística e maior dosagem nas de perfil androide. Células eosinófilos foram encontradas em maior contagem em ginoides, hipotetizando uma exposição deste grupo a um equilíbrio do grau inflamatório, numa possível relação entre eosinófilos, interleucina-4, IL-6 e PCR. A intensidade da dor não foi diferente entre os grupos, sugerindo que as multicausalidades da dor devem ser exploradas, que possam estar influenciando no sintoma álgico além da inflamação presente.
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    Percepções de pais e cuidadores sobre as escolhas alimentares de crianças com fatores de risco cardiovascular : uma análise qualitativa a partir do conceito de habitus.
    (2024) Cangussu, Camila Blanco; Passos, Maria Cristina; Alves, Marisa Alice Singulano; Passos, Maria Cristina; Reis, Erika Cardoso dos; Carvalho, Maria Cláudia da Veiga Soares
    O aumento da obesidade infantil e de demais fatores de risco cardiovasculares na população pediátrica é uma realidade cada vez mais desafiadora, tanto quanto sua gênese mais prevalente: uma alimentação inadequada, baseada no excesso de carboidratos e alimentos ultraprocessados. Apesar de amplamente divulgado, as famílias não conseguem alterar seu padrão de consumo, e mantém a oferta desses alimentos, mesmo para aquelas crianças com condições de risco já diagnosticadas. Dessa maneira, torna-se imprescindível a compreensão mais profunda do processo de escolha alimentar para aumentar a efetividade das intervenções implementadas. Conforme teoria de Pierre Bourdieu, boa parte das escolhas cotidianas não passam pelos mecanismos racionais, mas estão imersas nas práticas determinadas pelo habitus, conceito que define o conjunto de ações frutos da interação entre o ambiente sociocultural e o indivíduo. Este estudo buscou compreender o entendimento dos pais e cuidadores sobre os fatores que influenciam no processo de escolha da alimentação oferecida às crianças e as dificuldades em modificar o padrão alimentar já estabelecido. Empreendeu-se, por meio de uma abordagem qualitativa, exploração de 16 depoimentos dos pais ou responsáveis pela alimentação de crianças na faixa etária entre 6 e 10 anos com fatores de risco cardiovascular já diagnosticados no município de Ouro Preto-MG. As entrevistas semiestruturadas individuais foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. O corpus gerado foi submetido à análise computacional, por meio do Iramuteq®, focado nas variáveis socioculturais e econômicas dos entrevistados e, em sequência, avaliado conforme a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, correlacionando os achados aos conceitos propostos por Bourdieu. A interpretação dos depoimentos evidenciou que a escolaridade do entrevistado, renda familiar e grau de parentesco interferiram na percepção dos pais e cuidadores sobre a alimentação de seus filhos, bem como o aspecto físico das crianças, a despeito dos fatores de risco que dependem de análise laboratorial. A análise das falas dos familiares destaca o amplo conhecimento sobre alimentação saudável e aponta a importância da rede de apoio e dos diferentes papéis entre homens e mulheres quanto ao cuidado da alimentação dos filhos. Foi possível, portanto, compreender que a escolha alimentar no cotidiano, ancorada no conceito de habitus, é mais automática que racional, marcada por aspectos do universo sociocultural e econômico em que os indivíduos estão inseridos. Partindo-se dessa premissa, pode-se aumentar a efetividade das intervenções neste preocupante grupo de risco.
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    Percepções de pais e cuidadores sobre as escolhas alimentares de crianças com fatores de risco cardiovascular: uma análise qualitativa a partir do conceito de habitus
    (2024) Cangussu, Camila Blanco; Maria Cristina Passos; Marisa Alice Singulano; Maria Cristina Passos; Erika Cardoso dos Reis; Maria Cláudia da Veiga Soares Carvalho
    O aumento da obesidade infantil e de demais fatores de risco cardiovasculares na população pediátrica é uma realidade cada vez mais desafiadora, tanto quanto sua gênese mais prevalente: uma alimentação inadequada, baseada no excesso de carboidratos e alimentos ultraprocessados. Apesar de amplamente divulgado, as famílias não conseguem alterar seu padrão de consumo, e mantém a oferta desses alimentos, mesmo para aquelas crianças com condições de risco já diagnosticadas. Dessa maneira, torna-se imprescindível a compreensão mais profunda do processo de escolha alimentar para aumentar a efetividade das intervenções implementadas. Conforme teoria de Pierre Bourdieu, boa parte das escolhas cotidianas não passam pelos mecanismos racionais, mas estão imersas nas práticas determinadas pelo habitus, conceito que define o conjunto de ações frutos da interação entre o ambiente sociocultural e o indivíduo. Este estudo buscou compreender o entendimento dos pais e cuidadores sobre os fatores que influenciam no processo de escolha da alimentação oferecida às crianças e as dificuldades em modificar o padrão alimentar já estabelecido. Empreendeu-se, por meio de uma abordagem qualitativa, exploração de 16 depoimentos dos pais ou responsáveis pela alimentação de crianças na faixa etária entre 6 e 10 anos com fatores de risco cardiovascular já diagnosticados no município de Ouro Preto-MG. As entrevistas semiestruturadas individuais foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. O corpus gerado foi submetido à análise computacional, por meio do Iramuteq®, focado nas variáveis socioculturais e econômicas dos entrevistados e, em sequência, avaliado conforme a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, correlacionando os achados aos conceitos propostos por Bourdieu. A interpretação dos depoimentos evidenciou que a escolaridade do entrevistado, renda familiar e grau de parentesco interferiram na percepção dos pais e cuidadores sobre a alimentação de seus filhos, bem como o aspecto físico das crianças, a despeito dos fatores de risco que dependem de análise laboratorial. A análise das falas dos familiares destaca o amplo conhecimento sobre alimentação saudável e aponta a importância da rede de apoio e dos diferentes papéis entre homens e mulheres quanto ao cuidado da alimentação dos filhos. Foi possível, portanto, compreender que a escolha alimentar no cotidiano, ancorada no conceito de habitus, é mais automática que racional, marcada por aspectos do universo sociocultural e econômico em que os indivíduos estão inseridos. Partindo-se dessa premissa, pode-se aumentar a efetividade das intervenções neste preocupante grupo de risco.
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    Condições de vida, saúde e nutrição de agricultores familiares, atingidos pela mineração em tempos de Covid-19.
    (2023) Pinheiro, Aniele Mágata; Passos, Maria Cristina; Sírio, Marília Alfenas de Oliveira; Passos, Maria Cristina; Sírio, Maria Alfenas de Oliveira; Menezes, Mariana Carvalho de; Araújo, Raquel Maria Amaral
    Introdução: Os municípios de Mariana/MG e Ouro Preto/MG apresentam uma relação histórica com a mineração, com efeitos negativos exacerbados pelo rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, da empresa Samarco, ocorrido em 2015, em Mariana. Esse acontecimento é considerado uma das grandes e graves tragédias sociais e ambientais do Brasil, com impactos locais ainda mais dramáticos em populações vulnerabilizadas do ponto de vista econômico e social, situação essa agravada pela atual conjuntura da vigente pandemia por COVID-19. Diante disso, repercussões negativas relacionadas à situação de saúde e segurança alimentar e nutricional (SAN) dos agricultores familiares e suas famílias são esperados, em especial nos grupos mais vulneráveis. Objetivo: Conhecer, identificar e analisar as condições de vida, saúde e alimentação de agricultores familiares e de crianças e gestantes dessas famílias nos municípios de Mariana/MG e Ouro Preto/MG, atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão e pela atual pandemia de COVID-19. Materiais e métodos: O estudo combina métodos qualitativos e quantitativos. A pesquisa seguiu as seguintes etapas: sensibilização, por entrevistas semiestruturadas e coleta de dados quantitativos, contemplando informações sociodemográficas, de nutrição e SAN. As questões foram obtidas a partir de questionários validados (Marcadores de Consumo Alimentar -MCA, e Triagem para Risco de Insegurança Alimentar (TRIA)/Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). As entrevistas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo, modalidade temática e submetidas ao software IRAMUTEQ®, utilizando-se à Classificação Hierárquica Descendente (CHD) para a construção das classes e, por fim, as categorias de análise. Os dados quantitativos foram digitados e processados no software Kobo Toolbox, com a análise descritiva por meio da distribuição das frequências. Resultados: Tratando-se da etapa qualitativa, dos 19 entrevistados, 68,4% (n=13) eram mulheres, a idade média foi 46 anos, 52,6% (n=10) se autodeclararam pretos e 42,1% (n=8) com renda entre 1 e 2 salários- mínimos. A CHD identificou cinco classes que se relacionaram aos eventos estudados e dessas classes emergiram 3 categorias: Trabalho, renda e acesso aos alimentos; Educação e outros serviços essenciais; Saúde, locomoção e lazer. A etapa quantitativa contou com 16 participantes, na totalidade mulheres, gestantes e/ou mães de crianças menores de 5 anos, cor preta e parda, somando 93,8%, idade média de 28 anos. Os MCA, para as 2 crianças menores de 6 meses encontradas, apenas 1 estava em aleitamento materno exclusivo. Para as crianças de 6 a 23 meses (n=5), notou-se que nenhuma havia sido amamentada no dia anterior. De 2 a 5 anos (n=8), a prevalência do consumo de alimentos não saudáveis foi de 50% (Biscoito recheado, doces e guloseimas). Entre as gestantes (n=3), todas haviam consumido feijão, frutas frescas, verduras e legumes. A TRIA revelou que 12,5% (n=2) dos domicílios estavam em risco de Insegurança Alimentar e a EBIA detectou que essas famílias estavam em insegurança alimentar leve. Conclusão: Os resultados revelaram que os eventos repercutiram, de maneira direta ou indireta, nas condições de vida, saúde e nutrição dos agricultores familiares e suas famílias.
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    Comparação entre a composição química e atividade antioxidante das própolis verde e marrom.
    (2022) Messias, Anny Caroline; Figueiredo, Sônia Maria de; Binda, Nancy Scardua; Figueiredo, Sônia Maria de; Binda, Nancy Scardua; Assunção, Cláudia Barbosa; Pereira, Patrícia Aparecida Pimenta
    Dos 13 diferentes tipos de própolis existentes no Brasil, as mais comercializadas são a própolis verde e marrom. Essas substâncias variam de acordo com as regiões geográficas e com a origem botânica nas quais foram extraídas e sintetizadas, apresentando composição química e propriedades funcionais distintas e atribuídas aos compostos fenólicos, como o ácido cinâmico, ácido cumárico, quercetina, rutina, artepilin-C, bacarina. Cada tipo de própolis pode apresentar composições distintas e, portanto, propriedades funcionais diferentes. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição química, física e atividade antioxidante das própolis verde e marrom. As amostras das própolis foram coletadas durante os anos de 2008 e 2013 de diferentes localidades e armazenadas em ultrafreezer – 80oC até a data da análise. Foram realizadas análises de umidade; índice de oxidação; teor de ceras; teor de sujidades e dosagem de DPPH; e análise da composição química da própolis, utilizando CLAE. Os dados foram tabulados em Microsoft Excel e as análises estatísticas realizadas utilizando software GraphPad Prism 5.0. Como resultados obteve-se que a própolis verde apresentou quantidade significativamente maior de compostos funcionais, como ácido cumárico, kaempferol, pinocembrina, galangina, artepilin-c e bacarina quando comparados à própolis marrom. Além disso, a própolis verde apresentou maior umidade, maleabilidade e massa mecânica. No entanto, ambas as própolis apresentaram potencial antioxidante semelhante, e a própolis marrom apresentou maior conteúdo de cera. Portanto, pode-se concluir que os diferentes tipos de própolis podem ser benéficos para diferentes quadros clínicos, de acordo com seus principais compostos funcionais.
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    Efeito do treinamento de força combinado com aconselhamento nutricional sobre a frequência de sarcopenia em idosos.
    (2024) Pereira, Milton Amaral; Coelho, Daniel Barbosa; Coelho, Daniel Barbosa; Ferreira Júnior, João Batista; Becker, Lenice Kappes
    Devido ao aumento da expectativa de vida populacional torna-se necessário promover estratégias que atrasem ou revertam quadros de doenças diretamente relacionadas ao envelhecimento, como a sarcopenia. Sarcopenia é uma desordem músculo esquelética, progressiva e generalizada caracterizada pela diminuição de força e massa musculares, estando diretamente relacionada à idade, ao sedentarismo e à má nutrição. Além de prejudicar a qualidade de vida dos idosos, aumenta o risco de morbidade e mortalidade, impactando diretamente no âmbito social, financeiro e no surgimento de outras doenças crônicas não transmissíveis. O treinamento de força (TF) combinado com estratégias nutricionais têm sido apontados como um tratamento eficaz e prático contra a sarcopenia. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de 36 semanas de TF com intensidade progressiva, combinado com aconselhamento nutricional, sobre a frequência de sarcopenia em idosos. O período entre 0 e 12 semanas contou com um grupo intervenção (n=37) e grupo controle (n=37). Nos períodos entre 24 até 36 semanas houve somente o grupo intervenção. O TF foi realizado três vezes por semana em dias não consecutivos, com duração de uma hora e intensidade progressiva de 60 a 85% de uma repetição máxima (1RM). O aconselhamento nutricional foi realizado em grupo com enfoque em fornecer informações sobre alimentos ricos em propriedades e compostos anti-inflamatórios. A intensidade do TF foi reajustada a cada 12 semanas por meio do teste de predição de 1RM. O status de sarcopenia dos idosos foi avaliado no início do estudo e após 12, 24 e 36 semanas de intervenção. Após 12 semanas o grupo intervenção reduziu completamente a frequência da doença entre os voluntários (de 35,14% para 0%; p = 0,000; V de Crammer= 0,804). Enquanto no grupo controle houve aumento da frequência de sarcopenia. Entre os voluntários que treinaram por 24 e 36 semanas foi possível observar a redução significativa de sarcopenia (12 para 24, p= 0,006; e 12 para 36, p=0,028) e a manutenção do status de não sarcopênicos até o final da intervenção. Entre o período de 24 a 36 semanas não houve diferença significativa. Após 36 semanas o TF com intensidade progressiva associado ao aconselhamento nutricional demonstrou ser um tratamento eficaz para reverter a sarcopenia e manter os idosos não sarcopênicos. Os resultados do presente estudo podem fornecer informações à profissionais sobre protocolos de treinamento eficientes para reverter ou atrasar a sarcopenia utilizando estratégias não medicamentosas.
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    Validação de materiais educativos digitais para o manejo da hipertensão arterial na Atenção Primária à Saúde, pautados no Guia Alimentar para população brasileira.
    (2023) Silva, Tainá Cristina Damasceno; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Menezes, Mariana Carvalho de; Moreira, Renata Andrade de Medeiros
    A Hipertensão Arterial (HA) causa diversos impactos sociais e na saúde dos indivíduos. O tratamento inclui uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida, como adoção de uma alimentação adequada e saudável. Dada a elevada prevalência da HA e a sua associação com a alimentação, é de extrema relevância o desenvolvimento de materiais educativos pautados em fundamentação teórica aplicável na Atenção Primária à Saúde (APS), como o Guia Alimentar para a População Brasileira (GUIA). Dessa forma o objetivo deste estudo foi validar materiais educativos de apoio, em formato digital, para auxiliar no manejo da HA na APS. A pesquisa foi conduzida em três etapas: I) desenvolvimento do material educativo de apoio; II) validação do material por juízes de conteúdo, técnicos e especialistas e III) modificações dos materiais educativos de apoio conforme sugestões dos juízes. Na primeira etapa os materiais foram desenvolvidos e realizada a edição de textos, imagens e vídeos, o layout e a inclusão do áudio. Em seguida, os materiais foram avaliados por juízes de conteúdo, selecionados pela plataforma Lattes e por artigos nas plataformas Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando uma pontuação mínima de 9 pontos pelos critérios de Fehring, e por juízes técnicos e especialistas que foram recrutados pelo método bola de neve, considerando os mesmos critérios adotados para a seleção de juízes de conteúdo. Os juízes de conteúdo receberam por e-mail o instrumento de validação e os materiais educativos digitais (cartilha, vídeo animado e podcasts) e os juízes especialistas receberam o instrumento e os materiais via WhatsApp. Nas análises utilizou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) por item e global. Todos os materiais obtiveram IVC global superior a 0,80, sendo considerados adequados para o objetivo avaliado. Em relação a cada item, na cartilha sugeriu-se abordar mais sobre HA correlacionando-a com a alimentação e a publicidade de alimentos. No vídeo animado, foi sugerido exemplificar os grupos alimentares, para favorecer a compreensão do usuário. Para os podcasts sugeriu-se regravar com trilhas sonoras, mantendo a atenção do ouvinte e indicar materiais que auxiliem o ouvinte em sua autonomia alimentar. Os materiais foram validados pelos juízes de conteúdo, e técnicos e especialistas e foram acatadas as modificações sugeridas conforme coerência, relevância e objetivo do material educativo. Conclui-se que os materiais educativos digitais desenvolvidos para serem utilizados como apoio a atendimentos nutricionais individuais para o manejo da HAS são ferramentas que podem auxiliar na promoção da autocuidado.
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    Escolhas alimentares de pessoas vivendo com HIV em terapia antirretroviral.
    (2023) Souza, Diovana Raspante de Oliveira; Aguiar, Aline Silva de; Nunes, Renato Moreira; Aguiar, Aline Silva de; Nunes, Renato Moreira; Figueiredo, Sônia Maria de; Albuquerque, Fernanda Martins de
    INTRODUÇÃO: O Vírus da Imunodeficiência Humana é responsável por invadir os linfócitos TCD4, o que fragiliza o sistema imunológico e torna o indivíduo susceptível ao desenvolvimento de diferentes doenças e infecções. A administração adequada de antirretrovirais tem contribuído para o controle da infecção e estabilização do sistema imunológico, contudo tais medicamentos geram efeitos colaterais que podem ser prevenidos por meio de um estilo de vida saudável, o que inclui a realização de boas escolhas alimentares. Para avaliar esta característica recomenda-se o Food Choice Questionnaire, o qual possibilita compreender os fatores que refletem na escolha alimentar do indivíduo, permitindo o desenvolvimento de estratégias assertivas para este público. Porém, não há na literatura crítica estudos realizados com pessoas vivendo com HIV, para que permita a compreensão dos fatores que influem nas escolhas alimentares dos mesmos. OBJETIVO: Identificar os fatores que influenciam nas escolhas alimentares de pacientes portadores de HIV em terapia antirretroviral. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, realizado com pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana em terapia antirretroviral. Foram aplicados questionários semiestruturados em pacientes do Departamento Municipal doenças sexualmente transmissíveis de um município mineiro. O questionário foi composto pelo Food Choice Questionnaire e perguntas que visam avaliar condição socioeconômica, frequência alimentar, adesão à terapia farmacológica e consumo de álcool. Foram coletados dados de linfócitos TCD4, TCD8, carga viral e terapia antirretroviral administrada, os quais foram disponibilizados por prontuário médico, além de realizada avaliação nutricional antropométrica. RESULTADOS: Dos 77 voluntários, 55,8% são homens, 45,5% possuem idade entre 19 e 45 anos, 58,4% apresentam renda de até um salário mínimo e 63,6% exerce alguma atividade profissional. Ao avaliar a segurança alimentar, observou-se que 53,2% exibiu condição de insegurança alimentar. No que se refere ao estado nutricional, tem-se peso médio de 73,81kg ± 21,1, com IMC de 26,64 kg/m2 ± 7,04. Ao avaliar as escolhas alimentares, observou-se que preço, apelo sensorial e conveniência, respectivamente, são as características mais importantes no momento da escolha alimentar. Ao associar escolha alimentar à renda, observa-se que indivíduos que recebem 6 salários mínimos ou mais atribuíram menor escore para o fator preço, a medida que indivíduos que recebem até 1 salário mínimo apresentaram maior escore do fator humor comparados aos indivíduos com renda individual de 1 até 3 salários mínimos (p<0,05). Já ao relacionar a escolha alimentar ao grau de escolaridade, observa-se que quanto maior o nível de escolaridade, maior a importância dada ao fator preocupação ética (p<0,05). Tais dados permitem identificar o perfil do público, favorecendo a construção de estratégias assertivas para melhora do quando de saúde destes indivíduos. CONCLUSÃO: Fatores como preço, apelo sensorial, conveniência e saúde, apresentaram maior potencial de influência na escolha alimentar de pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana em terapia antirretroviral, quando comparados à preocupação ética, familiaridade, controle de peso, conteúdo natural e humor.
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    Influência das alegações nutricionais de isenção ou redução de açúcar na aquisição de alimentos para crianças de primeira infância.
    (2023) Resende, Francine Rubim de; Salierno, Camila Carvalho Menezes; Bearzoti, Eduardo; Salierno, Camila Carvalho Menezes; Bearzoti, Eduardo; Souza, Melina Oliveira de; Vasconcelos, Christiane Mileib
    Segundo o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, os alimentos ofertados às crianças devem ser preferencialmente in natura, ou minimamente processados, evitando alimentos ultraprocessados. Entretanto, esses últimos estão cada vez mais presentes na alimentação da população, incluindo aqueles que possuem alegações nutricionais que remetem à redução ou isenção do teor de açúcar. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivos avaliar a influência da presença de alegações “sem açúcar”, “baixo em açúcar” ou “reduzido em açúcar” sobre a aquisição de alimentos por responsáveis de crianças de primeira infância matriculados em creches e escolas municipais de Leopoldina, Minas Gerais e classificar esses alimentos em relação ao propósito e extensão de processamento e ao perfil de nutrientes de acordo com os critérios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O estudo foi de caráter transversal, com a coleta de dados realizada entre março e julho de 2022 em todas as escolas do município. A amostra foi composta por 622 participantes, sendo 94,5% dos participantes do sexo feminino, 48,2% com idade entre 26 e 35 anos, 79,6% possuíam escolaridade até ensino médio completo e 54,8% possuíam renda familiar de até um salário-mínimo. Observou-se que 46,6% dos responsáveis relataram que a presença da alegação relacionadas ao teor de açúcar possuía grande influência no momento da aquisição dos alimentos a serem ofertados às crianças de primeira infância e que esses são os que mais atribuem benefícios a esses alimentos e demonstram preocupação em relação a alimentação das crianças. Por meio da análise dos protótipos de rótulos também foi possível evidenciar que os responsáveis foram influenciados pela presença da alegação nutricional “sem adição de açúcar” no biscoito, atribuindo maior salubridade a ele quando comparado ao biscoito que não apresentava a alegação. Entretanto, a avaliação dos 434 rótulos de alimentos comercializados com alegações relacionadas ao teor de açúcar demonstrou que 86,4% foram classificados como ultraprocessados de acordo com a extensão e propósito de processamento NOVA. Concomitantemente, entre os alimentos elegíveis para cada modelo proposto, 96,8% apresentavam pelo menos um nutriente crítico de acordo a OPAS e 32,3% de acordo com a ANVISA, demonstrando uma baixa concordância entre os modelos. Os resultados apontam que muitos responsáveis por crianças de primeira infância associam as alegações de redução ou isenção de açúcar com maior qualidade nutricional desses alimentos, atribuindo maior salubridade a eles. No entanto, a avaliação da qualidade dos mesmos indica que essa percepção é inadequada e pode ter efeito negativo na qualidade da alimentação das crianças, especialmente por estarem em uma fase do desenvolvimento de grande importância.
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    Consumo de carne vermelha e processada e a incidência de hipertensão arterial : ELSA–Brasil coorte.
    (2023) Mendes, Michelle Izabel Ferreira; Molina, Maria del Carmen Bisi; Mendonça, Raquel de Deus; Molina, Maria del Carmen Bisi; Mendonça, Raquel de Deus; Pereira, Taísa Sabrina Silva; Meireles, Adriana Lúcia
    Evidências sugerem uma relação entre o consumo de carne vermelha e processada com as doenças crônicas não transmissíveis e mortalidade por todas as causas. A associação direta entre essas carnes e a hipertensão arterial (HA) ainda é controversa e pouco explorada. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre consumo de carne vermelha e processada e a incidência de HA em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Trata-se de um estudo analítico, observacional e longitudinal, realizado com os dados da linha de base (2008-2010) e da segunda onda (2012-2014). Dos 15.105 participantes da linha de base (2008- 2010), foram excluídos aqueles com diagnóstico de HA ou que relataram fazer uso de anti-hipertensivo, com histórico de eventos cardiovasculares, câncer, cirurgia bariátrica prévia, os que apresentaram valores implausíveis de consumo calórico (<500 e ≥ 6.000 Kcal) e com índice de massa corporal (IMC) <18,5 e >40 Kg/m2, além dos participantes com dados faltantes nas variáveis de exposição e desfecho, bem como as perdas no seguimento (2012-2014), totalizando uma amostra final de 8.089 participantes. A incidência de HA foi definida por pressão arterial sistólica ≥140 mmHg ou pressão arterial diastólica ≥90 mmHg e/ou uso de anti-hipertensivos. O consumo de carne vermelha, carne processada e carne total foi estimado por questionário de frequência alimentar (QFA), desenvolvido e validado para a população do estudo ELSA-Brasil. O consumo diário (g/dia) foi calculado e posteriormente categorizado em tercis. Para a categoria carne vermelha foram considerados fígado/miúdos, bucho/dobradinha, carne de boi com osso (mocotó, costela, rabo), carne de boi sem osso (bife, carne moída, carne ensopada) e carne de porco. Para a categoria carne processada foram considerados linguiça/chouriço (salsichão), hambúrguer (bife), frios light (blanquet, peito de peru, peito de chester), presunto/mortadela/copa/salame/patê e bacon/toucinho/torresmo. A variável carne total foi calculada pela soma do consumo de carne vermelha e carne processada. Dados bioquímicos, antropométricos, socioeconômicos e de estilo de vida foram coletados na linha de base (2008–2010) e na segunda onda (2012–2014) seguindo o mesmo protocolo em ambas as ondas. Todos os testes estatísticos foram realizados no software Stata, versão 13.0 e adotado nível de significância de 5%. Para avaliar o consumo de carne vermelha e processada e o risco do desenvolvimento de HA, usamos modelos de Cox, para estimar o Hazard Ratio (HR) ajustados e seus intervalos de Confiança 95% (IC95%) usamos o tercil mais baixo de consumo de carne vermelha e processada como categoria de referência. Dos 8089 participantes, 42,1% eram homens e 57,9% mulheres, com média de idade de 49,4 ± 8,2 anos e mais de 56% dos participantes se autodeclararam brancos. O tempo médio de seguimento dos participantes foi de 3,9 ± 0,4 anos, totalizando 31.146 pessoas-ano sob risco. Identificou-se 1.186 novos casos de HA (incidência de 38,08 casos por 1.000 pessoas-ano). Nas análises multivariadas, após ajustes, não encontramos associação entre o consumo de carne vermelha e HA. No entanto, para a carne processada, os participantes do tercil mais alto de consumo apresentaram um risco maior de desenvolver HA (HR ajustado, 1,30; IC95%: 1,11 a 1,53) do que aqueles do tercil mais baixo. Em conclusão, o consumo de carne vermelha não apresentou impacto negativo na saúde dos participantes, todavia o consumo de carne processada em nível moderado e alto aumenta o risco de HA e deve ser desestimulado, por meio de diretrizes dietéticas e políticas públicas.
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    Carga de doenças crônicas atribuível ao consumo de bebidas açucaradas no Brasil.
    (2022) Leal, Joice Silva Vieira; Menezes, Mariana Carvalho de; Menezes, Mariana Carvalho de; Machado, Ísis Eloah; Mendes, Mariana Santos Felisbino
    Introdução: O consumo de bebidas açucaradas está entre os principais marcadores do padrão alimentar não saudável, e um dos principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Nesse sentido, esse estudo objetivou estimar a carga financeira e na saúde de DCNTs atribuíveis ao consumo de bebidas açucaradas pela população brasileira, em 2019, e a mudança entre os anos de 1990 e 2019, por sexo e unidade federativa (UF). Métodos: Trata-se de um estudo ecológico descritivo com utilização de dados secundários obtidos a partir do Global Burden of Disease Study (GBD 2019) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para o Brasil. A carga foi estimada pela fração atribuível populacional (FAP) para cada DCNT, e as métricas utilizadas foram os anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALY) - obtidos a partir da soma dos anos de vida perdidos por morte prematura (YLL) e dos anos de vida perdidos devido à incapacidade (YLD) - e óbitos. Os valores de custos financeiros foram obtidos pela multiplicação dos custos totais em procedimentos de alta e média complexidade de cada desfecho pela FAP. Para cada métrica, as taxas bruta e padronizada por idade e seus respectivos intervalos de incerteza (IIs), de 95%, são apresentados. Resultados: Em 2019, o consumo de SSB causou uma perda de 233.436,09 (II95% 157.094,89 – 302.483,29) DALY e 7.657,9 (II95% 5.131,26 – 9.795,68) de óbitos por DCNTs no Brasil, sendo esses valores maiores para os homens [132.424,55 DALYS (II95% 89.539,63 – 172.635); 4.174,36 óbitos (II95% 2.871,55 - 5.308,56) ], do que para as mulheres. Esta carga reduziu no período de 1990 a 2019, com diminuição das mudanças percentuais nas taxas padronizadas por idade de DALY e mortalidade. Diabetes Mellitus tipo 2 (DM-2) e Doenças Isquêmicas Cardíacas (DICs) foram os principais desfechos relacionados ao consumo de bebidas açucaradas. As estimativas de YLD foram maiores para o DM-2, enquanto as YLL foram superiores para as DICs. Quanto aos custos financeiros, em 2019, cerca de US$14 milhões foram gastos no tratamento de alta e média complexidades das DCNTs atribuídas ao consumo de bebidas açucaradas no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo esse gasto mais elevado para o sexo masculino e nas Regiões Sudeste e Sul. Conclusão: Embora se tenha observado uma tendência de redução do impacto do consumo de bebidas açucaradas na carga na saúde de DCNTs no Brasil e nas suas UFs, o cenário que se apresenta - marcado também por disparidades regionais - ainda é de alta carga para a saúde da população e para os custos financeiros dos serviços de saúde. Deste modo, os resultados deste trabalho implicam na urgência da implantação de ações e políticas articuladas para a redução do consumo de bebidas açucaradas, tanto em âmbito nacional como estadual.
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    Associação da inatividade física e do comportamento sedentário com a hipertensão entre egressos de universidades mineiras após seguimento de seis anos Estudo CUME.
    (2023) Tinoco, Sarah Beatriz Resende; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Pimenta, Adriano Marçal
    Introdução: A hipertensão arterial (HA) é responsável por aproximadamente 10,4 milhões de mortes no mundo e é o fator de risco evitável mais comum para doenças cardiovasculares, além de ser o principal fator para incapacidade e mortalidade por todas as causas. Seu desenvolvimento está associado à inatividade física e ao comportamento sedentário, que são fatores de risco independentes para doenças crônicas não transmissíveis. Entretanto, são escassas pesquisas prospectivas que estudam a associação entre esses dois fatores e a HA na população brasileira. Objetivo: Analisar a prevalência de inatividade física e comportamento sedentário e sua associação com a incidência de HA em egressos de universidades mineiras. Métodos: Trata-se de um estudo com delineamento longitudinal que contou com os participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Estudo CUME). A incidência da HA foi definida quando o participante livre do diagnóstico da doença na linha de base relatou diagnóstico médico de HA, e/ou uso de medicação anti-hipertensiva, e/ou pressão arterial sistólica ≥130mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥80mmHg nos seguimentos. Foram considerados insuficientemente ativos aqueles indivíduos que praticaram menos de 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. O comportamento sedentário foi avaliado por meio do tempo total sentado, categorizado em <6h/dia e ≥6h/dia. Utilizou-se modelos de riscos proporcionais de Cox para estimar Hazards Ratio (HR) brutos e ajustados, e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: O total da amostra foi de 2.384 participantes, dentre eles 71,9% eram do sexo feminino e 83,5% tinham idade inferior a 45 anos. A maioria se autodeclarava com cor de pele branca (64,5%) e foi classificada como “sem excesso de peso” (64,6%). Após um seguimento médio de 3,28 anos, foram identificados 762 novos casos de HA. Verificou-se que dentre os participantes com 45 anos ou mais, os que apresentavam comportamento sedentário ≥6h/dia tinham, independentemente, 41% mais chances de desenvolver HA (HR: 1,41; IC 95%: 1,03-1,93). Conclusão: Observou-se associação entre o comportamento sedentário e a incidência de HA entre os participantes com 45 anos ou mais. A inatividade física e o comportamento sedentário vêm se tornando questões cada vez mais relevantes. Assim, o presente estudo faz-se importante pelo fato de avaliar longitudinalmente a associação de tais fatores com a incidência de HA, especialmente em uma população brasileira.
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    Exposição ao frio e seus efeitos na expressão gênica do coração de camundongos alimentados com high-fat diet.
    (2023) Coelho, Bianca Iara Campos; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Teles, Maria Cecília
    A melanopsina (OPN4) é um fotorreceptor e termo sensor cuja expressão é observada em vários órgãos e tecidos, sendo o coração altamente expresso. Além disso, a expressão dos canais de potencial receptor transitório (TRP) parece estar associada à expressão de OPN4 na retina e supostamente no coração. Partimos da hipótese que a OPN4, juntamente com os canais TRP no coração, atuam monitorando as variações de temperatura interna através do sangue proveniente dos pulmões, possivelmente promovendo a liberação e expressão de seus principais hormônios, os peptídeos natriuréticos (NPs). Fatores como a temperatura do ambiente e alimentação desiquilibrada, prejudicam a homeostase cardíaca, causando efeitos prejudiciais na sua estrutura e função, potencialmente desencadeando doenças cardiovasculares. Portanto, o objetivo do estudo é avaliar os efeitos da exposição ao frio e a ausência do canal TRPA1 sobre a expressão gênica de Opn4, Trpv1, Trpa1, Trpm8, Nppa e Nppb, em átrios e ventrículos do coração de camundongos alimentados com high-fat diet. Foram utilizados 24 camundongos machos C57BL/6J e Trpa1 KO, divididos em 4 grupos experimentais e expostos a temperaturas de 30°C e 22°C. Os resultados de PCR quantitativo indicaram que a expressão de Opn4 nos átrios, à 30°C foi reduzida no grupo Trpa1 KO, em 22°C houve aumento na expressão do gene no mesmo grupo e, em ventrículos não apresenta diferenças significativas. Quanto aos canais TRP, no gene Trpv1 não encontramos diferenças significativas. Trpa1 átrios não houve diferenças significativas, ventrículos à 22°C indicaram redução na expressão. Trpm8 átrios, à 30°C temos redução da expressão do gene no grupo Trpa1 KO, à 22°C resultou em redução na expressão em camundongos C57BL/6J, enquanto, que no grupo Trpa1 KO, houve aumento da expressão. Já em ventrículos, à 30°C resultou em aumento na expressão de Trpm8 no grupo Trpa1 KO e, em C57BL/6J aumento na expressão à 22°C. Nos NPs, a expressão de Nppa não apresentou diferenças significativas. Nppb em átrios, indicou redução na expressão à 22°C, tanto em C57BL/6J como Trpa1 KO. Já em ventrículos, Nppb não apresentou diferenças significativas. Podemos concluir que a OPN4 e os canais TRP possivelmente possam estar atuando como termo sensores no coração, e as flutuações de temperatura afetam a expressão dos NPs nas câmaras cardíacas.
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    Gatilhos espeleogenéticos de cavernas quartzíticas e a evolução da paisagem cárstica da Serra do Espinhaço Meridional.
    (2022) Yoshizumi, Wendy Tanikawa; Rudnitzki, Isaac Daniel; Rudnitzki, Isaac Daniel; Lana, Cláudio Eduardo; Godinho, Lucas Padoan de Sá
    O estudo buscou investigar a ocorrência dos processos de arenização e litificação seletiva como precursores da carstificação em rochas quartzíticas, e definir os principais gatilhos espeleogenéticos associados à evolução da paisagem. Para isso, cinco cavidades foram estudadas por meio de dados geoespeleológicos, estruturais, petrográficos e de geoquímica da água na serra do Espinhaço Meridional, porção centro-sul do estado de Minas Gerais, Brasil. As rochas aflorantes pertencem à Formação Galho do Miguel (Supergrupo Espinhaço), de idade Mesoproterozóica. A serra foi edificada no Neoproterozóico, durante o Ciclo Brasiliano, e possui alongamento N-S com extensão de cerca de 1200 km. Os resultados evidenciam a baixa solubilidade da sílica com concentração média total de 1,173 mg/L, em águas ácidas de pH médio de 3,98. Foram descritas oito litofácies, sendo a L3 considerada um Horizonte Gatilho pois, apesar da ausência de contrastes granulométricos e reológicos, sugere-se que as camadas estratificadas cruzadas são mais carstificáveis devido à sua menor suceptibilidade à litificação. Nas lâminas petrográficas isso fica evidente a partir da disposição incoesa dos grãos e a dissolução do cimento de sílica, que pode atingir até as bordas dos grãos de quartzo. A espeleogênese tem caráter epigenético, e ocorreu concomitante à desnudação do relevo por meio de um gatilho químico ao longo de estruturas tectônicas neoproterozóicas e de estruturas deposicionais.
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    Dismagnesemia associada ao perfil clínico de pacientes internados em um hospital filantrópico de Ouro Preto.
    (2023) Souza, Rosimere Vieira; Bezerra, Frank Silva; Souza, Ana Beatriz Farias de; Bezerra, Frank Silva; Souza, Ana Beatriz Farias de; Nunes, Renato Moreira; Silva, André Talvani Pedrosa da
    O magnésio (Mg) é um dos principais cátions intracelulares e desempenha múltiplas funções no organismo. Um equilíbrio adequado de Mg está relacionado com a redução do risco de inflamação, diabetes, eventos cardiovasculares e câncer do colo do útero. No contexto hospitalar, incluindo os serviços de urgência e emergência, a detecção de distúrbios do Mg sérico, ou dismagnesemia, é uma realidade diária e tem sido associada a complicações graves. Poucos estudos avaliam a prevalência de dismagnesemia nas primeiras horas de internação. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de dismagnesemia em pacientes internados em um hospital filantrópico da cidade de Ouro Preto e os fatores associados. Trata-se de um estudo observacional, transversal e analítico, realizado em pacientes internados em um hospital da cidade de Ouro Preto, no período de julho de 2021 a agosto de 2022. Os critérios de inclusão foram pacientes com mais de 18 anos de idade e dispostos a participar no estudo. 357 pacientes aceitaram participar da pesquisa, destes 11 foram excluídos do estudo, devido a impossibilidade de coletar a amostra para dosagem de magnésio sérico e 01 pela idade inferior a 18 anos. Dos 346 pacientes que aceitaram participar do estudo e estavam dentro dos critérios de inclusão, 260 (75,14%) apresentaram níveis normais de magnésio nas primeiras 24 dias de internação, 86 (24,85%) apresentaram níveis alterados de magnésio sendo que 81 (23,41%) apresentaram hipomagnesemia e 5 (1,44%) apresentaram hipermagnesemia. A média de idade dos pacientes incluídos no estudo foi de 53,64 ± 20,16 anos e 60,4% (209) eram do sexo masculino. Na admissão, 40,17% (139) dos doentes apresentavam problemas ortopédicos ou traumatismos; 10,4% (36) dos doentes foram admitidos para tratamento de doenças do trato gastrointestinal e 8,96 (31) para tratamento de doenças respiratórias. As comorbidades mais frequentes foram: hipertensão 37,57% e diabetes Mellitus 16,15%. Nossos resultados mostram que dismagnesemia está relacionada ao perfil clínico de pacientes hospitalizados.
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    Influência do gene ACTN3 sobre parâmetros de inflamação, dano muscular e desempenho no treinamento de força.
    (2023) Castro, Bruno Magalhães de; Coelho, Daniel Barbosa; Oliveira, Emerson Cruz de; Queiroz, Karina Barbosa de; Coelho, Daniel Barbosa; Vieira, Márcio Mário; Oliveira, Lenice Kappes Becker
    O polimorfismo do gene α-actinina-3 (ACTN3-R577X) tem sido associado a maior susceptibilidade ao dano muscular e ao desempenho em atividades de resistência aeróbia. Por outro lado, o gene não polimórfico (ACTN3-R577R) tem sido associado a um maior desempenho em atividades de força e potência. Sendo assim, o gene ACTN3 seria capaz de atuar como um modulador genético sobre os processos adaptativos de inflamação, dano muscular e desempenho. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi comparar os marcadores bioquímicos de inflamação (IL-8 e CCL2), dano muscular, cortisol (C), testosterona (T), Razão T/C, creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), mioglobina (Mio) e de desempenho, carga, no de séries, no de repetições, volume total e escala dor muscular de início tardio (DMIT). Para tal, realizou-se um estudo experimental, duplo-cego, envolvendo 27 indivíduos, com idades entre 18 e 35 anos, agrupados de acordo com portabilidade do alelo R para o gene ACTN3 (grupo RR/RX e XX). Os indivíduos foram avaliados e submetidos a uma sessão de treinamento de força. Coletas sanguíneas antes, imediatamente após e 24h após a sessão de treinamento foram realizadas com a finalidade de quantificar as concentrações de IL-8, CCL2, CK, LDH, Mio e Razão T/C). Para análise de variância de dois fatores (genótipo e tempo de coleta) utilizou-se o teste ANOVA TWO-WAY seguido do pós-teste de Bonferroni. Enquanto para análise das variáveis de desempenho entre grupos RR, RX e XX, utilizou-se o ANOVA ONE-WAY seguido do pós-teste de Tukey. Não se encontrou efeitos de interação entre o genótipo e o tempo de coleta para nenhum dos marcadores analisados. Entretanto, as concentrações plasmáticas de LDH, CCL2 e IL-8 foram significativamente mais altas nos indivíduos com perfil genético XX. Mostrando uma interação com os marcadores de inflamação e o polimorfismo do gene ACTN3-R577X. Além disso, os indivíduos portadores do perfil genético XX, apresentaram menor volume de treino e maior percepção de dor após o treino. Sugerindo que indivíduos portadores do perfil genético XX apresentem uma resposta adaptativa diferente ao treinamento de força e necessitariam de um tempo de recuperação maior, entre as séries, entre os exercícios e entre as sessões de treinamento.
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    Efeito agudo do treinamento de força sobre as concentrações séricas de resistina e leptina em indivíduos com sobrepeso ou obesidade.
    (2023) Fortes, Yago Martins; Silva, Albená Nunes da; Moreira, Janaina Matos; Silva, Albená Nunes da; Moreira, Janaina Matos; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Faria, Marcelo Henrique Salviano de
    A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade um dos mais graves problemas de saúde pública do mundo. O índice de obesidade mundial está perto de triplicar em relação aos valores de 1975, em 2016 mais de 1,9 bilhões de adultos já apresentavam índices de sobrepeso, sendo destes, 650 milhões diagnosticados com obesidade. A obesidade conduz a um estado de “inflamação de baixo grau” que está associado a complicações à saúde. Sistemicamente as alterações deste processo inflamatório são acompanhadas por alterações nos níveis de adipocinas. As adipocinas, como leptina e resistina, são citocinas produzidas pelo tecido adiposo. Uma estratégia utilizada na tentativa de reverter esse processo inflamatório é reduzir o peso corporal através da prática de exercício físico regular, o que pode potencialmente modular o sistema imune, promovendo efeitos anti-inflamatórios. Neste sentido, este presente estudo verificou o efeito de uma sessão de treinamento de força na musculação sobre as adipocinas leptina e resistina, em doze voluntários com sobrepeso e/ou obesidade, com idade entre 18 e 50 anos. No primeiro encontro, os voluntários realizaram o teste de 1RM. No segundo encontro, o protocolo de treinamento de força na musculação foi aplicado. Após o aquecimento, os voluntários realizaram quatro séries de até 12 repetições com uma intensidade de 60% de 1RM, com pausa de 90 segundos entre as séries, 120 segundos entre os exercícios e a duração da repetição será de 4 segundos, sendo 2 segundos de ação concêntrica e 2 segundos de ação excêntrica. O sangue para as análises imunológicas foi coletado antes, imediatamente após e 1 hora após o treino. Os resultados mostraram que o protocolo utilizado se associou a alterações significativas nas concentrações plasmáticas de resistina, mas não houve alterações nas dosagens de leptina.
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    Avaliação dos efeitos da exposição de diferentes anestésicos inalatórios em camundongos adultos saudáveis.
    (2022) Machado Júnior, Pedro Alves; Bezerra, Frank Silva; Cangussú, Silvia Dantas; Bezerra, Frank Silva; Cangussú, Silvia Dantas; Oliveira, Laser Antônio Machado de; Machado, Maria da Glória Rodrigues
    Os anestésicos inalatórios atualmente utilizados na prática clínica são: o isoflurano, o sevoflurano e o desflurano. Esses agentes são amplamente utilizados para a indução e a manutenção anestésica por apresentarem poucos efeitos adversos intraoperatórios. Entretanto, o perfil desses agentes voláteis sobre órgãos e tecidos alvos de sua ação além da ação anestésica e analgésica não é totalmente esclarecido entre diferentes modelos de estudo na literatura. Uma das principais discordâncias entre os estudos abrange como esses anestésicos voláteis são capazes de promover proteção ou lesão modulando processos imunológicos, inflamatórios e oxidativos em órgãos. Poucos estudos abordaram os efeitos destes fármacos na ausência de lesões ou doenças pré-existentes em pulmões em camundongos saudáveis. Este estudo avaliou os efeitos da exposição de diferentes anestésicos inalatórios atualmente utilizados na prática clínica em camundongos C57BL/6 adultos saudáveis sobre a resposta inflamatória pulmonar e sistêmica em diferentes períodos. 120 animais foram alocados em 3 grupos (n=40): Isoflurano (ISO), Sevoflurano (SEV) e Desflurano (DES) e expostos a esses fármacos por 1 hora (1h) (n=10), 2 horas (2h) (n=10) e 3 horas (3h) (n=10), a uma concentração alveolar mínima igual 1 e expostos ao ar ambiente, grupo controle (GC) (n=10). Os animais foram eutanasiados 24 horas após o protocolo experimental, o lavado broncoalveolar (LBA), o sangue e os pulmões foram coletados para análises bioquímicas e morfométricas. Nos animais expostos ao isoflurano, o influxo de leucócitos para LBA foi maior nos grupos ISO2h e ISO3h quando comparados ao GC. Um maior número de macrófagos foi observado nos grupos ISO2h e ISO3h, quando comparados com o GC. O número de leucócitos do sangue no grupo ISO3h foi menor quando comparado aos grupos ISO2h, ISO1h e GC. Houve um aumento nos níveis de CCL-2 no grupo ISO3h quando comparado aos grupos ISO1h e GC. Os níveis de superóxido dismutase (SOD) foram maiores no ISO1h quando comparado com o GC. A enzima catalase (CAT) apresentou maior atividade nos grupos ISO1h e ISO2h comparados ao GC. Os níveis de proteína carbonilada e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) foram maiores no grupo ISO3h comparados ao GC. Para os animais expostos ao SEV e DES os resultados de influxo de leucócitos para o LBA, recrutamento de leucócitos do sangue periférico foram semelhantes aos observados para o ISO, além do estabelecimento de um desequilíbrio redox nos pulmões dos animais expostos a esses anestésicos voláteis. Os resultados obtidos demonstraram que os anestésicos inalatórios isoflurano, sevoflurano e desflurano são capazes de promover alterações na resposta inflamatória local e sistêmica de forma dependente do tempo, além de promover desequilíbrio redox em um modelo murino saudável.
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    Impactos financeiros e à saúde da população brasileira devidos ao consumo excessivo de sódio.
    (2022) Guedes, Larissa Fernanda Fonseca; Machado, Ísis Eloah; Machado, Ísis Eloah; Coelho, George Luiz Lins Machado; Mendes, Mariana Santos Felisbino
    Introdução: O consumo excessivo de sódio está associado ao aumento da pressão arterial, principal fator de risco para doenças cardiovasculares, além de contribuir para outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doença renal e câncer gástrico. A mensuração do impacto das DCNT atribuídas ao consumo excessivo de sódio sobre a saúde da população brasileira e os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da fração atribuível populacional (FAP) poderá subsidiar a proposição de ações coordenadas para a prevenção e o enfrentamento dessas doenças, bem como otimizar a alocação de recursos para o SUS. Objetivo: Estimar a carga de DCNT relacionadas ao consumo excessivo de sódio para a saúde da população adulta brasileira e os custos financeiros que esse fator de risco representa para o SUS, no Brasil e unidades federativas (UF), em 2019. Metodologia: Estudo observacional ecológico com estimativas do Estudo Carga Global de Doenças (GBD) 2019 e dados dos Sistemas de Informações Ambulatoriais e Hospitalares. A FAP de cada DCNT foi obtida considerando o valor teórico mínimo de risco (ingestão de até 3g de sódio/dia); a proporção de consumo excessivo na população definida por inquéritos populacionais; e os riscos relativos obtidos por meta-análises. As FAP’s foram utilizadas para o cálculo da carga por meio das métricas: mortalidade e DALY (Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade) pelo estudo GBD. As FAP’s também foram utilizadas para estimativa dos custos das internações e procedimentos de média e alta complexidade (MAC) pagos pelo SUS. Resultados: O consumo excessivo de sódio foi responsável por 30.814 óbitos, 699.119 DALY e 57.163.245 milhões de dólares gastos, sendo U$$ 52.275.994 em internações e U$$ 4.887.251 procedimentos de MAC no Brasil em 2019. UF da região sudeste (Minas Gerais e São Paulo) dispenderam os maiores valores para o tratamento de doenças relacionadas ao sódio e apresentaram maior número absoluto de óbitos e DALY. As UF da região Nordeste tiveram as maiores taxas padronizadas por idade de óbitos e DALY. A população masculina foi mais acometida pelas DCNT causadas pelo consumo excessivo de sódio. As doenças cardiovasculares, como doença isquêmica cardíaca e acidente vascular encefálico, foram as que mais contribuíram para carga e custos atribuíveis ao consumo excessivo de sódio, seguidas pela doença renal crônica e pelo câncer gástrico. Conclusão: Apesar do avanço na abordagem das DCNT relacionadas ao consumo excessivo de sódio, este continua contribuindo para elevada carga de doenças e econômica no Brasil, principalmente, entre os homens. Diferenças importantes foram observadas entre as UF, com destaque para as regiões Sudeste e Nordeste. O uso da FAP no cálculo dos custos atribuíveis ao sódio é uma forma inovadora de aplicar as métricas produzidas pelo GBD, reduzindo o custo e o tempo para a obtenção de resultados. O uso de evidências geradas por estudos de modelagem sobre a carga para a saúde e de análise econômica, bem como abordagens custo-efetivas para redução do consumo de sódio, recomendadas internacionalmente, são estratégias para otimizar a alocação de recursos no SUS e melhorar a saúde da população brasileira.