Roatt, Bruno MendesCarneiro, Cláudia MartinsCarvalho, Lívia Mendes2021-10-282021-10-282021CARVALHO, Lívia Mendes. Estudo comparativo entre diferentes protocolos de imunoquimioterapia como propostas de tratamento da leishmaniose visceral utilizando o hamster Mesocricetus auratus como modelo experimental. 2021. 118 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/13886Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.A leishmaniose visceral (LV) é uma doença negligenciada, amplamente dispersa e presente em diversas regiões do globo que apresenta elevada letalidade quando não tratada. A alta toxicidade dos fármacos convencionais utilizados na terapia da doença com relatos de cardiotoxicidade, hepatotoxicidade e nefrotoxicidade é um fator limitante para seu tratamento. Além disso, o surgimento de cepas resistentes do parasito aos fármacos convencionais coloca em xeque o limitado arsenal terapêutico disponível. Dentre as opções farmacológicas atuais, a miltefosina é o único agente anti-Leishmania administrado por via oral, porém, o surgimento de cepas do parasito resistentes a este fármaco vem sendo reportado em todo o mundo. Sendo assim, o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento contra a doença se faz necessário e urgente. Nesse contexto, a imunoterapia e/ou imunoquimioterapia vem ganhando destaque uma vez que sua capacidade de ativação/modulação do sistema imune pode redirecionar a resposta imunológica do hospedeiro. Somado a isso, a associação entre um imunobiológico e um fármaco leishmanicida pode apresentar uma ação benéfica, resultando em melhora da eficácia em eliminar o parasito, podendo levar a uma redução do tempo e do custo do tratamento. Diante disso, propusemos neste estudo comparar diferentes esquemas de imunoquimioterapia empregando a associação entre miltefosina e vacinas terapêuticas compostas por antígenos totais de L. braziliensis associados aos adjuvantes saponina e/ou MPL (vacinas LBSap, LBMPL e LBSapMPL) utilizando hamsters Mesocricetus auratus infectados com L. infantum como modelo experimental. Para isso, este trabalho foi dividido em duas etapas. Na primeira, foram avaliados os esquemas de tratamento que foram administrados de forma concomitante, onde as imunoquimioterapias foram realizadas intercalando-se a imunoterapia com as vacinas LBSap, LBMPL e LBSapMPL durante a quimioterapia com miltefosina. A partir dos dados obtidos na etapa 1, como restabelecimento do quadro hematobioquímico e redirecionamento para uma resposta imunológica do tipo Th1 com aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias, redução de IL-10 e de IgG circulante no soro dos animais tratados, consideramos que o protocolo de imunoquimioterapia constituído pela combinação entre miltefosina e a vacina LBMPL (Milt.+LBMPL) foi o que apresentou o melhor conjunto de resultados. Com isso, prosseguimos para a etapa 2 na qual propusemos outros dois esquemas imunoquimioterapêuticos utilizando esta associação entre miltefosina e LBMPL sendo, dessa vez, iniciados ou com a quimioterapia ou com a imunoterapia, ou seja, o tratamento com o fármaco ocorreu de forma separada ao tratamento com a vacina. Ao avaliar os principais parâmetros hematobioquímicos, imunológicos e de eficácia terapêutica, foi demonstrado que as imunoquimioterapias propostas, principalmente o esquema “misto” composto pela combinação Milt.+LBMPL, foram capazes de promover a restauração dos níveis de plaquetas no sangue e de aspartato e alanina aminotransferases (AST e ALT) no soro bem como redução dos níveis séricos de IgG anti-Leishmania. Além disso, também houve aumento no número de linfócitos esplênicos totais e CD4+ produtores de IFN-g e TNF, e diminuição da produção de IL-10, seguida por uma redução da carga parasitária no baço dos animais tratados. Esses resultados demonstram que os protocolos de imunoquimioterapia utilizados, em especial Milt.+LBMPL, podem estimular a resposta imune, polarizando para uma resposta do tipo Th1 e induzindo uma resposta celular expressiva suficiente para controlar o parasitismo esplênico. Nesse sentido, a combinação Milt.+LBMPL destaca-se como uma abordagem promissora a ser empregada para o tratamento da LV, seja como avaliação primária na doença canina, seja como perspectiva para o tratamento da LV humana.pt-BRabertoLeishmania infantumQuimioterapiaHamsterEstudo comparativo entre diferentes protocolos de imunoquimioterapia como propostas de tratamento da leishmaniose visceral utilizando o hamster Mesocricetus auratus como modelo experimental.TeseAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 21/10/2021 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.