Galery, Maria Clara VersianiArantes, Júlia de Melo2018-02-062018-02-062016ARANTES, Júlia de Melo. Samuel Beckett e a tarefa do autotradutor. 2016. 109 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2016.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/9470Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.Esta dissertação investiga o processo tradutório de Samuel Beckett em En attendant Godot/ Waiting for Godot, sua primeira peça publicada e também a mais famosa. Esta pesquisa considera a tradução como intrínseca à comunicação humana, levando-se em conta o aspecto performativo da linguagem. O estudo do processo criativo e da tradução beckettiana nos permite analisar como o autor e dramaturgo realiza a tarefa da autotradução, não apenas no nível linguístico, mas também dos livros para os palcos, como diretor de suas próprias peças. A autotradução também é vista como um processo de se traduzir entre línguas e culturas: como irlandês morando na França, Beckett muitas vezes escolheu escrever as primeiras versões de suas obras em francês, sua segunda língua, antes de traduzi-las para o inglês. Em sua discussão sobre a autotradução, este trabalho concentra-se em uma análise da peça como uma obra bilíngue e propõe que entre as versões francesa e inglesa dos textos de Beckett, um espaço intersticial emerge, formando um terceiro texto. Dessa maneira, o estudo da obra bilíngue leva em conta a noção beckettiana de unword, um conceito que remete à "pura língua" de Walter Benjamin. A leitura comparada das versões francesa e inglesa também permite a investigação da iterabilidade como tema e método no processo criativo de Beckett, no qual a autotradução é vista como uma forma de autorrepetição. A peça também é analisada como uma metáfora do exílio e como uma representação do estado desolado da condição humana no contexto do pós-guerra. Nesse sentido, o espaço intersticial ou entre-lugar é representado no palco quase vazio da peça, que simboliza uma espécie de limbo, onde as personagens estão eternamente à espera de Godot. Esta pesquisa conclui que Beckett escolheu a autotradução principalmente como um meio artístico para repetir, continuar e expandir sua própria arte, de forma que o significado de sua obra bilíngue depende da soma dos três textos: original, tradução e o terceiro texto, ou texto metalinguístico.pt-BRabertoExílioRepetição em literaturaTradução e interpretaçãoSamuel Beckett e a tarefa do autotradutor.DissertacaoAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 24/01/2017 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.