Aplicação do mapeamento do fluxo de valor em uma empresa de torrefação e moagem de café de Minas Gerais.

Abstract

O setor alimentício é um dos que mais cresce no Brasil e afeta fortemente a economia, o meio ambiente e a sociedade como um todo. Neste segmento, destacam- se as pequenas e médias empresas, responsáveis por gerar nos últimos 10 anos, 70% dos empregos no país, segundo dados do SEBRAE (2018). Apesar disso, estas empresas são as que mais sofrem devido lacunas na eficiência de produtividade e, portanto, necessidade de redução de desperdícios. Neste sentido, práticas de gestão, tais como a produção enxuta surgem como alternativa para redução de desperdícios, custos e maximização dos lucros. Dentre as várias práticas e ferramentas enxutas, este trabalho foca no Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), por ser considerada uma ferramenta inicial na adoção da filosofia lean nas empresas. Adicionalmente, verificou- se que poucas pesquisas aprofundadas investigam a adoção do MFV na indústria alimentícia no Brasil. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é analisar a aplicação do mapeamento do fluxo de valor (MFV) no processo produtivo da linha de café torrado e moído em uma empresa do interior de Minas Gerais, buscando identificar possíveis desperdícios e propor ações de melhorias. Para tanto, os métodos de pesquisa foram divididos em duas etapas. Na primeira etapa, uma revisão bibliográfica e uma revisão sistemática da literatura (RSL) sobre os temas mapeamento do fluxo de valor e indústria alimentícia foram elaboradas. Entre os principais resultados da revisão sistemática, após a aplicação do MFV, destacam-se como principais desperdícios, o tempo de espera e a taxa de defeitos. Como resultado da pesquisa- ação, foram apresentados os mapas do fluxo atual e futuro da produção de um lote de 250 kg de café torrado e moído, embalado a vácuo de 500g. A análise do Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) atual conduziu à proposição de um MFV futuro, visando a redução de desperdícios. A implementação das melhorias propostas resultou em uma redução do tempo total de produção e coleta da mercadoria de 11,43 horas para 7,43 horas por lote produzido. Ao considerar um turno de trabalho, essa melhoria reflete um aumento significativo na produção, de 1750 kg para 2000kg, representando um crescimento aproximado de 14,29%.