Biocompatibilidade de superfícies de implantes dentários tratadas com ácido fosfórico.

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Data
2017
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Resumo
As modificações nas superfícies de implantes dentários podem, quando intraósseo, acelerar a adesão, migração e proliferação celular, e desta maneira acelerar o processo de osseointegração e quando estas são feitas na superfície supra óssea favorecem a fixação das próteses implanto suportadas. Os tratamentos superficiais são realizados com o objetivo de aumentar as ligações químicas e mecânicas entre o implante e osso e quando supra óssea aumentar o embricamento mecânico com o cimentante. Uma superfície com aumento de sua rugosidade é a almejada para que ocorra a deposição de matriz e crescimento do tecido ósseo, outro desejo é aumentando as rugosidades na superfície supraóssea, facilitando a fixação das próteses sobre implantes. O objetivo deste trabalho foi caracterizar superfícies de implantes dentários tratadas com ácido fosfórico á 37%, bem como avaliar seus efeitos sobre células sanguíneas e correlacionar com os níveis de citocinas. Foram avaliadas superfícies de implantes divididas em grupos com 50 amostras sendo distribuídos em: amostras de porcelana, sem tratamento; amostras de metal sem tratamento; amostras de porcelana com tratamento com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos; amostras de metal com tratamento ácido fosfórico a 37% por 30 segundos; amostras de porcelana com tratamento com ácido fosfórico a 37% por 60 segundos; amostras de metal com tratamento com ácido fosfórico a 37% por 60 segundos. As amostras foram caracterizadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e por reometria. Os ensaios biológicos foram realizados com células mononucleares sanguíneas de doadores humanos. As amostras foram incubadas por 24 horas na presença ou ausência de enxague das superfícies. A viabilidade celular foi determinada por métodos colorimétricos e a quantificação de citocinas no sobrenadante pelo método de citometria de fluxo. Após o tratamento com ácido fosfórico foram observadas modificações de porosidade, ampliação da área de contato e presença de placas cobrindo a superfície. Independente do tipo de tratamento, a análise das curvas de fluxo de sangue e de viscosidade foram similares tanto nas superfícies com tratamento como nas não tratadas e altos índices de viabilidade celular foram observados na análise das superfícies de implantes, determinando sua biocompatibilidade. Houve aumento das interleucinas (IL); IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e do fator de necrose tumoral (TNF-α), quando as células foram incubadas com enxague das superfícies tratadas com ácido e com cimento. Obteve-se também correlação positiva entre as concentrações das IL-10 com IL -2 e IL-10 com IL-4 em sobrenadantes de culturas de células incubadas na presença do ácido. Os resultados encontrados sugerem que os tratamentos de superfícies de implantes com ácido fosfórico a 37% foram capazes de ativar a produção de citocinas inflamatórias. Portanto, o aumento de citocinas pode atuar modulando a reposta imunológica e resultando em melhora de processos de biofuncionalidades garantindo desta forma o sucesso das próteses implanto suportadas de uso odontológico.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais. Departamento de Engenharia Metalúrgica, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Tratamento dentário, Citocinas, Processos de fabricação, Reologia
Citação
FRANÇA, Fernando Luzia. Biocompatibilidade de superfícies de implantes dentários tratadas com ácido fosfórico. 2017. 122 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Materiais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.