Estimativa do sexo biológico pela base do crânio : avaliação dos côndilos occipitais, do processo mastoide e do forame magno.

Resumo
O exame antropológico forense, geralmente realizado em cadáveres desconhecidos, tem como etapa importante a estimativa do sexo biológico (ESB). Nesta estimativa podem ser utilizadas estruturas anatômicas localizadas na base do crânio como os côndilos occipitais (CO), os processos mastoides (PM) e o forame magno (FM). Entretanto, trabalhos envolvendo estas estruturas mostraram heterogeneidade em sua aplicação prática devido aos graus diferentes de dimorfismo sexual em populações distintas e às variabilidades craniométricas em uma mesma população. Portanto, o presente estudo buscou aplicar diferentes metodologias existentes sobre o tema, além de buscar mais elementos para subsidiar a ESB pela análise dos CO, dos PM e do FM. Foi realizado um estudo transversal com medidas da base craniana de 114 crânios secos periciados no Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), buscando correlacionar medidas desta região com a ESB. As medidas dos CO, o comprimento anteroposterior do FM, as áreas do FM e do trígono mastoideo foram maiores nos homens. Para as medidas do PM, somente a largura não foi significativamente associada ao sexo. O Índice de Baudoin não mostrou associação com o sexo, mas apresentou importante correlação negativa com a idade. Com a avaliação simultânea de três diferentes estruturas da base craniana (o comprimento do CO direito e as dimensões asterion-porion e porion-mastoidale do PM direito) foi possível a elaboração de uma equação com boa capacidade preditiva para a ESB. Esta equação é mais um instrumento para auxiliar o exame antropológico em nosso meio.
Descrição
Palavras-chave
Crânio, Estimativa do sexo, Antropologia forense, Medicina legal
Citação
BORDONI, L. S. et al. Estimativa do sexo biológico pela base do crânio: avaliação dos côndilos occipitais, do processo mastoide e do forame magno. Revista Brasileira de Criminalística, v. 11, n. 2, p. 82-91, 2022. Disponível em: <https://revista.rbc.org.br/index.php/rbc/article/view/470/324>. Acesso em: 01 ago. 2022.