Ocorrência, remoção e avaliação de risco ambiental de fármacos e desreguladores endócrinos presentes em efluentes de estações de tratamento de esgoto no Brasil.

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2022
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Resumo
O monitoramento ambiental dos denominados contaminantes de preocupação emergente (CECs do acrônimo inglês) vem recebendo grande atenção da comunidade científica. Estes se referem a substâncias que são cada vez mais detectadas em pequenas concentrações nas águas superficiais e cuja toxicidade pode ter um impacto na vida aquática. Os CECs investigados neste trabalho são os hormônios estrogênicos estrona (E1), estradiol (E2), etinilestradiol (EE2), estriol (E3); os insumos químicos bisfenol A (BPA), 4-nonilfenol (4-NP) e 4-octilfenol (4-OP); e os fármacos ibuprofeno (IBU), diclofenaco (DCF), naproxeno (NPX), paracetamol (PCT), trimetoprima (TMP), sulfametoxazol (SMX), clindamicina (CLI), ciprofloxacin (CIP), cefalexina (CEF), levofloxacina (LEV), genfibrozila (GEN) e cafeína (CAF); alguns dos quais são considerados desreguladores endócrinos (DE). Este estudo investigou, por meio de revisão da literatura em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) brasileiras, a ocorrência, remoção e o impacto na biota aquática (informações ecotoxicológicas) destes 19 CECs em sistemas de tratamento que empregam diferentes configurações de bioreatores. Os resultados compilados indicam que, de forma geral, o sistema UASB seguido por lagoa de alta taxa foi eficiente na remoção de 7 dos 9 compostos mais tóxicos (valores de PNEC < 0,1 µg/L) estudados neste trabalho, com eficiências de remoção superiores a 90% para E1, E2, EE2 e CIP. Para 14 (E1, E2, EE2, GEN, DCF, PCT, BPA, IBU, NPX, CAF, TMP, SMX, CIP, LEV) dos 19 microcontaminantes estudados a sua presença nos efluentes das ETEs representa um risco ambiental alto em pelo menos 2 dos 6 cenários de diluição considerados. Os CECs mais preocupantes do ponto de vista ecotoxicológico foram detectados nos efluentes de ETEs brasileiras na faixa de concentração de 122,2 a 2140,6 µg/L, cujos quocientes de risco (RQ) para o cenário com capacidade de diluição ótima foram estimados em 13584,4 para EE2; 2603,8 para E2; 1068 para E1; 193,2 para TMP; 160,4 para SMX; 11,8 para NPX; 7 para DCF; 3,7 para CAF e 3 para BPA. Tais compostos devem ser priorizados para subsidiar a revisão das normas ambientais e formulação de eventuais padrões de qualidade da água superficial. Verificou-se ainda que para 15 dos 19 CECs estudados o valor limite para proteção ambiental (compilados neste estudo a partir dos valores de PNEC reportados) seriam também protetores da saúde humana caso a água contaminada com tais CECs fosse distribuída para a população.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Contaminantes de preocupação emergente, Ecotoxicidade, Água - qualidade, Esgotos, Avaliação de riscos
Citação
BARÁN, Tatiana Wieczorko. Ocorrência, remoção e avaliação de risco ambiental de fármacos e desreguladores endócrinos presentes em efluentes de estações de tratamento de esgoto no Brasil. 2022. 105 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.