Avaliação da possível interação entre a candesartana e a ipriflavona, veiculadas em um sistema autoemulsionável, sobre a função sexual de ratas hipertensas e normotensas.

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2017
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Resumo
A disfunção sexual é caracterizada por distúrbios e alterações psicofisiológicas no ciclo de resposta sexual. A hipertensão arterial (HA), doença de elevada prevalência no Brasil, foi apontada como uma das causas da disfunção sexual também em mulheres. Sabe-se que algumas classes de medicamentos utilizadas para reduzir e controlar a pressão arterial também comprometem o processo de resposta sexual, porém, estudos demonstraram que os antagonistas dos receptores de angiotensina II (ARA), além de eficazes no tratamento da HA, aparentemente não provocam, ou até mesmo atenuam as disfunções sexuais. O efeito benéfico dos ARA tem sido observado em estudos realizados em modelos experimentais de disfunção erétil em animais machos. Outro forte candidato a ser estudado em relação à melhora função sexual feminina é a ipriflavona, um derivado sintético do fitoestrógeno daidzeína (isoflavona), cuja estrutura química é similar ao estradiol, podendo ligar-se aos receptores de estrógeno, provocando um efeito semelhante ao referido hormônio. A ipriflavona já é utilizada para a prevenção e tratamento de osteoporose e estudos demonstraram o seu elevado potencial em minimizar os sintomas da menopausa, podendo substituir a terapia de reposição hormonal, cuja utilização é atualmente controversa devido à sua relação com o surgimento de câncer do endométrio, ovário e mamas. Nesse contexto, objetivou-se avaliar o potencial terapêutico da ipriflavona, da candesartana e da combinação dos mesmos na resposta de excitação sexual de ratas hipertensas (SHR) e normotensas (WKY). Como a biodisponibilidade desses fármacos por via oral é baixa, ambos foram administrados veiculados em um sistema autoemulsionável para entrega de fármacos (SEDDS). Os parâmetros fisiológicos avaliados por meio de estimulação do nervo pélvico mostraram que a pressão intravaginal foi significativamente maior em ratas SHR tratadas com 30 mg/kg de ipriflavona e em ratas WKY tratadas com ipriflavona e candesartana nas doses 30 mg/kg e 2 mg/kg, respectivamente. O aumento na variação da temperatura foi significativo apenas para o grupo SHR tratado com ipriflavona 30 mg/kg em comparação ao grupo tratado com ipriflavona e candesartana (30 mg/kg e 5 mg/kg, respectivamente). A lubrificação vaginal de fêmeas normotensas foi maior em relação às hipertensas tanto a nível basal quanto pós-estímulo. Verificou-se que a resposta de excitação sexual em fêmeas é comprometida pela hipertensão arterial, tendo em vista o perfil de resposta significativamente maior nas fêmeas normotensas. A análise das respostas vasocongestivas não apresentou resultados satisfatórios para os fármacos estudados, como esperado em relação ao processo de excitação sexual. Não foram observadas variações do perfil lipídico, parâmetros hematológicos e enzimas indicadoras da função hepática. A candesartana isolada ou em associação com a ipriflavona nas doses utilizadas, veiculada em SEDDS, por tratamento durante 30 dias foi capaz de reduzir a pressão arterial, mas não alterou a resposta sexual e nem o efeito facilitador da ipriflavona sobre a resposta de excitação sexual em ratas normotensas ou hipertensas. Conclui-se, portanto, que o tratamento da hipertensão com a candesartana pode ser uma alternativa para evitar-se a disfunção sexual feminina em pacientes hipertensas e que a utilização da ipriflavona pode promover melhora da resposta de excitação sexual em fêmeas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Hipertenção, Disfunção sexual feminina, Ipriflavona, Candesartana
Citação
SIMÕES, Leidiane Vieira. Avaliação da possível interação entre a candesartana e a ipriflavona, veiculadas em um sistema autoemulsionável, sobre a função sexual de ratas hipertensas e normotensas. 2017. 64 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.