Medicamentos potencialmente perigosos na atenção primária à saúde em um município de médio porte de Minas Gerais : desafios para a segurança do paciente.
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2023
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Aliança Mundial
para a Segurança do Paciente, com o objetivo de incentivar a qualidade e a
segurança na assistência em saúde. Mas somente em 2013, foi instituído, no
Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Dentre os seis
protocolos estabelecidos pelo PNSP, destaca-se o “Protocolo de Segurança na
Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos”, que visa promover boas
práticas em todas as etapas do processo de medicação, nos serviços de saúde.
Neste contexto, destacam-se os Medicamentos Potencialmente Perigosos
(MPP), que possuem risco aumentado de provocar danos significativos ao
paciente em decorrência de uma falha no processo de utilização. Assim, este
trabalho teve como objetivo avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde
sobre os MPP e identificar os problemas relacionados à prescrição de insulina
na Atenção Primária à Saude (APS), em Ouro Preto, Minas Gerais. Trata-se de
um estudo observacional do tipo transversal, aprovado pelo comitê de ética em
pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A coleta de dados
ocorreu por meio de entrevistas estruturadas, realizadas entre os meses de
março e agosto de 2023, e análise de prescrições contendo insulina, um MPP
padronizado na APS, atendidas na Farmácia Escola da UFOP, no período de
agosto/2022 a julho/2023. Após leitura e assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, foram entrevistados 62 profissionais de saúde atuantes na
APS e que estavam vinculados ao processo de prescrição, dispensação, uso
e/ou administração de medicamentos, a fim de avaliar o conhecimento dos
mesmos sobre MPP. Dentre estes, 77,4% eram do sexo feminino, tinham idade
média de 41±10,2 anos e trabalhavam em média há 14,0±9,3 anos na função.
Apenas 12,9% afirmaram ter um grau de conhecimento suficiente sobre MPP e
dentre os 26 medicamentos classificados como MPP, 61,0% foram identificados
corretamente. Além disso, foram avaliadas 257 prescrições totalizando 1.114
medicamentos, sendo 74,3% digitadas. Apenas 10,5% continham a data de
nascimento do paciente, que é um dado obrigatório, e 78,4% das insulinas
apresentavam as abreviaturas U ou UI, as quais tem a recomendação de serem
abolidas para evitar erros de medicação. A partir destes dados foi possível
identificar um baixo conhecimento sobre MPP e falhas na implantação do
protocolo de segurança na prescrição de insulina, indicando a necessidade de
uma capacitação para os profissionais de saúde, com foco nos MPP, a fim de
promver o uso racional de medicamentos e a segurança do paciente, conforme
preconiza o PNSP.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Segurança do paciente, Erros de medicação, Uso de medicamentos, Profissionais de saúde, Insulina
Citação
FERREIRA, Wandiclécia Rodrigues. Medicamentos potencialmente perigosos na atenção primária à saúde em um município de médio porte de Minas Gerais : desafios para a segurança do paciente. 2023. 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2023.