Influência de níveis de base nas características morfossedimentares das bacias dos rios das Velhas e Jequitaí (MG).
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Data
2010
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Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
As bacias dos rios das Velhas e Jequitaí são afluentes da margem direita do rio São Francisco. Juntas, correspondem a uma faixa assimétrica de direção aproximadamente N-S que se estende desde o Quadrilátero Ferrífero até o norte de Minas Gerais. Ambas as bacias possuem nascentes instaladas em serras predominantemente compostas por quartzitos estruturados pela orogênese brasiliana. As mesmas drenam em seu médio e baixo curso um conjunto de rochas metapelíticas e metacalcárias pouco deformadas. Tais contrastes litológicos e estruturais levam a um quadro morfossedimentar bastante diverso, cujos traços principais podem ser visualizados em particularidades do padrão erosivo ou deposicional dos cursos d’água. Vários trabalhos têm indicado a reativação cenozóica de estruturas frágeis ao longo das duas bacias. Porém, como os resultados foram obtidos a partir de metodologias distintas e em pontos isolados, é visível a necessidade de integração a partir de metodologias e objetos de estudo padronizados. Justamente por registrarem os efeitos dessa reativação durante sua evolução morfológica e sedimentar, os rios podem ser considerados uma importante ferramenta integradora. No presente trabalho foram gerados modelos tridimensionais de declividade, a partir de imagens SRTM (Shutte Radar Topography Mission), com vistas à determinação dos principais níveis de base existentes nas bacias em questão. Mapas topográficos em escala 1:100.000 também foram utilizados. Após esta fase, os segmentos fluviais instalados sobre os níveis de base mais acessíveis tiveram suas feições morfológicas mapeadas em escala 1:500. Quando possível, foi descrito um perfil de fácies sedimentares em cada um deles. Um total de 14 e 12 pontos de adensamento de estudos foi definido nas bacias do rio das Velhas e Jequitaí, respectivamente. Após o mapeamento e levantamento dos perfis, a geologia dos entornos de cada ponto foi compilada na melhor escala disponível (1:50.000, 1:100.000 e 1:250.000, dependendo da localização do ponto), bem como a localização dos principais traços morfotectônicos. As características morfológicas de cada segmento e os perfis estratigráficos obtidos foram analisados conjuntamente e confrontados com as principais litologias, estruturas e zonas de reativação cenozóica das imediações. Isso conduziu a uma série de hipóteses sobre a evolução morfossedimentar dos pontos. O entendimento dos principais controladores pontuais desta dinâmica conduziu à proposição de um quadro evolutivo para as bacias como um todo. Na bacia do rio das Velhas, a maior parte dos níveis de base tem origem relacionada à reativação cenozóica de estruturas frágeis. Por outro lado, na bacia do rio Jequitaí, o abatimento cárstico diferencial parece ser o principal responsável pela instalação de patamares morfoestruturais. Em termos gerais, a bacia do rio das Velhas sofre um basculamento gradual para leste, a partir da reativação de estruturas brasilianas. Já na bacia do rio Jequitaí percebe-se que as porções meridional e setentrional tem sofrido um abatimento em direção à zona central, onde se encontra o canal principal do rio Jequitaí, instalado sobre o graben homônimo.
Descrição
Palavras-chave
Tectônica de placas, Geologia estratigráfica - Cenozóico, Geomorfologia
Citação
LANA, C. E. Influência de níveis de base nas características morfossedimentares das bacias dos rios das Velhas e Jequitaí (MG). 2010. 227 f. Tese (Doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.