Eficiência econômica dos restaurantes universitários das universidades federais brasileiras : uma análise a partir da técnica DEA (análise envoltória de dados).

Abstract

Os restaurantes universitários (RUs) brasileiros desempenham um papel importante na vida dos estudantes, principalmente daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Tendo em vista o papel desempenhado pelas universidades públicas brasileiras como lócus de pesquisa, ciência e tecnologia, formação de capital humano e social, que se traduzem, a posteriori, em aumento de capital econômico, estes equipamentos assumem um lugar de destaque na alavancagem do desenvolvimento econômico e funcionam como um mecanismo que possibilita aos estudantes a conclusão dos seus cursos, pois viabilizam as suas permanências nas universidades. Do ponto de vista regional, os RUs podem, também, contribuir para amenizar os efeitos da desigualdade socioeconômica (dentro e entre as regiões brasileiras) sobre o corpo discente. Dentro deste contexto, torna-se desejável investigar a eficiência destes equipamentos. Dessa forma, a presente pesquisa analisou a eficiência econômica dos restaurantes universitários de 38, das 63 universidades públicas federais brasileiras, através da Análise Envoltória de Dados (do inglês – Data Envelopment Analysis) - um método não-paramétrico que calcula o desempenho das chamadas Unidades Tomadoras de Decisão – a partir das variáveis Valor contratual, PNAES e Refeições e orientado à maximização das saídas. De forma a minimizar problemas relacionados à heterogeneidade entre os dados coletados e realizar uma comparação mais justa, foi realizada a Análise de Cluster, que resultou em três grupos que foram analisados separadamente através da DEA. Dessa forma, pôde-se identificar seis universidades cujos restaurantes foram os mais eficientes. Além disso, foi realizada uma análise regional dos resultados, que demonstrou uma predominância por scores maiores nas regiões Sul e Sudeste, o que pode ser um indicativo não apenas da necessidade de um melhor direcionamento regional da política pública, como, também, uma maior diversidade de política que possa abarcar as várias frentes da desigualdade socioeconômica.