Efeito do óxido nítrico na regulação de parâmetros cardiovasculares pela CVLM em ratos com hipertensão renovascular 2R1C”.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2010
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto
Resumo
A hipertensão arterial pode ocorrer devido à hiperatividade de neurônios do bulbo ventrolateral rostral (RVLM) (Chan e cols., 1991; Boone e McMillen, 1994; Suzuki e cols., 1994; Minson e cols., 1996) e/ou devido a um tônus reduzido dos neurônios GABAérgicos do bulbo ventrolateral caudal (CVLM) que se projetam para a RVLM. (Smith e Barron, 1990b; a; Colombari e cols., 2001). Além disso, foi observado que durante a hipertensão ocorre uma elevação dos níveis de óxido nítrico (NO) na CVLM. No entanto, não existem estudos conclusivos acerca do papel do NO na CVLM durante o desenvolvimento e/ou manutenção desta patologia. Diante dessas considerações, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do NO na CVLM sobre a pressão arterial média (PAM), freqüência cardíaca (FC) e sensibilidade da bradicardia reflexa em animais com hipertensão renovascular 2R1C. Ratos fisher (150 a 200g) foram anestesiados com uma mistura de quetamina (50 mg/Kg, i.p.) e xilasina (5 mg/Kg, i.p.) para realização da cirurgia para indução da hipertensão renovascular (2R1C) ou fictícia (SHAM). Após 30 dias, os animais foram anestesiados com uretana (1,2g/kg, i.p), posicionados em um aparelho estereotáxico para exposição do bulbo e instrumentados para registro da PAM e FC. A sensibilidade da bradicardia reflexa foi avaliada através da injeção de doses crescentes de fenilefrina (i.v.). Ao final dos experimentos os animais foram sacrificados, os rins e coração pesados e o cérebro submetido à análise histológica. Os animais 2R1C apresentam menor peso relativo do rim esquerdo (clipado) (0,28 ± 0,02g, n=11), maior peso relativo do rim contralateral (0,52 ± 0,05g, n=11), maior peso relativo do coração (0,41 ± 0,02g, n=11) e ventrículo esquerdo (0,31± 0,02, n=11) e aumento da PAM (142 ± 3 mmHg, n=36) em comparação aos ratos SHAM (0,34 ± 0,01g; 0,35 ± 0,01g; 0,30 ± 0,01g; 0,20 ± 0,01g, n=11 e 106 ± 2 mmHg, n=42 respectivamente) A microinjeção de nitro-L-arginina-metil-ester, L-NAME (inibidor não seletivo do NO, 10nmol) na CVLM, produziu uma queda na PAM e na FC em animais 2R1C (-17 ± 3 mmHg e -29 ± 8 bpm, n=7, respectivamente) e em animais SHAM (-17 ± 3 mmHg e -39 ± 15 bpm, n=6, respectivamente). Já a microinjeção de L-ARGININA (precursor do NO, 50nmol) na CVLM produziu uma elevação na PAM de ratos 2R1C (11 ± 3 mmHg, n=6) e SHAM (11 ± 1 mmHg, n=11), além de alterações variadas sobre a FC em ambos os grupos (-12 ± 6 bpm, n=6, grupo SHAM; 8 ± 8 bpm, n=11, grupo 2R1C). IX Em animais 2R1C, observamos que o tempo de duração da bradicardia produzida pela microinjeção de L-NAME na CVLM foi inferior (11 ± 1 min, n=11) ao tempo de duração em animais SHAM (23 ± 3 min, n=6). Adicionalmente, a duração do efeito hipertensor da microinjeção de L-ARGININA em animais 2R1C (26 ± 7 min, n=4) e das alterações variadas produzidas pela mesma sobre a FC (32 ± 5 min, n=6) foram superiores, quando comparado aos ratos SHAM (10 ± 2 min e 14 ± 4 min, n=7-10, respectivamente). Os efeitos cardiovasculares produzidos pela microinjeção da LARGININA na CVLM foram abolidos pela microinjeção prévia de L-NAME na CVLM de ratos SHAM e 2R1C. A bradicardia reflexa dos animais 2R1C foi menor (0,11 ± 0,02 ms/mmHg, n=17) quando comparada aos ratos SHAM (0,42 ± 0,08 ms/mmHg, n=14). A microinjeção do LNAME na CVLM produziu um aumento da sensibilidade da bradicardia reflexa em animais 2R1C (0,18 ± 0,04 ms/mmHg, n=8) em comparação com a sensibilidade da bradicardia reflexa antes da microinjeção do L-NAME (0,07 ± 0,01 ms/mmHg, n=10). Já a microinjeção de L-ARGININA na CVLM produziu uma redução da sensibilidade da bradicardia reflexa nos ratos SHAM (0,29 ± 0,03 ms/mmHg, n=6) em relação à sensibilidade da bradicardia reflexa antes da microinjeção de L- ARGININA (de 0,52 ± 0,08 ms/mmHg, n=6). Os resultados do presente estudo reforçam a idéia de que o NO esteja aumentado na CVLM durante a hipertensão arterial. Esses níveis elevados de NO parecem ter um papel inibitório sobre os neurônios da CVLM, contribuindo para o desenvolvimento e/ou manutenção da hipertensão renovascular e para a baixa sensibilidade do barorreflexo que ocorre nesta patologia.
Descrição
Palavras-chave
Óxido nítrico, Hipertensão renovascular, Bioquímica
Citação
CASTRO, U. G. M. de. Efeito do óxido nítrico na regulação de parâmetros cardiovasculares pela CVLM em ratos com hipertensão renovascular 2R1C”. 2010. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.