Como é ser adolescente? : sobre adolescência e seu(s) nós.

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Data
2017
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Resumo
Esta pesquisa se insere nas discussões desenvolvidas pelo campo da Educação sobre a temática da juventude, entendendo os conceitos de adolescência e de juventude como pluridisciplinares. Assim, percorremos um caminho teórico que apresenta abordagens sociológicas sobre a juventude, trazendo, em seguida, as contribuições da Psicanálise sobre o tema, consentindo com a existência do inconsciente e pensando o adolescente enquanto sujeito. A partir disso, a pesquisa aborda a adolescência e a juventude conforme têm sido teorizadas por sociólogos e psicanalistas e, também, indaga o próprio sujeito adolescente sobre as maneiras como este tem vivido sua adolescência nas atuais condições contemporâneas, em uma sociedade na qual a própria adolescência assume, por vezes, lugar de um ideal. Para nortear essa pesquisa, levantamos as seguintes questões: sobre o que os/as estudantes adolescentes falam quando indagados/as sobre a própria adolescência? Diante dessa condição comum, em torno do que eles/as se identificam? Para dialogar com tais questões, apostamos na palavra como possibilidade de invenção, de criação, de elaboração. A escolha metodológica se deu em aproximação com a Psicanálise, consentindo com um sujeito divido e permitindo operar com o inconsciente na pesquisa acadêmica, optando pelo método clínico de pesquisa e a metodologia da Conversação, que possibilitou a escuta coletiva dos/as adolescentes participantes da pesquisa. As investigações aconteceram com estudantes adolescentes de uma escola pública de Ouro Preto-MG, em 8 encontros de Conversação. No decorrer deste trabalho, foi percebido que algumas adolescentes participantes das Conversações passaram a se afirmar como um grupo fechado, tendendo a segregar os/as demais colegas. Diante desse acontecimento, indagamos tal comportamento buscando compreender a constituição do vínculo entre elas, bem como as consequências de tal identificação na maneira como experimentam e vivenciam esse tempo da adolescência. As análises nos levaram a teorias que retratam a puberdade como encontro com o real do sexo, diante do qual os/as adolescentes precisam buscar saídas para responder ao impossível da não relação sexual. Diante dessa questão, as adolescentes parecem ter respondido sintomaticamente se agrupando em torno do ideal de amor romântico e segregando aqueles/as que não compartilham desse ideal. A constituição do grupo foi analisada com base na teoria freudiana sobre a identificação no processo de formação dos grupos e, também, a partir de teorias contemporâneas sobre as fratrias, nas quais as relações horizontais são privilegiadas na constituição de um grupo. Por fim, entendemos que os grupos podem contribuir para diminuir o mal-estar diante de um real que gera angústia, possibilitando experimentações e sendo importante nas elaborações que são demandadas ao sujeito na adolescência. Por outro lado, é preciso que haja possibilidades dos/as adolescentes se desidentificarem e de os grupos se desfazerem, de forma a não se tornarem um lugar de certezas e intolerâncias, que segrega e não movimenta o sujeito.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Adolescência - estudo e ensino, Juventude - estudo e ensino, Identificação - psicologia, Grupo etário, Juventude - conduta
Citação
PENNA, Olga Ferreira e. Como é ser adolescente?: sobre adolescência e seu(s) nós. 2017. 131 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2017.