Estudo dos efeitos da Hesperidina em células e camundongos submetidos à ventilação mecânica.

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Data
2022
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Resumo
A ventilação mecânica (VM) é uma ferramenta utilizada na assistência ao paciente crítico, porém pode desencadear processos inflamatórios e oxidativos capazes de causar ou agravar lesões pulmonares. A hesperidina é um flavonoide encontrado em frutas cítricas que apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da administração de hesperidina em células e camundongos submetidos à VM. O estudo foi dividido em ensaios in vitro e in vivo, inicialmente foi avaliado os efeitos in vitro da hesperidina. Utilizando diferentes concentrações de hesperidina (12,21; 24,42; 48,84; 97,7; 195,4 μg/mL) e lipopolissacarídeo (LPS) (0,25; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 μg/mL) avaliamos em macrófagos da linhagem J774A.1 por meio do teste de MTT alterações na viabilidade celular e, posteriormente utilizando as melhores concentrações e hesperidina e LPS foi avaliada a produção intracelular de espécies reativas de oxigênio (ERO). Para os ensaios in vivo foram utilizados 50 camundongos C57BL/6 com idade entre 7 e 8 semanas. Os animais foram divididos em 2 ensaios (n = 25), e para ambos experimentos os camundongos foram randomizados em 5 grupos: grupo controle (GC), grupo ventilação mecânica (GVM), grupo VM + hesperidina 10 mg/kg (VMH10), grupo VM + hesperidina 25 mg/kg (VMH25) e grupo VM + hesperidina 50 mg/kg (VMH50). Os animais receberam solução salina (GC e GVM) ou solução de hesperidina (VMH10, VMH25 e VMH50) via gavagem orogástrica, sendo que para o primeiro ensaio a administração das soluções ocorreu seis horas antes do início da VM, já para o segundo estudo os animais receberam as respectivas soluções por 30 dias consecutivos antes do início da VM. Em ambos ensaios após o tempo de administração das soluções os animais foram submetidos à VM no modo controlado à volume por uma hora utilizando os seguintes parâmetros: volume corrente de 10 mL/kg, fração inspirada de oxigênio de 21%, frequência respiratória de 150 incursões respiratórias por minuto e pressão positiva ao final da expiração de 2 cmH2O. Ao término da VM os animais foram eutanasiados e foram coletados sangue, lavado broncoalveolar (LBA) e pulmões. No ensaio in vitro, células expostas por 24 horas à hesperidina, nas concentrações de 24,42; 48,85; 97,7 e 195.4 μg/mL apresentaram aumento da viabilidade celular quando comparado com o controle. Além disso, as células que foram incubadas com hesperidina (24,42; 48,85 e 97,7 μg/mL) e LPS (1,0 μg/mL) apresentaram menor produção de ERO quando comparado com as células expostas apenas ao LPS. Para os ensaios in vivo, os animais receberam a hesperidina seis horas antes do início da VM, especialmente os grupos VMH25 e VMH50, apresentaram menor influxo de células inflamatórias para as vias aéreas e menor dano oxidativo, quando comparado com GVM. Além disso, a administração de hesperidina modulou a resposta inflamatória, reduzindo os níveis de CLL2 e IL-12. A administração da hesperidina por trinta dias antes do início da VM promoveu em todas as doses utilizadas, uma diminuição do influxo de células inflamatórias, dano oxidativo e nos níveis de CCL2, TNF-α e IL-12. Em conclusão, a administração de única ou múltiplas doses de hesperidina exerceu efeitos protetivos sobre os pulmões de camundongos submetidos à ventilação mecânica.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Hesperidina, Respiração artificial, Inflamação, Estresse oxidativo
Citação
SOUZA, Ana Beatriz Farias de. Estudo dos efeitos da Hesperidina em células e camundongos submetidos à ventilação mecânica. 2022. 118 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.