Ver-ser-tão : foto-grafias pela paisagem imaginada do Complexo Arqueológico Nova Esperança-AL.

Abstract

Os vestígios arqueológicos são importantes fontes de informação e conhecimento sobre a sociedade e a história humana, capazes de despertar a curiosidade, além de serem vistos como um estímulo para a produção de renda econômica, a exemplo do turismo. Propõe-se nesta pesquisa um estudo de caso buscando evidenciar as relações do Patrimônio Cultural e Natural por meio dos sítios arqueológicos com registros de pinturas rupestres no Assentamento Nova Esperança (ANE), em Olho D’Água do Casado, sertão de Alagoas. Para isso, será abordada a temática do Turismo Sustentável que vem sendo desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em parceria com a Associação Pegadas na Caatinga – constituída em sua maioria por mulheres moradoras do assentamento rural e responsáveis pela organização do complexo arqueológico –, sendo este trabalho visto como significativa fonte de salvaguarda, promoção e proteção não só do Patrimônio, mas dos agentes sociais que formam a comunidade. Inserido na ampla temática em torno da relação entre Patrimônio e Turismo, e compreendendo o mesmo como fenômeno social, econômico e espacial, problematiza-se de que forma a atividade turística pode vir a interferir no cotidiano dos sujeitos sociais do lugar, assim como busca identificar possíveis reflexos do turismo desordenado que vem ocorrendo na região dos cânions do rio São Francisco no ANE. Teve como objetivo identificar e qualificar as imbricações entre agentes locais – moradores do assentamento – com as atividades turísticas, identificando as narrativas da comunidade, abordando aspectos relacionados à paisagem, memória e à subjetividade. Partindo de uma investigação fotoetnográfica, propõe-se como instrumental metodológico a realização de trabalho de campo e a produção qualificada de registros fotográficos, sendo aqui utilizados como instrumento de escrita e ação educativa.