Imunoprevenção e o ensino de ciências : estamos preparados para acolher?

Abstract

Esta pesquisa emergiu de minhas vivências como Professora de Ciências e enfermeira na Atenção Básica, na qual ficou patente o quão significativo foram, e ainda são, as ações negacionistas e como isso impactou na diminuição da adesão a vacinação. Diante do cenário Pandêmico da Covid-19, ocorreram diversas ações que fomentaram notícias falsas sobre vacinas e descredibilizando os conhecimentos científicos. Visto o papel do professor de ciências na formação crítico reflexiva dos educandos e a necessidade de combater os movimentos antivacinais e o negacionismo, objetivamos nesta pesquisa elaborar um curso de capacitação que possibilite ensinar a temática de imunoprevenção aos futuros professores de biologia a partir da articulação entre os conhecimentos vivenciais, técnicos e científicos dos participantes. Entre os encontros, utilizamos, jogos didáticos autorais (memória vacinal, detetive vacinal e gincana vacinal), mídias digitais como podcasts e vídeos de divulgação científica como recursos teóricos. Para alcançar tais objetivos, realizamos uma pesquisa qualitativa exploratória do tipo participantes e para análise dos dados utilizamos o referencial teórico metodológico de análise o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) seguindo os preceitos de Fernando e Ana Lefrève. Os resultados apontam para novos conhecimentos sobre história da vacina, conhecimento vacinal, tecnologias vacinais e implementação de recursos tecnológicos com podcasts na futura prática profissional dos cursistas. O curso de formação mostrou-se muito relevante na medida que proporcionou um momento de reflexão sobre o papel precípuo dos professores no combate ao negacionismo e suas repercussões no aumento das coberturas vacinais. Ao final do estudo também foi possível verificar que é necessário fomentar ações educativas nos espaços acadêmicos sobre a imunoprevenção para que os docentes se sintam mais seguros para trabalhar esta temática.