Investigação do potencial terapêutico da silimarina na doença hepática gordurosa não alcoólica em camundongos submetidos ao consumo de frutose em água.

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Data
2022
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Resumo
Na última década, houve um aumento na prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Dentre os fatores de risco para DHGNA, destaca-se o consumo de frutose, que favorece o acúmulo de triglicerídeos (TG) no fígado devido à sua via de metabolização hepática. Nesse sentido, antioxidantes exógenos podem ser uma alternativa para modular o perfil lipídico. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da silimarina no perfil hepático e metabólico em camundongos C57BL/6 submetidos ao consumo de 30% de frutose por quatro e oito semanas. Nossos resultados mostram em testes in vitro, que a silimarina apresenta importantes teores de compostos fenólicos e flavonoides, e uma significativa capacidade antioxidante. Além disso, observamos que a frutose induz estresse mitocondrial (290mM), revertido pela silimarina (25 e 50μg/mL). Os testes in vivo foram baseados em duas formas distintas de tratamento da DHGNA, a primeira objetivou averiguar a eficácia da silimarina mesmo diante do consumo contínuo da frutose e a segunda objetivou a avaliação da eficácia da silimarina concomitante à mudança do perfil dietético, ou seja, mediante a retirada da frutose. Assim, os resultados foram apresentados em dois capítulos. No CAPÍTULO I, os animais foram distribuídos em: controle (C), 30% frutose por 8 semanas (F), 30% frutose por 8 semanas+ 120mg/kg/dia de silimarina (FS1) e 30% frutose por 8 semanas + 240mg/kg/dia de silimarina (FS2). Na apresentação do CAPÍTULO II, os animais foram distribuídos nos seguintes grupos: controle (C), 30% frutose por 8 semanas (F), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e consumo de água ad libitum até a 8a semana (FST), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e tratamento com silimarina na dose de 120mg/kg/dia por 4 semanas (FS1), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e tratamento com silimarina na dose de 240mg/kg/dia por 4 semanas (FS2). A frutose foi adicionada à água e o tratamento com silimarina foi administrado por gavagem. RESULTADOS CAPÍTULO I: Os grupos que receberam frutose aumentaram a ingestão de água e reduziram a ingestão de alimentos. Observamos aumento de AST e ALT no grupo F em relação aos grupos C, FS1 e FS2. O consumo de frutose induziu hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia. No perfil hepático, o consumo de frutose aumentou a relação SOD/CAT, TBARS, triglicerídeos e colesterol (confirmado por análise histológica), além de aumentar a expressão gênica das enzimas regulatórias da via lipogênica, caracterizando o modelo animal de DHGNA. O tratamento com a silimarina em ambas as doses foi capaz de reduzir os agravos hepáticos e metabólicos decorrentes da DHGNA, mesmo mediante o consumo contínuo de frutose. RESULTADOS CAPÍTULO II: Os grupos que receberam frutose aumentaram a ingestão de água e reduziram a ingestão de alimentos. O grupo F induziu hipertrigliceridemia, sendo que a retirada do consumo líquido de frutose (FST), por si só, foi capaz de reduzir os TG séricos. Observamos hipercolesterolemia em todos os grupos que consumiram frutose (F, FST, FS1 e FS2). Verificamos que o grupo F aumentou a concentração de TG e CT hepáticos, enquanto os grupos FST, FS1 e FS2 reduziram. ALT e AST aumentaram nos grupos F e FST quando comparados aos grupos controle, FS1 e FS2. Os grupos F, FS1 e FS2 aumentaram TBARS em relação aos grupos C e FST. O grupo F aumentou a concentração de proteína carbonilada, sendo este perfil revertido pelos grupos FST, FS1 e FS2. A razão SOD/CAT aumentou nos grupos F e FST em relação aos grupos C, FS1 e FS2. O grupo F aumentou sulfidrilas em relação aos demais grupos. O grupo F aumentou a expressão de ACC-1, FAS em relação aos demais grupos. O grupo FS2 reduziu a expressão da ACC-2. Por fim, observamos que o grupo FST aumentou a concentração de ácido acético e butírico em relação aos demais grupos avaliados. Os resultados sugerem que a silimarina reduz os danos metabólicos e hepáticos causados pelo consumo de frutose, tanto na ausência quanto na presença de modificação no perfil dietético, podendo ser uma opção terapêutica complementar para a redução do agravamento da DHGNA.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Silimarina, Frutose, Doença hepática gordurosa não alcoólica
Citação
CARVALHO, Luana Cristina Faria. Investigação do potencial terapêutico da silimarina na doença hepática gordurosa não alcoólica em camundongos submetidos ao consumo de frutose em água. 2022. 129 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.