Mortalidade adulta por nível de escolaridade em São Paulo : análise comparativa a partir de diferentes estratégias metodológicas.

Resumo
Neste artigo, são estimados os diferenciais educacionais de mortalidade de adultos residentes em São Paulo. É realizada uma análise comparativa de estimativas a partir de dados do Censo 2010 e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) – Datasus e de três formas distintas de mensuração da escolaridade: registrada no SIM; declarada no Censo para o responsável pelo domicílio; e imputada estatisticamente no Censo para indivíduos que morreram. Para as imputações da escolaridade, utilizou-se o método de Dempester (1977), que propõe o uso do algoritmo esperança-maximização (algoritmo E-M) para lidar com dados faltantes. Foram considerados três níveis de escolaridade (baixo, médio e alto) e estimadas as taxas de mortalidade com base em modelos Poisson. Os resultados indicam que a obtenção de escolaridade pode reduzir em até 77% as taxas de mortalidade entre 25 e 59 anos de idade. Além disso, em um país em que a população tem baixa escolaridade, obter ensino médio representa um ganho significativo do ponto de vista da sobrevivência adulta (cerca de 50%). Encontraram-se padrões de mortalidade por escolaridade semelhantes para as estimativas obtidas com dados registrados no SIM e aqueles imputados no Censo 2010. Além disso, a análise sugere que estimativas assumindo a escolaridade do responsável pelo domicílio resultam em diferenciais de mortalidade atípicos, provavelmente distorcidos pela transição de educação no Brasil. Espera-se que o modelo de imputação proposto aqui possa ser utilizado em futuras análises dos dados de mortalidade a partir do Censo 2010.
Descrição
Palavras-chave
Dados faltantes, Imputação, Diferenciais socioeconômicos em mortalidade, Brasil, Socioeconomic differentials in mortality
Citação
RIBEIRO, M. M.; TURRA, C.M.; PINTO, C. C. de X. Mortalidade adulta por nível de escolaridade em São Paulo: análise comparativa a partir de diferentes estratégias metodológicas. Revista brasileira de Estudos de População - REBEP, v. 38, 2021. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbepop/a/BPWkPhPGvRWChR7LDvD7F7g/#:~:text=Os%20resultados%20indicam%20que%20a,adulta%20(cerca%20de%2050%25).>. Acesso em: 24 maio 2022.