Salomão de Vasconcellos e a consagração da "Atenas Mineira" em Monumento Nacional (1936-1947).
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Data
2016
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Resumo
A presente dissertação de mestrado teve como objetivo aclarar a relação do intelectual
marianense, Salomão de Vasconcellos, com a consagração da cidade de Mariana – sua
terra natal – em Monumento Nacional no ano de 1945. Para este objetivo procuramos
observar as categorias formativas da escrita historiográfica, a fim de delinearmos o papel
da história para este polígrafo e sua utilidade no âmbito da construção de uma política
patrimonial marianense, avaliada o germe de uma identidade mineira. Salomão de
Vasconcellos é considerado um insígne historiador de Minas Gerais, autor de obras de
grande importância no cenário da produção historiográfica mineira que influenciou toda
uma gama de novos historiadores. Teve papel de destaque nas instituições de que
participou e formou um seleto grupo de intelectuais mineiros católicos conservadores,
devotos da tradição familiar e religiosa como características essenciais à mineiridade.
Além de colaborador do SPHAN, hoje IPHAN, este intelectual também atuou no IHGMG
(Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais), na organização dos arquivos da
Câmara Municipal de Mariana e no Arquivo Público Mineiro. Participou também de
diversas instituições no Brasil e na América e no fim de sua vida compôs, como revisor
crítico, a direção da Revista História e Arte, na qual escreveu suas últimas reflexões
acerca do patrimônio. As instituições das quais fez parte nos ligam à sua sociabilidade,
demonstrando os caminhos percorridos por ele na confecção de suas narrativas
historiográficas e seus posicionamentos frente à política patrimonial empreendida na
década de 1930/40. Através da análise de conteúdo das obras historiográficas de Salomão
de Vasconcellos (Verdades Históricas – A sedição de 1720 em Vila Rica e A viagem de
D. Pedro I - 1936; O Palácio de Assumar – Estudo crítico-histórico – 1937; Mariana e
seus templos – Obras d’arte do tempo colonial - 1938; Ataíde – célebre pintor mineiro
do século XVIII – 1941; Bandeirismo – 1944; Os sinos...(na simbologia e na história) –
1946; Breviário Histórico e Turístico da Cidade de Mariana (guia para turista) – 1947;
e O fico: Minas e os mineiros na Independência – 1972), das suas correspondências e de
publicações na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e em alguns
jornais, observamos a emergência de um discurso patrimonial que fizesse da cidade de
Mariana a morada de personalidades, monumentos, arte, política e religiosidade.
Traçamos como nosso autor construiu uma história da cidade assentada sobre as bases da
religiosidade, da política e da arte, considerando Mariana o local de onde a ordem e os
bons costumes se irradiaram para as outras regiões, sendo assim, um centro cultural e
intelectual importante no cenário da busca das identidades. Portanto, visualizamos quais
foram as medidas tomadas, os caminhos que tomou e as redes que compôs e adentrou
para levar a cabo o projeto de “monumentalização” da cidade que considerava ser o
recinto da civilização cristã em terras mineiras.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Historiografia, Historiadores, Patrimônio cultural
Citação
VIEIRA, Pollianna Gerçossimo. Salomão de Vasconcellos e a consagração da "Atenas Mineira" em Monumento Nacional (1936-1947). 2016. 177 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2016.