Mulheres e trabalho na pandemia : estudo de caso sobre os impactos do trabalho remoto na qualidade de vida das servidoras de um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em Minas Gerais.

Abstract

Essa pesquisa tem por objetivo compreender os impactos do trabalho remoto na saúde e na qualidade de vida das mulheres, especialmente as servidoras de um campus do Instituto Federal de Minas Gerais. A pandemia da Covid-19 a partir do início do ano de 2020 representou para a Educação um cenário de desafios em que os trabalhadores precisaram se adaptar, aprender, reinventar e reorganizar o ambiente doméstico para o trabalho remoto. Buscou-se demonstrar os desafios vivenciados e as principais dificuldades encontradas pelas servidoras desde a implantação do trabalho remoto; verificar se o uso de canais não institucionais de comunicação durante e após a suspensão das atividades acadêmicas presenciais, a exemplo do whatsapp, contribuíram ou prejudicaram o trabalho das servidoras; identificar se houve casos de assédio moral no campus decorrentes dessa modalidade de trabalho; investigar se a qualificação profissional das servidoras foi prejudicada em virtude do confinamento e das exigências sobre o papel da mulher-mãe. Apresentamos, como resultado, na direção de pesquisas realizadas por Antunes (2020), Sousa (2021), Murta (2021) e Candido e Campos (2020) que a rotina do home office evidenciou a desigualdade de gênero preexistente na sociedade, com intensificação do trabalho, prejuízos na formação acadêmica e na progressão profissional. Visando a fomentar a discussão sobre as temáticas trabalho feminino, feminismo, repressão, desigualdades, trabalho reprodutivo e luta feminista, foi produzido um site, no qual é disponibilizado o acesso a um acervo virtual de livros em formato digital, artigos e vídeos sobre a condição da mulher. O acesso se dá através da plataforma Instagram, que estabelece um ambiente de comunicação e informação destinado às mulheres, por meio do qual elas podem adquirir ou ampliar conhecimentos.