Os sentidos da preservação : história da arquitetura e práticas preservacionistas em São Paulo (1937-1986).
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Data
2010
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Editor
Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Este trabalho trata das práticas preservacionistas nacionais a partir de uma abordagem historiográfica. Seu objetivo é investigar como duas estratégias narrativas distintas, que visaram conferir sentido à noção de “evolução da arquitetura brasileira”, lograram instituir inovações no seio das práticas preservacionistas nacionais, em dois diferentes períodos de sua trajetória. O primeiro deles se refere à atuação do arquiteto paulista Luís Saia, entre os anos de 1937 e 1975, quando, por intermédio da noção de “evolução regional paulista”, conseguiu inserir no rol dos monumentos tombados pelo IPHAN uma série de edifícios que diriam respeito à contribuição paulista para a construção da nacionalidade. O segundo período diz respeito à atuação de outro arquiteto paulista, Nestor Goulart Reis Filho, cuja noção de “evolução urbana” mostrou-se eficaz num contexto em que as práticas preservacionistas se deparavam com novas demandas sociais, econômicas e culturais. Desse modo, um dos objetivos deste trabalho é sugerir, primeiramente, por meio de um recorte temporal e espacial específico, que os órgãos responsáveis pelas práticas preservacionistas nacionais caracterizaram-se muito mais pelo acordo entre dissensos que pela imposição de consensos, de modo que, ao contrário do que se tem afirmado, o que deve ser analisado é como indivíduos subordinados à órgãos como o IPHAN puderam agir, consoante suas aspirações pessoais e diante das limitações impostas por um consenso mínimo (ou seja, frente ao acordo em torno da existência de uma linha evolutiva nacional a indicar os rumos da modernização). Em segundo lugar, a análise de dois conjuntos de ações individuais mostrará o papel destacado da produção historiográfica no âmbito das práticas preservacionistas nacionais. Sendo uma prática que carece de um sentido legitimador, a salvaguarda de bens históricos, artísticos e culturais encontrou na produção historiográfica uma ferramenta eficaz de orientação de condutas por meio da constituição narrativa de sentido. Assim, mais que uma “história intelectual paralela”, a produção historiográfica teve um papel central nos órgãos responsáveis pela proteção do patrimônio cultural nacional. São analisadas, no intuito de comprovar essas duas hipóteses centrais, as principais obras de história da arquitetura produzida por Saia e Reis Filho, respectivamente Morada paulista e Quadro da arquitetura no Brasil, com especial atenção ao modo como a noção de evolução da arquitetura é interpretada por cada um deles. Tenciona-se mostrar quais elementos formativos e intelectuais particulares motivaram ações dotadas de interesses específicos nos órgãos preservacionistas por parte desses autores, como foi construído narrativamente sentido para as noções de “evolução regional paulista” e “evolução urbana” e, por fim, como esse tipo de ação provocou alterações nas práticas dos principais órgãos preservacionistas regionais e locais, a exemplo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT).
Descrição
Palavras-chave
Historiografia, Patrimônio histórico - São Paulo - Estado - preservação, Arquitetura brasileira - história, Patrimônio cultural - preservação, Arquitetura brasileira - preservação - políticas públicas
Citação
LOWANDE, W. F. F. Os sentidos da preservação : história da arquitetura e práticas preservacionistas em São Paulo (1937-1986). 2010. 201 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2010.