Recomendações para o aperfeiçoamento dos sistemas de construção industrializados que utilizam aço, com ênfase em fechamento metálico.

Abstract

A baixa qualidade dos ambientes internos das edificações no país está diretamente relacionada a uma resposta inadequada dos sistemas de construção usuais aos condicionantes climáticos do local onde a edificação está inserida. O resultado desse baixo desempenho térmico de edificações residenciais ocasiona o aumento de consumo de energia pelo uso de condicionamento artificial para que os usuários alcancem o conforto desejado e esperado. O Brasil possui uma diversidade climática muito grande, com diferentes demandas para o desempenho térmico ideal, em que as variáveis que impactam no desempenho térmico têm influências diferenciadas dependendo da localidade e tipo de envoltória. Neste sentido, todos os conceitos de arquitetura bioclimática devem estar de acordo com os materiais e com o processo de construção utilizado. Quando não é feito um estudo prévio do desempenho térmico de uma edificação na fase de projeto, os efeitos desagradáveis ao usuário aparecem depois que a edificação está pronta, e trazem consigo problemas como temperaturas internas altas demais no verão ou baixas demais no inverno acompanhando as oscilações externas nos ambientes internos. Notam-se estudos sempre para edificações multifamiliares e no setor de habitação social, sendo também de igual importância o seguimento residencial unifamiliar de médio para alto padrão por ser exatamente o seguimento que não poupa gastos energéticos para atingirem seu máximo conforto interno, por maior tempo possível, um setor que não apresenta crise financeira e cresce constantemente. Nesse sentido a necessidade de incentivar novas práticas aplicáveis ao setor residencial unifamiliar é uma necessidade urgente, que tem pouca visibilidade tanto no ensino quanto na prática. Essa pesquisa traz recomendações a partir de simulações numéricas utilizando o programa Energyplus (versão 8.9.0), conforme os requisitos na norma NBR 15.575 e visando o conforto térmico do usuário, testando dois novos produtos na aplicação para fechamento externo no setor residencial unifamiliar, os painéis compósitos ACM (Aluminium Composite Material) e as telhas termoacústicas (sanduíche). São analisados os resultados encontrados para os dias típicos de inverno e verão correspondentes às oito zonas bioclimáticas e comparados com as recomendações da norma NBR 15.575, gerando um modelo fatorial duplo para as três zonas bioclimáticas críticas, ZB1 cidade representativa Curitiba, na análise do inverno, ZB3 cidade representativa São Paulo inverno e verão, e para a ZB8 cidade representativa Manaus na análise de verão. Utiliza-se o experimento fatorial abrangendo as principais variáveis de desempenho térmico como absortância, ventilação natural e propriedades termofísicas da envoltória. Os resultados obtidos são significativos: observa-se que a telha termoacústica mantém a temperatura estável independente das oscilações externas, enquanto os painéis de ACM acompanham as oscilações externas, não correspondendo às expectativas de conforto e necessitando de outras estratégias para adequar o desempenho térmico.