Análise médico-legal de 553 casos suspeitos de afogamento.

Resumo
Introdução: O afogamento é definido por uma situação de insuficiência respiratória primária produzida pela imersão ou submersão em meio líquido. O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de mortes por afogamento e o estudo destes óbitos é importante para delimitar seu perfil epidemiológico. Objetivos: Analisar as características epidemiológicas dos casos fatais suspeitos de afogamento necropsiados no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte (IML-BH). Métodos: Estudo transversal dos laudos de necropsias realizadas no IML-BH no período de 2006 a 2012. Resultados: Foram analisados 533 laudos cuja circunstância da morte envolveu afogamento. Em 76,9% a causa da morte foi exclusivamente o afogamento, em 2,3% a causa foi afogamento associado a algum traumatismo e em 20,8% a causa da morte permaneceu indeterminada após a autopsia. Houve predominância de homens, pardos e solteiros, e a idade média foi de 27,2 anos. Quase um terço dos casos possuía idade inferior a 18 anos. A maioria das mortes ocorreu em lagoas, represas ou barragens e a maioria das vítimas não recebeu atendimento médico previamente ao óbito. As principais alterações observadas nas necropsias foram a presença de resíduos terrosos nos corpos, espuma nas vias aéreas, petéquias subepicárdicas e subpleurais, e sangue com fluidez aumentada e de cor escurecida. Nos casos onde foi pesquisada a alcoolemia, esta foi positiva em 38,5%, com média de 21dg/dL. Conclusões: Os dados do IML-BH acrescentam informações epidemiológicas importantes para o estudo das vítimas fatais de afogamento, podendo orientar eventuais medidas de prevenção destas fatalidades.
Descrição
Palavras-chave
Autopsia, Prevenção de acidentes
Citação
BORDONI, L. S. et al. Análise médico-legal de 553 casos suspeitos de afogamento. Revista Médica de Minas Gerais, v. 29, p. S10-S18, 2019. Disponível em: <http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2556>. Acesso em: 10 fev. 2020.