Estudo retrospectivo da dismagnesemia em pacientes internados com diagnóstico de Covid-19 na unidade de terapia intensiva adulto em um hospital regional de Minas Gerais.

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2024
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Resumo
A doença causada pelo coronavírus, popularmente conhecida como COVID-19 teve os primeiros casos confirmados na cidade Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Após a confirmação dos primeiros casos o vírus se espalhou de forma incontrolável por todo o mundo, em 2023 mais de 700 milhões de pessoas já haviam sido infectadas. A maior parte dos paciente com COVID-19 apresentam sintomas moderados ou são assintomáticos, entretanto uma parte evolui com a forma mais grave da doença e necessita de hospitalização. No contexto da pandemia foram estudados vários minerais e vitaminas e seus papeis no controle e tratamento da doença. O magnésio se destaca por ser um íon responsável por estar envolvido em diversos processos metabólicos. Analisar o perfil dos pacientes internados com diagnóstico de COVID-19 associados a dismagnesemia nas primeiras vinte e quatro horas de internação na Unidade de Terapia Intensiva adulto em um hospital filantrópico na cidade de Ouro Preto. Trata-se de um estudo observacional analítico retrospectivo, realizado entre março de 2020 e agosto de 2022 em pacientes com diagnóstico de COVID-19 admitidos na UTI. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (CEP-UFOP). Os critérios de inclusão foram: paciente maiores de 18 anos, internados na UTI adulto com diagnóstico de COVID-19 confirmado. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido foram incluídos no estudo 47 pacientes. A variável desfecho foi a medida de magnésio sérico. As variáveis explicativas foram o tempo de internação em dias; presença de comorbidades; desfecho do paciente; suporte ventilatório; tempo de ventilação mecânica em dias e medicações. De modo geral, os pacientes do sexo masculino representaram 59,57% dos indivíduos incluídos no estudo, a média de idade total foi de 60,72 anos. Para a população estuda as principais comorbidades foram hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. 51,06% dos pacientes apresentaram níveis normais de magnésio e 48,94% apresentavam hipomagnesemia. 56,25% pacientes necessitaram do suporte ventilatório invasivo, e a análise entre os pacientes com hipomagnesemia e níveis normais de magnésio revelaram maior frequência (69,57%) de suporte ventilatório invasivo nos pacientes que apresentavam hipomagnesemia. Foi observada maior contagem global de leucócitos (mm3) nos pacientes com diagnóstico de COVID-19 que apresentavam hipomagnesemia [13700 (10200; 17800)] quando comparado com os pacientes que apresentavam níveis séricos normais de magnésio [10400 (6550; 13025)]. Os níveis de potássio (mEq/L) foram elevados nos pacientes com hipomagnesemia (4,55 ± 0,51) comparado com os pacientes com magnésio dentro da faixa de normalidade (4,11 ± 0,69). Nossos dados sugerem que os pacientes com diagnóstico de COVID-19 e hipomagnesemia tiveram maior necessidade de suporte ventilatório e um quadro inflamatório caracterizado por contagem de leucócitos elevada sugerindo que esses pacientes apresentaram quadros mais graves da doença.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
COVID-19, Magnésio, Unidade de terapia intensiva
Citação
FÉLIX, Cristiano Alves. Estudo retrospectivo da dismagnesemia em pacientes internados com diagnóstico de Covid-19 na unidade de terapia intensiva adulto em um hospital regional de Minas Gerais. 2024. 63 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2024.