A crise da modernidade em Hannah Arendt : história, educação e natalidade.
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Data
2024
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Resumo
Este trabalho objetiva explicitar a crítica de Hannah Arendt à modernidade, sustentada pelo
enfraquecimento da política enquanto espaço coletivo de diálogo e de ação, bem como os
elementos da crise da modernidade que atingiram a educação, e a condição humana em sua
dimensão política na condução da história. Arendt parte de seu tempo em busca de compreender
o presente, propõe uma reflexão das condições do ser humano com base no século XX e analisa
os fatos históricos da época em que viveu. Caracterizou como tempos sombrios este período
conturbado, marcado por guerras, revoluções e regimes políticos descaracterizados da participação
pública. Mas também de descobertas científicas e tecnológicas que alteram a relação do homem
com o mundo e consigo mesmo, tornando-o cada vez mais alheio aos assuntos do mundo e envolto
em seu próprio eu. As ações humanas em suas relações com o mundo constituem a história repleta
de eventos imprevisíveis e irreversíveis, o que justifica a ênfase arendtiana à compreensão ou
atividade permanente de reconciliação com a realidade. No entanto, a ruptura com a tradição
marca, na era moderna, uma lacuna entre o passado e o futuro e indica que nossos valores já não
servem para interpretar os fenômenos especificamente no período histórico caracterizado pelo
século XX, no qual governos totalitários foram predominantes. O nexo entre pensamento e ação,
filosofia e política estabelecido por Arendt nos leva a questionar o que significa pensar em tempos
sombrios. Em situações-limite onde os valores humanos se desintegram, quais as implicações do
pensamento político para questionar o que estamos fazendo? A hipótese argumentativa arendtiana
indica que os aspectos do mundo moderno associados à quebra do senso comum ou sintonia do
homem com o mundo trazem o que chama de crise: ruptura e também a possibilidade da abertura
ao novo. Assim, a capacidade humana de julgar torna-se indispensável à orientação no mundo,
sobretudo no qual a perda dos critérios objetivos implica um movimento de abertura a novas
experiências, a estabelecerem novas conexões com a realidade e com a própria dimensão do
passado.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Arendt Hannah - 1906-1975, Modernidade, Filosofia, História, Educação
Citação
SIMÕES, Melisse Sana Lucioli Corrêa. A Crise da modernidade em Hannah Arendt: história, educação e natalidade. 2024. 144 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2024.