Efeitos do treinamento físico associado à suplementação com açaí sobre parâmetros hepáticos e cardíacos de ratos submetidos a uma dieta hiperlipídica.

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Data
2019
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Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do treinamento físico aeróbio (TFA) e da suplementação com açaí sobre a funcionalidade e estrutura cardíaca, em nível molecular, celular e tecidual, em conjunto com o desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) em um modelo animal submetido à dieta hiperlipídica. Para isso, foram utilizados ratos Fisher com sessenta dias de idade, divididos em cinco grupos experimentais: C: Controle; H: Dieta Hiperlipídica; HA: Dieta Hiperlipídica + Açaí; HT: Dieta Hiperlipídica + TFA; HAT: Dieta Hiperlipídica + Açaí + TFA. Os grupos alimentados com dieta hiperlipídica receberam 21,8% de banha e 1% de colesterol. Os grupos suplementados com açaí liofilizado (HA e HAT) receberam 1% de açaí na dieta. Os animais dos grupos treinados (HT e HAT) foram submetidos a um programa progressivo de corrida em esteira por 8 semanas, sendo a duração e a intensidade final de 60 minutos e 60-70% da velocidade máxima de corrida, respectivamente. O grupo que recebeu dieta hiperlipídica aumentou as concentrações plasmáticas de amilase, creatinina, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), lipase, proteínas totais e globulinas. No fígado, foi identificado presença de esteatose microvesicular, macrovesicular e inflamação. Além disso, ocorreu aumento do total de ácidos graxos monoinsaturados no fígado e ácidos graxos saturados e monoinsaturados, com diminuição do total de ácidos graxos polinsaturados nas fezes. No ventrículo esquerdo, a dieta hiperlipídica aumentou o percentual de colágeno, a expressão de NADPH oxidase 4 (Nox-4) e proteína desacopladora 2 (UCP-2), a concentração de malondialdeído (MDA) e reduziu a atividade de catalase e glutationa Stransferase (GST). Além disso, a dieta hiperlipídica causou efeitos deletérios nos parâmetros mecânicos e do transiente de [Ca2+]i, com redução da expressão de trocador de sódio/cálcio (NCX). O grupo que recebeu a suplementação com açaí reduziu os níveis plasmáticos de colesterol total e AST, sem alterar o perfil de ácidos graxos totais do fígado e fezes. O tratamento com açaí diminuiu o percentual de esteatose macrovesicular e de inflamação de grau 3. No coração, a suplementação com açaí reduziu o percentual de colágeno, a expressão de Nox-4 e UCP-2, a concentração de MDA e aumentou a atividades de catalase e GST. Em relação à contratilidade dos cardiomiócitos, observouse aumento da amplitude de contração celular e redução do tempo para o pico do transiente de [Ca2+]i, com aumento da expressão de NCX. O grupo treinado aerobicamente não alterou os parâmetros séricos e o perfil de ácidos graxos do fígado e fezes. No fígado, o TFA foi capaz de atenuar a inflamação estabelecida pela dieta hiperlipídica e reduzir o percentual de esteatose macrovesicular de grau 3. No ventrículo esquerdo, o TFA reduziu o percentual de colágeno, a expressão de Nox-4 e UCP-2, a concentração de MDA e aumentou a atividades de catalase e GST. No que diz respeito à contratilidade dos cardiomiócitos, o TFA melhorou todos os danos ocasionados pela dieta hiperlipídica, com aumento da expressão de receptor de rianodina do tipo 2 (RyR2) e NCX. O TFA também aumentou a expressão de interleucina 10 (IL-10). O tratamento associado entre açaí e TFA apresentou benefícios nas análises hepáticas e cardíacas, porém sem efeitos adicionais.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Dieta, Açaí, Exercícios físicos, Fígado - doenças, Coração - doenças
Citação
LAVORATO, Victor Neiva. Efeitos do treinamento físico associado à suplementação com açaí sobre parâmetros hepáticos e cardíacos de ratos submetidos a uma dieta hiperlipídica. 84 f. 2019. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.