Felinos brasileiros em risco : uma avaliação cienciométrica e do papel dos zoológicos na manutenção e reprodução das espécies ameaçadas.

Abstract

Devido à destruição do habitat e à perda de conectividade entre áreas vegetais naturais, várias espécies de felinos enfrentam ameaças de extinção, destacando a importância das estratégias de conservação ex-situ. Zoológicos contribuem significativamente para a pesquisa científica sobre manejo, reprodução e dinâmica populacional desses animais. Este estudo analisou dados do ZIMS e conduziu uma análise cienciométrica das sete espécies de felinos brasileiros ameaçados de extinção entre 1975 e 2023, usando o protocolo PRISMA. Os resultados revelaram que espécies como P. onça e H. yagouaroundi são mais estudadas, havendo uma escassez de pesquisas sobre as espécies do gênero Leopardus. Embora o número de estudos tenha aumentado nos anos 2000, persistem lacunas, especialmente em estudos genéticos e reprodutivos. Os dados do ZIMS indicam que espécies ameaçadas são mantidas em zoológicos, com destaque para as mais carismáticas, reproduzindo-se ex-situ. Entretanto, o número de mortes superou os nascimentos em quase todas as espécies, e há influência do número de machos e fêmeas dos bandos no número de nascimentos, com três espécies mostrando tendência populacional de diminuição. A região de alojamento não influenciou o número de nascimentos. Uma estratégia de conservação proposta é o aumento de áreas protegidas e programas de reprodução e reintrodução na natureza. Investimentos em divulgação de informações sobre a fauna brasileira, incluindo espécies menos carismáticas, podem ser eficazes. Esses dados podem orientar ações conservacionistas mais assertivas e melhorar o manejo dessas espécies.