Efeito do açaí (Euterpe oleracea martius) em fatores envolvidos na progressão da NAFLD induzida por dieta hiperlipídica em camundongos.
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Data
2020
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Resumo
A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (NAFLD) é caracterizada pelo acúmulo
de triacilgliceróis nos hepatócitos e abrange esteato-hepatite e cirrose. Estresse
oxidativo, inflamação, disfunção mitocondrial, apoptose e alterações na homeostase do
retículo endoplasmático (RE) são citados como eventos implicados na sua patogênese.
Como estratégia para prevenção da NAFLD, são considerados promissores os
compostos fenólicos pelo seu modo de ação multifatorial e nesse contexto, encontram-
se os alimentos ricos em compostos fenólicos, como o açaí (Euterpe oleracea Mart.),
que possui alto teor de polifenóis, alta capacidade antioxidante e potencial atividade
anti-inflamatória. Neste trabalho avaliamos o efeito antioxidante in vitro do filtrado da
polpa de açaí e do seu efeito nos fatores/hits envolvidos na patogênese da NAFLD in
vivo. A avaliação in vitro do filtrado do açaí demonstrou uma alta capacidade
antioxidante pelo método ORAC: 36,608 μMTE/mL, e de inibição da produção de
espécies reativas de oxigênio em células HepG2, sem efeito citotóxico. Para o
experimento in vivo foram utilizados 32 camundongos swiss divididos nos grupos:
Controle (C), Controle + açaí (CA), Hiperlipídico (HF) e Hiperlipídico + açaí (HFA). In
vivo, a administração do açaí atenuou o dano hepático, observado pela redução do peso
do fígado, conteúdo de lipídios hepáticos e da atividade da ALT, do número de células
inflamatórias e proteínas carboniladas avaliada por OxyBlot. A administração de açaí
modulou a atividade da enzima antioxidante paraoxonase. Não foram encontradas
alterações na deposição de fibras colágenas, em marcadores de estresse no retículo
endoplasmático e apoptose. A expressão do fator de crescimento de fibroblasto 21
(FGF21), importante hormônio secretado em maior concentração pelo fígado, e que
pode levar a alterações no tecido adiposo, teve sua expressão reduzida nos grupos A, HF
e HFA. Ao analisarmos o tecido adiposo, os resultados mostraram que o grupo HF
apresentou ganho de peso e índice de adiposidade maior que o grupo C. O grupo A
apresentou menor área dos adipócitos e expressão do coativador 1 alfa do receptor
ativado por proliferador de peroxissoma (PGC1a) comparado a todos os outros grupos
experimentais. Observou-se aumento no grupo HF quanto a expressão de mRNA da
carnitina palmitoiltransferase I (CPT-1). Dessa forma demonstramos o efeito
hepatoprotetor do açaí em fatores chave envolvidos na patogênese e progressão da
NAFLD. Esses achados indicam que o filtrado do açaí pode representar uma estratégia
terapêutica na NAFLD e que outros estudos serão importantes para ampliar e consolidar
os conhecimentos sobre outros mecanismos de ação desse fruto no tecido adiposo,
considerando os efeitos do açaí na expressão gênica e proteica nesse tecido.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Esteatose hepática, Açaí, Antioxidante, Estresse oxidativo, Estresse no retículo endoplasmático
Citação
CARVALHO, Mayara Medeiros de Freitas. Efeito do açaí (Euterpe oleracea martius) em fatores envolvidos na progressão da NAFLD induzida por dieta hiperlipídica em camundongos. 2020. 131 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.