Efeito antioxidante do extrato hidroalcoólico de Baccharis trimera : uma avaliação in vitro e in vivo.

Abstract

Baccharis trimera (Asteraceae) é uma planta amplamente distribuída na América do Sul e conhecida popularmente como carqueja. Muitas atividades biológicas têm sido atribuídas a diversas preparações desta espécie: analgésica, hepatoprotetora, antiinflamatória e antioxidante. Pesquisas da composição química de B. trimera demonstraram que este vegetal possui componentes bioativos como os triterpenos, relatados como os principais responsáveis pela atividade antiinflamatória da planta e os flavonóides, relacionados à proteção do organismo contra os radicais livres. No presente estudo, utilizando-se ratos Fischer machos, avaliamos, em um modelo de fagocitose, o efeito de B. trimera sobre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) em neutrófilos e, em um modelo de inflamação, o efeito de B. trimera tanto sobre a produção de óxido nítrico e de EROs, quanto sobre as defesas antioxidantes e as concentração de biomarcadores do estresse oxidativo. A toxicidade dos tratamentos foi avaliada pelas atividades de transaminases e creatinina, marcadores da função hepática e renal, respectivamente, e por análises histológicas. No ensaio in vitro, neutrófilos de ratos machos foram isolados e incubados com extrato de B. trimera na concentração de 0,5 μg/mL, 5 μg/mL e 50 μg/mL, enquanto que no ensaio in vivo os ratos foram tratados com 600 mg/kg de B. trimera e 24h depois com 835 mg/Kg de acetaminofen (APAP). O extrato reduziu a produção de espécies reativas de oxigênio em neutrófilos tanto nos modelos experimentais in vitro quanto in vivo, além disso, análise dos níveis das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBAR), em outro modelo metodológico, indicou que os animais tratados com B.trimera e em seguida intoxicados com APAP apresentaram níveis de TBAR inferiores aos dos animais que receberam somente APAP. Esses dados associados à redução na concentração de NO em ratos tratados com o extrato de carqueja e posteriormente intoxicados com acetaminofen são fortes indícios que confirmam o real efeito antioxidante atribuído à B. trimera. Apesar desses efeitos, análises bioquímicas e histológicas indicaram que B. trimera não foi eficiente em reverter os danos hepáticos provocados pelo APAP.