Investigação prospectiva da reação do quartzito Itacolomi utilizado em edificações históricas de Ouro Preto e Mariana ao fogo.

Abstract

Essa pesquisa foi desenvolvida objetivando estudar a reação do quartzito Itacolomi ao fogo. Os corpos de prova, como peças de cantaria e dimensões de 20x20x25cm, foram extraídos de sítios explorados em Ouro Preto, no século XVIII. Organizou-se um programa térmico de ensaios com incêndio-padrão com temperaturas de 20 a 1.000°C, segundo a NBR 5628:2001, de modo a investigar o comportamento térmico do quartzito Itacolomi, e observando-se a eventual ocorrência de fissuras e/ou fraturas e avaliar a resistência residual após seu resfriamento natural. Foram utilizadas para isso, as técnicas de análise de microscopia eletrônica de varredura associada a espectroscopia por dispersão de energia, difração de raios X, velocidade de pulso ultrassônico de ondas longitudinais e compressão uniaxial, todas aplicadas a amostras e/ou diretamente nos corpos de prova. Nas análises foram tomados, por base, dados dos incêndios ocorridos em Ouro Preto e Mariana, por envolverem edificações históricas que continham obras em cantaria de quartzito Itacolomi. Para o desenvolvimento da parte experimental, fabricaram-se alguns dos equipamentos utilizados, tais como: forno (Forhelder); sistema de aquisição e registro de temperaturas (chama, forno e corpos de prova); unidade receptora e conversora de sinal, etc. Para visualização das curvas de incêndio, se utilizou do software Infotherm, juntamente com um sistema computacional. No Capítulo 6 de resultados, apresentam-se algumas mudanças significativas que ocorreram em propriedades físicas, mecânicas, petrográficas do quartzito Itacolomi do Salto, do Pocinho e da Estrada Real, após comparação dos dados obtidos, antes e após eles terem sido ensaiados sob altas temperaturas (689,6°C, 644,5°C e 690,8°C), no forno Grion, por ex.: identificação de elementos químicos (O, Si, Al, Fe, Ti, K, Mg, Ce, La, Zr, etc.) e de minerais (mica, quartzo, hematita, zircão, muscovita, etc.), degradação (fissuras e fraturas), resistência à compressão (11,69 a 38,95MPa), integridade física, etc. Após essa investigação prospectiva, pode-se afirmar qual quartzito Itacolomi seria considerado o mais adequado para ser trabalhado visando uma possível substituição de peças de cantaria, eventualmente expostas diretamente ao fogo durante um incêndio.