Efeito protetor do açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre a esteatose hepática, resistência à insulina e estresse oxidativo induzidos por dieta hiperlipídica em camundongos.

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2015
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Resumo
A crescente incidência da obesidade e comorbidades associadas está relacionada a um aumento paralelo da Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (NAFLD), uma das mais frequentes causas de doença crônica do fígado da atualidade. A NAFLD representa um espectro de condições caracterizadas por acúmulo de triacilgliceróis nos hepatócitos, que incluem a esteatose, esteato-hepatite, que pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. Embora sua patogênese exata permaneça desconhecida, a hipótese mais aceita define que alterações metabólicas desencadeadas pela resistência à insulina levam ao desenvolvimento da esteatose hepática, considerada o primeiro evento, seguido do estresse oxidativo que contribui para a evolução do quadro. Compostos bioativos presentes em alimentos, principalmente polifenóis têm sido considerados promissores na prevenção de distúrbios metabólicos. O açaí (Euterpe oleracea Mart.) ganhou reconhecimento internacional devido ao seu alto conteúdo de polifenóis e capacidade antioxidante. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do consumo de um extrato aquoso de açai (EAA) sobre alterações metabólicas desencadeadas pelo consumo de dieta hiperlipídica em camundongos. Camundongos Swiss machos foram divididos inicialmente em 2 grupos experimentais, um grupo (C) recebeu dieta padrão AIN-93M, e o outro grupo (HF) recebeu uma dieta hiperlipídica (32% de banha suína e 1% de colesterol) por seis semanas, após este período, os grupos C e HF foram subdivididos em quatro grupos de acordo com o tratamento recebido. Os grupos C e CA receberam dieta padrão, e os grupos HF e HFA receberam dieta hiperlipídica, os grupos CA e HFA receberam tratamento com o EAA (3g/Kg de peso corporal), administrado diariamente via gavagem por mais seis semanas. Camundongos do grupo HF apresentaram maior ganho de massa corporal associado à resistência à insulina, alterações no perfil das adipocinas TNFα e adiponectina, hepatomegalia, elevação dos níveis séricos das transaminases e esteatose hepática. Além disso, apresentaram alterações nos níveis de mRNA de genes relacionados ao metabolismo de lipídios hepático e aumento no estresse oxidativo. O tratamento com o EAA apresentou efeito protetor sobre a esteatose hepática, através da melhora nos níveis de adipocinas, sensibilidade a insulina e aumento na expressão dos genes relacionados a β-oxidação de ácidos graxos mediada por PPAR-α. E ainda, promoveu uma melhora no balanço oxidante/antioxidante hepático. Estes dados indicam que o açaí pode representar uma estratégia dietética viável, associada a prevenção e/ou tratamento de distúrbios metabólicos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Açaí, Estresse oxidativo, Rato como animal de laboratório, Esteatose hepática
Citação
GUERRA, Joyce Ferreira da Costa. Efeito protetor do açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre a esteatose hepática, resistência à insulina e estresse oxidativo induzidos por dieta hiperlipídica em camundongos. 2015. 91 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.