Petrogênese e geoquímica de rochas metaultramáficas e metamáficas do Corpo Córrego dos Boiadeiros, Grupo Nova Lima, Quadrilátero Ferrífero, MG.

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Data
2016
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Resumo
O Corpo Córrego dos Boiadeiros (CCB) é composto por uma associação de rochas metaultramáficas e subordinadamente metamáficas, localizado nas proximidades do município de Nova Lima, área central do Quadrilátero Ferrífero (QF). A partir de estudos de campo, petrográficos, de química mineral, geoquímicos e de balanço de massa, procurou-se contribuir ao entendimento da petrogênese do CCB e de seu significado geológico no contexto do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Como objetivo adicional, buscou-se caracterizar a evolução pedogeoquímica e significado econômico de mantos de intemperismo derivados das rochas metaultramáficas. O Corpo Córrego dos Boiadeiros se estende por aproximadamente 12 km². A oeste ocorre em contato com quartzitos da Formação Moeda estruturados no Sinclinal Moeda, enquanto a leste ocorre em contato com xistos pelíticos e máficos do Grupo Nova Lima. Os litotipos metaultramáficos do CCB são serpentinito, esteatito, tremolita-serpentina granofels e clorita-tremolita xisto. Clinozoisita-actinolita granofels corresponde ao litotipo metamáfico. Serpentinito corresponde ao litotipo de maior abundância do corpo e é constituído pela associação mineral serpentina + magnetita. Esteatito ocorre ao longo de zonas cisalhadas do corpo e é composto por talco + carbonato. Tremolita-serpentina granofels ocorre como pequenos núcleos circundados por serpentinitos foliados. É constituído pela associação mineral serpentina + tremolita ± talco. Clorita-tremolita xisto ocorre nas maiores profundidades dos testemunhos de sondagem, em proximidade aos litotipos encaixantes do CCB. É constituído pela associação mineral tremolita + Mg-clorita ± talco ± flogopita. O litotipo metamáfico clinozoisita-actinolita granofels é composto por actinolita + clinozoisita ± clorita ± albita ± quartzo. As associações minerais hidratadas e as variações nos teores de elementos como SiO2 e MgO sugerem que o metamorfismo no CCB tenha sido assistido por fluidos hidrotermais associados ao metassomatismo, conduzidos por zonas cisalhadas. As associações minerais dos litotipos indica que o pico metamórfico se deu em fácies xisto verde superior (± 500ºC). Texturas reliquiares blastocumuláticas no tremolita-serpentina granofels apontam algumas regiões isentas de deformação no interior do corpo. Veios de crisotila indicam um evento metamórfico tardio, em temperaturas entre 250º a 300ºC, sob condições de fácies sub-xisto verde. Geoquimicamente o protólito das rochas metaultramáficas se assemelha a peridotitos komatiíticos, tais quais komatiitos cumuláticos ou sills acamadados de alto magnésio, gerados em condições anorogênicas. A composição química de cromitas reliquiares também sugere ambiente anorogênico de formação. O protólito das rochas metamáficas se assemelha quimicamente a rochas tholeiíticas de alto MgO, pertencentes à série subalcalina e geradas em ambiente similar aos MORB. As assinaturas dos ETR dos litotipos metaultramáficos e metamáfico do CCB, com razões similares aos padrões condríticos, sugerem fusão parcial de um manto primitivo, pouco diferenciado. A similaridade em termos de ambiência geológica e assinaturas de ETR sugerem que os protólitos das rochas metaultramáficas e metamáficas do CCB são cogenéticos. Com base nos dados gerados por este trabalho, é possível concluir que o Corpo Córrego dos Boiadeiros corresponde a um corpo intrusivo máfico-ultramáfico relacionado ao magmatismo komatiítico do greenstone belt Rio das Velhas, metamorfizado em fácies xisto verde. Por fim, a evolução pedogeoquímica dos mantos de intemperismo do CCB indica ganho de Fe2O3, Al2O3, Cr2O3, Ni, V, Co, ETR e perda de MgO e SiO2, CaO, Pt e Au da base para o topo do perfil.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Magmatismo, Rochas igneas, Petrogênese - Minas Gerais - Quadrilátero Ferrífero
Citação
FERNANDES, Victor Matheus Tavares. Petrogênese e geoquímica de rochas metaultramáficas e metamáficas do Corpo Córrego dos Boiadeiros, Grupo Nova Lima, Quadrilátero Ferrífero, MG. 2016. 97 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.