Imunogenicidade e eficácia da vacina LBSap em cães após desafio intradérmico com Leishmania chagasi e extrato de glândula salivar de Lutzomyia longipalpis.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2010
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Medidas de controle na infecção em cães por L. chagasi/L. infantum são fundamentais para interromper o avanço atual da leishmaniose visceral humana. Recentemente têm sido desenvolvidos inúmeros candidatos a vacinas contra leishmaniose visceral canina (LVC), sendo que, a compreensão dos mecanismos imunes envolvidos na imunogenicidade pós vacinação e pós desafio são cruciais para definir um padrão de resposta associado à proteção contra infecção por Leishmania. Assim, neste trabalho foi investigada a imunogenicidade e o efeito protetor da vacina LBSap em cães após o desafio intradérmico com L. chagasi. Vinte cães sem raça definida foram subdivididos em quatro grupos experimentais: i) controle (n = 5) receberam 1 mL de solução salina estéril 0,9%, ii) Sap (n = 5) receberam 1 mg de saponina em 1 mL de solução salina estéril 0,9%; iii) LB (n = 5) receberam 600 g de proteína de L. braziliensis em 1mL de solução salina estéril 0,9%; iv) LBSap (n = 5) receberam 600 g de proteína de L. braziliensis associado a 1mg de saponina em 1mL de solução salina estéril 0,9%. O protocolo vacinal constou de três imunizações pela via subcutânea em intervalos de 4 semanas. Posteriormente, os cães foram infectados por via intradérmica com 1 × 107 promastigotas de Leishmania (L.) chagasi em fase estacionária de crescimento associado a extrato de glândula salivar de Lutzomyia longipalpis e acompanhados por um período de 435 dias pós desafio (435Dpd). A análise da resposta imune humoral mostrou que antes e durante o acompanhamento longitudinal após o desafio, o grupo LBSap mostrou aumento dos níveis de IgG total, IgG1 e IgG2, sugerindo uma possível resposta imune mista (tipo I e II). A análise inicial da resposta imune celular revelou aumento da freqüência de linfócitos e monócitos no grupo LBSap. A Avaliação do perfil imunofenotípico de células mononucleares do sangue periférico (CMSP) mostrou aumento no número absoluto de linfócitos T CD4+ e linfócitos B CD21+ , bem como contagens elevadas de monócitos CD14+ circulantes no grupo LBSap. Além disso, elevados níveis de linfócitos T CD5+ e LT CD8+ circulantes, foram diretamente correlacionados com a alta expressão de MHC-II em linfócitos no grupo LBSap. Estes resultados mostram que cães imunizados com a vacina LBSap apresentam variações em diversos biomarcadores imunológicos criando um padrão de memória imunológica favorável a uma vacina protetora através de uma maior capacidade na apresentação de antígenos e ativação celular. Além disso, o grupo de cães vacinados com LBSap apresentaram aumento da atividade linfoproliferativa in vitro após estímulo antigênico com VSA (antígeno solúvel vacinal) ou SLcA (antígeno solúvel de L. chagasi), bem como aumento na frequência de linfócitos T CD4+ . O perfil de ativação linfocitária in vitro foi marcado pelo aumento da expressão de linfócitos SLcA-MHC-II específicos ao lado de uma correlação positiva entre as células T CD4+ -SLcA/VSA e a expressão de MHC-II em linfócitos no grupo LBSap. A análise clínica de possíveis alterações sugestivas de LVC revelou que todos os animais permaneceram assintomáticos durante o período de acompanhamento (435Dpd). Finalmente, o estudo da investigação parasitológica realizada através da análise de amostras de medula óssea em cultura (parasitológico em NNN/LIT e análise de esfregaços por microscopia) além de abordagens moleculares (PCR), demonstrou somente PCR+ em um cão do grupo Sap no final do acompanhamento longitudinal (435Dpd). Assim, os resultados obtidos neste estudo indicam que a vacina LBSap induz um perfil de resposta imune compatível com proteção frente ao agente etiológico da LVC. Estes resultados indicam que a via intradérmica de infecção experimental apresenta um curso longo de duração para iniciar as manifestações clínicas e consequentemente a detecção do parasito, necessitando, portanto de um período maior de acompanhamento.
Descrição
Palavras-chave
Leishmaniose visceral canina, Leishmaniose - vacinas, Lutzomyia - vacinas
Citação
ROATT, B. M. Imunogenicidade e eficácia da vacina LBSap em cães após desafio intradérmico com Leishmania chagasi e extrato de glândula salivar de Lutzomyia longipalpis. 2010. 69 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.