Influência das alegações nutricionais de isenção ou redução de açúcar na aquisição de alimentos para crianças de primeira infância.

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Data
2023
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Resumo
Segundo o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, os alimentos ofertados às crianças devem ser preferencialmente in natura, ou minimamente processados, evitando alimentos ultraprocessados. Entretanto, esses últimos estão cada vez mais presentes na alimentação da população, incluindo aqueles que possuem alegações nutricionais que remetem à redução ou isenção do teor de açúcar. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivos avaliar a influência da presença de alegações “sem açúcar”, “baixo em açúcar” ou “reduzido em açúcar” sobre a aquisição de alimentos por responsáveis de crianças de primeira infância matriculados em creches e escolas municipais de Leopoldina, Minas Gerais e classificar esses alimentos em relação ao propósito e extensão de processamento e ao perfil de nutrientes de acordo com os critérios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O estudo foi de caráter transversal, com a coleta de dados realizada entre março e julho de 2022 em todas as escolas do município. A amostra foi composta por 622 participantes, sendo 94,5% dos participantes do sexo feminino, 48,2% com idade entre 26 e 35 anos, 79,6% possuíam escolaridade até ensino médio completo e 54,8% possuíam renda familiar de até um salário-mínimo. Observou-se que 46,6% dos responsáveis relataram que a presença da alegação relacionadas ao teor de açúcar possuía grande influência no momento da aquisição dos alimentos a serem ofertados às crianças de primeira infância e que esses são os que mais atribuem benefícios a esses alimentos e demonstram preocupação em relação a alimentação das crianças. Por meio da análise dos protótipos de rótulos também foi possível evidenciar que os responsáveis foram influenciados pela presença da alegação nutricional “sem adição de açúcar” no biscoito, atribuindo maior salubridade a ele quando comparado ao biscoito que não apresentava a alegação. Entretanto, a avaliação dos 434 rótulos de alimentos comercializados com alegações relacionadas ao teor de açúcar demonstrou que 86,4% foram classificados como ultraprocessados de acordo com a extensão e propósito de processamento NOVA. Concomitantemente, entre os alimentos elegíveis para cada modelo proposto, 96,8% apresentavam pelo menos um nutriente crítico de acordo a OPAS e 32,3% de acordo com a ANVISA, demonstrando uma baixa concordância entre os modelos. Os resultados apontam que muitos responsáveis por crianças de primeira infância associam as alegações de redução ou isenção de açúcar com maior qualidade nutricional desses alimentos, atribuindo maior salubridade a eles. No entanto, a avaliação da qualidade dos mesmos indica que essa percepção é inadequada e pode ter efeito negativo na qualidade da alimentação das crianças, especialmente por estarem em uma fase do desenvolvimento de grande importância.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Rotulagem nutricional, Alimentos industrializados, Comportamento do consumidor
Citação
RESENDE, Francine Rubim de. Influência das alegações nutricionais de isenção ou redução de açúcar na aquisição de alimentos para crianças de primeira infância. 2023. 103 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2023.