Ocorrência e remoção de fármacos e desreguladores endócrinos em sistemas de abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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Data
2020
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Resumo
Fármacos e desreguladores endócrinos estão presentes em corpos d’água devido, principalmente, ao lançamento de esgotos in natura e tratados. Alguns compostos desta classe de contaminantes tem o potencial de causar efeitos adversos à biota aquática mesmo nas pequenas concentrações com que são encontrados nos corpos d’água e, por isso, suspeita-se que eles possam causar efeitos adversos crônicos em seres humanos. Há pouca informação sobre a presença de tais contaminantes em mananciais de abastecimento e, principalmente, da sua remoção em sistemas de tratamento de água em escala plena. Pelo exposto, o objetivo deste trabalho foi monitorar 24 substâncias, entre fármacos e desreguladores endócrinos, em 8 ETAs da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As amostras, 2 ou 3 por ETA, coletadas em períodos seco e chuvoso, foram submetidas à técnica de extração em fase sólida e o extrato obtido devidamente preparado para análise em equipamentos de cromatografia líquida ou gasosa acoplados a espectrômetros de massas para a quantificação dos analitos. Os resultados indicam que 4-nonilfenol e losartan foram observados em maiores concentrações no período chuvoso, enquanto que para o bisfenol-A isso ocorreu no período seco. A remoção das substâncias se mostrou mais eficiente na etapa de clarificação para o 4-nonilfenol, e na etapa de desinfecção para o 4OP. O BPA foi bem removido nos sistemas de tratamento convencional e de filtração direta, destacando-se no sistema de filtração direta. A E1 também foi melhor removida no sistema de filtração direta, principalmente na etapa de desinfecção, no sistema simplificado, apenas com desinfecção, sua remoção também se mostrou eficiente. Além disso, para os analitos quantificados na água tratada foi realizada uma avaliação de risco comparandose o percentil 95 ou o percentil 50 das concentrações com os valores guia derivados de informações toxicológicas ou da dose terapêutica mínima diária disponível na literatura. Para a maioria dos analitos que ocorreram na água tratada das ETAs monitoradas o risco de exposição foi considerado ‘baixo’ ou ‘muito baixo’. Contudo, os compostos estrona, estradiol, etinilestradiol, dexametasona e diclofenaco estiveram presentes em concentrações próximas aos valores limites e, por isso, receberam classificação de risco que variou de ‘alerta’ a ‘iminente’. No caso da dexametasona, observou-se que este anti-inflamatório corticosteróide ocorreu em concentrações acima do limite de quantificação (9,5 ng/L) e do valor guia (25 ng/L) em 31% das amostras de água tratada analisadas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Água - estações de tratamento, Metais pesados, Avaliação de riscos ambientais, Água - purificação - clarificação, Água - purificação - cloração
Citação
ALVES, Mariana Corrêa Pessato. Ocorrência e remoção de fármacos e desreguladores endócrinos em sistemas de abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 2020. 88 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.