Potencial terapêutico da Ipriflavona veiculada em preparação autoemulsionável na disfunção sexual de ratas espontaneamente hipertensas (SHR) no período do climatério.

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Data
2015
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Resumo
A disfunção sexual feminina (DSF) é uma condição na qual ocorrem alterações nos processos envolvidos no ciclo de resposta sexual feminina. Uma grande subcategoria da DSF é a desordem da excitação sexual feminina (DESF) que envolve uma série de eventos vasocongestivos e lubrificantes resultantes, principalmente, do aumento do fluxo sanguíneo para o clitóris, a lábia, e o tecido vaginal. Um declínio nos níveis de estrogênio sérico, que ocorre naturalmente na menopausa, resulta numa diminuição significativa do fluxo sanguíneo para região pélvica, levando ao afinamento do epitélio da mucosa vaginal e atrofia do músculo liso da parede vaginal. A influência do estrogênio está relacionada com a ação local do óxido nítrico (NO) em tecidos genitais. A terapia de reposição hormonal convencional provou ser eficaz no tratamento de DSF, no entanto, esta terapia está associada a um risco aumentado de incidência de eventos cardiovasculares isquêmicos, bem como embolismo venoso. Assim, há um grande interesse no desenvolvimento de alternativas terapêuticas que minimizem os efeitos deletérios do hipoestrogenismo sobre a função sexual, sem causar efeitos colaterais e evitando-se as contraindicações. O fitoestrógeno ipriflavona (7-isopropoxi-3-fenil-4H-benzopiran-4-ona), derivado da daidzeína, (uma isoflavona de ocorrência natural) vem sendo utilizada na prevenção e tratamento da osteoporose, apresentando resultados positivos na reversão da osteoporose já estabelecida, também comum no climatério/menopausa. Entretanto, a ação da ipriflavona no tratamento de DESF é desconhecida. O objetivo deste estudo foi investigar o potencial terapêutico da ipriflavona no tratamento da DESF. Para isso, foram utilizadas ratas jovens (4- 5 meses) e senescentes (18-19 meses) espontaneamente hipertensas (SHR) tratadas durante 30 dias com ipriflavona veiculada em um sistema auto emulsionante de entrega de fármacos (SEDDS), que aumenta a biodisponibilidade do fitoestrógeno. Os parâmetros fisiológicos foram avaliados durante a estimulação do nervo pélvico. A temperatura intravaginal aumentou significativamente com a dose de 10 mg/kg no grupo senescente SHR (p <0.05, ANOVA, seguido do pós-teste Bonferroni). A lubrificação vaginal aumentou após o tratamento com ipriflavona na dose 30 mg/Kg nas ratas jovens e senescentes (p<0.05, ANOVA, seguido do pósteste Bonferroni). A pressão intravaginal foi significativamente maior em ambos os grupos de ratas jovens e senescentes tratadas com as doses de 10 ou 30 mg/Kg de ipriflavona (p<0.05, ANOVA, seguido do pós-teste Bonferroni). O tratamento crônico com ipriflavona nas doses 10 e 30mg/Kg melhorou a resposta vasocongestiva observada durante 30 minutos após a injeção subcutânea de apomorfina (80µg/Kg) em ratas conscientes SHR jovens e SHR senescentes. Ainda, nesse modelo de estudo da função sexual em ratas conscientes, a melhora nas respostas IV vasocongestivas observadas para as ratas tratadas com ipriflavona foi similar àquela observada para o grupo tratado com estradiol. A avaliação histológica de rins e fígado, juntamente com a caracterização do perfil lipídico e dosagem de enzimas renais e enzimas hepáticas, sugerem a ausência de hepato e nefrotoxicidade. Portanto, o tratamento crônico de 30 dias com o fitoestrógeno ipriflavona veiculado em SEDDS, mostrou-se seguro e promoveu melhoria significativa na função sexual, sugerindo um potencial terapêutico para o tratamento da disfunção sexual induzida pelo hipoestrogenismo observado em mulheres na fase de menopausa/climatério.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Climatério, Mulheres - comportamento sexual, Hipertensão, Fármacos
Citação
MARTINS, Thales de Andrade. Potencial terapêutico da Ipriflavona veiculada em preparação autoemulsionável na disfunção sexual de ratas espontaneamente hipertensas (SHR) no período do climatério. 2015. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.