Análise do desempenho térmico de habitações multifamiliares de interesse social com paredes verdes.

Abstract

Desde a publicação da norma de desempenho NBR 15.575, os conceitos de desempenho e conforto térmicos receberam maior destaque em âmbito nacional, sendo responsáveis por elevar a responsabilidade do ato de projetar e fomentar o desenvolvimento de estratégias passivas e tecnologias, capazes de auxiliar nas tomadas de decisão projetuais e assegurar o desempenho térmico adequado às edificações. Nesse sentido, as exigências atuais apontam para projetos de edificações que visam proporcionar conforto ao usuário, além de assegurar-lhes eficiência energética satisfatória. Sabe-se que os sistemas de fechamento dos edifícios funcionam como elementos de conexão entre o exterior e o ambiente construído, exercendo grande influência em sua eficiência energética. Sabendo também que o uso da vegetação como estratégia bioclimática é bastante eficiente e difundida no setor da construção, sua utilização como elemento de fachada é de grande relevância e tem se popularizado devido à promessa de melhoria no desempenho térmico dos edifícios, além de representar uma alternativa de ampliação da biodiversidade no ambiente urbano. Assim, neste trabalho explora-se a tecnologia das paredes verdes dentro do contexto climático brasileiro, com enfoque no comportamento térmico de edifícios habitacionais de interesse social, visando investigar sua influência no desempenho térmico das edificações. Como metodologia, utiliza-se a simulação do comportamento termoenergético de um edifício habitacional multifamiliar, por meio do programa EnergyPlus, incluindo-se o modelo HAMT que leva em conta o processo de transferência de umidade através da envoltória, para as oito zonas bioclimáticas brasileiras previstas na norma NBR 15.220. Os resultados obtidos demonstram que existe uma diferença na temperatura interna dos ambientes, decorrente dos dois arranjos de fachada analisados: com e sem vegetação. De modo que o uso da parede verde proporciona uma redução da temperatura interna de até 2,8°C no verão e um aumento de até 1,2°C no inverno. Observa-se que a vegetação funciona como uma camada que diminui as trocas de calor entre os meios interno e externo ajudando a manter a temperatura interna mais baixa durante o dia e amena durante a noite. Logo, as paredes verdes podem representar uma solução sustentável e de baixo custo a ser implantada às edificações, visando melhorar seu desempenho térmico.