PPGSN - Mestrado (Dissertações)
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Item Ação da dieta hiperlipídica em camundongos infectados pelo Trypanosoma cruzi e submetidos ao tratamento com Sinvastatina.(2015) Souza, Débora Maria Soares de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Silva, André Talvani Pedrosa da; Costa, Daniela Caldeira; Silva, Vanessa Pinho da; Silva, Camilo Adalton Mariano daO Trypanosoma cruzi é um protozoário capaz de provocar um processo inflamatório no hospedeiro infectado conduzindo-o ao desenvolvimento de possíveis alterações cardíacas, do trato digestivo e/ou do sistema nervoso autonômico. Durante o processo de invasão de células do hospedeiro, o sistema imune libera uma série de mediadores inflamatórios com o objetivo de eliminar o parasito e controlar a inflamação para evitar dano tecidual. Atualmente, o Benznidazol e o Nifurtimox têm sido os fármacos utilizados na clínica para eliminar diretamente o T. cruzi e, indiretamente, modular a resposta imune do hospedeiro responsável pela imunopatogênese durante a infecção pelo parasito. Porém, alguns grupos têm investigados outras categorias farmacológicas capazes de amenizar a resposta inflamatória cardíaca e, consequentemente, melhorar a funcionalidade do órgão. Inibidores da ECA, betabloqueadores e fármacos com ação sob a HMG-CoA, especialmente o grupo farmacológico das estatinas, têm sido importantes alvos de investigação tanto em modelo experimental e em seres humanos, uma vez que apresentam funções anticolesterolêmicas e efeitos pleiotrópicos na regulação da resposta inflamatória. Outro fator importante para a determinação das funções fisiológicas é o consumo alimentar. Nesse sentido, uma dieta hiperlipídica pode favorecer o acúmulo de tecido adiposo que exerce importante papel na formação estrutural da resposta imune e pode interferir, direta ou indiretamente, na eficiência dessa resposta contra agentes infecciosos e/ou parasitários, a destacar o Trypanosoma cruzi. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da dieta hiperlipídica (60% de lipídeos) em camundongos isogênicos (C57BL/6) infectados pelo T. cruzi, submetidos à terapia diária com Sinvastatina. Grupos (n=10) de animais fêmeas com 3 semanas de idade foram submetidos à dieta hiperlipídica ou normolipídica por 60 dias e posteriormente infectados ou não com a cepa VL-10 do T.cruzi e tratados ou não, por via oral, com 20mg/kg/peso de Sinvastatina por 30 dias. Avaliou-se a parasitemia, ganho de peso e, após eutanásia no 30º dia pós-infecção, alterações no perfil colesterolêmico e de produção de citocinas e quimiocinas no soro e/ou tecidos (coração, fígado e tecido adiposo). Os resultados mostraram ação da Sinvastatina na redução da parasitemia, assim como na produção da quimiocinas CCL2. Em suma, a dieta hiperlipídica eleva os níveis de citocinas inflamatórias, e o tratamento com a Sinvastatina contribui para diminuir a replicação parasitária, tornando-se uma via protetora potencial para o sistema cardiovascular, alvo primário das respostas agudas e crônicas anti-T. cruzi.Item Adequabilidade da assistência pré-natal e fatores associados em um município de Minas Gerais.(2016) Pereira, Ricardo Duarte; Freitas, Silvia Nascimento de; Gouvêa, Graziela Dutra Rocha; Sírio, Marília Alfenas de Oliveira; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Sól, Núncio Antônio Araújo; Sírio, Marília Alfenas de Oliveira; Gouvêa, Graziela Dutra Rocha; Freitas, Silvia Nascimento deO pré-natal consiste na assistência que é prestada à gestante desde o início da gravidez, com o objetivo de favorecer melhores condições de saúde para a mãe e o bebê. A qualidade do pré-natal pode ser avaliada utilizando-se o cartão da gestante, já que possui informações sobre os procedimentos realizados. Objetivo: Descrever a adequabilidade da assistência pré-natal do sistema único de saúde e sua associação com as características das gestantes e condições do recém-nascido, no município de Ouro Preto-MG. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, com gestantes acompanhadas no sistema SUS do município e que realizaram o parto na Santa Casa de Ouro Preto entre junho de 2013 a maio de 2014. A população foi descrita através de frequência absoluta e média e posteriormente as gestantes por meio da análise de cluster foram alocadas em três grupos, e posteriormente classificados em assistência adequada, intermediária e inadequada, conforme as recomendações. A análise de regressão logística multinomial foi realizada para verificar a associação entre a adequação da assistência, condições do recém-nascido e covariáveis sociodemográficas, econômicas e clínicas das gestantes. Devido a falta de associação entre adequação da assistência e condição ao nascer na análise anterior, optou-se por realizar uma regressão logística dicotômica para verificar se a falta de associação permaneceria. Análise de comparação das médias de peso ao nascer e Apgar de acordo com a adequação da assistência foi realizada. Resultados: Participaram do estudo 276 puérperas, entre 15 e 44 anos, com média de idade de 26,2 anos. A maioria das mulheres (56,5%) possuía 9 anos ou mais de estudo, iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre (59,8%) e realizaram seis ou mais consultas (89,5%). Quanto aos recém-nascidos, 50,7% era do sexo feminino, 88,4% nasceram com peso adequado, 96,4% nasceram a termo e 96,4% com boa condição vital. Após a primeira análise de cluster as gestantes do grupo 1 foram classificadas com assistência adequada (29,7%), o grupo 2 inadequada (36,2%) e o grupo 3 em intermediária (34,1%). A partir da regressão logística multinomial não foi observada associação entre a adequabilidade do pré-natal, condição do recém-nascido e covariáveis maternas. A partir da estratificação da assistência em adequada e inadequada observou-se que, somente as covariáveis maternas idade, estado civil e primeira gestação apresentaram associação à adequabilidade do pré-natal. Sendo observado que, mulheres com 34 anos de idade ou menos apresentaram uma chance de aproximadamente 8 vezes maior de ter um pré-natal inadequado quando comparadas aquelas com 35 anos de idade ou mais. Gestantes solteiras apresentam quase duas vezes em relação as casadas e aquelas na primeira gestação uma chance 1,63 maior quando comparadas as com duas ou mais gestações de ter uma assistência pré-natal inadequada. Conclusão: O estudo revelou falta de associação entre a adequação da assistência pré-natal e a condição do recém-nascido (peso ao nascer e Apgar), sendo que as possíveis causas da não associação entre condição ao nascer e adequação da assistência pré-natal pode-se citar o fato de que as gestantes de alto risco não participaram do estudo por serem acompanhadas em outro município e que os partos com presença de agravantes são encaminhados para os serviços de referência da capital do estado.Item Adiposidade corporal e risco para apnéia obstrutiva do sono em trabalhadores de turnos alternantes.(Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Freitas, Lunara da Silva; Sales, Maria LilianA Apnéia Obstrutiva do Sono (AOS) é definida como diminuição da passagem de ar pelas vias aéreas superiores durante o sono, causados por colapso das estruturas respiratórias, apesar da manutenção dos esforços respiratórios. Alguns dos fatores de risco são sexo masculino, idade avançada, obesidade, tabagismo e alcoolismo. Além dos fatores de risco, indicadores de adiposidade corporal podem predizer a AOS. O trabalho em turnos alternantes associado à AOS levam a fadiga e privação do sono, que resultam em ganho de peso, diabetes, doenças cardiovasculares, perda do rendimento físico e mental e acidentes de trabalho. O questionário de Berlim é um instrumentos de triagem que define o risco de desenvolver AOS avaliando sintomas e sinais associados à doença. Baseando-se na atual escassez de estudos que abordam a interação existente entre adiposidade corporal e AOS, investigou-se a relação entre o alto risco para AOS e adiposidade corporal em trabalhadores de turnos alternantes de uma mineradora. Foi desenvolvido um estudo transversal com trabalhadores de turnos alternantes, adultos do sexo masculino no qual foram coletados em entrevista: dados sócio-demográficos, fatores comportamentais e sintomas relacionados à AOS; por autorrelato utilizando-se questionário de Berlim: sintomas e sinais da AOS; antropometria, composição corporal e pressão arterial sistêmica. A amostra foi composta por 471 trabalhadores com idade mediana de 35 anos, a maioria com ensino médio completo, em união estável e com menos de 10 anos de trabalho em turnos alternantes. O alto risco para apnéia obstrutiva prevaleceu em 9,77% da amostra, sendo essa prevalência baixa quando comparada a outros estudos. As medidas de adiposidade corporal indicaram excesso de gordura tanto na região abdominal quanto generalizado. A obesidade afetou 17,6% dos trabalhadores, prevalência elevada em relação população brasileira de homens adultos e dados de estudos com trabalhadores de turnos alternantes. Os indicadores de adiposidade corporal e a idade foram significativamente maiores para o grupo de alto risco para AOS, sendo portanto, capazes de auxiliar no seu diagnóstico. Nenhum dos fatores comportamentais apresentou relação com o alto risco.Item Análise da circunferência do pescoço como indicador de adiposidade em pessoas vivendo com HIV assistidas por um serviço público de referência no sudeste do Brasil.(2019) Oliveira, Natália Alves de; Figueiredo, Sônia Maria de; Guimarães, Nathalia Sernizon; Figueiredo, Sônia Maria de; Guimarães, Nathalia Sernizon; Marinho, Carolina Coimbra; Aguiar, Aline Silva deApós o início da utilização da terapia antirretroviral para o tratamento da infecção pelo HIV diversos pesquisadores científicos observaram o aumento na expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV (PVH) e concomitantemente o aparecimento de distúrbios metabólicos e do estado nutricional (EN). Neste contexto, diversos estudos apontaram métodos antropométricos simples e factíveis para a avaliação da adiposidade corporal e de estimativa do risco cardiometabólico de PVH, com a finalidade identificar precocemente alterações metabólicas e/ou do EN destes indivíduos. A circunferência do pescoço (CP) vem sendo estudada devido a sua associação com o depósito de gordura subcutânea na região superior do corpo e consequente risco cardiometabólico. Esta dissertação é composta e apresentada através de dois trabalhos independentes e interligados. O primeiro trabalho foi elaborado com o objetivo de analisar sistematicamente a literatura para responder se existe associação da CP como marcador de adiposidade corporal em adultos e idosos. Dos 149 estudos encontrados pela estratégia de busca empregada nas bases de dados Nature Publishing Group, Science Direct Journals, Science Citation Index Expanded, MEDLINE/PubMed e Scopus; 16 estudos foram selecionados para compor a nossa amostra. Este estudo mostrou que evidências na literatura sustentam a hipótese da capacidade preditiva da CP na avaliação da adiposidade corporal e predição de risco cardiometabólico por meio das associações da CP com marcadores antropométricos (Índice de Massa corporal - IMC, Circunferência da Cintura - CC, Circunferência do Quadril - CQ, Relação Cintura/Estatura - RCE, Relação Cintura/Quadril - RCQ) de adiposidade em jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos. O segundo trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar a associação da CP com indicadores antropométricos de distribuição de gordura corporal em PVH com idade entre 19 e 73 anos e de ambos os sexos. Todos os indivíduos eram atendidos por um serviço público de Assistência Especializada em IST/Aids no Sudeste do Brasil. Para avaliação dos dados foram realizadas análises univariadas e bivariadas, sendo adotado nível de significância de p <0,05. Um total de 72 PVH (adultos e idosos), de ambos os sexos, foram avaliadas. Constatou-se que indicadores antropométricos analisados individualmente apresentaram diferentes conclusões diagnósticas em relação ao EN dos indivíduos, no entanto, a CP apresentou correlação positiva significativa com a maior parte dos parâmetros empregados: peso, estatura, circunferência do braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB), IMC, CC, CQ e RCE (p < 0,05). Neste estudo não foi detectada correlação da CP com dobra cutânea tricipital (DCT) e RCQ (p > 0,05). A CP representa uma ferramenta útil para investigação de alterações no EN de PVH caracterizada por ser método não invasivo, de fácil execução, baixo custo, viabilizando sua utilização tanto em estudos epidemiológicos como em nível ambulatorial e serviços de Saúde Pública.Item Análise estrutural do embasamento e da cobertura no extremo norte do Cinturão de Cavalgamentos da Serra do Espinhaço.(2015) Bersan, Samuel Moreira; Danderfer Filho, André; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deBuscando um melhor entendimento das relações entre deformação do embasamento e da cobertura em cinturões orogênicos, foi desenvolvido um levantamento estrutural na porção noroeste da faixa Araçuaí, marginal ao cráton São Francisco. A análise estrutural convencional aliada a estudos microestruturais e de paleotensões permitiram interpretar três eventos tectônicos: dois extensionais referentes à implantação dos riftes Espinhaço (Mesoproterozoico) e Macaúbas (Neoproterozoico), e um compressional, com encurtamento crustal polarizado para WNW durante a orogênese Brasiliana (Ediacariano). Sistemas de veios e deslizamentos interestratais de natureza extensional permitiram interpretar uma tectônica transtrativa dextral para o rifte Macaúbas. A geometria extensional desta bacia controlou a inversão tectônica e o estilo deformacional impresso nas rochas do embasamento e da cobertura a leste da borda de falha principal. Foram caracterizadas zonas de cisalhamento reversas de médio a alto ângulo no embasamento, com trajetória curva definindo uma saliência irrotacional. Estruturas compressionais N-S a transpressionais sinistrais ocorrem sobre a cobertura na zona apical da saliência. Os resultados obtidos mostraram que a deformação na porção oriental da região é marcada em parte pelo envolvimento do embasamento na deformação da cobertura. A oeste da borda de falha do rifte Macaúbas ocorre apenas uma deformação thin-skinned, com descolamento sobre o embasamento cratônico.Item Análise temporal do ambiente alimentar comunitário de uma metrópole brasileira.(2020) Justiniano, Irene Carolina Sousa; Pessoa, Milene Cristine; Menezes, Mariana Carvalho de; Pessoa, Milene Cristine; Menezes, Mariana Carvalho de; Mendes, Larissa Loures; Meireles, Adriana LúciaO ambiente alimentar é caracterizado pela disponibilidade dos tipos de lojas de alimentos, acessibilidade e circunstâncias de aquisição e consumo, podendo ser influenciado por fatores ambientais, políticos, sociais, individuais e demográficos. Destacam-se aqui as características do ambiente comunitário, como a disponibilidade e o tipo de estabelecimentos comerciais de alimentos, como um fator que impacta diretamente no acesso dos indivíduos a alimentos mais ou menos saudáveis. As alterações ocorridas no ambiente alimentar comunitário ao longo do tempo podem alterar o contexto do acesso e consumo alimentar. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar a mudança no perfil do ambiente alimentar comunitário, relacionado ao comércio formal de alimentos, da cidade de Belo Horizonte (MG) nos anos de 2008, 2011, 2015 e 2018. Trata-se de um estudo ecológico realizado na cidade de Belo Horizonte (MG). Para caracterizar o ambiente alimentar comunitário do comércio formal de alimentos foi desenvolvida uma base de dados geocodificados, com informações provenientes de fonte governamental relativa aos estabelecimentos de venda de alimentos segundo a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) referentes aos anos de 2008, 2011, 2015 e 2018. A partir da CNAE, os estabelecimentos de alimentos foram classificados conforme a atividade fim realizada e os alimentos predominantemente comercializados, sendo categorizados em quatro grupos (in natura e minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados). Por fim, estes estabelecimentos foram agregados como estabelecimentos saudáveis, mistos e não saudáveis baseado na metodologia proposta pelo Estudo sobre Mapeamento dos Desertos Alimentares no Brasil, de iniciativa da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Para caracterizar o ambiente alimentar comunitário do comércio formal de alimentos nos quatro períodos analisados foram realizadas análises descritivas por meio do cálculo das distribuições de frequências absolutas e relativas, média e desvio-padrão. Foi quantificada a variação do número de estabelecimentos de venda de alimentos entre os períodos analisados (absoluta e percentual) e entre o período final (2018) e inicial (2008). Indicadores de proporção e de densidade de estabelecimentos, segundo grupos, foram analisados considerando a população estimada, a população média e renda per capita por bairro do município. Para a análise da tendência do número de estabelecimentos de venda de alimentos foram utilizados modelos lineares generalizados (GLM), considerando a distribuição de Poisson. Mapas de Kernel foram construídos a fim de analisar a distribuição espacial de cada tipo de estabelecimento por área (km²) do município entre os anos avaliados. Os resultados indicam que houve um aumento de estabelecimentos não saudáveis (154%), seguido pelos mistos (51%) e pelos saudáveis (32%) durante o período avaliado, além de variação na densidade dos estabelecimentos de acordo com os quartis de renda. A proporção de estabelecimentos não saudáveis em relação aos estabelecimentos saudáveis foi maior, demonstrando que a característica do ambiente alimentar comunitário de Belo Horizonte se modificou ao longo dos anos, evidenciando um ambiente alimentar com características desfavoráveis a uma alimentação adequada e saudável.Item Angiotensina II e angiotensina 1-7 : ação anoréxica central em ratos privados de alimento.(2014) Pereira, Marcela de Marchi; Alzamora, Andréia Carvalho; Oliveira, Lisandra Brandino de; Costa, Daniela Caldeira; Cardoso, Leonardo Máximo; Alzamora, Andréia Carvalho; Oliveira, Lisandra Brandino deOs mecanismos angiotensinérgicos tem um importante papel na manutenção da homeostase, participando da regulação de vários sistemas como o sistema cardiovascular, renal, comportamentos ingestivos, dentre outros. Dentre as angiotensinas, duas merecem um destaque, a angiotensina II (ANG II) e angiotensina 1-7 (ANG 1-7) que podem exercer funções similares ou contrárias. Em relação à ingestão alimentar, estudos mostraram que a ANG II pode levar a uma redução do apetite, interferindo na atividade de mecanismos neurais envolvidos no controle central da fome/saciedade, sendo que estes estudos foram feitos principalmente em situações de ingestão basal (ingestão diária), não estimulada (privação de alimento) Todavia não se sabe se a ANG 1-7 também poderia ter algum papel no controle da ingestão alimentar. Portanto, neste trabalho foram investigados os efeitos centrais da ANG II e ANG 1-7 na ingestão de alimento induzida por privação de 24 h. Os ratos (280- 320g) foram anestesiados e submetidos a uma cirurgia encefálica para implante de cânula no ventrículo lateral (VL). 5 dias após a cirurgia encefálica, os animais foram privados de alimento, com água ad libitum, por 24 horas. Após este tempo, foram iniciados os protocolos experimentais. 15 min antes de completar as 24h, houve injeção de 1 L no VL de veículo (controle) ou da ANG II (100, 200 ou 400 ng/L) ou ANG 1-7 ng/L (100, 200 ou 400 ng/L) ou dos antagonistas: Losartana (100 nmoL/L), PD123319 (30 nmol/L) e A779 (3 nmoL/L). Sendo assim, foram realizados três protocolos diferentes (um para o estudo dos efeitos centrais da ANG II, outro para ANG 1-7 e outro para os antagonistas), cada um com quatro grupos. Em cada grupo houve administrações alternadas das diferentes concentrações de ANG II ou ANG 1-7 ou dos antagonistas e veículo (NaCl 0,9%), com intervalo de 48h entre cada experimento. Todos os experimentos foram realizados no período da tarde. ANOVA (de duas vias com ou sem medidas repetidas) e pós-teste Student Newman Keuls foram utilizados para analisar os resultados (p<0,05), sendo expresso em média ± erro padrão da média. Os resultados mostraram que ANG II 400 ng/L injetada no VL, reduziu a ingestão de alimento quando comparada ao grupo controle (4,54 ± 0,77 vs veículo: 8,08 ± 0,66 g/120 min). 5 Em relação à ingestão de água, tanto ANG II 200 quanto a de 400 ng/L aumentaram a ingestão de água (ANG II 200: 14,44 ± 2,5; ANG II 400: 17,42 ± 3,49 vs. veículo: 7,12 ± 1,18 ml/120 min). ANG 1-7 na concentração de 400 ng/L injetada icv reduziu a ingestão de alimento induzida por privação (3,68 ± 0,49 vs veículo: 7,2 ± 0,66 g/120 min) e de água (4,88 ± 1,09 vs veículo: 11,0 ± 1,01 mL/120 min). Comparando o efeito da ANG II com a ANG 1-7, ambas na concentração de 400 ng/1 L, observou-se que não houve diferença no efeito hipofágico entre estes peptídeos, porém enquanto a ANG II aumentou a ingestão de água, o tratamento com ANG 1-7 não foi diferente do controle. Enquanto losartana (100 nmoL/L, antagonista de receptor AT1 da ANG II) reduziu, PD 123319 (30 nmoL/L, antagonista de receptor AT2 da ANG II) ou A779 (3 nmoL/L, antagonista de receptor MAS da ANG 1-7) não afetaram a ingestão de alimento induzida por privação (losartana: 6,0 ± 0,22; PD 123319: 7,8 ± 0,96 ; A779: 10,3 ± 0,42 vs veículo: 8,65 ± 0,82 g/120 min). Em relação à ingestão de água, losartana e PD 123319 reduziram, e A779 não alterou, a ingestão de água (losartana: 3,37 ± 1,56; PD 123319: 3,80 ± 1,90; A779: 13,62 ± 1,30 vs veículo: 9,67 ± 1,78 mL/120 min). Os resultados sugerem um efeito hipofágico central da ANG II e ANG 1-7 em ratos privados de alimento.Item Apoio técnico e operacional à execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) : uma análise da atuação do CECANE/UFOP no estado de Minas Gerais.(2017) Marques, Luciana Araújo; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Bonomo, Élido; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Meireles, Adriana LúciaCom seis décadas de existência, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é a política pública brasileira de maior longevidade na área de segurança alimentar e nutricional, sendo considerado, em nível mundial, um dos maiores, mais abrangentes e duradouros programas na área de alimentação escolar. Em detrimento da abrangência e relevância do Programa nos cenários nacional e internacional, são ainda muito escassas as publicações científicas sobre a sua trajetória histórica, abrangência, eficiência e eficácia bem como sobre a contribuição que os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição do Escolar (CECANE’s) têm lhe propiciado. Nesta perspectiva, o presente estudo se propõe a analisar a atuação do CECANE/UFOP no estado de Minas Gerais. Para tal, foram consultados os relatórios produzidos pelo Centro Colaborador no período de 2008 a 2014 e neles identificados os municípios contemplados pelas principais ações de apoio técnico e operacional, bem como a frequência de atendimentos dos mesmos e o número de participantes por segmento social, sendo, em seguida, analisada a distribuição espacial das ações segundo as mesorregiões do estado e caracterizados os municípios a partir de indicadores socioeconômicos, de insegurança alimentar e de atendimento do PNAE. A distribuição espacial dos dados foi realizada em mapas disponibilizados no programa TabWin versão 3.6b, e a análise estatística no software Stata SE 12.0, com adoção de nível de significância de 5% em todos os testes estatísticos realizados. Foram empregadas técnicas estatísticas descritivas (frequência simples, média, mediana e desvio padrão) e inferenciais (teste Qui-quadrado, teste de Mann-Whitney e regressão de Poisson). Os resultados demonstraram associação entre a frequência de ações realizadas pelo CECANE/UFOP e variáveis socioeconômicas, de insegurança alimentar e de atendimento do PNAE. No modelo final, as seguintes variáveis apresentaram-se associadas ao quantitativo de ações realizadas pelo CECANE/UFOP: Atendimento a alunos quilombolas (p=0.017); Índice de Gini (p=0,011); Acesso a serviço de coleta de lixo (p=0,026); e Nível de prevalência de insegurança alimentar grave (p=0.000). Dentre estas, a última apresentou a maior Razão de Prevalência (RP=1.91), indicando maior quantitativo de participação em ações realizadas pelo CECANE/UFOP entre municípios com maiores níveis de insegurança alimentar grave (alto e muito alto). Os resultados demonstraram que, embora os critérios adotados pelo FNDE/MEC para a seleção dos municípios atenham-se, de uma forma geral, a questões de ordem operacional, a seleção realizada pelo CECANE/UFOP para o emprego do seu conjunto de ações contemplou os grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica e de segurança alimentar, assim como proposto pela Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN).Item Associação da inatividade física e do comportamento sedentário com a hipertensão entre egressos de universidades mineiras após seguimento de seis anos Estudo CUME.(2023) Tinoco, Sarah Beatriz Resende; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Pimenta, Adriano MarçalIntrodução: A hipertensão arterial (HA) é responsável por aproximadamente 10,4 milhões de mortes no mundo e é o fator de risco evitável mais comum para doenças cardiovasculares, além de ser o principal fator para incapacidade e mortalidade por todas as causas. Seu desenvolvimento está associado à inatividade física e ao comportamento sedentário, que são fatores de risco independentes para doenças crônicas não transmissíveis. Entretanto, são escassas pesquisas prospectivas que estudam a associação entre esses dois fatores e a HA na população brasileira. Objetivo: Analisar a prevalência de inatividade física e comportamento sedentário e sua associação com a incidência de HA em egressos de universidades mineiras. Métodos: Trata-se de um estudo com delineamento longitudinal que contou com os participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Estudo CUME). A incidência da HA foi definida quando o participante livre do diagnóstico da doença na linha de base relatou diagnóstico médico de HA, e/ou uso de medicação anti-hipertensiva, e/ou pressão arterial sistólica ≥130mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥80mmHg nos seguimentos. Foram considerados insuficientemente ativos aqueles indivíduos que praticaram menos de 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. O comportamento sedentário foi avaliado por meio do tempo total sentado, categorizado em <6h/dia e ≥6h/dia. Utilizou-se modelos de riscos proporcionais de Cox para estimar Hazards Ratio (HR) brutos e ajustados, e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: O total da amostra foi de 2.384 participantes, dentre eles 71,9% eram do sexo feminino e 83,5% tinham idade inferior a 45 anos. A maioria se autodeclarava com cor de pele branca (64,5%) e foi classificada como “sem excesso de peso” (64,6%). Após um seguimento médio de 3,28 anos, foram identificados 762 novos casos de HA. Verificou-se que dentre os participantes com 45 anos ou mais, os que apresentavam comportamento sedentário ≥6h/dia tinham, independentemente, 41% mais chances de desenvolver HA (HR: 1,41; IC 95%: 1,03-1,93). Conclusão: Observou-se associação entre o comportamento sedentário e a incidência de HA entre os participantes com 45 anos ou mais. A inatividade física e o comportamento sedentário vêm se tornando questões cada vez mais relevantes. Assim, o presente estudo faz-se importante pelo fato de avaliar longitudinalmente a associação de tais fatores com a incidência de HA, especialmente em uma população brasileira.Item Associação de componentes dietéticos com a prevalência de depressão em egressos universitários (Projeto CUME).(2020) Oliveira, Fátima Costa de; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Mendonça, Raquel de Deus; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Coelho, George Luiz Lins Machado; Bressan, JosefinaA depressão é um importante problema de saúde pública e sua associação com a nutrição tem sido amplamente discutida. Pouco se sabe a respeito do impacto do hábito alimentar brasileiro sobre a prevalência de transtornos depressivos. Evidências científicas demonstram que alimentos atuam na modulação da microbiota intestinal e da inflamação. Uma vez que estes mecanismos estão associados à depressão, espera-se que tais alimentos possam estar indiretamente associados à prevalência de depressão. Dessa forma, entender a relação entre hábitos alimentares e depressão pode auxiliar no tratamento e controle dessa enfermidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação de componentes dietéticos com a prevalência de depressão na linha de base da Coorte de Universidades Mineiras (CUME). Trata-se de estudo transversal com egressos graduados ou pós-graduados em universidades do estado de Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram utilizados dados da linha de base (março a agosto de 2016 e abril a agosto de 2018) da coorte, por meio de um questionário autopreenchido em ambiente virtual. O diagnóstico de depressão foi autorrelatado e o consumo de componentes dietéticos a serem avaliados em relação à depressão se baseou na possibilidade de ação sobre a composição da microbiota intestinal e os processos inflamatórios, sendo estes estimados por meio de um questionário de frequência de consumo alimentar. A prevalência de depressão entre os participantes foi de 12,37%. A média de idade foi maior em indivíduos com depressão. Indivíduos do sexo feminino, que fumavam, com excesso de peso, inativos fisicamente, que não consumiam bebidas alcóolicas e que possuíam situação profissional sem rotina estabelecida (do lar, desempregado e aposentado) apresentavam maior prevalência de depressão. Observou-se que uma dieta associada ao maior consumo de alimentos fonte de ômega-6, ácidos graxos trans e carboidratos simples foi associada à maior prevalência de depressão. E o maior consumo de alimentos de origem animal, proteínas totais, fontes de triptofano e a ingestão moderada de cerveja foi associado a menor prevalência da doença. Após ajustes das variáveis por estilo de vida, apenas a ingestão de cerveja (OR=0,57; IC95%:0,44-0,75) e de ômega-6 (OR=1,60; IC95%1,24-2,08) manteve associação com o desfecho. Após estratificação por IMC, a ingestão de ácidos graxos trans foi positivamente associada à depressão naqueles indivíduos com excesso de peso, no entanto este resultado não se manteve após ajustes por variáveis socioeconômicas e de estilo de vida. Sendo assim, o consumo de componentes alimentares, típicos de hábitos ocidentalizados, foram associados positivamente, e a ingestão moderada de cerveja negativamente, à prevalência de depressão.Item Associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal em universitários durante a pandemia da covid-19 (Projeto PADu-COVID).(2022) Neves, Ana Cláudia Morito; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Meireles, Adriana Lúcia; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Meireles, Adriana Lúcia; Coelho, Carolina Gomes; Molina, Maria del Carmen BisiA ansiedade se caracteriza como um transtorno mental e vem se apresentando de forma crescente na população, em especial entre os universitários, podendo afetar os hábitos alimentares e alterar o peso corporal. Durante momentos de crise, como a pandemia da covid-19, esse transtorno pode ocorrer de forma mais prevalente, devido às mudanças ocorridas de forma repentina na rotina dos indivíduos. Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal em universitários durante a pandemia da covid-19. Métodos: Foi realizado um estudo de acompanhamento longitudinal de 628 estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto. Os participantes responderam a um questionário on-line, em dois momentos, contemplando questões sociodemográficas, de estilo de vida e condições de saúde. A variável de exposição do estudo, sintomas de transtornos de ansiedade, foi obtida através da escala DASS–21 (Depression, Anxiety and Stress Scale -21) traduzida e validada para o português. Em ambos os momentos (T0 e T3), os participantes foram indagados quanto ao peso corporal (kg) e o consumo alimentar. Para a análise dos escores de alimentação foram usados equivalentes semanais para calcular o escore total da ingestão alimentar de cada momento para cada grupo de alimento, sendo que uma maior pontuação indicava melhor qualidade dos escores alimentares. A associação entre os sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal foi avaliada por meio da Equação de Estimativas Generalizadas (GEE) no software estatístico STATA versão 13.0. Resultados: Os resultados demonstram um aumento nos escores de ansiedade e no peso dos universitários, quando analisada a diferença entre o T0 e T3 do estudo. Não foi encontrada associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com os desfechos avaliados, mudança dos escores de alimentação e peso corporal dos universitários. Conclusão: Embora um pequeno aumento dos sintomas de ansiedade e do peso corporal tenha sido observado, as mudanças dos escores de alimentação e do peso corporal dos estudantes não estiveram associadas à ansiedade.Item Associação entre estado nutricional de crianças e adolescentes com a inscrição no Programa Bolsa Família, em Berilo-MG, nos anos de 2004 e 2016 : um estudo longitudinal.(2017) Paixão, Luciene Teixeira; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Amaral, Joana Ferreira do; Silva, Marcelo Eustáquio; Silva, Camilo Adalton Mariano daIntrodução. A avaliação do crescimento é um instrumento de fundamental importância visto que detecta déficits ou excessos como desnutrição e obesidade, respectivamente. Para melhorar as condições de vida, inclusive alimentação e nutrição, existem programas de âmbito social vigorando no Brasil visando incrementar a renda de familiais consideradas com baixas condições socioeconômicas, como é o caso do programa de transferência de renda, Programa Bolsa Família (PBF). Objetivo. Verificar se existe associação entre a inscrição no Programa Bolsa Família e o estado nutricional dos adolescentes que foram avaliados na fase pré-escolar em 2004 e reavaliados em 2016, residentes em Berilo-MG. Metodologia. Para a avaliação do estado nutricional antropométrico foi utilizado o índice Estatura/Idade (E/I) e Índice de Massa Corporal/Idade (IMC/I), de acordo com o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados socioeconômicos foram coletados por meio de um questionário. O teste Qui-Quadrado de homogeneidade foi utilizado para testar a afirmação de que diferentes populações têm a mesma proporção de indivíduos que são beneficiários do programa bolsa família em Berilo MG, e o modelo final foi analisado pelo método de Regressão Logística. Resultados. O PBF foi associado com renda familiar (p=0,039), situação do domicílio (p<0,001), não se associando com o estado nutricional das crianças e adolescentes do presente estudo. O indicador de estado nutricional IMC/I se associou com idade (p<0,001) em meses e anemia (p= 0,0241), e a E/I se manteve associada com faixa etária em meses das crianças (p=0,029) e situação do domicílio (p=0,007). Ao se comparar o estado nutricional das crianças nos anos de 2004 e 2016, verificou-se que a magreza diminui de 13,0% para 1,4% e a obesidade de 23,9% para 21,7%, entre os anos. Conclusão. O estado nutricional das crianças melhorou de 2004 para 2016, mas não se associou com o cadastramento no PBF. A diminuição da prevalência de magreza e obesidade no estado nutricional das crianças indicam possível melhoria nas condições de vida da população. São necessários mais investimentos em pesquisas que avaliem o impacto do PBF e de outros programas e ações sobre o estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil.Item Associação entre leucócitos, proteína C reativa e componentes da síndrome metabólica em adolescentes.(Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Cruz, Larissa Leandro da; Freitas, Renata Nascimento de; Volp, Ana Carolina PinheiroA obesidade, um grave problema de saúde pública, em todo o mundo, vem atingindo as variadas faixas etárias, inclusive a pediátrica. O distúrbio é associado a um conjunto de doenças, tais como hipertensão arterial, dislipidemia aterogênica e diabetes mellitus do tipo 2, que compõem a Síndrome Metabólica (SM). A presença de SM na idade pediátrica, em decorrência dos múltiplos fatores de risco cardiovascular que a compõem, está associada a um maior risco de manifestações prematuras no adulto. Recentemente vários estudos têm apresentado evidências de que além do estresse metabólico (caracterizado por anormalidades no metabolismo de lipídios e de glicose), o estresse inflamatório constitui importante mecanismo patogênico da SM. No entanto poucos estudos têm explorado esta relação em adolescentes. Em vista disso, este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a prevalência dos componentes da SM e sua associação com a proteína C reativa (PCR) e leucócitos em adolescentes de 11 a 15 anos de idade, matriculados em escolas privadas e públicas do município de Alegre, Espírito Santo. Dos voluntários do estudo foram obtidos os seguintes dados: idade, sexo, peso, altura (para cálculo do índice de massa corporal, circunferência da cintura, percentual de gordura corporal), hemograma completo (série branca e série vermelha), lipidograma, glicemia de jejum, insulinemia, PCR e pressão arterial. Para caracterizar a SM foram utilizados os pontos de corte e os fatores de risco preconizados pela I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A amostra foi composta por 524 adolescentes, sendo 247 do gênero masculino e 277 do gênero feminino. A idade média foi 13 anos. O excesso de peso estava presente em 29,6% dos adolescentes e 25,7% apresentavam circunferência da cintura aumentada. Na avaliação bioquímica, 27,2% dos adolescentes apresentavam-se com hipercolesterolemia, 21,8% com hipertrigliceridemia, 49,5% com concentrações diminuídas de colesterol HDL, 18,7% com colesterol LDL elevado, 14,2% com hiperglicemia, 15,1% com hiperinsulinemia e 12,0% dos adolescentes com concentrações de PCR consideradas de alto risco. Adolescentes com maiores concentrações de triacilgliceróis, circunferência da cintura e percentual de gordura corporal apresentaram maiores médias para as populações de leucócitos e linfócitos. A presença da SM foi verificada em 16%, a resistência à insulina em 12,9% e mais de 49% dos adolescentes apresentaram pelo menos 2 componentes da SM. A hipertensão foi observada em 6,5%. Foi encontrada uma associação positiva significativa entre concentrações de PCR e pressão arterial sistólica, glicose e colesterol HDL, independentemente da idade, da composição corporal e do IMC. A única variável associada significativamente aos leucócitos foi o percentual de gordura corporal. Conclui-se que a população estudada apresenta alta prevalência de fatores de risco clássicos para as doenças cardiovasculares, para o diabetes do tipo 2 e para a Síndrome Metabólica.Item Associação entre o consumo de polifenóis e hipertensão arterial sistêmica em participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Projeto CUME).(2020) Coletro, Hillary Nascimento; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Mendonça, Raquel de Deus; Meireles, Adriana Lúcia; Pimenta, Adriano MarçalIntrodução e objetivo: As doenças cardiovasculares (DCV) foram as principais causas de óbito no mundo no período de 2000 a 2012, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. As DCV têm como principal fator de risco a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que afeta mais de 40% dos adultos no mundo e é a principal causa global para morte ou invalidez. Estudos epidemiológicos mostraram associações entre consumo de polifenóis, metabólitos das plantas que atuam como fator de proteção em processos inflamatórios, e a redução de risco de DCV. No entanto, pouco se sabe se o consumo de polifenóis pode reduzir o risco de hipertensão, especificamente. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar a associação entre o consumo de polifenóis da dieta e a prevalência e incidência de HAS, e variação da pressão arterial (PA), em participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Projeto CUME). Metodologia: A amostra foi composta por 4130 graduados e pós-graduados entre os anos de 1994 e 2017 em cinco universidades públicas de Minas Gerais na linha de base e 1799 indivíduos no primeiro seguimento (2 anos) que responderam a um questionário online contemplando questões socioeconômicas e demográficas, de estilo de vida e condições de saúde. O consumo alimentar, foi avaliado utilizando um Questionário de Frequência de Consumo Alimentar e a derivação da ingestão de polifenóis por meio do banco de dados Phenol Explorer. O consumo de polifenóis foi categorizado em quintis para as análises. A variável dependente do presente estudo, presença de HAS, foi estabelecida com base na declaração do participante de ter tido diagnóstico médico da doença, uso de medicamentos anti-hipertensivos ou valores de pressão arterial sistólica ≥ 140mmHg ou pressão arterial diastólica ≥ 90mmHg. A variação da pressão foi calculada subtraindo os valores da PA dos anos de 2016 e 2018 e classificando-as como diminuição ou aumento da PA durante o seguimento. As associações entre o consumo de polifenóis totais, suas classes e subclasses com a HAS foi avaliada por meio de Regressão Logística (OR) para análises transversais e Regressão de Cox (HR) para as longitudinais. Resultados: A prevalência de hipertensão foi associada ao sexo masculino, idade ≥ 40 anos, ter pós-graduação, ter formação em cursos que não da área da saúde, situação profissional relacionada à presença de renda, inatividade física, excesso de peso, ter história familiar de HAS, de acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto agudo do miocárdio (IAM), e renda individual e familiar de dez salários mínimos ou mais, sendo que para incidência de HAS a associação ocorreu para renda familiar entre cinco e dez salários mínimos e renda individual de dez salários mínimos ou mais, parar ou diminuir o hábito de fumar e parar ou diminuir o uso de sal de adição. Café, oleaginosas (amendoim, nozes e castanhas) e leguminosas (feijão e lentilha) foram os alimentos que mais contribuíram para o consumo total de polifenóis. O consumo de flavonóis no segundo e quinto quintil (OR: 0,63; IC95%: 0,46 - 0,87 e OR: 0,68; IC95%: 0,50 - 0,93) e ácidos fenólicos (OR: 0,72; IC95%: 0,51 - 1,00) foi inversamente associado à prevalência de HAS na amostra. Após dois anos de seguimento, os indivíduos no terceiro quintil de consumo de estilbenos tiveram 58% menos risco de ter hipertensão (HR: 0,42; IC95% 0,18 - 0,98) em comparação com o primeiro quintil. Ao analisar a diferença de pressão arterial durante o seguimento, observou-se que indivíduos no quarto quintil de lignanas possuíam 42% menos de chances (OR: 0,58; IC95% 0,35 – 0,96) e os no segundo quintil de antocianinas tinham 40% menos de chances de terem a PAD aumentada (OR: 0,60; IC95% 0,36 – 0,97) em comparação com indivíduos que consomem no primeiro quintil. Conclusão: O consumo de flavonóis, ácidos fenólicos e estilbenos, mas não de polifenóis totais, possui relação inversa com a prevalência e a incidência de hipertensão arterial sistêmica em adultos.Item Associação entre o polimorfismo ACTN3-R577X, status de sarcopenia e desempenho físico de indivíduos com 50 anos ou mais, pré e pós treinamento de força.(2021) Silva, Ana Carolina da; Coelho, Daniel Barbosa; Cruz, Izinara Rosse da; Coelho, Daniel Barbosa; Cruz, Izinara Rosse da; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Ferreira Júnior, João BatistaA sarcopenia, doença de etiologia multifatorial, é caracterizada pela perda de massa e força musculares em idosos. Recentemente o fator genético tem sido atribuído como contribuinte para variação na massa magra. O gene ACTN3 codifica a proteína α-actinina-3 presente nas fibras musculares do tipo II, e se relaciona diretamente com a força e massa muscular. O polimorfismo ACTN3-R577X altera a expressão desta proteína, e tem sido relacionado à uma queda mais rápida de força e função musculares. A partir disso, o objetivo deste estudo é verificar, através de uma análise descritiva, seguida de um estudo longitudinal, a associação entre o polimorfismo ACTN3-R577X, o status de sarcopenia de adultos de meia idade e idosos, e sua resposta ao TF progressivo de longa duração. O estudo contou com a participação de 144 indivíduos. Não foi encontrada associação entre os genótipos e o status de sarcopenia. Em relação aos testes de força e desempenho, de maneira transversal, apenas a FPP diferiu significativamente entre indivíduos RR: 25,33 (10,00 - 46,67) kgf e XX: 19,32 (9,53 - 30,67) kgf; (p<0,05). Após 12 semanas de TF foram comparados dois grupos, intervenção (n=39) e controle (n=32). Foi constatada uma diferença em relação a alteração do status de sarcopenia que, no grupo intervenção retrocedeu ou permaneceu favorável para maioria dos participantes, independentemente do perfil genético apresentado. Após 24 semanas, o efeito do treinamento sobre o status de sarcopenia continuou perceptível, porém, assim como no período anterior, não foi observado efeito do genótipo ou de sua interação com o tempo de treinamento. Após 36 semanas foi encontrado efeito do genótipo sobre o %GCT, sugerindo que indivíduos XX tem pior composição corporal que indivíduos RR. A partir destes achados é possível concluir que não há associação do perfil genético para o polimorfismo ACTN3-R577X com o status de sarcopenia, mas sim com o fenótipo de baixa força muscular. Ainda, concluímos que o TF realizado de maneira progressiva e de longa duração beneficia adultos de meia idade e idosos, revertendo ou retardando o desenvolvimento de sarcopenia, independentemente do genótipo apresentado.Item A associação entre uma dieta com alto teor de carboidratos refinados e a resposta inflamatória pulmonar em camundongos expostos à fumaça de cigarro.(2016) Pena, Karina Braga; Bezerra, Frank Silva; Bezerra, Frank Silva; Isoldi, Mauro César; Costa, Daniela CaldeiraA obesidade é uma doença de etiologia multifatorial com influências genéticas, sociais e ambientais. A prevalência mundial desta doença tem aumentado, uma vez que está associada com outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Assim como a Obesidade, o Tabagismo é um problema de saúde pública mundial e fator de risco para muitas doenças. O presente estudo objetivou avaliar os efeitos de uma dieta com alto teor de carboidratos refinados e a resposta inflamatória pulmonar em camundongos C57BL/6 expostos à fumaça de cigarro (FC). Utilizou-se 24 camundongos, machos, divididos em 4 grupos: grupo controle (GC) que recebeu dieta padrão; grupo exposto à fumaça de cigarro (GFC); grupo que recebeu uma dieta com alto teor de carboidratos refinados (GCR); e grupo que recebeu uma dieta com alto teor de carboidratos refinados e foi exposto à fumaça de cigarro (GCRFC). Os animais foram controlados em relação à ingestão alimentar e o ganho de massa corporal durante 12 semanas. Após este período, os animais dos GFC e GCRFC foram expostos à FC por 5 dias consecutivos. Ao término do protocolo experimental, todos os animais foram eutanasiados para as análises posteriores. Os resultados mostraram que o GCR apresentou maior consumo calórico comparado ao GC. A massa corporal aumentou no GCR comparado aos GC e GFC, e aumentou no GCRFC comparado GFC. Os níveis plasmáticos de glicose em jejum aumentaram no GCR comparado ao GC. Os valores de eritrócito aumentaram no GFC comparado aos GC e GCR. Os valores de hematócrito e hemoglobina aumentaram no GFC comparado aos GC, GCR e GCRFC. A dieta não alterou os parâmetros bioquímicos de colesterol total, triglicérides, aspartato aminostransferase (AST) e creatinina nos grupos experimentais. No entanto, os níveis de alanina aminostransferase (ALT) diminuíram no GCRFC comparado ao GC, os níveis de fosfatase alcalina aumentaram no GCR comparado ao GFC e GCRFC; e os níveis de ureia diminuíram nos GFC, GCR e GCRFC comparados ao GC. Observou-se aumento de células inflamatórias no lavado broncoalveolar (LBA) do GFC comparado ao GC e do GCRFC comparado aos GC, GFC e GCR. Em relação as citocinas, houve diminuição no homogeneizado pulmonar do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) no GCRFC comparado ao GFC e GCR, diminuição de interferon gama (IFN-γ) no GCR e GCRFC comparados ao GC, e diminuição de interleucina 10 (IL-10) no GCRFC comparado ao GC. Além disso, houve aumento no LBA de TNF-α no GCRFC comparado aos GC, GFC e GCR, aumento de IFN-γ no GCRFC comparado ao GFC, e aumento de IL-10 no GCRFC comparado ao GC e GCR. A densidade de volume alveolar (Vva) aumentou no GFC e GCRFC comparados aos GC e GCR, e a densidade de volume de septo alveolar (Vvsa) diminuiu no GFC comparado aos GC, GCR e GCRFC, e diminuiu no GCRFC comparado aos GC e GCR. A dieta aumentou o índice de adiposidade corporal (IAC) no GCR comparado aos GC, GFC e GCRFC. A concentração de leptina plasmática aumentou nos GCR e GCRFC comparados ao GC. A peroxidação lipídica aumentou no GCRFC comparado aos GC, GFC e GCR. Além disso, a oxidação de proteínas aumentou no GFC comparado ao GC. As análises do estresse oxidativo demonstraram aumento da superóxido dismutase (SOD) no GCRFC comparado aos GC, GFC e GCR, aumento da atividade de catalase (CAT) no GCRFC comparado ao GC. Em adição, houve diminuição da razão de glutationa reduzida por glutationa oxidada (GSH/GSSG) nos GFC, GCR e GCRFC comparados ao GC. Portanto, a administração da dieta alterou os parâmetros biométricos, bioquímicos e a associação com a exposição à FC potencializou a inflamação e o estresse oxidativo pulmonar.Item Atividade anti-quorum sensing de extratos de grumixama (Eugenia brasiliensis) e pitanga (Eugenia uniflora l.).(2015) Rodrigues, Adeline Conceição; Pinto, Uelinton ManoelMuitas bactérias regulam a expressão gênica em resposta a sinais difusíveis produzidos de forma dependente da densidade celular, em um processo denominado quorum sensing. Esse processo ocorre por meio da produção, liberação e detecção de moléculas sinalizadoras. Os fenótipos regulados pelo quorum sensing estão envolvidos nos processos de virulência, esporulação, motilidade, produção de enzimas, bioluminescência, produção de pigmentos, entre outros. A interrupção de qualquer das etapas do sistema quorum sensing pode provocar consequências prejudiciais à virulência bacteriana. Alguns trabalhos evidenciam que extratos à base de plantas apresentam ação anti-quorum sensing, com possíveis aplicações no controle de infecções. Grumixama (Eugenia brasiliensis) e pitanga (Eugenia uniflora L.) são frutas da família das mirtáceas, nativas do Brasil, ricas em compostos fenólicos e apresentam atividade antioxidante e antimicrobiana. Foi objetivo do estudo detectar a atividade anti-quorum sensing dos extratos bruto e fenólico obtidos das frutas grumixama e pitanga em concentrações que não inibem o crescimento microbiano. Os compostos fenólicos das polpas foram extraídos e purificados utilizando extração em fase sólida (mini-coluna C18) e quantificados por espectrofotometria. A atividade anti-quorum sensing dos extratos bruto e fenólico foi avaliada empregando diferentes bactérias e a detecção de diferentes fenótipos. Chromobacterium violaceum foi avaliado pelo ensaio qualitativo de difusão em ágar e pelo teste de quantificação da inibição da produção de violaceína. Em Aeromonas hydrophila e Serratia marcescens foram avaliadas a motilidade tipo swarming e swimming e em C. violaceum, S. marcescens, A. hydrophila e Escherichia coli foi avaliada a formação de biofilme. Os extratos de ambas as frutas apresentaram inibição significativa na produção de violaceína por C. violaceum. Houve também inibição da motilidade bacteriana do tipo swarming e swimming em A. hydrophila e S. marcescens. Os extratos de ambas as frutas aumentaram a formação de biofilme em C. violaceum, A. hydrophila, S. marcescens e E. coli. Esses resultados indicam que os extratos bruto e fenólico de grumixama e pitanga apresentam atividade anti-quorum sensing sugerindo potenciais aplicabilidades nas indústrias alimentícia e farmacêutica, inibindo fenótipos regulados pelo quorum sensing.Item Atividade antioxidante e anti-inflamatória de extratos vegetais com potencial fitoterápico.(2021) Peixoto, Thainá Gomes; Silva, Fernanda Guimarães Drummond e; Queiroz, Karina Barbosa de; Silva, Fernanda Guimarães Drummond e; Queiroz, Karina Barbosa de; Pessato, Tássia Batista; Souza, Melina Oliveira de; Moraes, Erica AguiarA obesidade é acompanhada de inflamação sistêmica crônica de baixo grau e estresse oxidativo, estando associada ao desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O aumento de espécies reativas de oxigênio (ERO), somado a outras modificações sofridas pelos adipócitos, estimula as citocinas pró-inflamatórias via fator nuclear kappa B (NF-kB), principal via de transcrição de diversos genes inflamatórios. É de grande interesse que terapias coadjuvantes eficazes contra o estresse oxidativo e a inflamação associados à obesidade, como a identificação de compostos naturais capazes de aumentar o poder antioxidante e anti-inflamatório do organismo, sejam estudados. Objetivou-se estudar e comparar os efeitos protetores de fitoterápicos, podendo contribuir com informações sobre o potencial de ação dessas espécies em relação a capacidade antioxidante in vitro e anti-inflamatória em cultura de células das espécies Curcubita moschata (CMO e CMV), Juniperus chinensis (JC), Peucedanum ostruthium (PO), Pinellia ternata (PTO e PTV) Breit., Rubus coreanus (RC), Rubus chingii Hu (RCH), Solanum tuberosum (STV e ST) e Viola mandshurica (VM). A atividade antioxidante foi determinada pelo teor de substâncias redutoras totais do reagente Folin-Ciocalteau, método FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) e ORAC (Oxygen radical absorbance capacity). A atividade anti-inflamatória foi avaliada por meio da produção de óxido nítrico (NO), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina 10 (IL-10), induzida por lipopolissacarídeo (LPS) em células de macrófagos de murinos RAW 264.7. A produção de NO foi avaliada por meio do teste do reagente de Griess, e IL-10 e TNF-α por kit ELISA. Os extratos PTO, RCH, RC, PTV e VM obtiveram as maiores capacidades redutoras e as maiores capacidades antioxidantes pelo método FRAP, sendo PTO o maior valor FRAP. O extrato RCH apresentou o maior valor ORAC, seguida pela RC e VM. Dessa forma, é provável que o extrato PTO possua como mecanismo preferencial para atuação como antioxidante a doação de elétrons. O extrato RCH, RC e VM parecem atuar como antioxidante por doação de elétrons e transferência de íons hidrogênio. Todos os extratos apresentaram atividade anti-inflamatória, seja pela redução da produção de citocinas pró-inflamatórias, NO e TNF-α, e/ou pelo aumento da citocina anti- inflamatória, IL-10. Os extratos RC e JC diminuíram a produção de NO em todas as concentrações estudadas, de forma dose-dependente, com reduções de até 68,63% e 64,91%, respectivamente, em relação a amostra não tratada. Da mesma forma, o tratamento com a PTO resultou no aumento, de forma dose depende, em até 6x da IL-10, em relação a amostra não tratada.Osfitoterápicos em questão apresentam atividade antioxidante e anti-inflamatória, com especial destaque ao extrato de Rubus coreanus, que uniu os dois efeitos aqui objetivados.Item Atividade antioxidante, antimicrobiana e anti-quorum sensing de extratos fenólicos de acerola (Malpighia emarginata) e morango silvestre (Rubus rosaefolius).(2015) Oliveira, Brígida D’Ávila; Pinto, Uelinton Manoel; Pinto, Uelinton Manoel; Cunha, Luciana Rodrigues da; Taylor, Jason GuyEstudos clínicos e epidemiológicos têm associado o consumo regular de frutas e hortaliças com a redução do risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis, sendo este efeito atribuído, em parte, à presença de compostos fenólicos. Os compostos fenólicos são metabólitos secundários das plantas, constituídos por anéis aromáticos contendo um ou mais grupos hidroxila, que apresentam diversos efeitos biológicos benéficos, incluindo a atividade antioxidante eantimicrobiana. Estudos tem mostrado que estes compostos também podem inibir a comunicação bacteriana dependente da densidade celular, denominada de quorum sensing. Este trabalho teve como objetivos determinar o efeito antioxidante, antimicrobianoe de inibição do quorum sensing dosextratos fenólicosde acerola (Malpighia emarginata) e morango silvestre (Rubus rosaefolius). Os compostos fenólicos das polpasforamextraídos e purificados utilizando extração em fase sólida e quantificados por espectrofotometria, pelo método de Folin-Ciocalteu. A atividade antioxidante dos extratos foi determinada pelos ensaios in vitro DPPH e ABTS. A atividade antimicrobiana foi avaliada pelo teste de difusão em placas, e o efeito bacteriostático e/ou bactericida também foi avaliado por meio da determinação da concentração inibitória mínima (MIC). O extrato fenólico foi testado contra as bactérias Gram negativas Aeromonas hydrophila, Escherichia coli, Hafnia alvei, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas fluorescens e Salmonella spp,e as bactérias Gram positivas Bacillus cereus, Listeria monocytogenes e Staphylococcusaureus, sendo todas de grande relevância por serem responsáveis por grande parte dos surtos de origem alimentar ou deterioração dos alimentos. A inibição do quórum sensing foi avaliada pelos teste qualitativo e quantitativo de inibição da produção de violaceína em Chromobacterium violaceum, pelo efeito inibitório sobre amotilidadedo tipo swarming em A. Hydrophila e Serratia marcescense pela determinação da inibição da formação de biofilme poressas mesmas bactérias. O conteúdo de compostos fenólicos encontrados foi 5848,74 mg AGE/L para acerola e no morango silvestre foi 5902,89 mg AGE/L. Os resultados encontrados para a atividade antioxidante pelo método DPPH foram 120,8 μM trolox/g de fruta para o extrato fenólico do morango silvestre e 112,02μMtrolox/g de frutapara o extrato fenólico da acerola. Já para o teste ABTS, foram encontrados 162,40 μM trolox/g de fruta para o extrato fenólico do morango silvestre e 127,18 μM trolox/g de fruta para o extrato fenólico da acerola. Ambos os ensaios confirmaram a maior atividade antioxidante do morango silvestre. Quanto aos resultados para atividade antimicrobiana, o extrato fenólico do morango silvestre inibiu todas as bactérias avaliadas, enquanto que o extrato da acerola não apresentou inibição pelo ensaio de difusão em placas. As MICs encontradas para o extrato fenólico do morango variaram entre 421,63 mg AGE/L e 1475 mg AGE/L, de acordo com cada bactéria avaliada, já para a acerola os valores variaram de 487,39 mg AGE/L a 1462,18 mg AGE/L.Os resultadosdainibição do quorum sensing revelaram que a produção deviolaceínafoi drasticamente reduzida pelo efeito deambos os extratos, além de haver inibição da motilidade e formação de biofilme nas estirpes avaliadas. Os extratos fenólicos dos frutos avaliados apresentaram atividade antioxidante, possivelmente devido aos compostos fenólicos. Além disso, a inibição do crescimento e comunicação microbianas pelos extratos também pode estar relacionada a presença dos compostos fenólicos dos frutos. Os resultados indicam que os extratos fenólicos das frutas avaliadas poderão servir de base para futuras aplicações na indústria farmacêutica e alimentícia, seja como inibidores do crescimento microbiano ou como inibidores de fenótipos regulados pelo quorum sensing, além do potencial antioxidante dos mesmos.Item Atividade física e fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos: Projeto Bambui.(Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Santana, Jaqueline de Oliveira; Peixoto, Sérgio William VianaAs doenças cardiovasculares (DCV) foram e continuam a ser, apesar de sua diminuição, a principal causa de morte no Brasil, se configurando como uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, afetando países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O presente estudo objetivou explorar a associação entre o gasto energético em atividades físicas (AF) e sua associação com os componentes do escore de risco de Framingham entre os idosos do Projeto Bambuí. Trata-se de um estudo de delineamento seccional, incluindo 1473 (91,7% dos participantes) idosos residentes na cidade de Bambuí (MG). A variável dependente foi o nível de AF, estimado pelo cálculo da taxa de equivalentes metabólicos (MET-minuto/semana). As seguintes variáveis exploratórias foram consideradas: idade, sexo, colesterol total e fração HDL, pressão arterial sistólica e diastólica, tabagismo e glicemia de jejum/diabetes. A estimativa da força das associações entre o gasto energético expresso em tercis e as variáveis exploratórias foi baseada em razões de prevalência (RP) estimadas pelo modelo logístico ordinal, e respectivos intervalos de confiança (95%). Entre homens idosos, associações significativas e negativas foram observadas para as variáveis idade, tabagismo atual e diabetes. O nível de colesterol HDL apresentou associação significativa e positiva com o gasto energético. Os valores de pressão arterial sistólica, diastólica e colesterol total não apresentaram associação significativa. Entre as mulheres idosas, foi observada uma associação significativa negativa entre gasto energético e as variáveis idade e diabetes. O nível de colesterol HDL apresentou associação significativa e positiva. Tabagismo atual, assim como os valores de pressão arterial sistólica, diastólica e colesterol total não apresentaram associação significativa com tercil de gasto energético nessa população. Em ambos os sexos, foi observada uma associação significativa e negativa entre o tercil de gasto energético e o risco cardiovascular de Framingham. Os resultados sugerem que o gasto energético expendido em AF possa reduzir o risco cardiovascular entre idosos de ambos os sexos, o que fala a favor da adoção de um estilo de vida fisicamente ativo, além de ser um fator importante para avaliar o perfil de risco cardiovascular dessa população.