NUPEB - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas
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Item Abordagens moleculares e proteômicas para a caracterização de leveduras resistentes ao manganês II.(2019) Ruas, France Anne Dias; Cota, Renata Guerra de Sá; Cota, Renata Guerra de Sá; Santiago, Aníbal da Fonseca; Silva, Breno de Mello; Rúbio, Karina Taciana Santos; Borges, Marcia HelenaA poluição do meio ambiente pelo metal pesado manganês (Mn) tem aumentado, já que é um subproduto industrial, especialmente de minerações. Estratégias biotecnológicas promissoras para descontaminação têm sido desenvolvidas. A biorremediação, é uma delas, emprega microrganismos, por exemplo, leveduras. O objetivo principal deste estudo foi caracterizar isolados de leveduras quanto aos mecanismos de resistência e capacidade de remoção do íon Mn2+ e descrever como estas respondem ao estresse ambiental alterando seu padrão de expressão proteica. Três leveduras foram isoladas de água proveniente de uma mina de rejeito de mineração, localizada no Quadrilátero Ferrífero-MG e identificadas como Meyerozyma guilliermondii, Meyerozyma caribbica e Rhodotorula mucilaginosa utilizando análise bioquímica, por Auxanograma e filogenética, baseadas no 16S rDNA. A avaliação da capacidade dos isolados removerem íons Mn+2 demonstrou que ambos os gêneros estudados são resistentes ao metal, sendo que a presença de excesso de Mn não interferiu negativamente no crescimento. As Meyerozyma sp. removeram 100% do Mn2+ por processo de biossorção e as Rhodotorula sp. 10%, provavelmente por oxidação. A menor capacidade de remoção do último gênero em relação ao primeiro não o torna menos importante, uma vez que apresenta tolerância e capacidade de remoção a concentrações elevadas de Mn2+ quando comparado a outros. O primeiro relato do proteoma solúvel total e diferencial induzidos por Mn+2 do gênero Meyerozyma sp., bem como das interações proteínaproteína foi realizado a partir da técnica shotgun/bottom-up, em que extratos protéicos de M. guilliermondii contendo as frações solúveis foram obtidos após crescimento nas condições ausência e presença de MnSO4 (0,91 mM). Os peptídeos trípticos foram analisados por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massa (LC-MS/MS), seguida de análises de bioinformática. No proteoma um total de 1257 proteínas foi identificado, sendo que a análise qualitativa demonstrou que dessas 117 eram exclusivas da condição ausência e 69 expressas unicamente na presença de Mn2+ . A análise quantitativa apresentou 71 proteínas upregulated induzidas pelo excesso de Mn2+, em que foram identificados sete enriquecimentos funcionais e 43 vias metabólicas. A maioria das proteínas anotadas na condição presença de Mn2+ está relacionada à atividade de oxidoredutases, resposta ao estresse oxidativo, atividades metabólicas, reparo de DNA e remodelação da expressão de genes. Diante do exposto é possível concluir que as três espécies são tolerantes a alta concentração de Mn2+, a importância compreensão dos processos celulares e dos mecanismos regulatórios moleculares, pois eles permitem o conhecimento dos mecanismos de defesa que minimizam o impacto do metal através da expressão de proteínas antioxidantes, por exemplo, permitindo o ajuste na resposta de defesa associados à tolerância do Mn2+ . Esse conhecimento permitirá estudos futuros e a exploração do potencial biotecnológico em futuros processos de biorremediação.Item Açaí (Euterpe oleracea Mart.) : efeitos sobre a modulação do sistema glutationa, do perfil de genes do estresse do retículo endoplasmático e do metabolismo de fase I em ratas intoxicadas com paracetamol.(2019) Viana, Ana Maria Fernandes; Pedrosa, Maria Lúcia; Pedrosa, Maria Lúcia; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Esteves, Elizabethe Adriana; Maldonado, Izabel Regina dos Santos CostaO paracetamol é um antipirético e analgésico que em doses terapêuticas é metabolizado por enzimas de fase I e II, originando conjugados de glicuronídeo e de sulfato, com reduzida formação de NAPQI que é detoxificado pela glutationa e excretado. Em overdose de paracetamol ocorre produção aumentada de NAPQI que é responsável por danos celulares. O açaí (Euterpe oleracea Mart.), reconhecido pelas suas características fitoquímicas e pelos seus efeitos anti-inflamatório e antioxidante, pode apresentar efeito hepatoprotetor para overdose com paracetamol. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do pré-tratamento com açaí sobre fatores envolvidos nos danos hepáticos desencadeados pelo paracetamol. Ratas Fischer (40) foram distribuídas nos grupos: controle (C), açaí (A), paracetamol (P), paracetamol + açaí (PA) e paracetamol + acetilcisteína (PNac). Água, açaí filtrado (3 g de açaí filtrado/Kg) e acetilcisteína (140 mg de acetilcisteína/Kg) foram administrados por gavagem durante 7 dias. No sétimo dia de experimento os grupos P, PA e PNac receberam 835 mg de paracetamol/Kg e os demais receberam água filtrada. Após a intoxicação, as ratas foram submetidas ao jejum por 12 h e eutanasiadas. O grupo P apresentou, além da degeneração hidrópica, aumento de esteatose microvesicular, número de células inflamatórias e danos oxidativos no fígado. Além disso, foram observadas redução da concentração de glutationa total, menor expressão gênica de CYP1A2 e CYP2E1, e aumento da expressão gênica de GADD34 e CHOP, genes envolvidos no estresse do retículo endoplasmático. O pré-tratamento com açaí modulou o sistema glutationa e recuperou a concentração de glutationa total, aumentou a expressão de genes CYP1A2 e CYP2E1 envolvidos no metabolismo de paracetamol e diminuiu a expressão de GADD34 e CHOP, com aumento da expressão de eIF2α e ATF4, genes que favorecem a resposta antioxidante, reduzem a tradução de novas proteínas e inibem a apoptose. O perfil histológico do grupo PA foi semelhante ao grupo P exceto por apresentar diminuição do número de células, indicando redução das células inflamatórias no fígado. Esses resultados indicam que o açaí atua sobre diferentes mecanismos, sugerindo seu potencial terapêutico para amenizar os danos provocados pelo paracetamol.Item Ação direta da aldosterona em cardiomiócitos de rato.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Araújo, Carolina Morais; Isoldi, Mauro CésarMuitos estudos têm abordado a via conhecida como não genômica da aldosterona. Estes trabalhos mostram um grande número de atividades fisiológicas desse hormônio, que não envolvem o mecanismo clássico para receptores MR, no qual, ocorre a translocação do complexo hormônio-receptor ao núcleo. Ensaios realizados em culturas primárias de cardiomiócitos de ratos, na presença do inibidor do receptor MR, demonstraram aumento de AMPc e Ca2+ nas células tratadas com aldosterona quando comparados ao seus respectivos controles. O AMPc demonstrou ser modulado também pela presença do Ca2+ intracelular, uma vez que seus níveis decaíram em relação ao controle quando as células foram tratadas com BAPTA-AM (quelante de Ca2+ intracelular). O Ca+2 liberado nesta via provavelmente ativa uma adenilil ciclase sensível ao Ca2+ (AC1 é uma isoforma expressa conhecida nesta linhagem celular) elevando os níveis de AMPc. Os referidos dados também apontam para a ativação de PKC, que diretamente estaria fosforilando ERK5. Outros trabalhos existentes na literatura relataram essa possibilidade apontando como autora uma PKC do tipo ε. Ativação de ERK5 já foi descrita como um dos passos necessários para induzir a célula à hipertrofia. Tais resultados demonstram também, pela primeira vez, a participação da mAKAP no processo hipertrófico gerado pela aldosterona, assim como de um possível “cross talking” entre seus diferentes receptores.Item Ação do antioxidante tempol na hipertensão em ratos com resistência à insulina induzida por frutose e alimentados com dieta rica em sal.(2013) Amaral, Waleska Cláudia Dornas; Silva, Marcelo EustáquioA frutose é um açúcar altamente lipogênico que tem efeitos metabólicos drásticos no fígado e está associado a muitos componentes da síndrome metabólica. No entanto, não se sabe se a hiperinsulinemia desencadeada por frutose dietética, que sensibiliza a pressão sanguínea para a ingestão de sal, causa ou não hipertensão sustentada e se o estresse oxidativo contribui para a regulação da pressão arterial em tais condições. Assim, nesse estudo foi inicialmente avaliado o efeito da dieta com elevado teor de sal em ratos alimentados com suplementação de frutose na água e, em sequência, foi testado se radical superóxido contribui para a elevação da pressão sanguínea nesse modelo. Glicemia e trigliceridemia de jejum foram maiores em ratos alimentados com frutose do que em ratos controle, enquanto que o fígado também diferiu nesses animais, produzindo esteatose. Ratos alimentados com frutose sob dieta rica em sal, reduziram sensibilidade à insulina desenvolvendo hiperinsulinemia, o que levou a aumento dos níveis de sódio sérico. Somado a isso, observou-se peroxidação lipídica com diminuição do nível de defesas antioxidantes verificado pela menor atividade das enzimas superóxido dismutase, catalase e diminuição da razão glutationa reduzida/oxidada no fígado. Especificamente, tratamento com frutose não causou uma direta ação hipertensiva, enquanto sobrecarga de sal elevou significativamente pressão arterial sistólica. A magnitude da hipertensão foi associada ao consumo de sal. Porém, ratos tratados associadamente com alto teor de frutose e de sal, mesmo consumindo menos sal que o grupo tratado apenas com sal, apresentaram níveis pressóricos semelhantes de aumento de pressão, podendo-se atribuir um papel contributivo para a frutose na elevação da pressão arterial. Por outro lado, administração do antioxidante tempol, um mimético da superóxido dismutase que é a maior enzima envolvida na remoção do radical superóxido, preveniu o progressivo aumento da resposta pressórica encontrada para ratos alimentados com alto teor de frutose e sal relacionado à melhora de desordem metabólica. Dessa forma, pode-se considerar que o estresse oxidativo contribuiu para as alterações na pressão arterial sistêmica, indicando a participação do radical livre de oxigênio, superóxido, na manutenção da pressão sanguínea no modelo desenvolvido.Item Ação do bezafibrato, um agonista de PPAR-α, sobre a hipercolesterolemia induzida por dieta e excesso de ferro, em hamsteres.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Oliveira, Marcos Rodrigo de; Pedrosa, Maria LúciaO ferro é essencial para o metabolismo celular e respiração aeróbica por atuar como cofator de diversas proteínas. Entretanto, em concentração elevada pode levar à toxicidade celular e lesão oxidativa dos componentes celulares devido ao seu envolvimento na formação de radicais livres. O presente estudo foi delineado para avaliar os efeitos do bezafibrato sobre a homeostase de lipídios séricos e enzimas relacionadas às defesas antioxidantes e à função hepática em hamsteres hipercolesterolêmicos e com excesso de ferro. Quarenta e cinco Hamsteres Golden Syrian machos, foram divididos em cinco grupos com nove animais cada (de acordo com a dieta recebida, bezafibrato e injeções de ferro dextran intraperitoniais): grupo C recebeu dieta controle; grupo H recebeu dieta hipercolesterolemiante; grupo HFE recebeu dieta hipercolesterolemiante e injeções de ferro dextran (25 mg via intraperitoneal divididas em cinco doses); grupo HFI recebeu dieta hipercolesterolemiante mais bezafibrato na dieta (0,5%); grupo HFEFI recebeu dieta hipercolesterolemiante mais ferro dextran e bezafibrato na dieta. As injeções de ferro dextran foram administradas diariamente a partir do 28o dia de experimento, contendo 5mg de ferro na forma de dextran durante 5 dias. Os animais dos grupos HFI e HFEFI receberam o bezafibrato a partir do 42o dia de experimento. Após 60 dias de experimento os animais foram anestesiados e sacrificados, os parâmetros bioquímicos e estresse oxidativo foram determinados. Os resultados foram analisados pela ANOVA, análise univariada, complementada pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Observou-se que o ferro potencializou o efeito hipercolesterolêmico da dieta, uma vez que os animais dos grupos que receberam excesso de ferro apresentaram valores de colesterol 43% superiores aos demais grupos. O ferro interferiu no metabolismo do colesterol, elevando principalmente na fração HDL (em cerca de 217% do grupo H comparado ao grupo HFE) e o bezafibrato reverteu parcialmente os efeitos provocados pelo ferro. O bezafibrato provocou o aumento de cerca de 7 vezes na atividade da aspartato aminotransferase (AST) e na presença de ferro esse efeito foi reduzido. O excesso de ferro reduziu a atividade de paraoxonase (PON), quando o paraoxon foi utilizado como substrato (45,46 ± 6,75 e 37,99 ± 3,34 U/mL para os grupos H e HFE, respectivamente). O bezafibrato reduziu a atividade da PON, quando tanto o paraoxon quanto o fenilacetato foram usados como substratos e estes efeitos foram parcialmente revertidos pelo ferro. Os resultados do presente trabalho mostraram que, em hamsteres, o ferro interfere no metabolismo do colesterol, principalmente na fração HDL e essa interferência pode envolver, direta ou indiretamente, a via de sinalização de receptores ativados de proliferação dos peroxisomos α (PPAR-α), posto que o bezafibrato reverteu parcialmente os efeitos provocados pelo ferro.Item Adenosine production via CD39/CD73 pathway promotes Leishmania amazonensis survival in macrophages.(2014) Bajracharya, Bijay; Afonso, Luís Carlos CroccoA leishmaniose cutânea (CL), causada por L. amazonensis, é caracterizada por uma intensa imuno- supressão e multiplicação descontrolada do parasito em modelos experimentais e é geralmente grave em humanos, variando desde a forma cutânea até a cutâneo-difusa. Não existem mecanismos precisos conhecidos sobre como L. amazonensis modula a resposta imunológica para que os macrófagos (MФ) infectados com L. amazonensis se tornem refratários à ativação por células T efetoras. Aqui, nós investigamos o possível mecanismo regulador que Leishmania provavelmente pode induzir em MФ residentes durante a interação precoce, de modo a impedir ativação das células. Neste estudo, analisou-se a expressão de CD39 e CD73, por citometria de fluxo, em MФ peritoneais murinos infectados com promastigotas metacíclicas de L. amazonensis e também a porcentagem dessas células que expressam a CD39 e CD73 foi avaliada. Nossos resultados mostraram que em 72hrs inativos os MФ tiveram baixa expressão de CD73. Curiosamente, no entanto, ao contrário de MФ tratados com LPS os infectados com L. amazonensis expressaram altos níveis de CD73. Esta informação foi posteriormente validada pelos resultados de estudos no contexto ex-vivo que mostrou igualmente que MФ infectados são predominantemente CD73+. Quando as atividades enzimáticas de CD39 e CD73 foram bloqueadas, tal como pelo uso de DIDS e MAD αβ, tanto a infecção quanto o número de amastigotas diminuiu significativamente após 48 horas de incubação. Da mesma forma, a inibição dos receptores de adenosina A2a e A2b de ZM241385 e MRS1754 também apresentou os mesmos efeitos sobre a sobrevivência do parasito e infectividade. Em estudo posterior, em busca de um possível papel da HIF- 1α na infecção por Leishmania, investigamos os efeitos da FM19G11, inibidor do HIF- 1α, na expressão de CD39 e CD73, bem como na infecção parasitária . Observou-se que, apesar de HIF - 1α poder influenciar na sobrevivência do parasito, os seus efeitos sobre a expressão de CD39 e CD73 não eram visíveis. Também foi avaliada, por PCR em tempo real, a expressão de receptores de adenosina em populações infectadas, nas quais não se observou nenhuma mudança significativa na expressão após 24 horas de infecção. Além disso, também foi avaliada a produção de citocinas, tais como TNF- α e IL-10 a partir da produção de NO nos grupos tratados. Surpreendentemente, não houve variação nos níveis destes mediadores, sugerindo a existência de outros mecanismos independentes da mediação por citocina para produção de Óxido Nítrico, tais como a produção de ROS ou efeitos leishmanacidas independentes do triptofano. Concluindo, nossos dados mostram que a infecção por L. amazonensis regula a expressão CD73 durante 24 horas de infecção e sua sobrevivência depende de atividades enzimáticas, bem como de receptores A2a e A2b.Item Adição de polpa de açaí (Euterpe oleracea Martius) à dieta hipercolesterolemiante modifica a expressão de genes hepáticos do metabolismo de colesterol e o perfil de adipocinas séricas em ratos.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Souza, Melina Oliveira de; Pedrosa, Maria LúciaO fruto do açaí (Euterpe oleracea Martius) ganhou popularidade no Brasil, Estados Unidos e outros países sendo considerado como um “superalimento”. Sua polpa vem sendo estudada em nosso e outros laboratórios, e suas atividades funcionais confirmadas. Visando ampliar o conhecimento sobre seus mecanismos de ação, o objetivo do presente trabalho foi investigar o efeito da polpa de açaí sobre fatores envolvidos na homeostase do colesterol hepático e sobre a concentração de adipocinas em ratos com hipercolesterolemia induzida por dieta. Ratos Fischer (fêmeas) foram divididos em quatro grupos de 8 animais de acordo com o tratamento recebido. O grupo C recebeu dieta padrão AIN-93M (4% óleo de soja), o grupo H recebeu dieta hipercolesterolemiante (25% de óleo de soja e 1% de colesterol), o grupo CA recebeu a mesma dieta padrão suplementada com 2% da polpa de açaí e o grupo HA recebeu a mesma dieta hipercolesterolemiante suplementada com 2% da polpa de açaí. Ao final de cinquenta e seis dias, os animais foram anestesiados e o sangue foi coletado para a determinação do perfil lipídico e concentração de adipocinas. Após eutanásia, o fígado foi removido para determinação da expressão gênica. O grupo HA apresentou uma melhora significativa do perfil lipídico sérico, com redução do colesterol total, das lipoproteínas aterogênicas e do índice aterogênico, comparado os animais do grupo H. A polpa de açaí não afetou a expressão gênica da enzima CYP7A1 mas, por outro lado, promoveu um aumento significativo na expressão hepática dos genes dos transportadores ABCG5 e ABCG8 nos animais hipercolesterolêmicos. ABCG5 e ABCG8 formam um heterodímero funcional que promove a secreção hepatobiliar do colesterol. Além disso, o grupo HA apresentou aumento na expressão gênica hepática do receptor de LDL, proteína responsável pela captação da lipoproteína LDL plasmática, e na concentração de colesterol eliminado no conteúdo fecal. Com relação as adipocinas, a polpa de açaí reduziu os níveis séricos de leptina e aumentou o de adiponectina nos animais hipercolesterolêmicos. A concentração sérica de TNF- não apresentou diferença estatística entre os quatro grupos experimentais. Nossos resultados sugerem que o consumo da polpa de açaí melhora o perfil lipídico sérico de ratos hipercolesterolêmicos por modular a expressão de proteínas chaves do metabolismo hepático do colesterol e regula a concentração sérica de adipocinas, indicando ter este fruto um importante valor na prevenção das doenças cardiovasculares.Item Administração intra-hipocampal de guanosina previne alterações comportamentais e fisiológicas em ratos Wistar submetidos ao modelo de estresse agudo por contenção.(2022) David, Camila Vieira Chagas; Almeida, Roberto Farina de; Almeida, Roberto Farina de; Oses, Jean Pierre; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim deO transtorno depressivo maior (TDM) é considerado um grave problema de saúde pública, afetando, atualmente cerca de 322 milhões de pessoas no mundo. Evidências dos últimos anos têm associado o impacto desse transtorno sobre os processos estruturais e funcionais que ocorrem no encéfalo. Dentre as alterações amplamente citadas na literatura evidencia-se a diminuição de volume hipocampal, com significativa atrofia neuronal. Recentes estudos indicam que drogas capazes de modular a neurotransmissão glutamatérgica apresentam a capacidade de estimular fatores tróficos cerebrais e/ou vias de sinalização relacionadas com a síntese de proteínas (e como consequência ativar mecanismos de sinaptogênese e/ou neurogênese) e por conseguinte provocar um efeito antidepressivo. Neste contexto, sugere-se que a guanosina (GUO) um nucleosídeo pertencente ao sistema purinérgico, exerce suas ações através da modulação do sistema glutamatérgico. No presente estudo, demonstramos pela primeira vez que uma administração intra- hipocampal de GUO (5nmol) foi capaz de exercer um efeito profilático nas alterações induzidas pelo modelo de TDM do estresse agudo por contenção (ARS). Observamos que ratos Wistar submetidos ao modelo de depressão do ARS e tratados com solução salina (ARS/Sal) apresentaram um aumento da temperatura corporal máxima e da variação de temperatura corporal (temperatura pós-estresse menos a temperatura basal) seguido de um prejuízo na performance de reconhecimento de objetos de longa duração. Por outro lado, o tratamento com GUO intra-hipocampal preveniu a alteração da temperatura máxima e o prejuízo na memória de reconhecimento induzidos pelo ARS.Item Agaricus brasiliensis (Cogumelo do Sol) : caracterização química e efeitos sobre o perfil de genes relacionados à homeostase do colesterol em ratos.(2015) Miranda, Aline Mayrink de; Pedrosa, Maria Lúcia; Silva, Marcelo Eustáquio; Bezerra, Frank Silva; Costa, Daniela Caldeira; Sousa, Raimundo Vicente de; Gouveia, Maria do Carmo; Pedrosa, Maria LúciaO Agaricus brasiliensis (Cogumelo do Sol) tem sido considerado uma importante fonte de compostos bioativos com potenciais benefícios à saúde. Diversas espécies de cogumelos têm sido relacionadas ao controle da hiperlipidemia. Contudo, os efeitos medicinais destes cogumelos são, muitas vezes, promovidos sem evidências científicas. No caso específico deste cogumelo, pouco se conhece sobre os seus mecanismos de ação em sistemas biológicos. Nesta perspectiva, e mediante o interesse que os cogumelos vêm despertando junto à comunidade científica e à população como um todo, o presente estudo refere-se ao Agaricus brasiliensis, popularmente conhecido como Cogumelo do Sol. Para tanto, após caracterização química e análise da atividade antioxidante e do potencial em inibir a atividade da HMG-CoA redutase in vitro do Agaricus brasiliensis, a proposta deste estudo foi investigar se a presença deste cogumelo na dieta afetaria a expressão de genes envolvidos no metabolismo do colesterol em modelo de hipercolesterolemia induzida pela dieta. Os resultados mostraram que o consumo deste cogumelo promoveu um significativo efeito hipocolesterolemiante, reduzindo o colesterol total e as frações aterogênicas do colesterol (LDL + VLDL). Para elucidar o mecanismo molecular envolvido neste efeito, analisamos o efeito do Agaricus brasiliensis sobre a expressão de fatores de transcrição (SREBP-2, LXR e PPAR), HMG-CoA redutase e Colesterol 7 hidroxilase (CYP7A1), dos transportadores ABCG5/G8 e dos receptores de LDL e o SR-BI, todos relacionados ao metabolismo do colesterol. Análise histológica do tecido hepático utilizando a coloração por Hematoxilina e Eosina também foi realizada. Para o ensaio biológico, foram utilizados 24 ratos Fischer (fêmeas), distribuídos em quatro grupos (6 animais/grupo): grupo C recebeu dieta padrão AIN-93M (4% óleo de soja); grupo H recebeu dieta hipercolesterolemiante (25% de óleo de soja e 1% de colesterol); grupo HS (recebeu dieta hipercolesterolemiante acrescida de Sinvastatina, macerado do comprimido, na concentração de 0,008%) e grupo HAb (recebeu dieta hipercolesterolemiante suplementada com 1% de Agaricus brasiliensis). Dieta e água foram oferecidas ad libitum aos animais durante todo período experimental. Após 8 semanas de experimentação, os animais foram anestesiados e eutanasiados. Amostras de sangue e o tecido hepático foram coletados para as análises bioquímicas, para a histopatologia e para a expressão gênica. Os dados foram avaliados através da análise de variância univariada (One-way ANOVA). A dieta hipercolesterolemiante, assim como sua suplementação com a Sinvastatina, promoveram uma redução significativa na expressão da HMG-CoA redutase. Por outro lado, a adição do cogumelo não alterou a expressão desta enzima. Um aumento foi observado na expressão de PPARα e da CYP7A1. Além disso, os animais do grupo HAb apresentaram um aumento na expressão hepática do receptor de LDL, proteína responsável pela captação do colesterol LDL plasmático. Do mesmo modo, um aumento expressivo nos níveis do receptor SR-BI, um importante receptor envolvido no transporte reverso de colesterol, foi observado no grupo que recebeu a dieta hipercolesterolemiante acrescida do Agaricus brasiliensis. Contudo, essas alterações foram seguidas por uma significativa alteração no perfil hepático dos animais. Nossos resultados sugerem que o consumo do Agaricus brasiliensis melhora o perfil lipídico sérico de ratas hipercolesterolêmicas por modular a expressão de genes e fatores de transcrição chaves do metabolismo hepático do colesterol, favorecendo o clearance deste metabólito.Item Alfabetização/educação científica no município de Salinas MG : estudo voltado para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar e derivados.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Siqueira, Lázaro Gonçalves; Moreira, Leandro Marcio; Franco, Marco Antônio MeloA alfabetização/educação científica envolvendo a realidade contribui para melhor compreensão de conceitos científicos na Cadeia Produtiva de Cana-de-açúcar e Derivados (CPCD), bem como para a disseminação destes conhecimentos. Com base nesta perspectiva foram aplicadas ferramentas lúdicas e atividades experimentais na educação básica e profissional de nível médio do município de Salinas, com o objetivo de analisarmos como favorecem o aprendizado de conceitos científicos, das disciplinas do ensino fundamental e médio, ligados à CPCD. Com uma pesquisa qualitativa com observação participante. Como resultado foi observado que o uso destas ferramentas de aporte pedagógico favoreceu não apenas o aprendizado, mas também a relação professor-aluno e a integração entre os grupos de aprendizado. O envolvimento com os jogos contribuiu para a formação de atitudes sociais favorecendo o respeito mútuo, cooperação, obediência a regras, senso de responsabilidade e justiça. O desenvolvimento destas atividades permitiu ainda diminuir as dificuldades relacionadas à falta de motivação docente e desinteresse dos discentes, já que estes passaram a ser mais questionadores, melhorando a relação docente-discente. Os resultados denotam “aparente quebra de paradigma” envolvendo o estudo científico da CPCD, destacando a cachaça como produto desta cadeia na região de Salinas. Finalmente, e corroborando o que a literatura tem descrito, os jogos e experimentações merecem um espaço e um tempo maior na prática pedagógica cotidiana dos professores, como ferramenta facilitadora do processo ensino-aprendizagem, utilizada em um tema focal contextualizado.Item Alta sintomatologia depressiva reduz as reações emocionais diante de estímulos de interação social.(2022) Lacerda, Kíssyla Christine Duarte; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Meireles, Adriana Lúcia; Volchan, Eliane; David, Isabel de Paula Antunes; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto CoelhoAs interações sociais são inerentes a nossa espécie e representaram fator crucial para a evolução humana. Ainda hoje a sociabilidade tem impacto na a saúde física e mental, onde o sentimento de solidão é fator de risco para o desenvolvimento de doenças tanto físicas quanto mentais, dentre elas, destaca-se o transtorno depressivo. Já é elucidado que indivíduos depressivos apresentam expressões faciais distintas de indivíduos não depressivos. Uma vez que as expressões faciais representam um fator determinante para que as interações sociais se estabeleçam, estas diferenças podem estar relacionadas com o alto nível de solidão presente na população depressiva. Além disso, indivíduos depressivos exibem atividade muscular facial distinta ao visualizarem fotografias com diferentes níveis de valência e ativação emocional, entretanto, ainda não existem investigações utilizando estímulos pareados para a valência e ativação. Dessa forma, este trabalho se propõe a investigar se fotos com pistas de interação social, pareadas para valência e ativação, modulam as reações emocionais em indivíduos com sintomas depressivos e em indivíduos saudáveis, e se a re-exposição das imagens após um período de 10 semanas (TEMPO 2) permaneceria exercendo os mesmos efeitos observados na primeira exposição (TEMPO 1), caso estes efeitos ocorressem. A amostra foi composta por 85 individuos, divididos de acordo com seus escores no Inventário de Depressão de Beck. Voluntários com pontuação superior a 21 pontos foram incluídos no grupo depressivo (n=16) e os demais alocados no grupo saudável (n=69). Os participantes tiveram seus níveis de depressão, solidão, ansiedade, empatia e toque social avaliados por meio de escalas. Em seguida, visualizaram três blocos de imagens (28 imagens cada), contendo imagens neutras (objetos), afiliativas (pessoas realizando interação social direta) e controles (pessoas não realizando interação social direta). A atividade eletromiográfica do músculo zigomático maior (ZIG) e corrugador do supercílio (COR) foi coletada durante todo o período de visualização dos blocos. Após cada bloco de imagens, os voluntários responderam a escala de estado afiliativo e escala de comportamento altruísta. Todas as análises foram repetidas após um período de 10 semanas. No TEMPO 1, em indivíduos saudáveis, as imagens afiliativas aumentaram a atividade ZIG e os escores nas escalas de expectativa de aproximação e altruísmo, e reduziram a atividade do COR em comparação com as imagens neutras e controle. Entretanto, estes efeitos não foram observados em indivíduos depressivos. No TEMPO 2, as imagens afiliativas permaneceram exercendo modulação sobre o ZIG e sobre a expectativa de aproximação no grupo saudável, porém sem efeitos sobre o COR. Novamente, as fotos afiliativas não provocaram nenhum efeito nos indivíduos depressivos. Podemos concluir que indivíduos depressivos são hiporresponsivos às pistas de interação social, refletindo em baixa expressividade facial, sociabilidade e altruísmo. Além disso, a reexposição de imagens com interação social permanece exercendo seus efeitos sobre a resposta emocional de indivíduos saudáveis após 10 semanas, porém sem efeitos nos depressivos. Este trabalho nos indica que a depressão leva a responsividade emocional reduzida diante do contexto de interação social, o que pode impactar consideravelmente as interações sociais de indivíduos depressivos e o curso de desenvolvimento do transtorno.Item Alteração natural do padrão de susceptibilidade ao benznidazol em populações de Trypanosoma cruzi mantidas na fase aguda ou crônica da infecção em diferentes modelos experimentais.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto, 2006) Caldas, Sérgio; Bahia, Maria TerezinhaNeste trabalho foi investigada a influência da manutenção do Trypanosoma cruzi na fase crônica ou aguda da infecção, em diferentes hospedeiros vertebrados, em relação às características biológicas do parasito. Para isso, camundongos Swiss foram inoculados com cinco isolados do T. cruzi (Be-62A e B, e Be-78C, D e E) obtidos de diferentes cães chagásicos crônicos infectados com as cepas parentais Be-62 e Be-78, ambas 100% sensíveis ao benznidazol (Bz). Após a determinação da susceptibilidade ao Bz numa primeira passagem sangüínea em camundongos (PSC), as populações do T. cruzi foram mantidas em sucessivas PSCs (na ausência de tratamento específico). O objetivo foi investigar se este tipo de manutenção induziria novas alterações no nível de resistência ao Bz, bem como em outros parâmetros biológicos: períodos pré-patente e patente, níveis de parasitemia, perfil da curva de parasitemia e taxa de mortalidade. Os experimentos foram realizados a cada cinco ou 10 PSCs utilizando-se grupos de 16 camundongos (10 animais para o grupo tratado, e seis para o grupo controle). A cura parasitológica foi determinada através do exame de sangue a fresco, antes e após imunossupressão com ciclofosfamida, hemocultura, sorologia (ELISA) e PCR. Os resultados demonstraram a indução natural de resistência ao Bz em populações do T. cruzi. Os isolados Be-62A e Be-62B apresentaram após uma 1 a PSC 50% e 60% de resistência ao Bz, respectivamente. Os isolados Be-78C, Be-78D e Be-78E apresentaram, respectivamente, 90%, 70% e 90% de resistência ao Bz, sob as mesmas condições. Por outro lado, novas alterações no fenótipo de susceptibilidade ao fármaco foram observadas durante a manutenção dessas populações em PSCs (durante a infecção aguda). Duas tendências foram observadas: (1) Estabilidade no grau de resistência ao Bz nas populações Be-62A (50 a 40% em 60 PSCs), Be-62B (60 a 80% em 60 PSCs) e Be-78C (90 a 90% em 60 PSCs); e (2) Redução no grau de resistência ao Bz nas populações Be-78 D (70 a 20% em 60 PSCs) e Be-78E (90 a 10% em 60 PSCs). Os outros parâmetros biológicos, avaliados em camundongos, também apresentaram alterações. De um modo geral os isolados mostraram-se menos virulentos do que as cepas parentais ao permanecerem nos cães chagásicos crônicos. Entretanto, a virulência aumentou quando eles foram mantidos em PSCs. Estes resultados estão de acordo com a hipótese de que a forma de manutenção do T. cruzi, infecções de longa duração ou passagens sangüíneas sucessivas durante a fase aguda da infecção, pode influenciar a expressão fenotípica de susceptibilidade ao Bz, bem como a virulência de uma população do parasito.Item Alterações de parâmetros cardiovasculares e envolvimento dos receptores AT2 na CVLM sobre a pressão arterial, induzidas por atividade física de baixa intensidade em ratos com hipertensão renovascular.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Rodrigues, Míriam Carmo; Alzamora, Andréia CarvalhoA atividade física de baixa intensidade tem sido utilizada como tratamento coadjuvante e não farmacológico da hipertensão arterial. O bulbo ventrolateral caudal (CVLM) atua promovendo inibição sobre a área ventrolateral rostral (RVLM). Na hipertensão parece haver uma inabilidade dos neurônios da CVLM em contrabalancear o aumento da atividade pressora intrínseca dos neurônios da RVLM. O modelo experimental de hipertensão renovascular 2R1C caracteriza-se por apresentar altos níveis de renina e angiotenisna II (Ang II). Neste estudo avaliamos o envolvimento do sistema renina angiotensina (SRA) no controle da pressão arterial (PA), na sensibilidade da bradicardia reflexa e a reatividade dos neurônios da CVLM para Ang II (100 nL de uma solução 380 µM) e para o antagonista específico de receptor de Ang II, AT2, PD123319 (100 nL de uma solução 678 µM) em ratos sedentários ou ativos normotensos e com hipertensão renovascular (2R1C). Ratos Fisher (150 a 200 g) foram anestesiados com cetamina (50 mg/ kg. ip) e xilazina (5 mg/ kg, ip) para produção da hipertensão 2R1C ou fictícia (Sham) e foram separados em dois grupos, sedentários e submetidos à atividade física aeróbica de baixa intensidade (natação) por quatro semanas com 1 hora de duração, 5 dias na semana. A PA foi mensurada durante as quatro semanas de treino tanto nos animais ativos como nos sedentários através do método de pletismografia de cauda. 30 dias após as cirurgias, os animais 2R1C e Sham (sedentários e ativos) foram anestesiados com uretana (1,2 g/ kg, ip), posicionados em aparelho estereotáxico para exposição do bulbo e instrumentados para registro da pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC). A sensibilidade da bradicardia reflexa foi avaliada através da injeção (i.v.) de fenilefrina. Ao final dos experimentos os animais eram sacrificados por decaptação e coletados cérebro, rins, coração e músculos. Uma parte destes órgãos era pesada (peso seco corrigido pela massa corpórea do animal) e outra parte era enviada para análise histológica. Os valores de PA avaliados por pletismografia de cauda mostraram que a PA dos ratos 2R1C sedentários (105 ± 2 mmHg, n=11) e 2R1C ativos (118 ± 4 mmHg, n=17) foram significativamente superiores aos dos animais Sham sedentários (93 ± 3 mmHg, n=12) já na primeira semana após a realização das cirurgias (2R1C e Sham) e também durante a segunda e terceira semanas seguintes. Na quarta semana após a realização das cirurgias os valores de PA dos animais hipertensos sedentários (153 ± 6 mmHg, n=11) e ativos (129 ± 4 mmHg, n=17) foram superiores aos apresentados pelos animais Sham sedentários (103 ± 3 mmHg, n=12). Porém, no grupo 2R1C ocorreu uma redução significativa entre os valores de PA no grupo ativo quando comparados aos animais hipertensos sedentários. 8 O percentual de redução do rim clipado foi semelhante entre os ratos 2R1C sedentários (-27 ± 7 %, n=5) e os ratos 2R1C ativos (-39 ± 9 %, n=8) e maiores em relação aos animais Sham. A análise histológica das estruturas renais do rim esquerdo (clipado) mostra que as alterações patológicas como esclerose glomerular e inflamação presentes no grupo Sham sedentário foram reduzidas no grupo Sham ativo. Já os ratos 2R1C ativos apresentaram congestão, degeneração tubular focal, fibrose, inflamação e dilatação tubular, reduzidos em relação ao grupo 2R1C sedentários. Com relação à análise histológica do rim direito (não-clipado), no grupo Sham ativo, foi observada redução da congestão, esclerose glomerular e inflamação e um aumento da degeneração tubular focal e dilatação tubular quando comparado com os animais do grupo Sham sedentário. De forma semelhante, no grupo 2R1C ativo houve aumento da degeneração tubular focal, esclerose glomerular e inflamação e redução na congestão e fibrose quando comparamos com os animais do grupo 2R1C sedentários. O peso seco do coração dos animais dos grupos 2R1C (sedentário e ativo) e Sham ativo foram estatisticamente similares e maiores do que o peso seco do coração dos animais Sham sedentários. Porém, foi observado um aumento significativo do peso seco dos ventrículos nos animais 2R1C sedentários e ativos que não ocorreu nos ratos Sham ativos. A análise histológica das estruturas cardíacas mostrou uma redução na degeneração dos cardiomiócitos e um espessamento excêntrico da parede ventricular nos ratos Sham ativos quando comparados com os animais Sham sedentários. No grupo 2R1C ativo foi observada uma redução no espessamento da parede ventricular e vascular e uma redução na fibrose e um aumento na degeneração e inflamação ventricular focal em comparação aos ratos 2R1C sedentários. Os ratos 2R1C sedentários apresentaram ingestão aumentada de água até a quarta semanas após a cirurgia, sendo que atividade física reduziu esta ingestão na quarta semana da cirurgia (2R1C ativos). Já, os animais do grupo Sham ativo apresentaram ingestão aumentada de água somente durante a primeira e segunda semanas de natação. Os níveis séricos de uréia foram significativamente maiores nos animais ativos (Sham e 2R1C). A PAM basal dos ratos 2R1C sedentários (161 ± 13,5 mmHg; n=5) foi significativamente maior que a PAM basal dos ratos Sham sedentários (105 ± 4,3 mmHg; n=6). O exercício físico reduziu significativamente a PAM no grupo 2R1C ativo (127 ± 6 mmHg; n=7) sendo que estes valores foram estatisticamente diferentes da PAM basal dos ratos 2R1C sedentários e Sham (sedentários e ativos). Os valores basais de FC não foram significativamente diferentes no grupo Sham ativo em comparação aos ratos Sham sedentários (400 ± 13 bpm; n=6). Contudo, no grupo 2R1C ativo, a FC basal (375 ± 8 bpm; n=7) foi significativamente menor que a FC basal no grupo 2R1C sedentário (407 ± 12 bpm; n=5). A bradicardia reflexa nos ratos 2R1C sedentários foi significativamente menor em comparação aos ratos Sham sedentários (0,36 ± 0,07 ms/ mmHg, n=6). Não houve diferença significativa na bradicardia reflexa nos ratos Sham (ativos ou sedentários). Ao contrário, no grupo 2R1C ativo houve um aumento significativo na bradicardia reflexa (0,2 ± 0,03 ms/ mmHg, n=7) em comparação aos ratos 2R1C sedentários (0,09 ± 0,03 ms/ mmHg; n=5). A sensibilidade barorreflexa no grupo 2R1C ativo foi similar ao grupo Sham ativo (0,33 ± 0,03 ms/ mmHg, n=7). A Ang II microinjetada na CVLM induziu uma diminuição significativa da PAM nos grupos 2R1C similar à observada no grupo Sham (-13 ± 1 mmHg, n=6; ratos sedentários e - 13 ± 2 mmHg, n=7; ratos ativos). Surpreendentemente, o antagonista de receptores AT2 para Ang II, PD123319, na CVLM produziu efeito hipotensor nos ratos 2R1C sedentários (- 10 ± 1 mmHg) significativamente diferentes em comparação a microinjeçãos de salina (-5 ± 1 mmHg, n=5). De forma diferente, em ratos 2R1C ativos o efeito depressor do PD123319 na CVLM foi similar ao observado após microinjeção de salina. No grupo Sham (sedentário e ativo) o efeito hipotensor produzido pelo PD123319 na CVLM foi similar ao efeito produzido pela salina. O efeito hipotensor da Ang II na CVLM foi bloqueado pela microinjeção do PD123319 na CVLM em todos os grupos. Os resultados de nosso estudo mostram que a atividade física aeróbica de baixa intensidade provoca uma diminuição na PAM basal, restaura a bradicardia barorreflexa e não altera a responsividade à Ang II na CVLM em ratos com hipertensão 2R1C. Nossos dados, por outro lado, mostram alterações na responsividade do receptor AT2 na CVLM que parecem estar envolvidas nos efeitos cardiovasculares da atividade física de baixa intensidade e importantes vias do SRA que podem participar na homeostase cardiovascular e na adaptação do exercício físico sobre a hipertensão renovascular.Item Alterações eritropoéticas e leucopoéticas na Leishmaniose visceral canina.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Abreu, Raquel Trópia de; Reis, Alexandre BarbosaA medula óssea é considerada um importante reservatório de parasitos em cães infectados por Leishmania chagasi. Poucos trabalhos na literatura relatam o processo da gênese celular na medula óssea na Leishmaniose Visceral Canina (LVC) em diferentes fomas clínicas. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações na leucopoese e eritropoese bem como investigar a carga parasitária em aspirados de medula óssea de cães naturalmente infectados por L. chagasi apresentando diferentes formas clínicas e padrões distintos de densidade parasitária na medula óssea. Dessa forma, filmes de medula óssea corados por Giemsa foram avaliados considerando três grupos clínicos: assintomático (CA, n=50), oligossintomático (CO, n=44) e sintomático (CS, n=65) comparados com cães não-infectados (CNI, n=28). A densidade parasitária foi avaliada na medula óssea e os resultados expressos como “Leishman Donovan Units” (LDU), e classificados em tercis como baixo (BP, n=51), médio (MP, n=51) ou alto (AP, n=48) parasitismo. Em um segundo grupo de 48 cães (CA, n=10; CO, n= 9; CS, n= 12; CNI, n= 17) o mielograma e hemograma completo foram realizados para investigar a associação entre a celularidade da medula óssea e do sangue periférico. Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas em relação à eritropoese considerando proeritroblastos, eritroblastos basófilos, policromáticos e ortocromáticos resultando em hipoplasia eritróide principalmente nos grupos CA e CS. A leucopoese apresentou algumas alterações em cães infectados. Por exemplo, células da linhagem eosinofílica mostraram uma diminuição significativa nos diferentes grupos clínicos comparado com o grupo CNI. Entretanto, células da linhagem neutrofílica mostraram alterações nos diferentes grupos clínicos, tais como um aumento significativo nos diferentes grupos clínicos. Em relação às células mononucleares, foi observado aumento de linfócitos nos grupos CO e CS quando comparado com o grupo CNI. Resultados similares foram encontrados em plasmócitos mostrando clara tendência ao aumento gradual de acordo com a gravidade da infecção. Por outro lado, monócitos tiveram significativo aumento no grupo CO comparado ao grupo CA. A contagem diferencial de células da medula óssea demonstrou um aumento na razão mielóide: eritróide (M:E) devido ao aumento de células granulocíticas nos diferentes grupos clínicos comparado com o grupo CNI. A avaliação parasitológica mostrou maiores índices de LDU em CS comparado com CA. Além disso, os dados demonstraram uma correlação positiva entre status clínico (CA,CO,CS) e densidade parasitária (BP,MP,AP). A avaliação do impacto do parasitismo na medula óssea mostrou resultados similares quando se avaliou os cães classificados em diferentes formas clínicas, tais como, hipoplasia eritróide, hipoplasia eosinofílica, proliferação de células precursoras neutrofílicas, um significativo aumento no número de linfócitos e plasmócitos, destacando o grupo de cães com alto parasitismo com resultados mais significativos. Os resultados do grupo 2 mostraram que as alterações do sangue periférico foram relacionadas às alterações da medula óssea principalmente no grupo CS. De forma interessante, o grupo CS demonstrou diminuição de células da linhagem eritropoética e eritrócitos, hemoglobina e hematócrito caracterizando anemia periférica não-regenerativa. Além disso, foram observados aumento de neutrófilos e seus precursores, diminuição de bastonetes e segmentados eosinófilos e significativo aumento de linfócitos na medula óssea associada à leucopenia com desvio à esquerda, eosinopenia, linfopenia e monocitopenia no sangue periférico. O presente estudo mostrou que a evolução clínica da LVC em cães naturalmente infectados promove claras alterações na medula óssea e no sangue periférico. A progressão da doença da forma clínica assintomática para sintomática foi acompanhada de parasitismo intenso na medula óssea. Assim, os dados analisados em conjunto permitem concluir que a avaliação desses parâmetros constitui uma ferramenta adicional bastante útil no prognóstico da leishmaniose visceral canina, bem como no diagnóstico em duas situações específicas, a saber: a) esclarecer casos com forte suspeita de LVC, porém não confirmados por sorologia, utilizando-se do mielograma; e b) orientar exames complementares para elucidar suspeita de LVC, a partir de dados clínicos e do hemograma.Item Alterações funcionais e histopatológicas induzidas pela sinvastatina na cardiopatia chagásica em modelo canino.(2014) Gonçalves, Karolina Ribeiro; Silva, André Talvani Pedrosa daA cardiopatia chagásica (CC) sustenta-se pela presença do Trypanosoma cruzi e de seus antígenos no tecido cardíaco e na circulação, induzindo uma complexa resposta inflamatória ocasionando fibrose miocárdica, além de alterações estruturais e funcionais ao órgão. Estratégias farmacológicas para amenizar a inflamação na CC e a busca de marcadores de prognóstico clínico têm se tornado focos de investigação nas últimas décadas. Nesse contexto, os inibidores da enzima HMG-CoA redutase (estatinas) tem se mostrado importantes fármacos reguladores da resposta inflamatória em modelo experimental e, em paralelo, o papel da troponina I (cTnI) na interação actina-miosina nos músculos estriados e sua liberação na corrente sanguínea também tem sido reforçado na relação direta com lesões irreversíveis às células miocárdicas, tornando a cTnI um importante marcador de lesão cardíaca. Neste trabalho, avaliou-se o papel terapêutico da Sinvastatina sobre (i) a resposta inflamatória e (ii) a função cardíaca empregando-se cães, de ambos os sexos e sem raça definida (n=5) infectados pela cepa Y do T. cruzi. Esses animais foram tratados com 20mg/dia de Sinvastatina durante 3 meses (fase aguda) e 6 meses (fase crônica recente) e parâmetros parasitológicos, bioquímicos (cTnI), histopatológicos (inflamação e fibrose), eletrocardiográficos (ECG) e funcionais (ecocardiografia) avaliados nesses respectivos tempos. Nossos dados demonstraram que a concentração sérica de cTnI em cães infectados, na fase aguda, encontrava-se elevada quando comparado ao grupo controle e aos animais tratados com Sinvastatina. Além disso, a Sinvastatina foi capaz de reduzir a fibrose e o infiltrado inflamatório no tecido cardíaco de cães infectados pelo T. cruzi, refletindo na melhoria dos parâmetros de função ventricular. Em suma, no modelo canino, que melhor mimetiza os aspectos fisiopatológicos e clínicos observados na doença de Chagas, a cTnI mostrou-se um bom marcador de lesão miocárdica em fase aguda e o tratamento diário com Sinvastatina uma promissora estratégia para estabilizar/melhorar as funções cardíacas em cães infectados pelo T. cruzi.Item Alterações hepatoesplênicas associadas à infecção por Schistosoma mansoni no modelo murino.(2012) Campos, Jonatan Marques; Borges, William de CastroA Esquistossomose é uma doença endêmica em vários países, afligindo mais de 207 milhões de pessoas no mundo. É considerada a segunda infecção parasitária mais importante em termos de saúde pública devido ao impacto socio-econômico, podendo ocasionar cerca de 200 mil mortes anualmente. A caracterização do genoma e transcriptoma do Schistosoma mansoni propiciou o emprego de técnicas na área da proteômica as quais vem permitindo maior compreensão da biologia deste parasito em todos os estágios de seu ciclo de vida. Entretanto, até o momento, poucos estudos proteômicos abordaram a relação parasito-hospedeiro. O entendimento desta relação é de fundamental importância para a proposição de novos métodos de diagnóstico, avaliação de prognóstico e tratamento da doença. O presente trabalho teve como foco a análise das alterações no proteoma solúvel de fígado e baço, utilizando o modelo murino de infecção por S. mansoni. A primeira abordagem fundamentou-se na discriminação dos estágios de fase aguda e fase crônica nos animais infectados. Após realização do exame parasitológico de fezes, avaliação das alterações hepatoesplênicas através da relação (% órgão/corpo) e histologia de fígado e baço, foi possível estabelecer que o grupo de animais com 5 semanas de infecção desenvolveu a fase aguda da esquistossomose e animais infectados por 7 semanas apresentaram a fase crônica da doença. A técnica de eletroforese bidimensional comparativa, para proteínas solúveis de fígado e baço de animais controles e infectados, demonstrou alterações nos níveis de expressão de proteínas associadas com processos e vias bioquímicas diversas, como resposta ao estresse celular, tradução, ciclo da uréia e via glicolítica. No fígado, a categoria de proteínas chaperoninas apresentou maior número de representantes com alteração de expressão dentre as quais se destacam GRP-78 (proteína reguladora de glicose 78 kDa), HSP-71 (proteína de choque térmico 71 kDa), Erp-60 (calreticulina) e PDI (proteína dissulfeto isomerase). Por outro lado, proteínas como a CPSase I (carbamoil fosfato sintetase I), albumina, indoletilamina N-metiltransferase, peroxirredoxina-6 e anidrase carbônica III apresentaram expressão diminuída no fígado em decorrência da infecção. O perfil proteômico do fígado do animal infectado correlacionou-se com a análise histológica do órgão na qual se observa uma intensa resposta imune celular. No baço, as proteínas identificadas com alteração de expressão foram calreticulina, fosfoglicerato quinase I, frutose-bifosfato aldolase A, gliceraldeído 3 fosfato desidrogenase, EF-Tu, (fator de elongamento) e aspartato aminotransferase. Em geral, as proteínas diferencialmente presentes no baço de animais infectados apresentaram aumento de expressão, sendo o perfil molecular compatível com a demanda de produção de energia e síntese proteica. Estes dois processos são altamente relevantes para o custeio da intensa proliferação celular observada no órgão. Coletivamente, os resultados obtidos demonstraram que a abordagem proteômica empregada permitiu a identificação de marcadores teciduais induzidos pela infecção por S. mansoni. Abordagens futuras permitirão estabelecer se as alterações teciduais decorrentes da infecção pelo parasito alteram significativamente o proteoma plasmático a ponto de indicar novos biomarcadores da esquistossomose.Item Alterações inflamatórias e processos displásicos do colo do útero e sua relação com o papilomavírus humano (HPV) em adolescentes e mulheres jovens.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Barreto, Roberta Grain; Carneiro, Cláudia MartinsEste trabalho teve como objetivo determinar a prevalência da infecção genital por Papilomavírus Humano (HPV) e das anormalidades citológicas cervicais em adolescentes e mulheres jovens e investigar a associação entre fatores ginecológicos e a detecção do DNA-HPV. Foram avaliadas 166 mulheres de 14 a 23 anos de idade, atendidas pelo Centro de Apoio à Saúde do Adolescente (CASA), sediado em Itabirito, Minas Gerais, caracterizando amostragem por conveniência. Todas as mulheres responderam a um questionário referente às características ginecológicas e assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. A seguir, foram submetidas a exame clínico e ginecológico. Amostras cervicais foram coletadas para a realização do exame a fresco, Gram, citologia convencional (CC) e citologia em meio líquido (CML) e para a detecção do DNAHPV através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). A qualidade dos esfregaços da CC foi melhor quando comparada à CML sendo a detecção de esfregaços normais e inflamatórios semelhante entre os dois métodos. Por outro lado, a detecção de lesões intra-epiteliais escamosas foi superior na CC. A infecção cérvico-vaginal de maior prevalência foi a vaginose bacteriana (21,7%), seguida pela candidíase (7,2%) e tricomoníase (1,8%). A prevalência do diagnóstico de lactobacilos e de Candida sp foi superior na CC. Não houve diferença entre as duas técnicas para o diagnóstico de cocos, bacilos, Gardnerella vaginalis e Trichomonas vaginalis. A concordância entre os diagnósticos microbiológicos no exame a fresco, Gram, CC e CML, tendo como padrão-ouro o Gram, variou de boa a muito boa, com alta especificidade e alto valor preditivo positivo. A sensibilidade variou de 80,5% a 100%, com exceção do diagnóstico de Candida sp realizado pela CML em que a sensibilidade foi de 61,5%. A prevalência de DNA-HPV na população estudada foi de 20,1%, sendo 16,5% associados a esfregaços normais ou inflamatórios e 3,6% associados a células escamosas atípicas de significado indeterminado e lesões intra-epiteliais escamosas de baixo grau, detectadas pela CC. A idade de início, bem como o tempo de atividade sexual e o uso de anticoncepcional foram associados à presença do DNA-HPV.Item Alterações inflamatórias induzidas pelo tratamento com Cloridrato de Amiodarona em modelo experimental da infecção pelo Trypanosoma cruzi.(2014) Salles, Beatriz Cristina Silveira; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, André Talvani Pedrosa da; Machado, Evandro Marques de Menezes; Silva, Vanessa Pinho daA doença de Chagas se desenvolve após a infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Este parasito desencadeia uma resposta imune em seu hospedeiro mamífero mediado por células, anticorpos e mediadores inflamatórios, culminando em destruição do tecido e perda funcional do órgão, a exemplificar, o coração e o trato gastrointestinal em humanos. Fármacos com o intuito de amenizar os danos funcionais cardíacos têm sido empregados na clínica médica e, nos últimos anos, também identificadas suas ações sob a resposta imune. Dentre estes fármacos, encontra-se o antiarrítmico Cloridrato de Amiodarona (CA). O objetivo deste estudo é avaliar a ação do tratamento com o CA na infecção aguda pela cepa VL-10 do T. cruzi em modelo murino. Para tal, realizou-se a infecção de camundongos C57BL/6, agrupados em (i) animais tratados com 30mg/kg de CA diariamente e (ii) animais tratados com PBS 1x + metilcelulose 0,5% (veículo). Após 30 dias de tratamento, realizou-se a necrópsia e coleta de soro e órgãos (coração, fígado e baço) para a dosagem de citocinas e avaliação do peso relativo dos órgãos, respectivamente, além de análise histológica. Observou-se redução nos níveis dos parasitas sanguíneos ao final do tratamento e redução dos níveis plasmáticos e cardíacos de TNF-α e CCL2, mas não de CCL5 e IL-10. Além disso, observou-se menor aumento do peso relativo do coração e baço associado ao tratamento com CA. Estes dados sugerem uma ação parcial do CA sobre T. cruzi e a resposta imune do hospedeiro, principalmente mediada por TNF- e CCL-2, na infecção experimental pelo T. cruzi, cepa VL-10, em animais isogênicos C57BL/6.Item Análise bioinformática de transcritos da glândula de veneno da aranha – marrom Loxosceles intermedia e construção de baculovírus recombinantes como vetores de toxinas inseticidas.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2005) Castro, Cibele Soares de; Castro, Ieso de MirandaNeste trabalho, objetivando a caracterização molecular de transcritos da glândula de veneno da aranha-marrom Loxosceles intermedia para a ampliação do banco de dados de toxinas, 268 seqüências foram agrupadas em 136 singlets e 33 consensos. Estas seqüências foram submetidas à anotação gênica para que fossem identificadas por meio de buscas de similaridade contra diferentes bancos de dados. Em seguida, foram classificadas em categorias funcionais, analisadas quanto a sua função biológica e, quando possível, modeladas por homologia para que verificássemos sua provável estrutura tridimensional. Além disso, a fim de produzir bioinseticidas de alta eficiência e especificidade, trabalhamos com toxinas de atividade letal para insetos de importância agrícola. Recentemente, a partir da purificação do veneno bruto de L. intermedia e da construção de uma biblioteca de cDNA das glândulas de veneno desta aranha, nosso grupo caracterizou toxinas com forte ação inseticida em larvas de Spodoptera frugiperda, a lagarta-do-cartucho do milho. Devido às dificuldades para se obter do veneno bruto as toxinas identificadas por biologia molecular, o uso de sistemas de expressão heterólogos torna-se necessário tanto para o estudo dos genes isolados dessas toxinas quanto para a sua obtenção em grandes quantidades. Um dos sistemas heterólogos de controle a pragas mais estudados em nível nacional e internacional é aquele que utiliza baculovírus no combate a diversas pragas agrícolas. O sistema baculovírus supera em vários aspectos os sistemas tradicionais de inseticidas químicos, sendo considerado por diversos autores como seguro ao meio ambiente e ao homem e, também, apresentando potencialmente um custo final por hectare menor do que o dos inseticidas químicos. Assim, realizamos - através da subclonagem em vetores de transferência do sistema de expressão baculovírus - a inserção dos genes das toxinas inseticidas LiTx1, LiTx2 e LiD1 (previamente identificadas a partir da glândula de veneno de L. intermedia) ao genoma do baculovírus AcMNPV. O sucesso da construção dos vírus recombinantes foi verificado após infecção de células de inseto e também por PCR. A expressão das toxinas LiTx1, LiTx2 e LiD1 foi verificada por RT-PCR, SDS-PAGE e Western Blotting. Bioensaios com os vírus recombinantes LiTx1 e LiTx2 em larvas de S. frugiperda demonstraram sua eficácia inseticida, com diminuição do tempo de vida desta lagarta, quando comparada aos vírus selvagens. Acreditamos que os baculovírus recombinantes aqui gerados poderão permitir a expressão em larga escala das toxinas LiTx1, LiTx2 e LiD1 de L. intermedia. Isso possibilitará a realização de estudos de caracterização dessas toxinas inseticidas quanto aos seus mecanismos de ação e permitirá também sua utilização como ferramentas na pesquisa básica para estudos de canais iônicos e outros processos fisiológicos.Item Análise bioquímica inicial do proteassoma em populações do Trypanosoma cruzi com diferentes fenótipos de resistência ao benzonidazol.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Leal, Tiago Ferreira; Cota, Renata Guerra de SáDiferenças na susceptibilidade ao benzonidazol (Bz) e nifurtimox (NFX) entre as populações do Trypanosoma cruzi podem explicar, pelo menos em parte, as diferenças na eficácia do tratamento da Doença de Chagas. O proteassoma tem um papel importante na degradação de proteínas normais, danificadas, mutadas, ou desnaturadas, incluindo a degradação de proteínas reguladoras das diversas vias celulares, tais como ciclo celular e apoptose e proteínas danificadas em resposta ao estresse. Este trabalho teve como objetivo geral analisar se o perfil de expressão e a taxa de proteólise intracelular dependente de proteassoma são afetados pelo fenótipo de resistência às drogas. Para isso, foram utilizadas populações de T. cruzi com o mesmo genótipo e resistência induzida in vitro (17WTS / 17LER) e in vivo (BZS / BZR), bem como diferentes genótipos, uma população susceptível (CL) e outra naturalmente resistente (Colombiana) ao benzonidazol. Inicialmente os níveis do proteassoma 20S, proteassoma símile HslV, PA700 e a PA26 foram avaliados por Western blot. Os resultados obtidos mostraram que não há efeito do fenótipo das cepas sobre a quantidade relativa tanto do proteassoma 20S, HslV, como dos seus reguladores. Posteriormente, as atividades peptidásicas do proteassoma 20S foram avaliadas utilizando-se substratos fluorogênicos. Foram observadas variações significativas na atividade semelhante à quimotripsina, tripsina, e caspase do proteassoma, sendo que somente a atividade semelhante à tripsina mostrou-se correlacionar com o fenótipo de resistência ao benzonidazol. Finalmente foi avaliada a taxa de proteólise intracelular nas mesmas populações, na presença de ATP, ATP e ubiquitina e ATP, ubiquitina e MG132, um inibidor clássico do proteassoma 20 e 26S. Os resultados obtidos sugerem que a adição de ubiquitina não induziu um aumento real na taxa de proteólise, além disso, observou-se um aumento real na proteólise após 90 minutos de indução na presença de ATP, sugerindo a coexistência de mecanismos de proteólise dependente de proteassoma e independente de ubiquitina. Para corroborar essa hipótese, foram avaliados os níveis de proteínas oxidadas e ubiquitinadas. Os resultados sugerem um perfil similar de proteína ubiquitinadas e diferencial para as oxidadas. Em conjunto, os resultados obtidos nesse trabalho sugerem que o steady state protéico em epimastigota é influenciado pela resistência a droga. Futuros experimentos serão realizados para determinar quais proteínas são os alvos naturais desta via metabólica.