CIPHARMA - Mestrado (Dissertações)
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Item Ação do resveratrol e das tinturas das cascas e das folhas de Vitis labrusca L. var. Isabel na hiperlipidemia induzida em coelhos.(2010) Fonseca, Karina Zanoti; Oliveira, Tânia Toledo de; Nagem, Tanus Jorge; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Pedrosa, Maria Lúcia; Oliveira, Tânia Toledo de; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoAs doenças crônicas não transmissíveis acometem milhões de pessoas em todo o mundo e seu principal fator de risco é a hiperlipidemia. A terapia medicamentosa para a hiperlipidemia pode envolver efeitos colaterais que dificultam a adesão ao tratamento. Assim, somando-se ao grande potencial fitoterápico que algumas plantas do território brasileiro possuem e o incentivo da fitoterapia no Sistema Único de Saúde, é necessário investigar novas formas de tratamento. Neste trabalho investigou-se o efeito do resveratrol e das tinturas das cascas e das folhas da uva Vitis labrusca L. var. Isabel em coelhos com hiperlipidemia induzida. Os animais utilizados foram fornecidos pelo setor de Cunicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, sendo 72 coelhos da raça Nova Zelândia, machos, albinos, com idade de 55 dias e peso de 2000 g, divididos em 12 grupos, sendo um doente sem tratamento, um controle, atorvastatina (medicamento utilizado como padrão) e outros 9 grupos que receberam três doses crescentes de resveratrol, tintura das cascas e das folhas. Os animais foram tratados diariamente durante 60 dias, juntamente com a dieta acrescida de 1% de colesterol. Os parâmetros sanguíneos: colesterol total; HDL; triglicérides; Gama GT; creatinina; ácido úrico; uréia; TGO; TGP, lipase foram analisados. A análise histológica das artérias e do fígado foi realizada para complementar as análises. Os dados foram analisados pelo teste de ANOVA seguido pelo teste de Tukey. Para a identificação do resveratrol em todas as partes aéreas da uva pesquisada, foi utilizado o cromatógrafo a líquido Waters Corporation, USA, 2695. Para separação dos compostos utilizou-se uma coluna de fase reversa Symnethy C18 (4,6 x 75 mm, 3,5 μm) com detector de arranjo diodo UV/VIS. No tempo 30, o resveratrol e a tintura das cascas nas maiores doses produziram a maior redução de colesterol total. Para HDL o grupo resveratrol 37,5 mg foi o melhor e para a atividade da lipase foi o grupo que recebeu a tintura das folhas 1,5 mL. Resveratrol na 22,5 mg e tintura das cascas na 2,0 mL foram os tratamentos que mais reduziram os níveis de triglicérides. No tempo 60, o tratamento com tintura das cascas 2,0 mL produziu o melhor resultado para colesterol total, HDL, o grupo resveratrol 37,5 mg, triglicérides e atividade da lipase, o grupo que recebeu tintura das folhas 2,0 mL. A análise histológica revelou que os grupos tintura da casca, tintura da folha e resveratrol nas maiores doses tiveram os melhores efeitos na aterosclerose produzida pela hiperlipidemia, sendo comparados à estatina, enquanto os outros grupos não diferiram do grupo doente sem tratamento.a análise do fígado mostrou que o grupo resveratrol 56,5 mg não diferiu do grupo controle, enquanto a atorvastatina foi o tratamento que produziu maior toxicidade e esteatose. Todos os outros grupos foram melhores que o medicamento de mercado. O trans resveratrol não foi identificado em nenhuma das partes aéreas, enquanto o cis foi detectado em todas.Item Análise da expressão das proteínas p16, p53 e L1/HPV nas lesões intraepiteliais cervicais.(2012) Pitol, Bruna Caroline Vieira; Lima, Angélica AlvesO câncer cervical é o terceiro tipo de tumor mais frequente na população feminina mundial. A associação entre o Papilomavírus Humano (HPV) e as lesões préneoplásicas e neoplásicas do colo uterino está bem estabelecida. As oncoproteínas virais E6 e E7 interferem nos mecanismos de controle do ciclo celular da célula hospedeira e a investigação de proteínas regulatórias deste ciclo pode apontar algum biomarcador, que auxiliaria na definição da gravidade da neoplasia intraepitelial cervical. Objetivo: Analisar a expressão das proteínas do ciclo celular p16 e p53 e da L1 do vírus HPV (L1/HPV) em cervicites, neoplasias intraepiteliais cervicais e carcinomas e discutir a possível utilização como biomarcadores da gravidade destas lesões. Metodologia: Um total de 150 amostras de biópsias obtidas dos arquivos do Laboratório Tafuri, Belo Horizonte, MG, no período de 2006 a 2011, distribuídas de acordo com o diagnóstico histopatológico em LB, NIC I, NIC II, NIC III e CEI, foram submetidas ao procedimento de imuno-histoquímica para avaliar as proteínas p16, p53 e L1/HPV. Foram considerados dois métodos de análise da imuno-histoquímica: quantitativo e qualitativo (distribuição, intensidade e topografia). Resultados: A expressão da proteína p16 aumentou significativamente com a gravidade da lesão, independente do critério de análise, quantitativo (p=0,000) ou qualitativo (p=0,000), sendo que a quantificação permitiu diferenciar alguns graus de lesão. Associação estatisticamente significativa foi verificada também em relação aos parâmetros intensidade (p=0,000) e topografia (p=0,001). A expressão da proteína p53 não variou com a gravidade das lesões, seja pelo método quantitativo ou qualitativo. A proteína L1/HPV foi menos expressa nas lesões mais graves e associação significativa foi verificada entre o padrão de expressão da L1/HPV e o diagnóstico histopatológico tanto na análise quantitativa (p=0,000) quanto na qualitativa (p=0,006). A eficiência diagnóstica do teste da p16 e L1/p16 foi maior em relação à L1 isolada. Não foi observada melhoria no diagnóstico quando o teste da p16 foi associado à análise da L1/ HPV por imuno-histoquímica. A concordância entre os métodos de análise quantitativa e qualitativa não foi muito elevada, sendo maior na avaliação da p16 (k=0,617) e menor em L1/HPV(k=0,172). Conclusão: A proteína p16 parece promissora como biomarcador no prognóstico da neoplasia intraepitelial cervical. Por outro lado, a p53 não tem valor na avaliação de qualquer grau de NIC ou carcinoma. O padrão de expressão da L1/HPV sugere a fase da infecção viral (produtiva ou de transformação). A análise conjunta da p16 e L1/HPV pode ser útil para ser aplicada juntamente com a histologia, auxiliando na diferenciação do grau da lesão, além de sugerir a fase da infecção e direcionar o acompanhamento das pacientes. A utilização dos biomarcadores na rotina depende da padronização de variáveis relacionadas à técnica de imuno-histoquímica e dos métodos de interpretação dos resultados. O método quantitativo mostrou maior precisão, entretanto, apresenta dificuldades na padronização e execução.Item Análise do potencial fotoprotetor dos extratos de Humulus lupulus e formulação de protetor solar de amplo espectro.(2022) Sampaio, Jéssica Silva; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Araújo, Raquel Silva; Goulart, Gisele Assis CastroOs raios solares são responsáveis por causar danos às estruturas celulares da pele humana, podendo levar à formação de rugas, descamação, manchas, pele seca e câncer de pele, se tornando uma fonte de grande preocupação para a população, sendo imprescindível o uso de filtros solares. Os filtros solares sintéticos são amplamente utilizados, mas existem estudos sugerindo que estes produtos podem estar associados a alergias de contato e danos ambientais, desta forma, o uso de filtros solares naturais seria mais vantajosos. As plantas biossintetizam metabólitos como uma forma de proteção às agressões externas e alguns destes compostos são reconhecidamente eficazes na absorção de radiação UV. O lúpulo (Humulus lupulus) apresenta compostos bioativos capazes de exercer esta função. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é identificar a eficácia fotoprotetora do extrato bruto e frações de H. lupulus e desenvolver uma formulação para incorporá-los. A caracterização fitoquímica foi realizada por meio de testes quantitativos de identificação de compostos bioativos, com a finalidade de detectar compostos que possuam grupos cromóforos que absorvam radiação na faixa UV, como compostos fenólicos e flavonoides. Foi realizado um delineamento experimental para desenvolvimento de hidrogel a base de poloxamer para incorporação dos extratos. A citotoxicidade dos extratos e formulações foi avaliada em fibroblastos murinos. Análises do Fator de Proteção Solar e da razão UVA/UVB das formulações foram realizadas por método in vitro, utilizando espectrofotômetro UV-Visível. Foi avaliado o potencial antioxidante do extrato bruto e frações e formulações, a partir das metodologias de sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS. Dentre os extratos testados, a fração butanólica foi a que apresentou o maior teor de compostos fenólicos e flavonoides totais (83,64 EAG/g e 7,21 ER/g, respectivamente). Foram desenvolvidas formulações utilizando o extrato etanólico bruto e fração butanólica, resultando em produtos com FPS 4,68 e 9,38, respectivamente. As formulações apresentaram melhor atividade antioxidante quando comparadas com os respectivos extratos e foi capaz de alterar sua atividade citotóxica. Este trabalho demonstrou a capacidade de produção de formulação fotoprotetora de amplo espectro e com atividade antioxidante a partir de folhas de H. lupulus.Item Análise dos psicofármacos prescritos para crianças e adolescentes diagnosticados com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil de Ouro Preto – MG.(2014) Guedes, Lucas Araujo; Veloso, Vanja MariaA Reforma Psiquiátrica Brasileira estabeleceu a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Prevalências entre 10% e 20% de problemas mentais, são observadas na população infanto-juvenil, sendo os transtornos do desenvolvimento psicológico uma das observações mais frequentes. Dentre os transtornos de desenvolvimento, está o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que acomete de 3 a 6% das crianças em idade escolar no Brasil. Essa situação demonstra a necessidade dos serviços de saúde pública implantarem ações que possam garantir o diagnóstico precoce, além de um tratamento coerente com as atuais propostas de atenção ao indivíduo diagnosticado com TDAH. Desta forma o presente trabalho procurou conhecer características sociodemográficas e clínicas dos usuários do CAPSi-OP e observar o perfil de prescrição de medicamentos para o tratamento do TDAH nessa unidade de saúde. Foram utilizados como fontes de dados todos os prontuários cadastrados na unidade de saúde. Após a análise dos dados, pode-se constatar que 11,74% dos usuários do CAPSi-OP tinham o diagnóstico de TDAH sendo que para 81,16% desses foram prescritos algum psicofármaco para o tratamento do transtorno. Os medicamentos mais frequente foi a imipramina, seguida pela amitriptilina e o metilfenidato. Ao se comparar o tratamento medicamentoso utilizado em Ouro Preto com a literatura, observou-se que ele não correspondeu com o preconizado. Entretanto, o custo do tratamento com o medicamento de primeira escolha pode ser duas vezes maior que o tratamento com a imipramina. Concluiu-se que o tratamento medicamentoso realizado em Ouro Preto não condiz preconizado pela literatura, mas a economia observada com a troca do medicamento de primeira escolha, pelo de terceira escolha pode ser a justificativa do serviço público para esse procedimento.Item Análise farmacognóstica e avaliação de atividades biológicas das folhas de Humullus lupulus L. (Cannabaceae) cultivado no Brasil.(2022) Lopes, Rosália da Conceição Alves; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Watanabe, Evandro; Souza, Thiago Belarmino deO uso das plantas com algum tipo de processamento para fins medicinais, muitas vezes entremeado ao uso alimentício, é descrito desde tempos antigos. Uma delas é o Humulus lupulus L., uma planta originária da Ásia, amplamente utilizada na fabricação de cervejas, que possui larga utilização na medicina tradicional de diferentes culturas com diversos usos. O órgão da planta mais utilizado atualmente são as flores, que possuem atividades conservativas e organolépticas muito apreciadas pela indústria cervejeira, porém outras porções da planta apresentam potencial farmacológico. O presente estudo avaliou parâmetros farmacognósticos das folhas da planta e utilizou o extrato bruto e frações obtidas do particionamento em escala de polaridade do extrato bruto obtido da planta para avaliar indicadores fitoquímicos. A partir do extrato e frações, avaliou-se o potencial de atividades antimicrobiana pelos métodos de concentração mínima inibitória e concentração bactericida mínima, e antioxidante in vitro pelo método de Griess. Os resultados indicaram um método extrativo eficiente, o qual permitiu obter o extrato e frações com presença de compostos fenólicos e flavonoides em concentrações significativas. Moléculas ativas presentes no extrato e frações podem estar relacionadas ao efeito bacteriostático observado no extrato bruto e frações do Humulus lupulus L. em culturas de E. coli, P. aeruginosa, S. aureus e K. pneumoniae, além de possivelmente promover atividade antioxidante em macrófagos murino RAW 264.7 estimulados, indicado através da redução da produção de óxido nítrico. Assim, ficou demonstrado que o extrato etanólico bruto e as frações apesentaram atividade bacteriostática e considerável atividade antioxidante.Item Análise fitoquímica e bioprospecção para atividade antimicrobiana de Protium spruceanum (Benth.) Engler.(2016) Amparo, Tatiane Roquete; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Teixeira, Luiz Fernando de Medeiros; Brandão, Geraldo Célio; Vieira Filho, Sidney AugustoDevido ao crescimento de patógenos resistentes aos fármacos atuais, a pesquisa por novos antimicrobianos tem sido incentivada, principalmente através das plantas medicinais. A espécie vegetal Protium spruceanum (Benth.) Engler, conhecida como breu, é utilizada popularmente como antiinflamatório e expectorante, porém, há necessidade de expandir estudos sobre essa espécie. Dessa forma, os objetivos desse estudo foram a avaliação da atividade antimicrobiana e o estudo fiquímico dos extratos etanólicos brutos (EEBs) e frações de folhas e galhos de P. spruceanum. Através dos métodos de difusão em poço e microdiluição, observou-se a atividade antimicrobiana dos EEBs contra 20 micro-organismos. O EEB de folhas apresentou maior atividade antimicrobiana total (AAT) que o EEB de galhos. As frações mais ativas foram as acetatoetilênicas e hidrometanólicas que apresentam ação sinérgica entre si. Através do estudo fitoquímico, observou-se que a AAT dos EEBs e frações pode ser corelacionada majoritariamente ao teor de taninos totais, porém, propõe-se uma ação sinérgica com outros compostos, como flavonóides. Os constituintes voláteis majoritários foram identificados utilizando CG/EM, dentre eles ácidos graxos, fenólicos e terpenoides, como amirinas. A avaliação da mistura de α- e β-amirina mostrou que esta não apresenta forte atividade antimicrobiana e também não está relacionada ao sinergismo entre as frações. Através de CLUE/DAD/EM-EM também foi possível identificar flavonoides glicosilados (quercetina-3-O-ramnosídeo, quercetina-3-Oglicuronídeo e campeferol-3-O-ramnosídeo) e taninos (catequina e procianidina). Os resultados in silico gerados pela ferramenta PASSonline indicaram potencial efeito antibacteriano principalmente para os constituintes majoritários das frações AcOEt e HMeOH. Também foram indicados como principais mecanismos de ação: aumento da permebilidade da membrana celular, inibição da bissíntese da parede bacteriana (enzimas peptideoglicano glicosiltransferase e CDP-glicerol glicerofosfotransferase) e inibição do metabolismo (enzimas 2-deidropantoato 2-redutase e piruvato cinase). Esses mecanismos de ação são diferentes dos antibióticos recentes e são considerados alvos para novos fármacos.Item Análise química de extratos de Eruca sativa e seus efeitos na hiperuricemia.(2020) Teixeira, Arthur Ferrari; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Vieira Filho, Sidney Augusto; Cardoso, Leonardo MáximoO número de medicamentos para tratar a hiperuricemia é reduzido e gera efeitos adversos severos, justificando a busca por novas opções terapêuticas. Eruca sativa, popularmente conhecida como rúcula, é uma hortaliça originada do Mediterrâneo e leste do Irã, mas que foi domesticada na maior parte do mundo. Na medicina popular é conhecida por possuir várias propriedades biológicas incluindo diurética, protetora renal, anti-hipertensiva e antidiabética. A justificativa deste estudo se baseia na proposição de que tratamentos à base da rúcula poderiam ter efeitos na hiperuricemia, visto que ela é popularmente usada para o tratamento de comorbidades induzidas por níveis altos de ácido úrico. O presente trabalho propôs avaliar in vivo a atividade anti-hiperuricêmica (uricostática e uricosúrica) dos extratos hexânico e etanólico da rúcula, além de identificar seus constituintes químicos principais por CLAE-DAD e UHPLC-ESI-QTOF. As análises realizadas por CLAEDAD e por UHPLC-ESI-QTOF, sugeriram a presença de glicosinolatos e flavonóis poliglicosilados anteriormente identificados em outros estudos com E. sativa. O flavonoide majoritário do extrato etanólico, kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo, foi isolado do EESE e sua atividade anti-hiperuricêmica foi avaliada na dose de 10 mg/kg. Um método analítico foi desenvolvido e validado para quantificar o kaempferol-3,4’-Odiglicosídeo no extrato etanólico por CLAE-DAD. Os experimentos in vivo foram realizados em ratos Wistar com hiperuricemia induzida por oxonato de potássio e ácido úrico. Alopurinol (inibidor da xantina oxidase), probenecida e benzbromarona (uricosúricos) foram usados controles positivos. Os tratamentos com ambos extratos na dose de 125 mg/kg e com kaempferol-3,4-O-diglicosídeo na dose de 10 mg/kg mostraram efeito hipouricêmico. Observou-se efeito dose-dependente em relação a atividade anti-hiperuricêmica nos tratamentos com ambos extratos. O principal mecanismo hipouricêmico observado para os extratos foi o uricosúrico, entretanto, outros mecanismos não elucidados contribuíram para o efeito anti-hiperuricêmico. Kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo, principal flavonoide componente do extrato etanólico de E. sativa foi importante para a atividade total deste extrato. Os resultados obtidos indicaram o potencial da E. sativa e do kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo para o tratamento da hiperuricemia e de doenças relacionadas.Item Atividade antinociceptiva, antiartrite gotosa e antioxidante de Lychnophora pinaster.(2019) Barros, Camila Helena; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Costa, Luciana Souza Guzzo; Guimarães, Andrea GrabeA gota é uma enfermidade que acomete as articulações e tecidos subcutâneos devido à deposição de cristais de ácido úrico nestes locais, seguido de inflamação, dor e disfunção do membro atingido. Os fármacos disponíveis atualmente para o tratamento da artrite gotosa são reduzidos, sua farmacoterapia não abrange todos os sintomas da gota em apenas um medicamento e apresentam uma série de efeitos adversos, justificando a necessidade da busca por novas opções terapêuticas. As Lychnophoras, conhecidas popularmente como “arnica”, são espécies utilizadas na medicina popular na forma de soluções hidroalcóolicas ou pomadas para o tratamento da dor, reumatismo e inflamação. Pesquisas anteriores realizadas na UFOP demonstraram os efeitos do extrato etanólico da Lychnophora pinaster (EEL) sobre a hiperuricemia, inflamação e nocicepção. O presente estudo avaliou os efeitos do EEL e de seus constituintes químicos principais sobre a artrite induzida por cristais de urato monossódico (MSU) na articulação fêmur-tibial de camundongos C57BL/6 e sobre o estresse oxidativo. Como resultado da atividade antinociceptiva, o EEL na maior dose avaliada, reduziu o limiar de nocicepção de maneira equivalente a indometacina, fármaco anti-inflamatório (padrão) do experimento. Provavelmente as substâncias presentes no EEL, ácido cinâmico, quercetina, lupeol e estigmasterol foram responsáveis pelo efeito antinociceptivo de EEL, sendo que o lupeol foi mais efetivo que a indometacina. Na determinação da atividade antioxidante, o EEL não apresentou efeito sobre a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) no tecido periarticular. Das substâncias avaliadas, apenas vitexina promoveu o aumento da atividade da CAT e o ácido E-licnofórorico estimulou o aumento tanto da atividade da SOD quanto da CAT. A redução da migração de neutrófilos para a cavidade periarticular da articulação fêmur tibial dos camundongos foi observada nos grupos tratados com diferentes doses do EEL e nos grupos tratados com as substâncias presentes em L. pinaster, ácido cinâmico, rutina, quercetina, vitexina, lupeol, estigmasterol, ácido cafeico e ácido clorogênico. Neste trabalho o efeito anti-inflamatório do EEL observado, ocorreu pela inibição da migração de neutrófilos e pela redução das concentrações das citocinas próinflamatórias, IL-1β e TNF-α, na região inflamadada. Todas as substâncias detectadas no EEL contribuíram para os efeitos do extrato sobre a artrite. O ácido cinâmico, a rutina, ácido E-licnofórico e o estigmasterol demonstraram sua capacidade de inibição da IL-1β. Já o ácido cafeico e a vitexina promoveram a diminuição tanto da citocina IL-1β, como do TNFα. Dessa forma, o extrato etanólico de Lychnophora pinaster e seus constituintes principais se mostraram promissores para o tratamento da dor e inflamação decorrentes da artrite gotosa.Item Atividade cardiovascular do extrato etanólico de Hancornia speciosa Gomes (mangaba) em ratos.(2012) Silva, Mariana Duarte Azevedo; Guimarães, Andrea GrabeA Hancornia speciosa Gomes, espécie ocorrente no cerrado brasileiro e conhecida popularmente como mangaba, é utilizada tradicionalmente no tratamento da hipertensão arterial (HA), dentre outras aplicações terapêuticas. Estudos desmonstraram que o extrato de H. speciosa possui atividade inibidora da enzima conversora de angiotensina, efeito vasodilatador dependente de óxido nítrico (NO), atividade anti-oxidante e atividade hipotensora in vivo. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade do extrato etanólico bruto das folhas de H. speciosa sobre os parâmetros cardiovasculares de ratos Wistar machos com alterações pressóricas induzidas pela angiotensina I (ANG I), angiotensina II, noradrenalina (NA) e um inibidor da síntese de óxido nítrico (L-NAME), assim como de ratos espontaneamente hipertensos (SHR). O extrato da H. speciosa (100 ou 200 mg/kg) ou o veículo foarm administrados por via oral (VO) a ratos Wistar e, em seguida, estes foram cateterizados para registro da pressão arterial (PA) e administração de diferentes doses de ANG I, ANG II ou NA. A atividade do extrato foi comparada aos fármacos captopril (50 mg/kg), losartana (30 mg/kg) e prazosin (0,1 mg/kg). No segundo protocolo, os ratos cateterizados receberam o L-NAME (60 mg/kg, I.V.) e, após 20 minutos, foi administrado o extrato (30 ou 100 mg/kg, I.V.). Os SHR conscientes, previamente cateterizados, foram tratados com o extrato (200 ou 400 mg/kg) por via oral e os sinais cardiovasculares obtidos antes e por 6 horas após o tratamento. Para todos os protocolos foram avaliados os parâmetros cardiovasculares: PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e intervalos PR, QRS, QT e QTc do eletrocardiograma, cujo sinal foi obtido a partir de agulhas inseridas no tecido subcutânio. Foi observado que o extrato da H. speciosa (200 mg/kg) atenuou o aumento da PAS e PAD em 9,8 % e 18,2 %, respectivamente, após a administração de 100 pmol de ANG I; além de atenuar o prolongamento do intervalo QT em até 11,3 %. Após a administração de 50 pmol de ANG II, o extrato atenuou o aumento da PAS e PAD em 8,6 % e 8,4 %, respectivamente, além de reduzir o prolongamento do intervalo QT em 11,5 %. O extrato (200 mg/kg) também atenuou o aumento da PAS e PAD em 11,1 % e 15,1 % após a administração de 1 nmol de NA, além de reduzir o prolongamento do intervalo QT em 25,8%. Assim, foi demonstrado que o extrato da H. speciosa amenizou as alterações pressóricas induzidas pela ANG I, ANG II e NA, assim como os anti-hipertensivos captopril, losartana e prazosina, além do potencial efeito cardioprotetor sobre o intervalo QT. A atividade hipotensora do extrato (100 mg/kg, I.V.) foi observada nos ratos que receberam o L-NAME, com redução máxima da PAS e PAD em 24,6% e 22,4%, respectivamente, e para os SHR conscientes que receberam o extrato na dose de 400 mg/kg, com redução de 12,7% e 17,3% para PAS e PAD, respectivamente. Dessa forma, os resultados obtidos são evidências que sustentam a espécie estudada como promissora para o tratamento das doenças cardiovasculares. ________________________________________________________________________Item Atividade cardiovascular in vivo do extrato etanólico de Lychnophora trichocarpha Spreng.(2012) Paula, Danielle Cristiane Correa de; Guimarães, Andrea GrabeAs Lychnophoras, plantas nativas do Brasil, pertencem à família Asteraceae e são largamente utilizadas pela população como analgésicos e anti-inflamatórios, sob a forma de extratos. O presente trabalho teve por objetivo principal a investigação dos efeitos cardiovasculares in vivo do extrato etanólico bruto da espécie Lychnophora trichocarpha Spreng. O extrato de L. trichocarpha foi preparado com as partes aéreas da planta, administrado por via oral em dose única de 1,5 g/kg e avaliado até 5 horas após sua administração. Os animais foram anestesiados com tiopental sódico e foram avaliados a pressão arterial (PA) e o eletrocardiograma na derivação DII (ECG DII). O extrato aumentou de maneira significativa os valores da PA, sendo os aumentos máximos observados na PAS de 29 % e na PAD de 36 % 3,5 horas após sua administração. Considerando que o extrato induziu aumento da PA até 5 horas após sua administração, foi realizado tratamento agudo I.V. com fármacos anti-hipertensivos de diferentes mecanismos de ação (atenolol, captopril e prazosina) em grupos distintos, a fim de caracterizar o mecanismo de ação in vivo do extrato sobre a PA. As reduções máximas da pressão foram observadas após administração de prazosina, sendo 32 e 38 % para PAS e PAD, respectivamente. Para a obtenção e caracterização de um potencial modelo de doença cardiovascular, foi utilizado a inibição da síntese de óxido nítrico (NO). Para isso, os animais foram tratados com L-NAME 60mg/kg por 7 dias e mantidos por 6 meses. Ao final de 6 meses após o final do tratamento, os animais foram então anestesiados com quetamina/xilazina e foram avaliados a PA, ECG (DII), pressão no ventrículo esquerdo (PVE), análise hematológica e bioquímica de creatinina e ureia e histologia cardíaca dos animais tratados previamente e do grupo sem tratamento. Na análise do ECG, intervalos PR, QT e QTc estavam reduzidos no grupo que recebeu o tratamento prévio. O dado mais relevante foi obtido na análise histológica cardíaca, em que os animais tratados com L-NAME apresentaram número de núcleos celulares reduzido, acompanhado de aumento da deposição de colágeno. A lactona sesquiterpênica eremantolida C, isolada do extrato etanólico de L. trichocarpha,também foi avaliada quanto à ação cardiovascular na dose de 10 mg/kg por via I.V. e aumentou a PAS, PAD e PVE máx (27 %) até 4 minutos, diferente da digitoxina 0,3 mg/kg que manteve o aumento desses níveis de 1 a 2 horas após sua administração I.V. Na avaliação da potencial atividade cardioprotetora da eremantolida C os animais anestesiados receberam estimulação simpática com NA 1, 3 e 10 g/kg antes e após a administração da eremantolida C 10 mg/kg. Foram avaliados a PA, FC, intervalo QT e QTc. Os resultados mostraram que apesar de não ser observado diferença significativa após a administração da eremantolida C as alterações causadas pela NA foram mais discretas. Assim, pode-se concluir que o extrato de L. trichocarpha por via oral apresenta toxicidade cardíaca que parece ocorrer com a contribuição do sistema nervoso simpático periférico em nível vascular; que o modelo de inibição da síntese do NO utilizado se mostrou com poucas alterações e que para a eremantolida C a atividade cardiovascular é discreta.Item Atividade farmacológica do extrato hidroalcoólico dos frutos de Hovenia dulcis thunberg e da dihidromiricetina na hipercolesterolemia induzida em ratos.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Pinto, Juliana Tensol; Oliveira, Tânia Toledo deNo Brasil, o acidente vascular cerebral e a doença arterial coronariana constituem as principais causas de mortalidade cardiovascular. Estudos clínicos de intervenção com hipolipemiantes mostraram que o controle do colesterol reduz a incidência não só da doença arterial coronariana, mas também do acidente vascular cerebral. Nesse contexto, extratos vegetais contendo antioxidantes ou substâncias isoladas capazes de reverter o estresse oxidativo, presente na hipercolesterolemia, podem ser promissores, reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares. O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial do extrato hidroalcoólico dos frutos de Hovenia dulcis e do flavonóide dihidromiricetina na redução do colesterol em ratos hipercolesterolêmicos. Para o experimento in vivo, 48 ratos Wistar machos, foram distribuídas em 8 grupos de 6 animais, que receberam dieta suplementada com 1,0% de colesterol e 0,3% de ácido cólico, a exceção do grupo controle que recebeu ração convencional. Os animais foram então tratados com suspensões orais contendo: atorvastatina 1,0 mg/Kg; extrato de H. dulcis (50,0 e 100,0 mg/kg); dihidromiricetina (25,0 e 50,0 mg/kg) e veículo inerte (grupo controle). Foram avaliados os parâmetros bioquímicos colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicérides, transaminases e fosfatase alcalina. Os tratamentos com as duas doses do extrato de H. dulcis mostraram-se eficazes como hipocolesterolemiantes, já que foram capazes de reduzir substancialmente os níveis séricos de colesterol total e LDL-c (até 33,3 e 51,5%, respectivamente), sem alterar significativamente os demais parâmetros bioquímicos. Já os grupos tratados com a dihidromiricetina, apesar de apresentarem reduções significativas no colesterol total e LDL-c, tiveram aumento nos parâmetros hepáticos e triglicérides, resultado indesejável no âmbito das hipercolesterolemias. Estudos farmacológicos com outras espécies animais devem ser realizados para comprovar a eficácia do extrato de H. dulcis na hipercolesterolemia, a segurança na sua utilização (estudos de toxicidade), as dosagens terapêuticas mais eficazes e os mecanismos de ação.Item Atividades antioxidante e hipouricêmica por via uricosúrica e de inibição da xantina oxidase hepática de Coffea arabica e seus constituintes químicos.(2018) Coelho, Grazielle Brandão; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Coelho, Marcio de Matos; Vieira Filho, Sidney Augusto; Guimarães, Dênia Antunes SaúdeA gota é caracterizada por artrite inflamatória dolorosa proveniente do depósito de cristais de urato monossódico (MSU) nas articulações, fluido sinovial e outros tecidos. Os fármacos disponíveis para o tratamento da gota são restritos e possuem diversos efeitos adversos. Assim, agentes eficazes e bem tolerados são procurados como nova opção terapêutica. O café contém substâncias com propriedade antioxidante e outras atividades biológicas relatadas. Considerando o elevado consumo de café no Brasil e a sua importância como fonte de compostos bioativos, a realização de estudos para comprovar seus efeitos farmacoterapêuticos é importante para encontrar novos tratamentos para doenças. Neste trabalho, foram preparados extratos utilizando água a 98oC e a 25oC dos grãos do café (Coffea arabica) verde (CAVq e CAVta) e em três diferentes condições de torrefação: torra clara (CATCq e CATCta), torra média (CATMq e CATMta) e torra escura (CATEq e CATEta), além do café tradicional (TRADq e TRADta) e descafeinado (DESCq e DESCta). Nas impressões digitais obtidas por CLAE dos extratos CAVq, CAVta, CATCq, CATCta, CATMq, CATMta, CATEq, TRADq e TRADta foram identificadas as substâncias trigonelina, ácido neoclorogênico, ácido clorogênico, cafeína, ácido cafeico e ácido quínico. Nas impressões digitais de DESCq e DESCta foram identificadas as substâncias, exceto cafeína. Os extratos aquosos de Coffea arabica demonstraram atividade antioxidante (AA), sendo que os extratos preparados com água a 98oC apresentaram uma AA melhor tanto no ensaio do DPPH quanto no ensaio do ABTS que os extratos preparados com água a 25oC. Todos os extratos avaliados apresentaram atividade hipouricêmica em todas em todas as doses testadas (75, 225 e 675 mg/kg), estes atuaram por via uricostática em todas as doses e exerceram efeito uricosúrico em pelo menos uma das doses avaliadas em ratos Wistar machos hiperuricêmicos. Cafeína, trigonelina, ácido quínico, ácido clorogênico e ácido neoclorogênico (10 mg/kg) reduziram os níveis séricos de ácido úrico e apresentaram efeito uricostático e não exerceram efeito uricosúrico. Estes resultados destacam a espécie Coffea arabica como promissora para um desenvolvimento futuro de um fitoterápico e nutraceutico e as substâncias ativas como potenciais fitofármacos para o tratamento da hiperuricemia e gota.Item Avaliação anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo de lactona sesquiterpênica isolada de Lychnophora passerina.(2018) Milagre, Matheus Marques; Lana, Marta de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Alves, Tânia Maria de Almeida; Vieira Filho, Sidney Augusto; Lana, Marta deAtualmente, a única droga disponível para tratar a DCh no Brasil é o benznidazol (BZ), que apresenta várias limitações e efeitos adversos, dessa forma estimulando a busca por novas opções terapêuticas. Assim, este projeto visa o uso em solução da lactona sesquiterpênica goyazensolida (GZL), previamente ativa contra o Trypanosoma cruzi in vitro, com os seguintes objetivos: (1) Determinar o limiar de citotoxicidade in vitro sobre células de mamíferos (H9c2) e avaliar sua atividade tripanocida contra amastigotas, estabelecendo seu índice de seletividade; (2) Avaliar os sinais de toxicidade aguda in vivo e sua atividade frente à infecção experimental de T. cruzi em modelo murino. Para avaliar a citotoxicidade foram realizados os testes MTT e Vermelho Neutro (VN) e, para verificar a atividade da GZL contra o T. cruzi, células H9c2 foram infectadas com um isolado resistente da cepa Y de T. cruzi e tratadas durante 24 e 48h. Na avaliação da toxicidade aguda in vivo, foi determinada a dose máxima tolerada, feito o hemograma e dosagem de parâmetros bioquímicos para avaliação da toxicidade hepática e renal. Para avaliar a atividade terapêutica da GZL, camundongos Swiss infectados com as cepas Y e CL de T. cruzi foram tratados pelas vias oral e intravenosa (IV) por 20 dias consecutivos nas doses de 1, 5 e 25 mg/kg/dia [via oral e IV, cepa Y (isolado resistente ao BZ) e CL (sensível ao BZ)] e 1, 3 e 9 mg/kg/dia IV (cepa CL), paralelamente a grupos controles BZ 100mg/kg/dia e infectado não tratados (INT). A parasitemia dos animais foi avaliada diariamente até consistente negativação. A ação do tratamento foi avaliada ainda por exames parasitológicos (hemocultura e PCR) e sorológico (ELISA). Os resultados obtidos revelaram a citotoxicidade in vitro da GZL em concentrações acima de 250 ng/mL nos tratamentos de 24 e 48h avaliadas pelos testes MTT e VN, sendo o índice de seletividade em 24h de 351 calculado a partir da relação dos parâmetros de MTT e do teste de ação tripanocida da GZL in vitro. Houve discreta nefrotoxicidade revelada pelo aumento de creatinina observado nos animais tratados com GZL 25 mg/kg IV em relação ao grupo CNT. Na avaliação pós-tratamento em animais infectados pela cepa Y, foi observada uma diminuição significativa da parasitemia a partir do 5º dia de tratamento com GZL nas doses de 1,0 mg/kg/dia (IV e oral) e 5,0 mg/kg/dia, via oral e BZ 100 mg/kg/dia, quando comparados ao grupo controle INT. As taxas de sobrevivência dos camundongos tratados com GZL foram de 100% na dose de 5,0 mg/kg/dia oral, seguidos dos tratados com 1,0 mg/kg/dia IV e BZ 100 mg/kg/dia oral, que foram de 87,5%, enquanto o grupo controle INT apresentou 25% de sobrevida. Nenhum dos camundongos foram considerados curados segundo o critério de cura adotado (MS, 2016). Os animais infectados pela cepa CL e tratados com GZL demonstraram no 180º dia pós-tratamento uma diminuição significativa da parasitemia a partir do primeiro dia do PP em relação ao grupo INT, porém inferior ao observado no grupo tratado com BZ. A maioria dos grupos tratados não apresentou 100% de negatividade na HC e PCR simultaneamente, entretanto o grupo tratado com BZ apresentou 57,1% de cura com sobrevida de 87,5%, seguido por GZL 3 mg/kg/dia IV que curou 12,5% dos animais com sobrevida de 100%. Este resultado, em particular, aliado aos demais, representam uma boa perspectiva do uso da GZL para o tratamento da DCh a ser explorada.Item Avaliação biofarmacêutica da goiazensolida.(2020) Tana, Iara Dévula Tiso; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Caldeira, Tamires Guedes; Fernandes, Cristian; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline deA avaliação biofarmacêutica permite estudar o comportamento de fármaco ou substância bioativa frente a soluções que mimetizam as condições do trato gastrointestinal (TGI) visando prever sua solubilidade e permeabilidade em condições fisiológicas. Os resultados são preditivos do comportamento in vivo de candidatos a fármaco. Assim, um candidato a fármaco precisa de, além da eficácia clínica comprovada e ausência de toxicidade, possuir características físico-químicas que permitam a sua absorção no TGI em velocidade e extensão apropriadas. A avaliação por meio de testes in vitro das substâncias bioativas, quanto à solubilidade, e de testes in vivo de permeabilidade, permite a alocação dentro de uma das 4 classes do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB). A goiazensolida, lactona sesquiterpênica presente em espécies do gênero Lychnophora, apresentou atividades farmacológicas variadas, o que torna necessário elucidar suas características biofarmacêuticas, visando o desenvolvimento farmacotécnico de um medicamento contendo essa substância. Estudos in silico demonstraram que a goiazensolida apresenta alta solubilidade e baixa permeabilidade. Um método por cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE), para sua quantificação nos estudos de solubilidade, foi desenvolvido e validado nos meios tamponados pH 1,2, pH 4,5 e pH 6,8. O método foi linear na concentração de 10,0 a 50,0 μg/mL, seletivo, preciso e exato. A solubilidade da goiazensolida, determinada pelo método da agitação orbital em frasco, foi de 0,57 mg/mL (pH 1,2), 0,51 mg/mL (pH 4,5) e 0,45 mg/mL (pH 6,8). A razão entre a maior dose terapêutica, por extrapolação alométrica, e a solubilidade em cada um dos meios avaliados resultou nos valores de 175,16 mL (pH 1,2), 194,99 mL (pH 4,5) e 222,07 mL (pH 6,8), que apontaram a alta solubilidade da goiazensolida, visto que são inferiores a 250,0 mL. Ela se mostrou estável nos três meios tamponados. A permeabilidade foi avaliada pelo ensaio em membrana artificial paralela (PAMPA). Foi necessário validar o método por CLAE para a quantificação da goiazensolida no estudo de permeabilidade, o qual se mostrou linear na concentração de 3,6 a 117,0 μg/mL, seletivo, preciso e exato para os meios pH 6,8 e pH 7,4. Foram utilizados como padrão de alta permeabilidade o cloridrato de propranolol e de baixa permeabilidade a furosemida. Para a goiazensolida foi encontrado o valor de permeabilidade efetiva de 0,03 x 10-6 cm/s, inferior ao da furosemida (1,03 x 10-6 cm/s). Dessa forma, a avaliação biofarmacêutica permitiu predizer a absorção no TGI da goiazensolida e direcionar os estudos pré-clínicos necessários ao desenvolvimento de um novo fármaco.Item Avaliação biofarmacêutica da losartana visando subsidiar a discussão de bioisenção.(2015) Souza, Janine Braga de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline deO Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) agrupa os fármacos de acordo com as suas características de solubilidade e permeabilidade, e tem sido utilizado como ferramenta regulatória para embasar a possibilidade de isenção dos estudos de bioequivalência in vivo (bioisenção), para certos fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (FFSOLI). A solubilidade, a permeabilidade e dissolução são os principais fatores que controlam a absorção e logo a atividade terapêutica de um fármaco. Neste estudo, foram realizadas avaliações biofarmacêuticas para o anti-hipertensivo losartana buscando complementar informações, ainda ausentes, que possam contribuir para a definição de sua classe no SCB e para uma segura decisão sobre a possibilidade ou não de bioisenção. Foi desenvolvido e validado o método para a quantificação da losartana por CLAE nos meios que simulam o fluido gástrico simulado sem enzimas (FGSSE, pH=1,2), tampão acetato (TA, pH=4,5) e suco entérico simulado sem enzimas (SESSE, pH=6,8). Ométodo foi linear, preciso, exato e seletivo na faixa de trabalho selecionada em todos os meios tamponados e aplicado a estudos de solubilidade pelo método da agitação orbital em frasco (shake-flask) e por dissolução intrínseca. No método da agitação orbital e frasco, a losartana apresentou baixa solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - razão D/S >250 mL - e no meio SESSE (pH=6,8) houve uma divergência em relação a sua classificação de acordo com as condições utilizadas. Por outro lado, no estudo de dissolução intrínseca o fármaco apresentou alta solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - VDI=0,90 mg/min/cm2 - e no meio SESSE (pH=6,8), VDI=10,04 mg/min/cm2. Não foi possível obter resultados conclusivos em relação à solubilidade do fármaco no meio TA (pH=4,5). Os resultados obtidos pelos estudos de Química Quântica forneceraminformações moleculares e eletrônicas que auxiliaram no entendimento acerca da solvatação da losartana nas diferentes faixas de pH. Também foram avaliados os perfis de dissolução da losartana a partir de comprimidos revestidos disponíveis no mercado brasileiro nos meios tamponados e os excipientes destes produtos. Foi verificado que eles não apresentaram rápida dissolução (85% em 30 minutos) em nenhum dos meios tamponados avaliados. Além disso, não houve diferença estatística entre os perfis de dissolução dos produtos avaliados. Entretanto, em relação a eficiência de dissolução, foi observada diferença estatística (P<0,05) do Produto A (referência) e do Produto B (similar) em comparação ao Produto C (genérico) no meio TA (pH=4,5). No meio SESSE (pH=6,8), também houve diferença estatística do Produto A em comparação com o Produto C. Esse fato indicaria que o medicamento genérico analisado possuiria diferenças importantes na liberação e, logo, na biodisponibilidade do fármaco que poderiam estar relacionadas com a presença de um excipiente. Emrelação a permeabilidade, os dados encontrados na literatura demonstraram a baixa permeabilidade da losartana. Portanto, a losartana poderia ser um fármaco de classe IV (baixa solubilidade e baixa permeabilidade) do SCB, o que inviabiliza a possibilidade de bioisenção pelas agências reguladoras.Item Avaliação biofarmacêutica do cloridrato de amilorida como candidato a bioisenção.(2016) Guimarães, Laryssa Freitas; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; César, Isabela da Costa; Coutrim, Maurício Xavier; Barcellos, Neila Marcia SilvaO Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) se baseia nas propriedades de solubilidade e permeabilidade de fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas de liberação imediata (FFSOLI). O conhecimento destas características permite uma previsão da extensão e velocidade de absorção do fármaco; assim, este sistema tem sido utilizado como ferramenta para fundamentar a possibilidade de substituição de estudos in vivo por estudos in vitro, no registro de novos medicamentos, o que caracteriza a bioisenção. Este trabalho teve como objetivo contribuir para a definição da classificação biofarmacêutica do diurético cloridrato de amilorida, a fim de subsidiar uma decisão sobre a possibilidade ou não de bioisentar novos produtos contendo o referido fármaco. Para tal, foi realizado o estudo da solubilidade em equilíbrio empregando-se o método de agitação orbital em frasco e também foi identificado na literatura dados de permeabilidade que possibilitaram classificar o fármaco pelo SCB. Foi realizado ainda um estudo de dissolução, empregando 900mL de meio, aparato pá e com 50 rpm, de três produtos do mercado brasileiro contendo o cloridrato de amilorida sob a FFSOLI. Inicialmente foram desenvolvidos e validados métodos analíticos por cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE) para quantificação do cloridrato de amilorida, nos meios fluido gástrico simulado sem enzimas (FGSSE - pH 1,2), tampão acetato (TA pH - 4,5) e suco entérico simulado sem enzimas (SESSE - pH 6,8) utilizados nos estudos de solubilidade e dissolução. Os métodos apresentaram-se seletivos, lineares, precisos e exatos nas faixas de trabalho utilizadas em cada meio tamponado. O valor da solubilidade do cloridrato de amilorida encontrado nos meios FGSSE, TA e SESSE foram de 590,11 µg/mL, 3072,44 µg/mL e 168,66 µg/mL, respectivamente. A razão Dose/Solubilidade do cloridrato de amilorida foi de 8,5 mL no FGSSE, 1,6 mL no TA e 29,6 mL no SESSE. Todos os resultados foram inferiores a 250 mL confirmando, em condições adequadas, que o cloridrato de amilorida é um fármaco de alta solubilidade. Estudos in vivo disponíveis na literatura afirmam que o cloridrato de amilorida é um fármaco de alta permeabilidade com Peff jejunal de 1,6x10-4 cm/s. O estudo de dissolução mostrou que no meio FGSSE os medicamentos genérico e similar obtiveram dissolução rápida; no meio TA os três produtos apresentaram dissolução rápida e no meio SESSE, somente o similar apresentou dissolução rápida. Neste contexto, considerando que todas as agências regulatórias aceitam a bioisenção de fármacos classe I, com comprovada segurança, amplo intervalo terapêutico e farmacocinética linear, contidos em formas farmacêuticas sólidas que tenham dissolução rápida (85% em 30 minutos) pode-se inferir que novos medicamentos contendo o cloridrato de amilorida poderão ser bioisentos se cumprirem esta condição de dissolução.Item Avaliação biofarmacotécnica IN VITRO de formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata contendo fármacos pouco solúveis(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Silveira, Gleiciely Santos; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoO estudo biofarmacêutico de formas farmacêuticas sólidas administradas por via oral (FFSO) contendo fármacos puco solúveis é de suma importância para subsidiar a dispensação farmacêutica. Embora a intercambialidade entre medicamentos genéricos e referência seja prevista pela legislação brasileira, existem relatos sobre a busca de redução dos custos terapêuticos por pacientes que fazem a substituição por produtos similares ou magistrais. As variações entre as formulações e as tecnologias de fabricação dessas FFSO podem provocar alterações nas etapas de liberação e dissolução do fármaco gerando deferenças na sua absorção e resposta terapêutica. As características físico químicas do fármaco como solubilidade e permeabilidade intestinal também são importantes para prever seu comportamento in vivo. Os fármacos classificados como pouco solúveis pelo Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), classes II e IV, tem a velocidade e a extensão de sua absorção significamente afetada pelas características da formulação. Os estudos de dissolução in vitro, permitem utilizar as características do fármaco e a simulação de condições fisiológicas do trato gastrintestinal (TGI) para avaliar a sua cinética de liberação comparando deiferentes formulações e estimando seu comportamento in vivo. O presente trabalho objetiva realizar avaliação biofarmacotécnica de medicamentos genéricos, similares, magistrais e referência, contendo fármacos pertencentes às classes II (carbamazepina) e IV (furosemida) do SCB, avaliando sua qualidade e as características de liberação in vitro simulando diferentes líquidos biológicos quando à sua constituição e pH. Os experimentos consistiram na análise dos parâmetros farmacopéicos para avaliar a qualidade de um produto genérico, similar magistral e o referência contendo furosemida e carbamazepina (exceto magistral). Todos os produtos cumpriram os requisitos mínimos que qualidade preconizados pelas farmacopéias. Os estudos de dissolução possibilitam verificar se a liberação dos fármacos ocorre em quantidade e tempo adequados à sua absorção, por meio dos parâmetros de eficiência e cinética de dissolução, análise estatística e cálculo dos fatores de diferença e similaridade. Para avaliar a liberação do fármaco em decorrência das alterações do pH e da constituição de líquidos do TGI foram traçados perfis de dissolução de furosemida (ácido fraco) nas seguintes meios: água, tampões fosfato pH 5,8, a acetado pH4,6. Os resultados obtidos indicaram diferenças na velocidade e quantidade de furosemida liberada entre os produtos avaliados e para omesmo produto em meios diferentes sugerindo que a libaração do fármaco pode ser afetada pelo pH do TGI. Os estudos de dissolução para carbamazepina (base fraca) foram realizados utilizando os seguintes meios: solução aquosa de lauril sulfato de sódio a 1%, tampão fosfato pH 5,8 e suco gátrico simulado sem pepsina pH 1,2. Os resultados obtidos indicam qua a velocidade e quantidade de carbamazepina liberada pode ser afetada pela constituição dos líquidos do TGI, mas não varia significamente devido às mudanças no Ph. Dentre os produtos analisados, o similar apresentou resultados de dissolução significamente maiores que o referência. Estas observações podem subsidiar discursões sobre alterações clínicas importantes, como maior incidência de efeitos adversos, quando são administrados produtos contendo carbamazepina que se dissolvem in vitro mais rapidamente que o referência.Item Avaliação biológica de extratos vegetais no tratamento de diabetes mellitus e hiperlipidemia em coelhos.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Amaral, Waleska Cláudia Dornas; Nagem, Tanus JorgeConsiderando que a prática dos tratamentos das desordens metabólicas em decorrência do crescimento das doenças crônicas não transmissíveis aumenta em todo o mundo, a proposta desse estudo é avaliar os possíveis efeitos biológicos dos extratos hidroalcoólicos das cascas das plantas Calophyllum brasiliense, Connarus perrottetii e Rourea paraensis associadas na diabetes experimental, e, isoladamente, avaliar o tratamentocom extrato da casca de C. brasiliense na hiperlipidemia induzida. Como modelos experimentais, foram utilizados coelhos da raça Nova Zelândia, machos e adultos com a indução através da droga diabetogênica aloxano (100mg/Kg) e para a hiperlipidemia adicionou-se 0,5g de colesterol à ração. Cada experimento utilizou 48 animais em esquema de parcela subdividida de 8 grupos com delineamento inteiramente casualizado em 6 repetições para ambos. Para os experimentos, foram avaliados colesterol, triacilglicerol, lipase, creatinina, proteínas totais, albumina e apenas glicose e hemoglobina glicosilada para o experimento de diabetes no meio e no final de cada fase, com duração de um mês. Esses dados foram analisados por meio de análise de variância seguida de teste de Dunnett e Tukey para comparação das médias entre os grupos e dentro de cada grupo, respectivamente, ao nível de 5% de significância. Após o final de cada experimento, rins e fígados foram retirados para análise histopatológica. Os resultados para o experimento de diabetes evidenciaram redução da glicemia nos animais doentes tratados com o extrato na dose de 100mg e que, nos animais normais tratados com o mesmo extrato, houve aumentoglicêmico assim como no tratamento com diabinese. Avaliação histológica do fígado demonstrou o aparecimento de processo inflamatório e degeneração com intensidade dosedependente mais evidente nos grupos de animais doentes exceto para o grupo tratado com extrato na dose de 100mg. Já no rim de animais diabéticos, mudanças glomerulares, inflamações e degenerações foram vistas sendo que o tratamento com extrato das plantas na dose de 100mgnovamente induziu menor comprometimento e alterações teciduais. Na hiperlipidemia, o tratamento com extrato de C. brasiliensediminuiu triacilglicerol em níveis bem significativos para os animais hiperlipidêmicos. Embora não significativo, o aumento dos níveis de colesterol nos animais com hiperlipidemia induzida foram inibidos quando comparados ao grupo doente sem tratamento. Nos animais normais tratados com extrato na dose de 150mg, observaram-se níveis aumentados de proteínas totais e albumina. Histologicamente, o extrato de C. brasiliense alterou o tecido hepático promovendo focos inflamatórios nos grupos normais, enquanto que animais com hiperlipidemia induzida apresentaram melhoras no aspecto histológico quando comparados com o grupo hiperlipidêmico não tratado que apresentou esteatose hepática, mas não se igualaram aos animais normais. Esses dados sugerem que o extrato das plantas na dose de 100mg utilizada na diabetes exibe atividade hipoglicemiante em modelo de coelhos com diabetes induzida e que C. brasiliense na hiperlipidemia demonstra possuir efeito hipotriacilglicemiante bem significativo. Para utilização dessas plantas como medicamentos, outros estudos devem ser realizados afim de se determinarem os constituintes ativos presentes e seus mecanismosde ação, além de avaliar a toxicidade, uma vez que essas espécies demonstraramalterações teciduais.Item Avaliação da associação de benzonidazol e itraconazol no tratamento de camundongos infectados com clones de Trypanossoma cruzi de grupos genéticos distintos : eficácia terapêutica e farmacocinética.(2011) Silva, Rodrigo Moreira da; Lana, Marta deO perfil de resistência de clones de Trypanosoma cruzi pertencentes a grupos genéticos distintos em relação ao benzonidazol (BNZ) e itraconazol (ITC) foi anteriormente demonstrado em camundongos. Considerando que a associação de fármacos tem sido mais eficiente no tratamento de diversas infecções, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação BNZ + ITC na quimioterapia experimental da doença de Chagas, considerando a variabilidade genética do parasito e sua correlação com a resistência ao tratamento etiológico. Foram utilizados camundongos Swiss infectados via IP com 10x103 tripomastigotas sanguíneos de três estoques clonais pertencentes aos grupos genéticos TcI (P209 Cl1), TcV (BUG2149 Cl10) e TcII (IVV Cl4). Dez dias pós-inoculação e confirmação da infecção, os animais foram tratados via oral com 100 mg/Kg de cada composto durante 20 e 60 dias para o BNZ e ITC respectivamente, inclusive na associação dos fármacos. A avaliação da eficácia terapêutica foi feita por até 110 dias póstratamento por exame de sangue a fresco (ESF), hemocultura (HC), PCR e ELISA. Foram considerados curados os animais que apresentaram todos os exames negativos. O tratamento com BNZ + ITC reduziu significativamente a parasitemia além de outros parâmetros a ela relacionados nos três grupos experimentais. Os índices de cura entre os grupos tratados com BNZ, ITC e BNZ + ITC foram comparados. O tratamento com BNZ + ITC resultou em eficácia terapêutica significativamente maior em relação ao BNZ e ITC isoladamente nos animais infectados pelos três clones estudados. Os índices de cura seguiram a mesma tendência dos tratamentos isolados e apresentaram correlação com a distância filogenética entre os clones de T. cruzi estudados. Um método bioanalítico empregando CLAE com detecção UV precedido de extração líquido-líquido do BNZ e ITC contidos em amostras plasmáticas de animais tratados foi desenvolvido pela primeira vez. O método foi validado de acordo com as especificações do FDA e ANVISA, mostrando-se adequado para ser aplicado ao monitoramento farmacocinético no modelo murino. Os perfis plasmáticos dos fármacos administrados simultaneamente em regime de dose única revelaram significativa diminuição da concentração plasmática máxima (Cmax) do BNZ e significativo aumento do seu tempo de meia-vida de eliminação (t½β) em comparação à monoterapia. Estes resultados sugerem que o aumento da eficácia do BNZ + ITC não se limita apenas aos distintos mecanismos de ação dos fármacos, mas também à interação farmacocinética entre eles, na qual o ITC potencializa o efeito do BNZ por prolongar sua meiavida e consequentemente aumentar sua biodisponibilidade para melhor ação terapêutica.Item Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo do composto silibinina isolado e associado ao benznidazol.(2019) Torchelsen, Fernanda Karoline Vieira da Silva; Lana, Marta de; Silva, Glenda Nicioli da; Murta, Silvane Maria Fonseca; Brandão, Geraldo Célio; Lana, Marta deA doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária endêmica na América Latina e encontrada em diversos países no mundo. Seu tratamento é feito com o benznidazol (BZ) e o nifurtimox (NF), ambos fármacos com baixa eficácia terapêutica na maoria dos pacientes em fase crônica tardia da DC, e que causam vários efeitos colaterais. A busca por novos fármacos para a DC é estimulada entre produtos naturais e em estratégias como associação de fármacos. A silibinina (SLB) é um composto natural capaz de inibir a proteína de efluxo (Pgp) nas membranas celulares, induzir a morte de microrganismos, além de possuir atividade anti-inflamatória. Ainda não há na literatura relato de sua atividade em T. cruzi. Neste trabalho foi avaliada a atividade in vitro e in vivo de SLB e de SLB associada a BZ (SLB+BZ) frente a cepa Y de T. cruzi. Foi realizado ensaio de citotoxicidade pelo método de MTT em células VERO (24h), que revelou IC50 de 250,22 µM para a SLB. A atividade tripanocida avaliada por método com resazurina em epimastigotas (24h) mostrou que a SLB 25 µM inibiu o crescimento dos parasitos. O ensaio em amastigotas revelou índice de seletividade de 3,13, além de mostrar a maior porcentagem de inibição (> 90%) quando a SLB foi usada na associação de SLB100+BZ10µM, em comparação com SLB (100; 25; 6,25 µM) ou BZ (10; 5; 2,5 µM) isolados. No ensaio in vivo, camundongos Swiss comprovadamente infectados IP com 10.000 tripomastigotas sanguíneos foram tratados por via oral por 20 dias consecutivos com SLB50, SLB150, SLB50+BZ25, SLB50+BZ50, SLB50+BZ100, SLB150+BZ25, SLB150+BZ50, SLB150+BZ100, BZ25, BZ50 e BZ100 mg/kg/dia. Os animais foram avaliados diariamente na fase aguda (parasitemia) e aos 90, 180 e 240 dias após tratamento por hemocultura, qPCR de eluato sanguíneo e sorologia (ELISA). Após a eutanásia, foram feitas, além das avaliações anteriores, a qPCR do tecido cardíaco. Os resultados in vivo demonstraram que a SLB em monoterapia não foi capaz de controlar a parasitemia e a mortalidade dos animais. As avaliações parasitológicas mostraram 100% de negatividade na maioria dos grupos de animais tratados com combinação de drogas ou doses menores de BZ, enquanto a sorologia foi positiva em todos os animais não sendo constatada cura pelo critério clássico. Entretanto verificamos que os grupos experimentais tratados com BZ em menores doses e que os tratados com BZ em menores doses quando associado a SLB apresentaram maior negatividade nos exames parasitológicos, porém sem diferenças significativas entre os demais grupos. Análise histopatológica cardíaca será feita para avaliar se houve redução da inflamação/fibrose entre os grupos tratados com a associação SLB+BZ versus BZ.