PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas
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Navegando PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas por Assunto "Aedes aegypti"
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Item Distribuição temporal e espacial dos casos de dengue no período de 2001 a 2017, e estudo dos mosquitos vetores, no Município de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.(2020) Martins, Rafael; Coelho, George Luiz Lins Machado; Marinho, Carolina Coimbra; Dias, Edelberto Santos; Machado, Evandro Marques de Menezes; Coelho, George Luiz Lins MachadoA dengue é uma doença viral transmitida pela picada de fêmeas de culicídeos das espécies Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1894), dentre outras, que pode evoluir para quadros clínicos severos. No Brasil a dengue configura um grave problema de saúde pública. É crescente a densidade populacional dos seus vetores, que também são incriminados como transmissores de outras arboviroses. Nesse contexto, o acompanhamento de séries temporais das notificações da doença e os inquéritos entomológicos constituem ferramentas valiosas para nortear as medidas de controle e ajudar a prever e prevenir surtos em regiões endêmicas. O presente trabalho teve como objetivo geral descrever a série temporal de 17 anos (2001-2017) dos casos de dengue no município de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, além de determinar a densidade de ovos e a ocorrência de espécies de mosquitos vetores da virose nos bairros da sede municipal e nas sedes distritais do município. Foram levantados e georreferenciados dados secundários da ocorrência da dengue no município, na série temporal, verificando-se as fichas de notificação dos arquivos da Secretaria Municipal de Saúde. Também foram coletados dados primários para a descrição espacial e temporal da fauna vetora nas áreas estudadas, utilizando-se armadilhas de oviposição (Ovitrampas). As coletas de dados em campo (dados primários) ocorreram de forma bimestral ao longo de 13 meses. O material coletado foi quantificado e identificado no Laboratório de Epidemiologia da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto, onde também se realizou a eclosão das larvas para obtenção de dados sobre a distribuição das espécies. Na série temporal de 17 anos, verificou-se a ocorrência de 273 casos de dengue notificados pelo município de Ouro Preto, MG. Não foi possível identificar o caso índice da doença no município. Entretanto, observou-se que a primeira notificação de caso de dengue ocorreu em fevereiro de 2001. Foi possível constatar que a dengue tem se mantido endêmica em Ouro Preto nos últimos 17 anos. Durante este período, ficaram evidenciadas três epidemias de dengue, nos anos de 2010, 2013 e 2016. As faixas etárias mais acometidas pela dengue foram aquelas compreendidas entre 20 e 59 anos, não diferindo entre os sexos. A distribuição temporal da dengue no município é influenciada por fatores ambientais que contribuem para o aumento ou diminuição do número de casos da doença na região, sendo estes fatores (dentre aqueles testados) a média da umidade e a média da precipitação. A distribuição espacial dos vetores demonstrou a presença de Aedes spp. em todos os sítios amostrais e que a mesma não possui relação com a altitude das localidades amostradas. Todavia, a pluviosidade é um fator determinante para a abundância de ovos amostrados (com maiores valores na estação chuvosa em comparação com o período de estiagem). Observou-se maiores valores para o índice de positividade de armadilhas (IPO) nos distritos com características rurais, onde é possível encontrar maiores áreas de remanescentes florestais, ao passo que o índice de densidade de ovos (IDO) revelou-se maior nos distritos com maior grau de sinantropia. O mesmo foi constatado para o IPO e IDO entre os bairros da sede distrital. Os valores obtidos para o Índice de Edifício (IE) dos levantamentos do órgão municipal de saúde, quando comparados com o Índice de Positividade de Ovitrampas (IPO) fornecidos pelas mesmas, mostraram-se inferiores em todos os sítios amostrais, evidenciando a superioridade das armadilhas de oviposição no que tange à eficácia e cobertura do monitoramento de vetores da dengue na área de estudo.Item Mudanças climáticas e a expansão da dengue em uma área urbana endêmica da doença.(2021) Cruz, Tamara Coelho; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Carneiro, Mariângela; Amaral, Michelle Cristine Pedrosa Cortez doA dengue é uma das arboviroses mais importantes no mundo, visto que atualmente cerca de 2,5 bilhões de pessoas correm o risco de se infectarem, principalmente em países tropicais, em que as condições ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do principal vetor, o Aedes aegypti. Assim, a compreensão dos fatores abióticos que interferem na expansão da dengue é de fundamental importância para direcionar as ações do Programa de Controle, visando reduzir a incidência e a mortalidade pela doença. Desta forma, o presente trabalho avaliou os impactos das mudanças climáticas na expansão da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais, uma área urbana endêmica da doença. Foi avaliada a distribuição espacial da doença no período de 1996 a 2017, além da influência de variáveis climáticas no número de casos da dengue no município neste período. Foi utilizado o banco de dados com os casos notificados e confirmados laboratorialmente de dengue, registrados na Vigilância Epidemiológica do município. As variáveis explicativas climáticas foram obtidas no Instituto Nacional de Meteorologia. Foram confeccionados mapas coma distribuição dos casos e incidência suavizada da doença no município entre os anos de 1996 a 2017. Foi observado quatro picos epidêmicos da doença no período avaliado, sendo eles em 1998, 2010, 2013 e 2016 com respectivamente 86793, 51681, 96172 e 155819 casos de dengue e incidência de 4086,02 por 100.000 habitantes em 1998, 2175,90 em 2010, 3879,21 em 2013 e 6199,40 no ano de 2016. A partir da segunda década do estudo (2006) a frequência das epidemias de dengue aumentou, passando a ocorrer em intervalos de 3 anos (2010, 2013 e 2016), sendo que anteriormente ocorria em intervalos de 12 anos. A elevação da temperatura máxima do período seco resultou em aumento significativo no número de casos e, sendo essa variável crescente ao longo do tempo, o que possivelmente influenciou no aumento da frequência de anos epidêmicos. Os surtos epidêmicos tenderam a acontecer quando a temperatura máxima do período seco foi superior a 26°C. A diminuição e o aumento do número de casos nos anos seguintes foram acompanhados de uma diminuição ou aumento também da temperatura máxima do período seco. Assim, o monitoramento destas temperaturas pela vigilância epidemiológica, pode direcionar os esforços para ações de prevenção e controle da doença.